terça-feira, 30 de junho de 2009

Montesclarense é a nova presidente da UEE mineira

Luiza Lafetá: a nova presidente da UEE-Minas

41º Congresso da UEE de Minas Gerais elege a nova executiva e comemora os 10 anos de reconstrução da entidade

O 41º Congresso da UEE-MG aconteceu neste último final de semana (26, 27 e 28 de junho) na Universidade Federal de Viçosa, mobilizou 700 estudantes e elegeu a nova diretoria da entidade. A estudante montesclarense de História da Universidade Federal de Ouro Preto, Luiza Lafetá foi eleita para presidir a entidade na próxima gestão.

O Congresso também realizou um ato político de comemoração aos 10 anos de reconstrução da entidade. Diversas mesas de debates discutiram temas como a Crise Econômica Mundial: Desafios e Oportunidades para o Brasil e para Minas e a Educação Superior em Minas e os desafios da Conferência Nacional de Educação.

"Serão muitos desafios nesses próximos dois anos. A luta para ter nossa sede de volta é uma das mais importantes. Num momento em que, no plano nacional, o governo reconhece sua obrigação em reparar erros do passado, isso tem que repercutir nos estados também", disse Luiza.

O movimento estudantil mineiro tem ainda outros motivos para muitas mobilizações, a começar pela efetiva estadualização da UEMG, que fora da capital cobra mensalidades. "Conquistar a gratuidade da Universidade Estadual de Minas Gerais no interior será uma importante batalha. Assim como a luta pela construção do restaurante universitário na Unimontes (Universidade Estadual de Montes Claros)", conclui. O congresso ainda convocou um Conselho Estadual de Entidades de Base para reformar o estatuto da UEE-MG.

O evento encerrou com o lançamento da campanha "Nossa História ninguém apaga" pela reconquista da sede da UEE e UCMG em Belo Horizonte tomada pela repressão na ditadura.


Foto: Ramon Fonseca

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Aliança entre "Da Unidade" e "Kizomba" vence UEE-MG

Ramon Fonseca e Diogo Santos, ex-presidentes da UEE, com a presidente eleita Luiza Lafetá

Com 205 votos a chapa "Transformar Minas, com Aécio não dá!", representada por delegados dos movimentos "Da Unidade Vai Nascer a Novidade" e "Kizomba" (DS/PT), venceu, neste domingo (28), o Congresso da União Estadual dos Estudantes de Minas Gerais (UEE-MG). A nova presidente da entidade é Luiza Lafetá, estudante de história da Universidade Federal Ouro Preto e militante da União da Juventude Socialista (UJS).

Outras três chapas concorreram: a composta pelas juventudes de PDT e PCR somou 107 votos, enquanto a união das correntes CNB, Mudança e Articulação de Esquerda obteve 84 votos e o PCB sete.

Combate ao tucanato mineiro
O Congresso foi pautado pela crítica ao governador Aécio Neves e a cobrança por uma nova postura na política educacional do estado, com ampliação dos investimentos para contemplar as necessidades estudantis. "A marca deste congresso, que procurou ser representada na chapa "Com Aécio não dá", foi a oposição do movimento estudantil mineiro ao governador e ao projeto por ele representado. Nossa luta é pela duplicação do investimento em educação", aponta a presidente eleita.

Outra marca do evento foi o aniversário de dez anos da reconstrução da UEE-MG dos universitários mineiros. O esforço para reconquistar a sede da entidade, retirada na época da ditadura, foi aprovada como uma das principais lutas da nova gestão.

"Serão muitos desafios nesses próximos dois anos. A luta para ter nossa sede de volta é uma das mais importantes. Num momento em que, no plano nacional, o governo reconhece sua obrigação em reparar erros do passado, isso tem que repercutir nos estados também", diz Luiza.

O movimento estudantil mineiro tem ainda outros motivos para muitas mobilizações, a começar pela efetiva estadualização da UEMG, que fora da capital cobra mensalidades. "Conquistar a gratuidade da Universidade do Estado de Minas Gerais no interior será uma importante batalha. Assim como a luta pela construção do restaurante universitário na Unimontes (Universidade Estadual de Montes Claros)", conclui. O Congresso ainda convocou um Conselho Estadual de Entidades de Base (CEEB) para reformar o estatuto da UEE-MG.


