quinta-feira, 30 de abril de 2009

DCE em defesa da juventude negra


“ Eu não sou descendente de escravos, sou descendente de homens e mulheres livres,
reis e rainhas que foram tirados de sua terra para ser escravizados por uma contingência.”

( Macota Celina)


No último sábado (25), no Centro Cultural Hermes de Paula, aconteceu a 2ª Conferência Municipal da Igualdade Racial, realizada pela Prefeitura Municipal de Montes Claros, através da Coordenadoria de Promoção da Igualdade Racial. O evento contou com a participação da estudante Laís Moreira, vice-presidente do DCE Unimontes, além de várias lideranças do movimento negro e do poder público de nossa cidade, como o senhor prefeito Luiz Tadeu Leite.

Foram abordados os temas: Diretrizes Curriculares Nacionais para a educação das relações étnico-raciais e para o ensino da história e cultura afro-brasileira e Africana, os desafios de se trabalhar as religiões de matriz africana no currículo escolar, saúde da população negra, comunidades de quilombos, e ainda, juventude e cultura. Debatidos nesta ordem por Adriana Ferreira (Presidente da Associação Nacional dos Universitários do PROUNI/GUNAN), Célia Gonçalves (Empreendedora social do ASHOKA), Mônica Aguiar (Coordenadora do Centro de Referência da Mulher Negra de Minas Gerais), Jesuíto José Gonçalves e Ms.Flávio José (respectivamente, representante da Federação dos Quilombolas e antropólogo) e Juliano Pereira (Coordenador nacional do Fórum da Juventude Negra).

Além dos debates, houve grupos de trabalho onde as pessoas se dividiram por áreas de interesse de acordo os temas afins para reformular e apresentar propostas que serão encaminhadas para a Conferência Estadual. No grupo que tratou sobre juventude e cultura, Laís Moreira, representando a juventude negra universitária, foi eleita em plenária para ser delegada à II Conferência Estadual de Promoção da Igualdade Racial.

O documento oficial estará disponível em breve no site do DCE e as propostas para juventude e cultura seguem abaixo:


- Construção de pesquisa detalhada (por regionais) a fim de mapear a juventude de montes Claros em questão de raça, religião, renda, e outros.

- Que se construa um local de debate político dentro da secretaria da juventude para discutir questões da juventude negra em especifico.

- Criar cotas nos programas de juventude, editais em geral e programas de estágios da prefeitura.

- Programas de qualificação profissional e técnico (nas periferias) a nível municipal. (Divisão pelas regionais), onde tenha um espaço de atendimento ao joven e amparo a família alem de valoração ao lúdico e a cultura afro.

- Criar um movimento itinerante que leve apresentações culturais e ou oficinas aos jovens em seus bairros.

- Incentivo fiscal para valorização da cultura afro, com sugestão de alíquota de 10%.

- Fazer valer as cotas através da fiscalização por um participante do movimento negro e membros da sociedade civil.

- Garantir dentro de programas de ensino profissionalizante apoio material e de translado para garantir o término dos cursos pelos jovens carentes.


Obs.: Todas estas propostas estarão sendo ampliadas para funcionar em âmbito estadual e nacional

A juventude negra foi o único assunto que não contou com base de proposta, por isso todas foram criadas e aprovadas em plenária pelos participantes da Conferência.




A Estrada vai além do que se vê!

Vem aí o Indie Minas

Após os trabalhos exclusivamente enfocados na área suporte de comunicação do cenário independente de música, tanto em Montes Claros quanto no Circuito Fora do Eixo através do Portal Fora do Eixo, o Coletivo Plug parte para outras áreas de atuação, como a de produção.

Para consagrar e fundamentar as ações o Coletivo Plug está lançado o Indie Minas – Mostra Música. A iniciativa traz a banda Vandaluz, de Patos de Minas, promovendo a integração com o Coletivo Peleja, além das bandas AT4 e Gr!tare de Montes Claros.

A idéia do Plug é integrar as várias artes e iniciativas da cidade. Será realizado durante o evento a performace cênica Neoísmos com Gabriel de Ávila e Soraia Santos, exposições de artes plásticas e o lançamento da Plug Web Tv.

Com a parceria firmada com o Núcleo Sunshine de música eletrônica, os presentes e adeptos à música eletrônica também terão seu espaço nos intervalos das apresentações.

A iniciativa é apoiada pela Associação do Rock de Montes Claros e Região, Espaço Garotas do Rock, Portal Solte o Som, Diretório Central dos Estudantes da Universidade Estadual de Montes Claros, Site BEMNANET, Zine Sertões, Stúdio Rock, além das Secretarias Municipais de Cultura e Adjunta da Juventude.

Destaca-se também a parceria firmada com o Montes Claros Tênis Clube, responsável pela administração da Praça de Esportes de Montes Claros, que viabilizou o espaço para a iniciativa e as demais edições que tendem a ocorrer com peridiocidade quinzenal .

Para começar a divulgação do evento e suas atrações, o Coletivo Plug tem em seu Blog Oficial a Plug Web Rádio o spot do Indie Minas e músicas das bandas Vandaluz, Gr!tare e AT4 para que o público possa conhecer um pouco do trabalho e estilo das bandas.

Os ingressos podem ser adquiridos na portaria do evento pelo valor de R$5,00 mais um quilo de alimento não perecível, que será doado para entidades carentes.


Por Rodrigo de Paula, do Coletivo Plug.

Taí uma bela dica pro dia do pagamento, o blog trará a cobertura completa.


A Estrada vai além do que se vê!

Uma viagem pode mudar sua vida

Fazia tempo que não via um anúncio brasileiro que me chamasse tanto a atenção. Sou apaixonado por este tipo de propaganda, simples, direta, que te faz pensar e que, com imagens, diz tudo que centenas de palavras tentariam expressar.

Esses 3 anúncios foram criados pela Agência 3 para a Shangri-lá Turismo. Simplesmente perfeito.

O texto do carimbo diz: "uma viagem pode mudar sua vida."

Surrupiado do Blog do Diniz Sena.


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quarta-feira, 29 de abril de 2009

Toque de recolher é ilegal

A persistência da memória, Salvador Dali

Juventudes: toque de recolher prova incompetência do Estado


Por Carla Santos, com agências*

Desde segunda-feira (20), vigora em pelo menos três cidades paulistas — Ilha Solteira, Itapura e Mirassol —, o toque de recolher para a juventude. Em Fernandópolis a lei já existe há quatro anos. Embora os detalhes das leis variem de acordo com a cidade, o princípio é o mesmo: jovens entre 13 e 18 anos estão proibidos de circularem à noite desacompanhados dos pais. O Vermelho entrevistou quatro juventudes partidárias para saber o que elas pensam sobre isso. Para elas, a medida é um atestado de incompetência do Estado.

Em Ilha Solteira e na vizinha Itapura, 20 horas e 30 minutos é o limite para estar na rua de quem tem até 12 anos. Os jovens entre 13 e 15 anos devem voltar para casa às 22 horas. Os que tiverem entre 15 e 17 anos podem ficar em locais públicos até às 23 horas. Menores de 16 anos também estão proibidos de frequentar lan houses. Em Mirassol e Fernandópolis, apenas quem tem mais de 18 anos pode permanecer nas ruas após as 23 horas.

As medidas se deram por determinação de juízes da Vara da Infância e da Juventude. A lei visa diminuir a violência envolvendo menores de 18 anos. Em Fernandópolis, onde há quatro anos acontece o toque de recolher, a polícia afirma uma redução de 60% no número de crimes envolvendo menores. Em Ilha Solteira, Itapura e Mirassol, o primeiro dia da lei levou sete jovens ao Conselho Tutelar para que fossem entregues aos seus pais.

Em entrevista ao Vermelho, lideranças da UJS (União da Juventude Socialista), da JPT (Juventude do PT), da JPPL (Juventude do Partido Pátria Livre) e da JPsol (Juventude do Psol) repudiaram as leis. Para eles, o presente do Brasil não merece repressão e cadeia, mas sim investimentos do Estado e mais políticas públicas de, para e com a juventude (PPJ).

