Neste ultimo sábado (19) a classe cultural de Montes Claros se despediu de uma guerreira que prestou por 20 anos serviços ao desenvolvimento da classe artística da música da cidade. Nádia Moraes era a proprietária do Empório Canadá localizado na Rua Santa Maria no Bairro Todos os Santos.
Muitos dos músicos que aqui desenvolvem seu oficio e sua arte, tiveram amparo de Nádia Moraes no começo e durante a sua carreira, através do Empório Canadá. Local simples, porém acolhedor e diferenciado, que contribuiu para o começo da carreira de músicos como Edu Lemos quando chegou de São Paulo, Flavin Ribeiro quando veio de Belo Horizonte, e outros que, através de seus próprios testemunhos, relatam o apoio e ajuda prestada por Nádia Moraes.
Artistas locais como Beu Viana, Igor Zureba, Chikin Mineiro, Lobaum, Matheus Nani e o Profeta, César Negaum, Jauner Torquato e vários outros encontraram no Empório Canadá e nos incentivos de Nádia Moraes a motivação de acreditar em seu trabalho e investir em suas carreiras. Somente quem frequentava o Empório sabe a energia positiva que acontecia nas apresentações por ali.
Tragicamente Nádia Moraes deixa a classe artística de Montes Claros em luto, devido a uma fatalidade pós-operatória. Nádia passou por 24 operações e dois transplantes e sempre lutou pela sobrevivência sem deixar de desempenhar seu oficio de administrar o Empório Canadá, de oferecer oportunidades aos artistas locais, que eram remunerados por suas apresentações, e entretenimento de qualidade para a população e turistas. Resistiu à perseguição de pessoas que não compreendem a cultura e a arte como manifestação artística, e criou sua família honestamente graças a renda das atividades culturais que promovia.
A Terça Cultural deste dia 22 de setembro homenageia esta guerreira e ícone da cultura local em um tributo regido por artistas que se tornaram o que são graças a sua contribuição, o tributo não tem caráter fúnebre, e sim alegre e simbolista. Além de música, intervenções poéticas farão parte desta noite.
Nádia Moraes deixa a vida para entrar na história da classe artística de Montes Claros, a dor da perda é passageira, porém a lição de vida e de luta é eterna.
A Estrada vai além do que se vê!
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