Foto: Débora Guedes


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UEE comemora 10 anos de reconstrução e tem nova presidente

Ato político em comemoração aos 10 anos de reconstrução da entidade

A Zona da Mata mineira recebeu no último fim de semana (26 a 28 de junho) centenas de estudantes de todas as regiões de estado. Foi o 41º Congresso da União Estadual dos Estudantes (UEE) que ocorreu em Viçosa.

O Congresso mostrou um movimento estudantil vivo e bastante plural. Anarquistas, socialistas, independentes e comunistas ocuparam o campus da Universidade Federal de Viçosa (UFV) e, em clima de intenso debate de ideias, as diversas tendências do movimento estudantil discutiram sobre meio ambiente, gênero, políticas de inclusão, legalização da maconha, luta contra a homofobia, além de conjuntura política e ensino superior.

No primeiro dia do Congresso, os delegados participaram principalmente de dois paineis, um sobre educação e outro sobre conjuntura política. No domingo, além dos debates relacionados ao Governo Lula, Reforma Universitária e Política de Cotas, foi realizada a eleição para nova direção da UEE. Quatro chapas foram inscritas para dirigir a entidade por um mandato de dois anos. A proposta de maior destaque foi a que convocou um Conselho Estadual de Entidades de Base (CEEB) para reformar o estatuto da UEE-MG. A chapa "Transformar Minas, com Aécio não dá!" recebeu a maioria dos votos e indicou a estudante de história da Universidade Federal de Ouro Preto (UFOP), Luiza Lafetá como nova presidente da entidade de representação estudantil.

Na ocasião, os estudantes celebraram os 10 anos de reconstrução da UEE mineira. Um ato político foi realizado no auditório da universidade e foi lançada a campanha de retomada da sede histórica da UEE e da União Colegial de Minas Gerais (UCMG). Na mesa diversas lideranças políticas e ex-líderes estudantis que fizeram parte da UEE lembraram a importância da entidade e ressaltaram o seu caráter de luta em defesa das políticas voltadas para a educação de qualidade. O ex-presidente da União Nacional dos Estudantes (UNE) e atual secretário executivo do Ministério do Esporte, Wadson Ribeiro falou do compromisso do movimento estudantil com as causas progressistas e completou afirmando ser fundamental a interlocução entre os movimentos sociais para que o Brasil não retroceda nos avanços democráticos promovidos pelo presidente Lula.

O deputado estadual Carlin Moura (PCdoB) apontou como extremamente relevante o papel dos estudantes na luta contra a agenda neoliberal apresentada pelo governador Aécio Neves. O deputado André Quintão (PT), que também esteve presente ao Congresso, defendeu uma maior participação da entidade na construção de políticas publicas para a juventude.

Fernando Maximo presidente da reconstrução da UEE lembrou os tempos da refundação da entidade em São João Del-Rei. Ramon Fonseca, presidente da UEE entre 2002 e 2004, apontou a criatividade do movimento estudantil que batizava suas teses com os mais diferentes nomes, como por exemplo, o nome do movimento que o elegeu –“Bola de meia, bola de gude. A UEE não pode parar”, e afirmou que a vitalidade do movimento estudantil se renova a cada dia na força de seus militantes.

O Reitor da UFV, professor Luiz Cláudio, se comprometeu em sua fala a levar para a próxima reunião do fórum de reitores das instituições públicas de ensino superior (IPES) de Minas Gerais, o pedido de reintegração do patrimônio dos estudantes, tomados pelo governo militar. Para o professor Luiz Cláudio a causa é mais que justa e se trata de uma reparação histórica.

A presidente da União Nacional dos Estudantes (UNE), Lúcia Stumpf esteve presente em todo o Congresso e comemorou o fato de pela segunda vez uma mulher presidir a UEE. “A eleição de Luiza é um fato importante, pois incentiva a participação das mulheres em espaços políticos e demonstra o pensamento avançado e progressista do povo mineiro”.
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Também prestigiaram o ato, o prefeito de Urucânia, Zezé Mansur, a presidente da Câmara Municipal de Viçosa, vereadora Cristina Fontes, o representante da Prefeitura Municipal de Viçosa, Marcos Melo "Marcão" e a representante da União dos Negros pela Igualdade (UNEGRO), Terezinha.