Medida errada para um problema real

Para Marcelo Gavião, presidente da UJS, o discurso de privação do jovem de suas liberdades é a pior forma possível de combater a violência entre a juventude. “Na verdade, atesta uma tremenda incompetência do Estado. Mesmo que todos os pais quisessem reproduzir essas leis, eles não resolveriam o problema. A solução passa por mais investimentos em educação, emprego e infraestrutura no esporte e lazer para a juventude nas cidades”, defende.

“A juventude não é uma questão de segurança pública e o poder judiciário não deveria promover leis, já que isso é da responsabilidade do legislativo. Vamos entrar com uma representação no ministério público contra essas medidas que, no fundo, revelam um debate conservador, onde o jovem é visto como um problema social”, afirma Alessandra Dadona, secretária estadual da JPT. A JPT ainda promete realizar um ato nos próximos dias em Fernandópolis para protestar contras as leis.

O significado do toque de recolher é “uma forma de prisão tácita”, define Antonio Henrique da Silva, da comissão estadual da Juventude Pátria Livre. “Há tantas maneiras de se combater a violência, por quê adotar justo as que restringem as liberdades? Ao fazer isso, o Estado mostra que não tem força para resolver os problemas da juventude. Somos contra essas leis e qualquer tipo de medida que atente contra o direito de ir e vir.”

Já Ana Morbach, coordenadora estadual da JPsol, acredita que as medidas estão em desacordo com o ECA (Estatuto da Criança e do Adolescente). “A medida é errada para um problema real. Agora, como proteger a juventude se o toque de recolher a oprime? O combate à violência não pode se apegar apenas a números, é preciso pensar também na formação dos jovens. Imagina se essa onda pega? Como será a formação de uma geração proibida de ter vida social noturna?”, questiona.

Toque de recolher é ilegal

“A intenção foi envolver toda a sociedade para que os jovens voltassem a dormir cedo. Para que pudessem ter um bom rendimento escolar no dia seguinte”, defende o pioneiro do toque de recolher, Fernando Antonio de Lima, juiz da Infância e da Juventude de Fernandópolis. Ele conta que o livro de “Eclesiastes”, da Bíblia, foi sua inspiração para a decisão judicial. ''Um cavalo indômito torna-se intratável. A criança entregue a si mesma torna-se temerária”, sustenta.

No entanto, o especialista em direito da criança e do adolescente, Ricardo Cabezon, não vê nada de “divino” na lei do juiz. Segundo ele, o toque de recolher é abusivo e fere liberdades constitucionais. “As medidas ferem a liberdade de ir e vir, liberdade de educar, liberdade de poder escolher entre o que é certo e o que é errado”, defende Ricardo, que também é presidente da Comissão de Direitos da Criança e do Adolescente da OAB-SP (Ordem dos Advogados do Brasil de São Paulo).

Enquanto a polêmica não se resolve, jovens seguem debatendo cara a cara com os juízes de suas cidades. “No final de semana eu tinha que sair, curtir um pouco, para aliviar a cabeça”, fala Ítalo Ferreira, de 17 anos, ao juiz Fernando Antonio de Lima. “Ficar até altas horas da noite, o que vocês ganham?”, retruca o juiz Lima. “Na verdade, não é questão de ganhar, é questão de lazer”, arrebata o garoto. Sem graça, o juiz responde: “em presença dos pais o lazer de vocês continua garantido.”





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Livro desvenda a atualidade do pensamento de Karl Marx

Em novembro de 2006, o Centro de Estudos Marxistas (Cemarx) da Universidade do Estado da Bahia realizou seu segundo seminário com o tema “Marx: intérprete da modernidade”. O evento reuniu uma série de pesquisadores e estudiosos da obra de Karl Marx e buscou examinar seu pensamento de forma multilateral. Com a contribuição de Mauro Castelo Branco de Moura, Carlos Zacarias F. de Sena Jr, Muniz Ferreira, José Carlos Ruy, Ricardo Moreno, Eurelino Coelho, Sérgio Lessa, Antonio Carlos Mazzeo, Milton B. de Almeida Jr e Milton Coelho,o debate foi reunido e publicado no livro Marx: intérprete da contemporaneidade, publicado pela Quarterto Editorial, de Salvador e que será lançado amanhã (30), às 19 horas, na Livraria Cortez, em São Paulo.

Karl Marx foi eleito o maior filósofo de todos os tempos em uma pesquisa da emissora de rádio e televisão BBC, de Londres, entre os internautas. A emissora britânica anunciou, no dia 16 de julho de 2005, o resultado final da pesquisa realizada por um dos seus sítios, denonimana In our time´s greatest philosopher, para eleger o maior filósofo da humanidade.

Na enquete, o resultado final colocou Marx em primeiro lugar, com 27,93% dos votos. Isto é, quase um de cada três participantes escolheru Marx como o maior filósofo de todos os tempos. Em segundo lugar, com 12,7%, menos da metade dos votos recebidos por Marx, aparece David Hume, o candidato da The Economist. Ludwig Wittgenstein, o candidato do jornal The Independent, aponta em terceiro lugar, com 6,8% e o quarto lugar é ocupado por Nietszche, com 6,49% dos votos. Platão recebeu 5,65% dos votos e ficou em quinto lugar. Depois, pela ordem Kant (candidato do diário britânico The Guardian), São Tomás de Aquino, Sócrates, Aristóteles e, finalmente, Karl Popper.

Marx formulou as teorias que basearam o socialismo moderno. O seu método de análise da sociedade e da natureza influenciou ramos do conhecimento como a história, a sociologia, a economia e a ciência política. Marx deu forma às suas idéias em livros como O manifesto comunista, O capital, A ideologia alemã, A miséria da filosofia, entre outros.

Influenciado pela dialética hegeliana rejeitou seus componentes idealistas e a reelaborou sobre novas bases filosóficas materialistas. Dessa forma, a dialética materialista de Marx se diferenciou tanto dos materialistas metafísicos e/ou mecanicistas do seu tempo, quanto dos dialéticos idealistas da própria escola hegeliana na qual se formou filosoficamente. Seu método investigativo buscava compreender a realidade concreta a partir da totalidade de fatores e a diversidade de relações entre estes, sendo, no entanto, o econômico determinante em última instância.

A apropriação política das idéias de Marx norteou os chamados movimentos revolucionários do século 20, tornando-o o pensador mais influente de todo aquele século. A sua obra segue sendo um instrumento fundamental para a compreensão do mundo contemporâneo. Em função disso a articulação acadêmica Cemarx resolveu realizar o seminário ''Karl Marx: intérprete da contemporaneidade'', visando trazer reflexões e debates acerca da contribuição marxiana e marxista para a produção acadêmica. O produto do seminário é o debate que está publicado no livro.

O seminário teve a presença massiva dos nossos estudantes, funcionários, colegas professores, militantes dos movimentos sociais e partidos da esquerda crítica do capitalismo. O evento contou também com o apoio da universidade, do Departamento de Educação do campus 2 e da participação (na coordenação) do professor Ricardo Moreno, também da Uneb (representanto o Instituto Maurício Grabois), além da presença, também na coordenação, do professor Muniz Ferreira, do programa de pós-graduação em história da UFBA.

As refexões contidas no amplo debate realizado publicadas nos artigos dos conferencistas contribuem para fazer avançar as lutas sociais que estão construindo no processo histórico a emancipação humana.

Serviço:

Lançamento Marx: intérprete da contemporaneidade

30 de abril, às 19 horas

Livraria Cortez

Rua Bartira, 317 – Perdizes – São Paulo(ao lado da PUC/SP)



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terça-feira, 28 de abril de 2009

UNE promove 2º Encontro Nacional de Estudantes Negros, Negras e Cotistas


Um espaço privilegiado de debate e convergência sobre os impactos da adoção de Políticas de Ações Afirmativas para a população afrodescendente no ensino superior brasileiro. Assim pode ser definido o Encontro Nacional de Estudantes Negros, Negras e Cotistas da UNE (ENUNE). A segunda edição do evento acontece entre os dias 5 e 7 de junho na Faculdade de Arquitetura da Universidade Federal da Bahia (UFBA).