Veja o resultado das eleições para a nova diretoria da UEE (Biênio 2009/2011):
Chapa 1 – (11 de Agosto, Dia dos Estudantes) 107 votos
Chapa 2 – (Transformar o movimento estudantil) 84 votos
Chapa 3 – (OPOSIÇÃO – A hora é essa! ) 7 votos
Chapa 4 – (Transformar Minas com Aécio não dá!) 205 votos

De Viçosa, Pedro Leão e Ramon Fonseca para o Caderno Vermelho Minas

Foto: Débora Guedes

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quinta-feira, 25 de junho de 2009

Florestan Fernandes

Considerações acerca do desenvolvimento da Sociologia no Brasil e da importância de Florestan Fernandes

por Danniel Coelho*


A história do desenvolvimento do pensamento sociológico no Brasil, que passou por diversos momentos e foi abordada sob diversos enfoques, tem sua origem no período chamado de “pré-científico” onde a produção de obras que objetivavam analisar a sociedade eram feitas por pessoas sem especialização acadêmica na área, e sem método, que são mais de abordagem histórica e literária que sociológica, o que de forma alguma deve ser fator de pormenorização da importância e do pioneirismo das mesmas. Nesse período ressalta-se a obra “Os Sertões” de Euclides da Cunha, cujo tema é o conflito na região de Canudos. Todavia, tão importante quanto a análise do conflito, é a busca da compreensão do sertão e do sertanejo.

A partir das obras de Oliveira Viana, “Populações Meridionais no Brasil” e “Evolução do Povo Brasileiro” e, principalmente, do clássico de Gilberto Freyre “Casa Grande e Senzala” que o viés sociológico torna-se preponderante nas análises, esta última obra é especialmente voltada para um estudo otimista das relações inter-raciais no Brasil.

No momento seguinte, no começo da década de 1930, com a criação da escola de sociologia da Universidade de São Paulo, inicia-se o momento da expansão da chamada “sociologia cientifica” onde se encontra a proliferação de ensaios e estudos altamente embasados e munidos do objetivo de se compreender o Brasil. Nessa escola encontram-se os principais autores da Sociologia no país, e dentre eles destaca-se Florestan Fernandes, ingresso já no começo da década seguinte.

Florestan Fernandes, nascido em São Paulo na década de 1920, vindo das classes operárias, cuja mãe trabalhava de lavadeira, optou pelas Ciências Sociais devido ao curso ser noturno, o que o possibilitava trabalhar para alcançar o seu sustento. Bacharelou-se em Ciências Sociais no ano de 1943 e, acadêmico brilhante que era, com 10 anos já havia percorrido toda a carreira na USP.

Em um primeiro momento de sua carreira, dedica seus estudos a um viés mais antropológico buscando, com sua tese de mestrado, compreender, através de dados secundários e terciários, a “organização social dos Tupinambás”, com uma dissertação de mestrado de mesmo nome, e com a tese de doutorado batizada de “A função social da Guerra na sociedade Tupinambá”. Todavia, não seria com estudos dessa natureza que ele iria se consagrar como um dos maiores sociólogos do “terceiro mundo”, como o qualificou Willian P. Morris no International Journal of Sociology (1981).

Florestan, a partir de 1952 quando assume a cadeira de Sociologia 1 na USP, subordina o seu labor intelectual à compreensão dos estudos sociais dentro dos padrões científicos, dando início a organização de um grupo de colaboradores, dentre eles, Otavio Ianni e Fernando Henrique Cardoso, originando a “Escola de Sociologia da USP” ou “Escola de Sociologia Florestan Fernandes”, que tinha como finalidade o desenvolvimento de pesquisas nas áreas de relações no Brasil, desenvolvimento da empresa industrial em São Paulo e na análise sociológica do desenvolvimento do Brasil.

Outro tema que em um determinado momento domina as preocupações intelectuais de Florestan é o desenvolvimento da revolução burguesa no Brasil, que ele afirma que em condições de subdesenvolvimento se caracteriza por ser antidemocrática e antipopular.

Após o seu retorno do período de exílio, fruto do momento ditatorial vigente no Brasil, Florestan se dedica a colaboração com os movimentos sociais emergentes, o que influencia sobremaneira o seu trabalho acadêmico, especialmente com o trabalho “Em busca de uma sociologia critica e militante” onde explicita a crítica permanente da dominação burguesa no Brasil e renova suas esperanças no socialismo. A partir de então a crítica ao caráter elitista e antipopular da transição política no país alcança papel central em suas obras.

E intensifica-se principalmente a partir de 1986, quando aceita o convite do Partido dos Trabalhadores para concorrer a uma cadeira no parlamento brasileiro, sendo eleito deputado federal constituinte e tendo uma atuação voltada à construção das condições de emancipação da classe trabalhadora, tendo como eixo central de sua atuação parlamentar a construção de uma educação verdadeiramente popular e democrática.

Florestan Fernandes deixou a vida em 10 de agosto de 1995, deixando também uma extensa obra, fundamental para a compreensão da sociedade brasileira e, mais do que isso, deixando um legado através de seus exemplos que nos demonstra a justeza da 11 ª tese de Marx sobre Feuerbach: “os filósofos tem apenas interpretado o mundo de diversas maneiras; a questão porém é transformá-lo”.


*Acadêmico do 5º período de Ciências Sociais da Unimontes, membro da Direção Estadual da UJS-MG e do Comitê Municipal do PCdoB em Montes Claros.


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terça-feira, 23 de junho de 2009

Apoio ao pré-sal


Lúcia Stumpf*

A campanha "O petróleo é nosso!" encabeçada pela UNE na década de 50 mobilizou toda uma geração e deixou uma grande contribuição na história do país, abrindo caminho para a criação da Petrobras e todos os avanços que o monopólio estatal do petróleo trouxe, como a auto-suficiência. Precisamos agora, em nome das futuras gerações, avançar nas conquistas e garantir que a riqueza do subsolo do nosso país esteja acessível ao povo brasileiro, tão carente de um Estado forte e capaz de suprir as demandas sociais.

A descoberta das reservas de petróleo na chamada camada pré-sal mudou radicalmente a posição que o Brasil ocupa no mercado internacional. Além da auto-suficiência, as novas reservas poderão fazer do país um dos grandes exportadores da matriz energética mais importante do planeta até o momento. Não é pouca a responsabilidade que o governo e a sociedade têm ao lidar com este tema.

É papel da juventude brasileira sensibilizar a sociedade para a importância da Petrobras e do petróleo nacional no projeto de desenvolvimento do país. É preciso destacar o caráter de defesa da soberania nacional contido na exigência de um novo marco regulatório para o setor energético.

Para isso, neste dia 19 de junho, mais uma vez os estudantes ocuparam às ruas, em conjunto com as centrais sindicais e diversos movimentos sociais em defesa do petróleo e da Petrobras. Cerca de 3 mil manifestantes ocuparam a Avenida Paulista, coração de São Paulo, para dar sequencia a série de atos e passeatas que vem ocorrendo em todo o país desde o dia 21 de maio, quando a sede da Petrobras foi abraçada no Rio de Janeiro.

Os estudantes, que estiveram à frente da luta pela criação da Petrobras, saem agora às ruas para afirmar que o pré-sal é nosso! Para que essa máxima seja verdadeira, um novo arcabouço de leis e regras deve ser criado para proteger este importante patrimônio que pertence ao povo brasileiro. Durante o governo de Fernando Henrique Cardoso, em 1997, o setor energético sofreu grande desregulamentação com a aprovação da lei 9.478/97, a Lei do Petróleo. Na ocasião, o monopólio estatal do petróleo foi flexibilizado, o que permitiu que empresas estrangeiras explorassem e enviassem para suas matrizes óleo bruto, pagando baixos valores à sociedade brasileira.

É dever de esta sociedade pressionar os governantes por uma nova regulamentação que garanta que essa riqueza natural seja integralmente revertida em melhorias na qualidade de vida do povo brasileiro.

Defendemos que os recursos gerados a partir da extração do petróleo contido nas camadas do pré-sal sejam depositados em um fundo nacional soberano para investimentos reservados exclusivamente às áreas sociais como Educação, Saúde, Moradia e Reforma Agrária, com a finalidade de promover o desenvolvimento do país.

Um país onde apenas 12% dos jovens entre 18 e 24 anos chegam a cursar o ensino superior, estando 85% destes matriculados em instituições privadas, exige a ampliação dos investimentos públicos em educação. Os investimentos em educação no Brasil não chegam a 5% do PIB, quando o Plano Nacional de Educação aprovado pela sociedade civil em 2001 aponta a necessidade de 10%. Estes dados demonstram o tamanho do desafio de incluir a juventude brasileira em um sistema nacional de educação provido pelo Estado. Ampliar os recursos públicos destinados ao setor é passo fundamental para isso. E o fundo soberano gerado pelo pré-sal tem muito a contribuir nesse sentido.