Segundo o Diretor de Combate ao Racismo da UNE, Herlom Miguel, o ENUNE é um importante espaço de formação e vai privilegiar debates em torno do acesso e permanência dos estudantes negros e negras ao ensino superior. A expectativa é de um excelente encontro com universitários e secundaristas de diversas regiões do país, afirma o diretor.

"O Movimento Estudantil tem como responsabilidade pautar na agenda política brasileira esta que é talvez a mais antiga e grave nuance da questão social do Brasil – o racismo. As ações de combate ao racismo precisam ser acompanhadas de uma série de outras medidas universalizantes para reformarem a educação secundária e universitária", disse Herlom Miguel.

As informações sobre alojamento, inscrições e organização podem ser obtidas através dos emails: enune2009@gmail.com, miguelbahia@gmail.com, liliane@gmail.com; além do blog da Diretoria de Combate ao Racismo da UNE.




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segunda-feira, 27 de abril de 2009

24 de abril: despedaçadas esperanças a renascer

Por Lipa Xavier*

“... Foi bonita a festa, pá! Fiquei contente.
Inda guardo renitente um velho cravo para mim...”

(Chico Buarque de Hollanda/Ruy Guerra)


Hoje é o aniversário da Revolução dos Cravos, através da qual Portugal se libertou do jugo do fascismo salazarista. Otelo ainda vive na memória dos que o conheceram, e Álvaro Cunhal é eterno para o seu povo.

O fascismo, expressão da barbárie e do recuo civilizacional, infelizmente encontrou seguidores por estas plagas. E seus discípulos foram aqueles de quem menos se esperava.

Há um exato ano ocorreu em Montes Claros uma das cenas que a história haverá de anti-registrar. Que me desculpem os gramáticos que celebraram o novo Acordo Ortográfico da Língua Portuguesa – aliás, tão combatido pelos que da língua são os seus inventores, diretos descendentes do Lácio. Escrevo anti-registrar sem saber se o termo deverá ser grafado com ou sem hífen. De todo modo, no entanto, deixadas de lado as filigranas ortográficas, será preciso registrá-la, à cena horrenda me refiro. Ou anti-registrá-la, como algo que não poderá se repetir.

Necessário dizer que, ao escrever este texto, o faço com um indizível sentimento a me perturbar o espírito: ontem fez um ano! Um ano já!

É impressionante como a sucessão do tempo nos faz perder a exata noção dele!

Parece ter sido ontem (e em termos históricos o foi)!

Esta cidade de que somos todos filhos, naturais ou importados, apenas recentemente fez 150 anos. Quanta luta foi necessária para fazer dela a cidade que ela hoje é? Quantos se deram por ela, dando-se a uma causa maior do que o seu próprio tempo poderia exigir ou compreender?

E o que é a cidade, afinal? Seus prédios, suas ruas, seu conjunto arquitetônico? Ou será que a cidade é – principal e maiormente – o seu próprio povo, que a constrói ao longo das gerações e no se-seguir do tempo? Ciganos e palestinos, hoje (e judeus, num tempo anterior) talvez tenham a resposta. Afinal são eles (ou foram, no caso dos judeus) povos que constituem Pátria, no seu mais maiúsculo sentido, sem ter um território em que se assentar.

Há um ano, um pouco mais que isso, os estudantes de Montes Claros, como expressão maior da juventude, saíram às ruas da cidade clamando pela aprovação de uma lei que deveria estabelecer na cidade aquilo que já era lei na grande maioria das cidades brasileiras de médio e grande porte: o meio-passe para os estudantes no transporte coletivo urbano.

Foi no dia 27 de março a primeira manifestação. Foram três mil os estudantes a clamar por um direito. E o resultado foi que o prefeito de então, ausente não só da Prefeitura como da cena política da sua cidade, não recebeu os meninos e meninas que a clamar estavam. O seu vice, vice de uma ausência, foi quem tentou remediar o irremediável desastroso.

Acordos foram feitos com os meninos e meninas, mediados sempre pelo autor do projeto, que abaixo se assina. Nada cumprido, prazos esquecidos, jogados depois de acordados para as calendas gregas.

É preciso que se diga que essa luta pelo Meio-Passe tem sentido histórico na cidade. Não pode ela ter dono, ou quem se arrogue a dono dela ser. Tem ela um viés que a faz propriedade do povo, no seu mais amplo sentido, por ser travada ao longo do tempo por gerações e gerações de estudantes e jovens de Montes Claros.

Depois – acordos e prazos olimpicamente descumpridos por quem deveria zelar por eles – nova manifestação se organizou: 24 de abril de 2008, um dia que ainda não terminou em Montes Claros.

Fazia uma calma manhã de outono naquele abril despedaçado...


Foram tantos os meninos e meninas, adolescentes e jovens que ainda adolesciam, que madrugaram para mobilizar estudantes das mais diversas escolas da cidade!

Eram tantos Danniéis e Lucas, outros Daniéis e Fredes, Diegos e Jéfersons, Claras e Vítores, Maíras e Catracas, Ariadnes e Juninhos, Bias, Celinas, Nálbares, Béis, Farleys, Patrícias, Luíses, Netos, Ramons e tantos mais cujos nomes serão impossíveis de serem lembrados aqui. Eram, afinal, Joanas, Marias, Joões, Josés e Joaquins... Era o povo! E uns que de fora vieram – aqui confessamos a grave acusação que à época nos foi feita! –, Panetone e Diogo, a representar a UCMG e a UEE. E um certo Thiago Mayworm, a representar a UBES...

Dessa vez foi ainda maior o número: quatro mil estudantes a exigir o cumprimento do acordo vice-celebrado pela Prefeitura com os estudantes para a aprovação do Meio-Passe. Um atho como a cidade há muito não via.

E as ruas da cidade, e suas praças e esquinas, sentiram a exuberância e o frescor da energia juvenil a transbordar em alegria e em irreverente e pacífica exigência pela aprovação do Meio-Passe. Até chegarem ao Paço Municipal.

Não haveria que se reeditar aqui um Calabouço, senhor prefeito de então! Para que um novo Edson Luiz?

E, no entanto, imperou a intransigência, a truculência e a completa ausência de diálogo com aqueles milhares de meninos e meninas. Foram Petronilhos e Veros, Veras, Márcias e Dimas, todos eles do mais alto escalão municipal, a exigir da Polícia Militar um tratamento àqueles meninos e meninas que só a ditadura (branda?) teria sido capaz de dar, no seu tempo de AI-5.

E a praça – tomada aqui no seu sentido amplo – virou território do Capitão Nascimento e do Tenente Ovídio. Deixou de ser do povo para ser de quem o reprime.


Nunca antes o largo formado pelas avenidas Cula Mangabeira e Sanitária pudera ver tamanha selvageria. Uma praça de guerra, mas guerra de um lado só. Foram bombas de “efeito moral”, gás lacrimogêneo, gás de pimenta, cassetetes, rifles apontados com suas balas de borracha e muitos, muitos cães policiais, sem ofensa aos cães.

E o 24 de abril se eternizou, pelas mãos de quem o reprimiu.

Uma adolescente foi baleada no peito, e a bala (de borracha apenas, diriam eles!) feriu o seio jovem e ainda imaturo de quem apenas buscava um direito seu.

Um estilhaço de efeito “apenas” moral feriu outra jovem.

Um estudante foi mordido por um cão depois de ter sido ferido por uma bala de borracha, e a Polícia lavrou no seu Boletim que o jovem... agrediu o cachorro! Uma piada trágica, por não conseguir ser cômica.

Doze pessoas foram presas. Dez estudantes, além da professora Celina Arêas e do senhor Delvanir, pai de uma estudante.

Um monumento, afinal, deveria ser erguido naquele local, a registrar para os confins dos tempos o que não se pode repetir. Um atho de registro, a informar à posteridade que certos tempos e pessoas não devem se repetir na história.

Porque, se uma vez vieram como farsa, de outra só poderão vir como tragédia. Se é que já não o foram.


*Lipa Xavier é sociólogo, ex-vereador e presidente do PCdoB/Montes Claros

Publicado no Blog da UEE-MG

A Estrada vai além do que se vê!

Ela


Obrigado por mais um fim de semana maravilhoso!