Ao mesmo tempo, é preciso defender a Petrobras, que vem desempenhando papel fundamental no projeto de desenvolvimento do Brasil. Devemos debater o fortalecimento de seu caráter estatal através do aumento da participação da União em sua composição acionária. De outro lado, o uso da estatal como instrumento de disputa política eleitoral só serve aqueles que possuem interesses estranhos aos da nação. A criação de uma Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) para investigar supostas irregularidades é uma tentativa de desestabilizar a estatal e todo o setor, que há muito se consolidou como principal fonte de investimento do país. As manifestações surgem como resposta da sociedade, representada pelas entidades e movimentos, aos que orquestraram a criação da CPI.

Outro grande ato em defesa da Petrobras e do novo marco regulatório do petróleo acontecerá durante o 51º Congresso da UNE, no dia 16 de julho em Brasília. Os mais de 10 mil estudantes universitários que participarão do evento, vindos de todos os estados do país, marcharão na Esplanada dos Ministérios por uma nova regulamentação para o petróleo e dizendo mais uma vez o petróleo é nosso. Ou melhor, o pré-sal é nosso!

* Presidente da União Nacional dos Estudantes (UNE)





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Unimontes promove palestra sobre a Lei Estadual de Incentivo à Cultura

Meninos brincando, Candido Portinari (1955)

Em parceria com o Governo de Minas, a Universidade Estadual de Montes Claros (Unimontes) promoverá, nesta quarta-feira (24), às 14 horas, no auditório do Hospital Universitário Clemente de Faria, a palestra “Lei Estadual de Incentivo à Cultura: Um Bom Negócio”, com a gestora Joana Braga, da Secretaria de Estado de Cultura. Dentre vários aspectos, serão destacados os benefícios fiscais que o Estado oferece às empresas que apóiam os projetos culturais.

Poderão participar os proprietários de pequenas, médias e grandes empresas, além de contabilistas, produtores e demais profissionais das artes. A participação da Unimontes no processo é estratégica, tendo em vista sua referência no setor cultural do Norte de Minas e nas demais regiões de sua abrangência. Os interessados podem se inscrever gratuitamente junto à Coordenadoria de Extensão Cultural, da Pró-Reitoria de Extensão (Prédio da Reitoria – sala 204 – Campus Universitário Professor Darcy Ribeiro).

Para a superintendente do Fomento e Incentivo à Cultura, da Secretaria de Estado de Cultura, Simone Lisboa, a palestra é muito importante, tendo em vista as mudanças ocorridas na Lei, desde 2008. Segundo ela, o Estado agora está ampliando o benefício. “Nos dez primeiros anos de vigência da Lei, apenas as grandes empresas eram contempladas. A partir de agora, as pequenas e médias empresas também podem buscar os benefícios que a legislação oferece”, completou.

Em resumo, a grande vantagem está na redução do Imposto sobre Circulação de Mercadoria e Prestação de Serviços (ICMS), cuja graduação varia de acordo com o porte da empresa: 10% (pequena), 7% (média) e 3% (grande). Ao mesmo tempo, permite ao apoiador, além da projeção de sua marca, uma maior proximidade com a comunidade, contribuindo, assim, com o desenvolvimento social de seus respectivos municípios.

Simone Lisboa lembra, ainda, que a inclusão das pequenas e médias empresas entre as contempladas pela Lei “atinge positivamente o interior do Estado, onde estão concentradas as menores unidades do setor produtivo mineiro”. Ela destaca, também, a possibilidade de união das empresas em torno de um projeto único “para o maior envolvimento da comunidade”.

Sobre a produção cultural mineira, atesta que “já há uma profissionalização do setor”. No entanto, garante que há muito a ser feito. “O mercado cultural empreendedor está em franco desenvolvimento, com artistas e produtores compromissados com projetos de qualidade; falta, então, despertar o interesse dos empresários para a concretização dessas propostas”, finaliza a superintendente.