Quase Nada
Zeca Baleiro e Alice Ruiz


De você sei quase nada

Pra onde vai ou porque veio

Nem mesmo sei

Qual é a parte da tua estrada

No meu caminho


Será um atalho

Ou um desvio

Um rio raso

Um passo em falso

Um prato fundo

Pra toda fome

Que há no mundo


Noite alta que revele

Um passeio pela pele

Dia claro madrugada

De nós dois não sei mais nada


De você sei quase nada

Pra onde vai ou porque veio

Nem mesmo sei

Qual é a parte da tua estrada

No meu caminho


Será um atalho

Ou um desvio

Um rio raso

Um passo em falso

Um prato fundo

Pra toda fome

Que há no mundo


Se tudo passa como se explica

O amor que fica nessa parada

Amor que chega sem dar aviso

Não é preciso saber mais nada


A Estrada vai além do que se vê!

O presente da Cuca


A floresta estava muito agitada. Todos estavam alegres e animados com a novidade: Nasceu o filho da Iara e do Boto Rosa. O lindo casal aquático resolveu fazer uma grande comemoração para festejar a chegada da linda criança. Convidaram todos os animais, os seres protetores da floresta, e todos os homens e mulheres.

Seria uma grande festa, então todos que nela fossem iam levar um grande presente. O Curupira ia levar a flor mais rara da mais profunda caverna, o Jurupari ia levar uma chama do próprio sol, Anhangá ia dar um colar que tinha uma pena de todos os pássaros da floresta, Uirapuru ia cantar seu lindo e triste canto na festa, o Caipora ia levar o melhor fumo. A Cuca que tinha fama de roubar crianças, queria fazer o melhor presente para a criança, pois ela gostou muito de ser convidada, e quis agradecer da melhor forma possível. Ela como uma grande feiticeira teve uma ótima idéia: ia fazer um ovo de chocolate, com um brinquedo dentro. Ela fez o chocolate da maior e mais bonita árvore de cacau, e fez o brinquedo mais divertido e colorido para o mais novo príncipe das águas amazônicas.

O Saci que conhecia todas as plantas e ervas, e preparou do melhor e mais saboroso chá. Mas ele não resistiu à tentação, e colocou uma erva que dava muito sono em quem a tomasse. Quando a grande festa começou, todos bebiam do delicioso chá feito pelo Saci. E para a sua diversão, todos dormiram. Ele não segurou a sua curiosidade e foi abrir todos os presentes antes que todos acordassem. O primeiro que abriu foi logo o presente da Cuca, ele ficou admirado com a beleza e com o sabor, e escondeu para comer depois da festa.

Quando todos acordaram, a Iara e o Boto foram abrir os presentes. E notaram que tinha um cartão da Cuca, nele dizia que seria o melhor e mais saboroso presente da festa, porém, eles não encontraram o pacote, e chamaram a Cuca para se explicar. Como ela conhecia muito o Saci, logo percebeu tudo que ele fez, e correu atrás dele. Ele já foi dizendo que não ia mostrar onde escondeu, e virou um redemoinho para ela não conseguir pegá-lo. Então a Cuca pediu ao Boitatá para iluminar toda a mata para ela achar o ovo.

Todos ficaram comovidos em vê-la procurando desesperadamente o presente que ia dar ao príncipe das águas, e resolveram ajudá-la. O Caipora, que conhecia muito toda a mata, conseguiu achar o ovo e entregou-o para Cuca. E como agradecimento, o Boto e Iara deram um pedaço para todos. E toda a floresta ficou encantada com tamanho sabor! O príncipe, logo que viu o brinquedo abriu um sorriso tão lindo que todas as águas brilharam, pois Tupã olhou admirado para a criança. E toda a floresta lembrou desse dia como o dia das águas brilhantes.

Matheus Oliva da Costa, acadêmico do 1º período de Ciências da Religião da Unimontes.

Da página do DCE da Unimontes


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Juventude aposta em conferências livres para participar da 1ª Conseg


Parcela da população mais afetada pela violência, os jovens estão mobilizados para participar da 1ª Conferência Nacional de Segurança Pública (Conseg). A Rede de Grupos, Movimentos e Organizações de Juventude (Renaju) prepara a realização de debates preparatórios à 1ª Conseg por todo o país.

De acordo Alexandre Oliveira, diretor da entidade, a idéia é realizar 30 conferências livres nos 21 estados abrangidos pela Renaju. "Esperamos um público médio de 100 pessoas por evento", ressalta Oliveira, acrescentando que o segmento focará as discussões em medidas preventivas à violência e ao crime.

Para o diretor, a promoção da segurança passa necessariamente pela ampliação de políticas públicas voltadas para a juventude. "O que precisamos é de acesso à cultura, à educação e ao trabalho", argumenta. Com a mobilização, ele espera incluir as propostas dos jovens nas discussões da 1ª Conseg.

A Conferência tem programação especialmente voltada à juventude, incluindo mostras de vídeo e de música. Além disso, a 1ª Conseg premiará escolas que desenvolvem iniciativas de prevenção à violência e promoção da segurança cidadã.

Público prioritário - Pesquisa realizada pelo Ministério da Justiça mostra que mais da metade (54%) dos 20.761 homicídios dolosos registrados em 2005 foram contra homens de 18 a 29 anos, o equivalente a 10.209 ocorrências. Esses crimes foram cometidos por 4.200 infratores, dos quais 3.834 também são jovens de 18 a 29 anos.

São delitos registrados principalmente nas regiões metropolitanas, áreas de abrangência prioritária do Programa Nacional de Segurança com Cidadania (Pronasci), onde o inchaço urbano e o crescimento desordenado resultaram nos maiores déficits de direitos básicos, como acesso à moradia e a saneamento.


Da página oficial da Conferência


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Pela unidade da América Latina

Toussaint L’Ouverture

Por Alexandre Braga*

Buenos Aires, capital da Argentina, já teve quase 30% de sua população formada por negros e afrodescendentes no ano de 1850. Na Venezuela esse índice era de 70% e na Colômbia, 80% somente em 1901, sendo que o estado colombiano de Chocó tinha 98% da população negra e o Uruguai chegou, inclusive, a ter um partido formado majoritariamente por negros, o Partido Negro Autoctono. Nas Américas – portuguesa e espanhola – a presença africana se deu pela exploração do trabalho compulsório por parte dos senhores de engenho, latifundiários e membros das classes mais abastadas. No entanto, houve vários episódios de resistência cultural, humana e histórica. Essas resistências acontecem por meio das revoltas nos quilombos, cimarrones, pelenques e cumbes. Certos capítulos dessa trajetória apontam incontáveis vitórias sobre o explorador: a derrota de Napoleão Bonaparte para o negro Toussaint L’Overture levou o Haiti à sua independência e Zumbi construiu uma verdadeira República dos Palmares de feitio socialista, de base comunal, em pleno coração do Brasil-Colônia. Em todos esses episódios sombram coragem, determinação e correta direção política por parte dos filhos da diáspora.

Para dar continuidade a essa tradição de luta classista é que foi lançada no dia 13 de abril de 2009, a Organização Latinoamericana de Entidades Negras-OLAEN, durante encontro de Etnoeducação – educação de negros e indígenas – realizado em Guayaquil no Equador. Fato que concretiza o avanço dos laços de fraternidade, cooperação e unidade de ação política em prol de afro-latinoamericanos. As organizações negras têm o desafio de aumentar a ressonância da luta contra o neoliberalismo e continuar o apoio aos governos populares e progressistas na região; entre os quais Lula no Brasil, Evo Morales na Bolívia, Hugo Chavez na Venezuela, Rafael Correa no Equador, Michele Bachelet no Chile, entre outros. Em razão da qual efetivas políticas de promoção da igualdade racial estão sendo gestadas. No Chile há a “Rota da Escravidão” – museu a céu aberto -; no Panamá há um museu semelhante; no Brasil há o Prouni, Bolsa Família e Lei 11.645 destinada a incluir no currículo escolar a História Afro-índigena; na Bolívia foram criadas 3 universidades específicas das etnias Guarany, Quencha e Aimara; na Colômbia há o resgate do patrimônio cultural afrocolombiano. Precisamos destacar nessas experiências a Agenda Política das Mulheres Negras e o Projeto Afromérica XXI ( que reúne atividades de combate às DST/AIDS, inclusão cidadã e geração de emprego ) desenvolvidos por militantes do Equador. Em todas elas o sentimento de pertencimento étnico tem um forte componente de participação popular nas decisões dos governos e uma grande capacidade de articular com diversos setores tanto da iniciativa privada, da Igreja Católica e do Estado.