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segunda-feira, 22 de junho de 2009

Inscrições para o Festival de Inverno da UFMG continuam abertas


Estão abertas até a próxima quinta-feira, 25 de junho, as inscrições para as seis oficinas do 41° Festival de Inverno da UFMG que exigem processo de seleção. Os interessados em participar das oficinas devem preencher formulário no site da Fundep (www.fundep.ufmg.br) e aguardar o resultado para efetivar a matrícula. O valor da inscrição é R$ 40 para adultos e R$ 20 para crianças de até 12 anos. O resultado do processo seletivo será divulgado no dia 30 de junho, a partir das 15h.

A matrícula dos selecionados deverá ser realizada de 1º a 13 de julho. Já as oficinas que não precisam de seleção terão matrículas abertas de 1º a 17 de julho. Ao todo, a 41ª edição do Festival de Inverno vai oferecer 29 oficinas, totalizando 556 vagas. A relação completa das oficinas, professores e ementas está disponível no site www.ufmg.br/festival.

Com o tema Traduções, o 41º Festival de Inverno da UFMG acontece em Diamantina, de 19 a 30 de julho. Além de oficinas, cursos e eventos culturais, este ano o Festival realiza o seminário Perspectivas da Cultura em um Cenário de Transformações, que reunirá gestores de cultura, artistas e pesquisadores para discutir o futuro dos festivais universitários de arte e cultura.

Oficinas com seleção

Google (Oficina de atualização, área: Artes Visuais II)

Utilizar a ferramenta de busca da internet como metáfora para olhar e registrar o mundo à nossa volta. Os participantes atuarão como uma máquina de busca que contém duas partes: uma solicita a busca; a outra processa a solicitação, transformando-a em imagens de vídeo gravadas no ambiente ao seu redor. O material recolhido é reprocessado através da edição. O resultado final será um vídeo coletivo baseado nas idéias que protagonizaram as buscas.
Professores: André Hallak - Videomaker belo-horizontino. Realiza documentários experimentais que evocam a representação e a poética visual; e Sagi Groner (Israel/Holanda) – Artista israelense radicado em Amsterdan, Holanda. Trabalhou com escultura, videointalação, instalação de som e projetos de rádios e TVs piratas.
Público-alvo: estudantes, artistas, videomakers e interessados em produção audiovisual.
Vagas: 20
Período: 22 a 30 de julho
Horário: 9h às 12h e 14h às 17h30

Memória em estações: da narrativa à cena (Área: Artes Cênicas)

Criar cinco cenas sobre fragmentos da memória da cidade, em cinco lugares históricos escolhidos, a partir das narrativas orais recolhidas junto à população local. O objetivo é, a partir de uma experiência prática, pensar didaticamente a elaboração de um processo de criação colaborativa, do tema à cena.
Professora: Cibele Forjaz (SP) – Pesquisadora e professora de direção e iluminação teatral do Departamento de Artes Cênicas da Escola de Comunicações e Artes da Universidade de São Paulo.
Público-alvo: atores, diretores e estudantes de teatro
Vagas: 25, sendo 5 para diretores e 20 para atores
Período: 22 a 30 de julho
Horário: 9h às 12h e 14h às 17h30

A arte de narrar (Área: Artes Literárias)

Dentro da proposta de trabalho mais ampla, de diálogo entre processos criativos diferenciados integrando as cinco oficinas (Artes Cênicas, Literárias, Musicais e Visuais I e II), na criação e direção de uma série de intervenções urbanas com o tema Lugares de Memória, a oficina de Artes Literárias propõe o foco na Arte de Narrar. A partir de uma pesquisa de campo com os moradores, será trabalhada a construção (oral mediatizada) de narrativas que se relacionem com a memória local e regional, produzindo, juntamente com as outras oficinas do projeto Lugares de Memória, intervenções cênicas baseadas nessas narrativas.
Professora: Sônia Queiroz – Poeta, professora e pesquisadora da Faculdade de Letras/UFMG.
Público-alvo: contadores de estórias, estudantes e artistas interessados na arte de contar histórias; guias turísticos dos municípios de Diamantina e Serro, com algum conhecimento e experiência na arte de narrar.
Vagas: 20, sendo 10 por seleção e 10 para convidados da cidade de Diamantina
Período: 22 a 30 de julho
Horário: 9h às 12h e 14h às 17h30

Música eletrônica (Área: Artes Musicais)