*Alexandre Braga é militante da UNEGRO-União de Negros Pela Igualdade e do Fórum Mineiro de Entidades Negras. Email: bragafilosofia@yahoo.com.br


Publicado na página da Revista Fórum


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quarta-feira, 22 de abril de 2009

Vem aí a Conferência Nacional de Comunicação


O Ministério das Comunicações anunciou, por meio da Portaria 185, de 20 de abril, a composição da Comissão Organizadora da 1ª Conferência Nacional de Comunicação (Confecom). O órgão será formado por 28 membros, sendo 12 do poder público (com oito indicados pelo Executivo Federal e quatro pelo Congresso Nacional), e 16 da sociedade.

O Executivo será representado pelos ministérios da Casa Civil, das Comunicações, da Ciência e Tecnologia, da Cultura, da Educação, da Justiça, além da Secretaria de Comunicação Social e da Secretaria-Geral da Presidência da República. Cada órgão do governo indicará um membro. Cada casa do Congresso — Câmara e Senado — poderá indicar dois.

Dentre as 16 vagas para representantes da sociedade, oito serão ocupadas por entidades representativas do empresariado: Associação Brasileira de Emissoras de Rádio e Televisão (Abert), Associação Brasileira de Radiodifusores (Abra), Associação Brasileira de Provedores Internet (Abranet), Associação Brasileira de TV por Assinatura (ABTA), Associação dos Jornais e Revistas do Interior do Brasil (Adjori Brasil), Associação Nacional de Editores de Revistas (Aner), Associação Nacional de Jornais (ANJ) e Associação Brasileira de Telecomunicações (Telebrasil).

As outras oito cadeiras serão preenchidas por uma entidade ligada às emissoras públicas educativas estatais, Associação Brasileira das Emissoras Públicas, Educativas e Culturais (Abepec), pela Central Única dos Trabalhadores (CUT), pelo Intervozes — Coletivo Brasil de Comunicação Social, pelo Fórum Nacional pela Democratização da Comunicação (FNDC) e por mais quatro organizações representativas do setor: Associação Brasileira de Canais Comunitários (ABCCOM), Associação Brasileira de Radiodifusão Comunitária (Abraço), Federação Nacional dos Jornalistas (Fenaj) e Federação Interestadual dos Trabalhadores de Empresas de Radiodifusão e Televisão (Fitert).

A Comissão Organizadora Nacional terá como função “coordenar, supervisionar e promover a realização da 1ª Confecom, atendendo aos aspectos técnicos, políticos e administrativos”, elaborar a proposta de regimento interno da conferência, aprovar o texto-base e o documento referência que irá orientar os debates e acompanhar a sistematização das proposições ao longo das etapas.

A comissão deverá também deliberar sobre os critérios de participação e representação das mesas debatedoras, elaborar diretrizes para as etapas municipais, estaduais e distrital, definindo os procedimentos para a eleição dos delegados à etapa nacional. Por fim, será também sua responsabilidade acompanhar o andamento do processo, assegurando infra-estrutura para a sua efetiva realização.


Leia abaixo a íntegra da Portaria

Gabinete do ministro

Portaria Nº 185, de 20 de abril de 2009


Constitui a Comissão Organizadora da 1ª Conferência de Comunicação - Confecom.

O ministro de Estado das Comunicações, no uso das atribuições que lhe confere o art. 87, parágrafo único, incisosII e IV, da Constituição, e tendo em vista a edição do Decreto de 16 de abril de 2009, que convoca a 1a Conferência Nacional de Comunicação, resolve:

Art. 1º Constituir a Comissão Organizadora da 1a Conferência Nacional de Comunicação — Confecom, a ser realizada no período de 1º a 3 de dezembro de 2009, na cidade de Brasília, Distrito Federal.

Art. 2º A Comissão Organizadora será composta por representantes do poder público e de entidades e organizações da sociedade civil, conforme Anexo desta Portaria.

Art. 3º Os órgãos, entidades e organizações relacionadas no Anexo deverão indicar seus representantes no prazo máximo de dez dias, a contar da data de publicação desta Portaria.

Parágrafo único. Cada órgão, entidade ou organização deverá indicar um representante titular e dois suplentes, com exceção do Senado Federal e da Câmara dos Deputados que indicarão dois representantes titulares e quatro suplentes, cada um.

Art. 4º As indicações de que trata o art. 3o serão encaminhadas ao Ministro de Estado das Comunicações, que designará os membros da Comissão por meio de Portaria.

Art. 5º A Comissão Organizadora será presidida pelo representante do Ministério das Comunicações.

Art. 6º A participação na Comissão Organizadora não ensejará remuneração de qualquer espécie e será considerada serviço público relevante.

Art. 7º A Comissão Organizadora contará com três subcomissões, que prestarão o apoio técnico e operacional necessário à execução de suas atividades:

a) Subcomissão de Infraestrutura e Logística;

b) Subcomissão de Metodologia e Sistematização; e

c) Subcomissão de Divulgação.

Parágrafo único. O regimento interno da Conferência estabelecerá as atribuições a serem conferidas às subcomissões.

Art. 8º Compete à Comissão Organizadora:

I - coordenar, supervisionar e promover a realização da 1ª Confecom, atendendo aos aspectos técnicos, políticos e administrativos;

II - elaborar proposta de regimento interno da 1ª Confecom, que disporá sobre sua organização e funcionamento;

III - indicar os integrantes das subcomissões referidas no art.7o, podendo ampliar a composição destas, sempre que houver necessidade;

IV - coordenar, orientar e acompanhar as atividades das subcomissões;

V - aprovar os eixos temáticos, bem como o documento referência que irá nortear os debates sobre os eixos temáticos nos diferentes níveis da 1ª Confecom;

VI - definir a metodologia e os procedimentos a serem empregados nas Conferências Municipais, Estaduais, Distrital e Nacional;

VII - acompanhar o processo de sistematização das proposições da 1ª Confecom;

VIII - deliberar sobre os critérios de participação e representação dos interessados, de expositores e debatedores das mesasredondas,bem como dos convidados nacionais e internacionais;

IX - elaborar diretrizes para o funcionamento das Conferências Municipais, Estaduais e Distrital, com os procedimentos paraa sua convocação e realização, eleição de delegados e requisitos básicos para a participação social;

X - orientar e acompanhar a realização e os resultados das Conferências Municipais, Estaduais e Distrital;

XI - mobilizar a sociedade civil e o poder público, no âmbito de sua atuação nos municípios, Estados e Distrito Federal, para organizareme participarem das Conferências;

XII - promover a articulação com entidades civis e órgãos públicos a fim de garantir a realização das Conferências;

XIII - promover a integração com os setores do Ministério das Comunicações, que tenham interface com o evento, para resolver eventuais pendências e tratar de assuntos referentes à 1ª Confecom;

XIV - zelar pela efetiva realização do evento, possibilitando a infraestrutura adequada, por meio de parcerias, convênios e contratos, garantindo o atendimento especializado às pessoas com deficiência e a integridade de todos os participantes; e

XV - aprovar o Relatório Final da 1ª Confecom.
Parágrafo único. Caberá ao Presidente da Comissão Organizadora a solução de casos não previstos nesta Portaria.

Art. 9º A Comissão Organizadora realizará reuniões mensais para debater e deliberar sobre aspectos relacionados à 1ª Confecom.
Parágrafo único. Caso seja necessário, poderão ser convocadas reuniões extraordinárias.

Art. 10. As despesas da Comissão Organizadora correrão por conta de recursos orçamentários próprios do Ministério das Comunicações.


Art. 11. Esta Portaria entra em vigor na data de sua publicação.