Realizar exercícios de composição em música eletrônica ou concreta que proponham uma intervenção no universo da palavra ou da paisagem sonora, em um contexto urbano.
Professor: João Pedro Oliveira (Portugal) – Iniciou seus estudos de música como aluno do Centro de Estudos Gregorianos, tendo continuado o seu trabalho no Instituto Gregoriano de Lisboa.
Público-alvo: estudantes de composição com interesse em música eletrônica, que tenham conhecimentos básicos sobre gravação, mistura, síntese e transformação de som.
Vagas: 8
Período: 22 a 30 de julho
Horário: 9h às 12h e 14h às 17h30

Vestimenta - memória: uma investigação da memória do corpo e da pele (Área: Artes Visuais I)

Confeccionar uma Vestimenta-Memória, partindo de elementos pessoais e da articulação com a memória local. Tomando o corpo como suporte, o participante desenvolverá um objeto-interface que fará sua interação com o meio, a cidade, seus lugares, suas estórias, seus tempos, instaurando formas que levantem indagações sobre o lugar do corpo e da vestimenta na arte contemporânea.
Professora: Christiana Quady - Artista plástica e professora assistente de Pintura da Escola de Belas-Artes/UFMG.
Público-alvo: estudantes universitários, artistas, produtores culturais, teóricos da arte e interessados na arte e cultura contemporânea que desejam explorar a vestimenta como linguagem plástica e interface entre corpo e meio ambiente.
Vagas: 15
Período: 22 a 30 de julho
Horário: 9h às 12h e 14h às 17h30

Situação-limite (Artes Visuais I)

Desenvolver, através da experimentação, um diálogo entre o desenho e a pintura e sua pertinência como linguagem na arte contemporânea.
Professor: Marco Túlio Resende – Professor da Escola Guignard/BH. Mestre pela School of The Art Institute of Chicago, como bolsista da Fulbright Comission, e Artista Visitante na Sheffield Hallam University, Inglaterra.
Público-alvo: artistas plásticos, professores e estudantes de arte
Vagas: 15
Período: 22 a 30 de julho
Horário: 9h às 12h10 e 14h às 17h30

Serviço

41ª edição do Festival de Inverno da UFMG
Data: 19 a 30 de julho
Local: Diamantina – MG
Inscrições: a partir de 8 de junho, pelo site http://www.fundep.ufmg.br/
Informações: (31) 3409-4220 (callcenter) ou callcenter@fundep.ufmg.br


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Porque me ufano de meu país: Lula, Direitos Humanos e BRIC


Por Paulo Vinícius*

A estupidez e a má fé da grande mídia são espetaculares, assim como sua certeza da nossa suposta imbecilidade. Inacreditável o alarde ante a opinião negativa da Humans Rights Watch sobre o discurso do presidente Lula em Genebra na Comssão de Direitos Humanos da ONU em 15 de junho.

Opinião é assim, cada qual com a sua e segundo seus interesses. Mas, porque esse espanto sobre a opinião de uma ONG com nome em inglês e opinião também, super isenta (ave Maria!), com vínculos sei lá quais com os EUA e Europa, como se isto fosse reprimenda ante o Brasil?! ONG há para tudo, umas ao lado do povo e outras a servir ao imperialismo.

Ó colonizada mídia a soldo do estrangeiro, foi-se o tempo em que nos guiávamos por seus dictats. O Brasil move-se sabiamente em prol de seus interesses nacionais e regionais e em busca de construir um mundo onde o multilateralismo e o diálogo prevaleçam, e não a força.

É também com base neste tipo de opinião de algumas 'renomadas' ongs que se fez o genocídio ao povo iraquiano... é com este lastro ideológico às expensas do Departamento de Estado que se invadiu o Afeganistão. É com base nestas opiniões que se prepara o terreno da opinião pública para mais à frente virem as propostas de "internacionalização" da Amazônia. Daí advém o virulento e irracional pavor que visa a travar nosso desenvolvimento em matéria atômica. Como se um país como o nosso devesse deixar isto aos cuidados de quem disparou as bombas de Hiroshima e Nagazaki e ainda posam de mocinhos.

Quero ver a Humans Rights Watch promovendo uma campanha mundial pelo imediato fechamento de Guantánamo, a desoupação de Iraque e Afeganistão pelos EUA e pelo estabelecimento de um Estado palestino! Quero ver o Greenpeace mais agressivo na defesa do desarmamento nuclear estadunidense!