Hélio Costa

Anexo
Composição da Comissão Organizadora da 1ª Conferência Nacional de Comunicação - Confecom

I Poder Público

1.Casa Civil da Presidência da República

2.Ministério das Comunicações

3.Ministério da Ciência e Tecnologia

4.Ministério da Cultura

5.Ministério da Educação

6.Ministério da Justiça

7.Secretaria de Comunicação Social da Presidência da República

8.Secretaria-Geral da Presidência da República

9.Senado Federal

10.Câmara dos Deputados

II Sociedade Civil

11.ABCCOM - Associação Brasileira de Canais Comunitários

12.Abepec - Associação Brasileira das Emissoras Públicas, Educativas e Culturais

13.Abert - Associação Brasileira de Emissoras de Rádio e Televisão

14. Abra - Associação Brasileira de Radiodifusores

15.Abraço - Associação Brasileira de Radiodifusão Comunitária

16.Abranet - Associação Brasileira de Provedores Internet

17.ABTA - Associação Brasileira de TV por Assinatura

18.Adjori Brasil - Associação dos Jornais e revistas do interior do brasil

19.Aner - Associação Nacional de Editores de Revistas

20.ANJ - Associação Nacional de Jornais

21.CUT - Central Única dos Trabalhadores

22.Fenaj - Federação Nacional dos Jornalistas

23.Fitert - Federação Interestadual dos Trabalhadores de Empresas de Radiodifusão e Televisão

24. FNDC - Fórum Nacional pela Democratização da Comunicação

25.Intervozes — Coletivo Brasil de Comunicação Social

26.Telebrasil - Associação Brasileira de Telecomunicações


Do Portal Vermelho, com informações do Observatório do Direito à Comunicação.




A Estrada vai além do que se vê!

UNE e UBES participam de debates sobre as novas perspectivas em relação ao vestibular

As entidades tem tomado a frente dos debates e disseminando suas bandeiras.


Há mais de dez anos a UNE vem questionando o formato tradicional de vestibular adotado no Brasil. Após o projeto proferido pelo Ministro da Educação, Fernando Haddad, de unificação dos vestibulares, o tema tomou proporções midiáticas e tem sido debatidos pela sociedade colocando em questão esse modelo e visando proposta. A UNE tem tomado a frente dos debates e disseminando suas bandeiras.

» Assista participação de Lúcia e Ismael Cardoso, presidente da UBES, no programa Debate MTV.

» Veja abaixo artigo da presidente da UNE, Lúcia Stumpf, publicado no portal da Carta Capital.


Vestibular: é preciso ir além da unificação


Por Lúcia Stumpf*


O anúncio proferido pelo Ministro da Educação, Fernando Haddad, de unificar os vestibulares das Universidades Federais a partir do ENEM (Exame Nacional do Ensino Médio) tem esquentado o debate educacional. A extinção do vestibular é uma reivindicação antiga dos estudantes. Porém, entendemos que uma nova forma de acesso precisa fazer parte de um pacote maior de medidas que radicalizem a democratização da Universidade. Alterações como essa não deve ser feita às pressas e unilateralmente, quando o que o Brasil precisa é de uma ampla união da sociedade em torno de um Projeto de Estado para a educação.

Cinco mil estudantes foram às ruas ontem, em São Paulo, para pedir o fim do vestibular e rebater a proposta do Ministro da Educação (MEC), de unificar os vestibulares das universidades federais a partir do Exame Nacional do Ensino Médio (ENEM). A extinção do vestibular é uma das reivindicações históricas do movimento estudantil. A União Nacional dos Estudantes (UNE) e a União Brasileira dos Estudantes Secundaristas (UBES) pressionam há muito tempo o MEC a apresentar uma alternativa ao sistema de ingresso na Universidade.

Há muito tempo a UNE (União Nacional dos Estudantes) e a Ubes (União Brasileira dos Estudantes Secundaristas) pressionam o MEC a apresentar uma alternativa ao sistema de ingresso na Universidade. O vestibular é mistificado ao longo de toda a formação acadêmica. Uma prova única, de caráter conteúdista e meritocrático que aprofunda o abismo entre o ensino privado e público. Ao valorizar o conteúdo decorado em detrimento da análise, o vestibular nos moldes atuais limita e rebaixa o currículo do Ensino Médio.

Ao fazer este debate, é preciso lembrar que hoje a oportunidade de cursar uma faculdade é reservada a menos de 12% da juventude de nosso país, segundo dados do Censo Educacional de 2007. O desafio do Brasil é romper os muros das Universidades, tornando-a acessível também à população de baixa renda. As ações do Estado precisam estar voltadas a políticas afirmativas que corrijam a distorção social que marca a Universidade brasileira.

O Governo, com o mesmo empenho demonstrado na formulação do novo ENEM, precisa, por exemplo, priorizar a aprovação do Projeto de Lei que tramita no Senado e prevê a reserva 50% das vagas das Universidades Públicas para estudantes oriundos das escolas públicas.

Há fatores positivos na proposta apresentada, que precisa ser aprimorada através de consultas públicas. O formato analítico do ENEM valoriza a capacidade crítica do estudante. As alterações propostas aproximam a Universidade da formulação do ENEM, comprometendo as Instituições de Ensino Superior com o currículo do Ensino Médio e com a formação e qualificação dos professores da rede escolar.

Ao mesmo tempo, manter o formato de uma única prova anual, concentrada em poucos dias, impõe uma limitação grande à nova avaliação. Para superar a lógica dos cursinhos preparatórios e estabelecer uma dinâmica mais equânime de avaliação, o ENEM deve ser seriado, ou seja, expandido para as três séries obrigatórias do Ensino Médio.

Estabelecendo um instrumento único de ingresso no Ensino Superior o país avança na constituição de um sistema integrado de educação, capaz de interligar o ensino infantil à formação superior, gerar a unificação dos currículos escolares em âmbito nacional e impor a diminuição das desigualdades regionais. É a constituição deste sistema o tema da recém lançada Conferência Nacional de Educação, convocada pelo MEC, que se desenrola até abril de 2010. Para esta Conferência, diversos atores do movimento educacional foram chamados a se pronunciar, inclusive sobre a mudança do sistema de ingresso na Universidade.

O fim do vestibular não pode ser feito descolado de solução para o financiamento da educação. Para ser efetivamente transformador, um projeto desse tipo precisa contemplar um maior investimento do Estado em assistência estudantil e no Ensino Médio, para além do valor proposto pelo MEC.

Sem recursos para financiar auxílio moradia, transporte e alimentação dos estudantes de baixa renda que conquistarem vagas em instituições fora de seu município de origem, a pretensa mobilidade acadêmica não passará de discurso. Da mesma forma, caso não se efetive uma maior atenção do Estado para o financiamento do Ensino Médio nas escolas públicas a vantagem das escolas particulares e do mercado de cursinhos preparatórios prevalecerá mesmo com o novo ENEM.

Lutamos pela implementação de uma Universidade mais justa e democrática. É preciso tomar medidas de inclusão da população de baixa renda que não se resolverá apenas com a alteração da fórmula do vestibular. Mas sim com a garantia de maior investimento público na educação.

Como responsáveis pelas transformações educacionais do último período, milhares de estudantes, chamados pela UNE e pela UBES, saíram às ruas nesta semana para exigir mais do que propostas reducionistas. É preciso lutar pela transformação da Universidade brasileira em um espaço democrático a serviço do desenvolvimento do Brasil.


* Presidente da UNE

Do EstudanteNet


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segunda-feira, 20 de abril de 2009

Chora torcida arco-íris


Galera, tô precisando de uma força de vocês. Alguém poderia me indicar o nome de algum chorafoguense que tenha ido ao jogo? Todos os 3 botafoguenses que eu conheço sumiram e não atendem o telefone nem a porrada. Já são quase 10 da noite e eu não ainda encontrei ninguém pra zoar! Assim fica meio sem graça ganhar a porcaria da Taça Rio, que já não vale grande coisa.


Só digo uma coisa, se o Flamengo realmente comprou essa Taça Rio jogou dinheiro fora. Não precisava fazer esse gasto. A indigência física, técnica e moral do Foguinho dá pena. Eles jamais, em tempo algum, poderiam fazer frente ao Mengão. E aí eu tenho que dar razão aos 18 botafoguenses que eu não conheço pessoalmente, esse jogo foi inflado artificialmente pela imprensa esportiva. Que realmente parece odiar o Botafogo.


Tudo bem, sei que os caras da imprensa precisam trabalhar, jornal precisa ser vendido e que convivemos com o déficit de conteúdo mundial que atinge todas as mídias, etc, etc. Mas o que a rapeize do 4º Poder faz com o Foguinho todo ano é uma tremenda de uma sacanagem. E muitas vezes as suas proezas ultrapassam os limites estritos do jornalismo e avançam pelos liberais territórios da ficção.


O roteiro é manjadíssimo. Ficam enchendo a bola do time de boneca, dizem que eles são os melhores, que seu futebol é lindo, que seu cabelo é liso e que sua torcida é enorme e freqüenta estádios. Até aí, tudo bem, cada um fala o que quiser. A sacanagem é que deve ter alguém lá no Foguinho que não usa jornal só pra embrulhar peixe e conta tudo pros caras.


Sabemos que o importante é ter saúde, mas ingênuos e mal preparados, ainda acreditando que tudo que sai na imprensa é verdade, os jogadores do Foguinho ficam achando mesmo que são a última bolacha do pacote. Simancol zero.


Querem um exemplo? O Foguinho-sem ônibus metamorfoseou-se no grande time do Rio depois de jogar uma pelada na semana passada contra um time da Segunda Divisão. Pelada em que os bacalhaus mostraram uma disposição digna de um casados x solteiros. Mesmo tendo vencido ninguém, os amalucados alvinegros subiram nas plataformas da humildade e só falavam em decidir o Carioca nesse domingo. Fala sério, né, Foguinho?


Foi só eles pegarem um time de tamanho semelhante e cuja torcida apóia o tempo todo pra sentirem a pressão. Não foi exatamente isso que aconteceu no jogo com o Americano no desértico e mal freqüentado Vazião? O pior é que antes desse mico histórico um seiláquenzinho andou dizendo que o Americano é que era difícil, que o Flamengo era mole. Mole? Todo mundo sabe que mole é ganhar do 6º Mais Azarado do Mundo.


Eu não sei o que se passa com esses rapazes de Sargento Severiano que surtam ao se verem frente a frente com nossos impiedosos guerreiros envergando o Manto Sagrado. Até pra um ignorante analfabeto em psicologia fica muito evidente que as 7 derrotas seguidas em finais que o time de boneca enfileira em seu currículo deixaram graves seqüelas na rapaziada.

Não é Mole, Não! Já tô Cansado de Gritar é Campeão!


O jogo foi até chato de tão fácil. Os chororôrenses não jogaram nada, ficaram paralisados, admirando nosso Manto invencível. Se nêgo no Flamengo treinasse mais finalizações era pra ter sido no mínimo uns 14 x 0. Como nossos craques não foram exigidos, a suíte Champion e o Motorádio vão pro craque Emerson, metendo debaixo da saia de Fael e fazendo o Maraca vir abaixo. A-Aha, Emerson é Raça Fla!


Agora só nos resta esperar por mais 2 joguinhos pra poder gritar TRI Campeão pela segunda vez em menos de 10 anos. Provavelmente serão dois jogos de uma torcida só, porque depois desse encontro forçado com a realidade dos fatos a pequena torcida clandestina não se sentirá adequadamente motivada para arrastar seus corpos até o cadafalso em que o Flamengo transforma o Maraca nas decisões.


Portanto, amigos, se liguem na venda de ingressos. Com dois feriados na semana, a luta nas bilheterias promete grandes emoções. Garanta logo o seu lugar, tudo indica que a festa vai bombar.



Mengão Sempre




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sexta-feira, 17 de abril de 2009

Festa e edição comemorativa celebram 100ª 'Princípios'


Na imprensa brasileira, sobretudo do campo popular e de esquerda, não são muitos os exemplos de publicações que conseguiram resistir ao tempo, às crises, às ditaduras, aos poucos recursos e à chegada da internet. Pensar numa revista marxista que, além do mais, sobreviveu à queda da experiência soviética e à hegemonia do neoliberalismo parece uma tarefa ainda mais complicada. Mas, Princípios conseguiu e chega neste mês à sua 100ª edição. Para comemorar, dia 24 haverá o primeiro ato em São Paulo.

Segundo Adalberto Monteiro, editor da revista, “o sucesso se deve ao fato de Princípios sempre ter enfrentado os principais problemas de cada quadra histórica apontando saídas e caminhos”.

Em São Paulo, o local escolhido para celebrar a data é o Sesc Paulista, numa das avenidas mais famosas do país. O ato, marcado para às 19h30, contará com as presenças de intelectuais, jornalistas e colaboradores da revista, em nome dos quais falará o economista Luiz Gonzaga Belluzzo. Entre outras personalidades estarão presentes, Renato Rabelo, presidente do PCdoB; Aldo Rebelo, deputado federal pelo PCdoB-SP, Orlando Silva, ministro do Esporte, além de Adalberto Monteiro, editor da revista. A comemoração seguirá com coquetel e exposição de cartazes com os principais momentos da história da publicação.

Outros eventos comemorativos acontecerão pelo país em celebração aos 28 anos de circulação ininterrupta da revista. No dia 13 de maio, palestra seguida de coquetel acontecerá no salão nobre da Câmara dos Deputados, a partir das 17h. O evento pretende reunir lideranças políticas, autoridades do governo federal, parlamentares, intelectuais e jornalistas.

Cem edições em um DVD
Para celebrar esta marca histórica, a edição número 100 – cujo tema central é a análise da crise e de seus impactos no Brasil e no mundo – terá 130 páginas com artigos de nomes como o presidente Luiz Inácio Lula da Silva; o presidente cubano Raul Castro; o ministro Roberto Mangabeira Unger; o escritor Ariano Suassuna; o presidente do Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea), Marcio Pochmann; o presidente da Sociedade Brasileira para o Progresso da Ciência (SBPC), Marco Antonio Raupp; o economista Luiz Gonzaga Belluzzo; o reitor da UFRJ, Aloísio Teixeira; o cientista político César Benjamin; o professor de Filosofia da Unicamp, João Quartim de Moraes; o diretor de Estudos Macroeconômicos do Ipea, João Sicsú; o presidente do PCdoB, Renato Rabelo e o deputado federal Aldo Rebelo, entre outros.

Além disso, a Princípios especial circulará com DVD comemorativo em que constarão todas as edições da revista, desde a número 1 até a 100. O acervo conta com 1.584 textos, produzidos por 455 colaboradores. “Percorrer perto de 7.500 páginas de sua coleção é fazer uma viagem ao itinerário da elaboração teórica e política de uma destacada corrente do movimento marxista brasileiro”, destacou o editorial dessa edição, assinado por Adalberto Monteiro.

No mesmo editorial, Monteiro destacou que a longevidade da publicação “vem de sua fidelidade àqueles propósitos que a fizeram nascer e, obviamente, da fertilidade das ideias que propaga”. Outra razão, segundo ele é o fato de a revista ser uma obra coletiva a qual se dedicaram, ao longo do tempo, várias equipes de trabalho e centenas de colaboradores.

Criada em março de 1981, num momento de efervescência política, quando o país começava a sentir os primeiros ares do processo que levaria à redemocratização, Princípios nasceu com o propósito de levantar e aprofundar temas de interesse nacional sob a ótica das forças marxistas e progressistas. Por isso, o editorial da centésima edição faz uma homenagem ao fundador da revista, João Amazonas, ex-deputado constituinte de 1946 e uma das mais destacadas lideranças dos comunistas brasileiros.

Segundo Monteiro, Amazonas, ao criar Princípios, o fez sob a convicção de que a jornada transformadora precisava e – precisa – de uma revista que à luz do marxismo perscrute os dilemas da luta presente, investigue a realidade brasileira e internacional e fundamente o futuro do movimento. Princípios 100, coloca Monteiro, é “uma conquista da corrente marxista e progressista do nosso país”.

A primeira comemoração, aberta ao público, acontece dia 24 de abril, sexta-feira, às 19h30, no Sesc Paulista (Avenida Paulista,119, Paraíso).



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quinta-feira, 16 de abril de 2009

Homenagem unificada no dia do trabalhador

Juntas, CTB, UGT e Nova Central homenagearão os trabalhadores no 1º de Maio

Após unificar as forças contra a crise no dia 30 de março - Dia Internacional de Luta, as centrais sindicais CTB-Central dos Trabalhadores do Brasil, UGT- União Geral dos Trabalhadores e Nova Central Sindical dos Trabalhadores, se preparam para homenagear os trabalhadores paulistanos no dia 1º de Maio com exposições do ídolo Airton Senna e show da dupla sertaneja Victor e Léo.

Nesta quarta-feira (15), aconteceu na sede da UGT, em São Paulo, uma coletiva de imprensa para revelar detalhes do megaevento que celebrará o Dia Internacional do Trabalhador – 1º de Maio, assim como as homenagens que serão feitas ao operário Santos Dias, assassinado em 1979 e ao piloto brasileiro Ayrton Senna.

Exposição Vitória
Em todo o mundo, o dia 1º de Maio é marcado por manifestações e atos com as principais reivindicações dos trabalhadores. Neste ano, a CTB, UGT e Nova Central decidiram agregar ao pleito por melhores salários e defesa dos direitos, a promoção da cultura e do lazer.

Através de uma parceria com o Instituto Ayrton Senna,as centrais vão presentear a população com a exposição Vitória, com o acervo composto por troféus, capacetes, fotos, além da Lótus amarela que o piloto utilizava.

Margareth Goldenberg, diretora executiva do Instituto conta que a exposição deve acontecer entre os dias 22 de abril a 15 de maio, na Galeria Prestes Maia, com entrada gratuita. “É a primeira vez que temos a oportunidade de levar esses objetos à apreciação dos trabalhadores. A intenção é fazer com que trabalhadores que torciam e vibravam por ele tenham acesso ao acervo”.



Um marco na luta pela democracia
Já a homenagem a Santo Dias, será feita durante o evento, com panfletagem contando a história do trabalhador e a exposição de imagens e fotos no telão.

Assassinado há 30 anos, Santo Dias se tornou um símbolo de luta contra o governo militar e pela democratização do país. Metalúrgico e um dos líderes da greve da categoria em São Paulo foi baleado pela Polícia Militar durante piquete em frente à fábrica Sylvania, em Santo Amaro, em 30 de outubro de 1979, poucos dias depois da promulgação da Lei de Anistia.

Wagner Gomes, presidente da CTB, lembra que a morte do operário revoltou o país e se transformou num marco. "Queremos fazer essa homenagem para aquele que se tornou um símbolo da luta dos trabalhadores”, afirmou o presidente da CTB.

Avenida São João será palco da comemoração
Em São Paulo, o show que celebrará o Dia Internacional do Trabalho está previsto para ocorrer em uma das avenidas mais famosas da cidade, a avenida São João, terá como atração principal a dupla sertaneja Victor e Léo. Outras participações também estão confirmadas como Leci Brandão, Netinho de Paula, Alexandre Pires, Daniel e KLB, entre outras.

As apresentações que devem começar por volta das 13h, se estenderão durante toda a tarde.


Reportagem de Cinthia Ribas para o Portal CTB



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quarta-feira, 15 de abril de 2009

Estudantes paulistas nas ruas pelo fim do vestibular


Cerca de três mil estudantes protestaram, hoje (15), pelo fim do vestibular. Ao som de funk e música eletrônica, a passeata organizada pela União Brasileira dos Estudantes Secundaristas (UBES), com o apoio da UNE, saiu do Museu de Arte de São Paulo (Masp), desceu a Consolação, e rumou para a Secretaria Estadual de Educação, no centro de São Paulo. Além do fim do vestibular, os estudantes contestaram a nomeação de Paulo Renato para a pasta de Educação. As ações fazem parte do Abril para a Educação que acontece em todo o país.

Para Ismael Cardoso, presidente da UBES, as mudanças no vestibular propostas pelo Ministério da Educação são “tímidas” e “limitadas”. Segundo ele, que defende o “Enem seriado”, não basta substituir o vestibular tradicional pelo novo Enem. “A ideia é pegar o filme do estudante e não a foto. A melhoria do vestibular tem que estar casada com a melhoria do ensino médio”, afirma Ismael. De acordo com ele, a aplicação do exame de modo seriado também ajudaria a aprimorar o ensino médio.

Para Lúcia Stumpf, presidente da UNE, as mudanças devem estar aliadas à ampliação dos recursos do MEC para a assistência estudantil, uma vez que se acredita que a unificação do vestibular das federais provoque maior mobilidade estudantil no país. Segundo a presidente da UNE, a proposta é que sejam aplicadas provas ao final de cada ano do ensino médio, com um método de avaliação mais voltado à interpretação do que ao acúmulo de conteúdo.

As entidades acreditam que por se tratar de um assunto de extrema relevância não pode estar atrelado à agenda eleitoral. "É preciso uma discussão ampla com a sociedade, principalmente com a comunidade acadêmica. Não pode ser colocada como uma proposta unilateral isolada. O vestibular é apenas um dos pontos para a universalização do ensino", declara Lúcia.

As lideranças citam o Programa de Avaliação Seriada (PAS) da Universidade de Brasília (UnB) como um “modelo” de formato da proposta estudantil. O PAS é como o vestibular, só que dividido em três etapas, uma ao final de cada série do ensino médio. No entanto, a metodologia da avaliação defendida pelos estudantes estaria mais ligada à do Exame Nacional de Ensino Médio (Enem), em que as questões são mais analíticas e interpretativas.

Oportunidade

Esse novo tipo de avaliação daria ao aluno a oportunidade de se aperfeiçoar ao longo do ensino médio e se preparar melhor para ingressar no ensino superior, na avaliação do presidente da UBES, Ismael Cardoso. “[A avaliação em etapas] dá chance para o aluno ver o que ele errou e melhorar.”

O novo Enem, que deverá funcionar como vestibular unificado para as universidades federais, é considerado uma “resposta às demandas” do movimento estudantil, de acordo com Lúcia. Mas ela acredita que essa ainda não é a maneira ideal de permitir o ingresso ao ensino superior. “[O novo Enem] mantém a característica de uma prova única que define toda a vida acadêmica do estudante”, disse.

Além do fim do vestibular, os estudantes se manifestam contra as cotas para cobrança de meia-entrada em eventos culturais, por mais recursos para a educação pela aprovação do Projeto de Lei de Reserva de Vagas nas universidades públicas e contra a nomeação do novo secretário de Educação do Estado de São Paulo, Paulo Renato Souza. Os estudantes dizem que desaprovam a gestão de Renato à frente do Ministério da Educação, no governo Fernando Henrique Cardoso.

Paulo Renato ausente

Quando a passeata chegou à Secretaria, depois de uma caminhada de cerca de uma hora e meia entre a Avenida Paulista e a Praça da República, o prédio estava com os portões fechados e policiais reforçavam a segurança. Eles queriam falar com o secretário Paulo Renato, mas foram recebidos por assessores.
Durante cerca de 20 minutos, os representantes das entidades e da Secretaria conversaram. Os estudantes cobraram medidas para garantir o fim das aulas nos corredores das escolas, mais rigor nos livros didáticos e mais investimentos na infraestrutura das escolas e nas condições de trabalho dos professores. Eles também entregaram um manifesto chamado "Sou mais educação", nome da campanha da Upes (União Paulista dos Estudantes Secundaristas) por mais qualidade de ensino.

Segundo o presidente da Upes, Arthur Herculano, os assessores discordaram dos números apresentados pelas entidades a respeito da situação da educação no estado. “Nós deixamos claro que independente das divergências existem sérias denúncias sobre a qualidade de ensino no Estado. Além disso, exigimos mais democracia nas escolas. Na maioria delas, a atuação dos grêmios e a entrada das entidades estudantis é proibida”, denuncia Arthur ao Portal Vermelho.

Além de São Paulo, também Salvador e Belo Horizonte realizaram protestos neste mês. Até o final da semana, novos protestos pelo fim do vestibular devem ocorrem em Manaus e Florianópolis. No dia 25, a UBES promete realizar uma blitz nacional nos cinemas pela defesa da meia-entrada.

Fotos: Vanessa Stropp (valeu Vanessa!)

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