Ao contrário desta cobertura "espetacular" e do muxoxo com que o Jornal Nacional relata o descolamento do Brasil das posições das grandes potências em direitos humanos, o mesmo não ocorre quando reúnem-se os BRIC para avançar na institucionalidade de uma articulação inédita e poderosa. Ao contrário, as referências são ridículas, pessimistas, chegando ao cúmulo de se dizer que é primera vez que um artigo vira um bloco - porque o termo foi citado pela primeira vez num artigo -, como se isto fosse importante. É demais!

Lula e o Brasil fizeram dois gols de placa ao rejeitar corajosamente o intervencionismo sob a pecha de defesa de direitos humanos. Por isso a grita desta ONG, não é á toa. Para mim, as críticas do JN e da HRW são as melhores referências para o acerto do Brasil.

Ademais, a posição do Brasil é plenamente coerente com nossa histórica defesa da autodeterminação dos povos. Quando dizemos que a comissão não deve assumir postura de tribunal, mas fazer a necessária interlocução, buscar o diálogo como via central, só desagradamos aos que buscam manipular tais espaços da ONU para justificar uma agressividade belicosa e sedenta de sangue. Depois, quando há centenas de milhares de mortos, a tortura e a intervenção, quando grassa a fome o desespero, onde vão parar os direitos humanos? Aí, o silêncio impera... e os lucros avultam.

Por isso mesmo foi um no cravo e outro na ferradura. Rejeitar por um lado a manipulação e defender o diálogo e, em seguida, reunir Brasil, Rússia, Índia e China, buscando caminhos para unir esta parcela tão importante da humanidade, e discutindo inclusive alternativas ao combalido dólar estadunidense!!!!

São gestos contundentes no sentido do multilateralismo. São expressões da nossa nova condição no mundo. São afirmações do talento, brilho e papel do Brasil no século XXI. Não é a toa que esta mídia sabuja e lambe botas se doa. E não é à toa que devemos continuar este rumo em 2010, para nunca mais nosso chanceler tirar sapatos para uma humilhante revista em uma alfândega estadunidense.

Vejam na rádio da ONU o discurso de Lula na comisão de Dreitos Humanos para não estarmos reféns ante a estupidez de rasas análises de jornalistas a soldo. Só a íntegra pode nos salvar. O endereço é http://www.unmultimedia.org/radio/portuguese/detail/165500.html


*Cientista Social e Bancário

Também publicado no Coletivizando e no Portal Vermelho


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sexta-feira, 19 de junho de 2009

Em defesa da Petrobras

Dando continuidade a série de mobilizações em prol do petróleo, a União Nacional dos Estudantes (UNE), em conjunto com a Federação Única dos Petroleiros (FUP), Central Única dos Trabalhadores (CUT), Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST), entre outras organizações sociais, realiza ato público hoje (19) na cidade de São Paulo, por uma nova regulamentação para o petróleo e em defesa da Petrobras. Os manifestantes se concentrarão em frente à sede da Petrobras, na Avenida Paulista, 901, a partir das 10h. O ato está previsto para acontecer às 12h.

Além de reforçar a necessidade de uma nova legislação para o petróleo brasileiro, a UNE pretende posicionar-se contra a CPI da Petrobras. A entidade defende, também, a necessidade de autonomia plena sobre o petróleo. Esta é uma luta que vem desde os anos 50, quando a entidade liderou a campanha "O Petróleo é nosso", que culminou na criação a Petrobras.

Hoje, a luta é para que a instituição continue sendo estatal e que seu lucro seja revertido para melhorias para toda a sociedade. Com a descoberta da camada do Pré-Sal, a necessidade de investir em setores como a educação tornaram-se ainda mais necessários. "Defendemos a criação de um fundo soberano para concentrar os recursos gerados com a exploração das novas reservas, que devem ser empregados nas áreas sociais como Educação e Saúde. Além disso, é importante dar uma resposta aos que tentam desestabilizar a Petrobras com a criação de uma CPI", declara Lúcia Stumpf, presidente da UNE.




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"Belo Horizonte deveria sediar a abertura da Copa" afirma ministro interino

Wadson Ribeiro, do Ministério do Esporte

Atendendo a um convite das Comissões Participação Popular e de Educação, Ciência, Tecnologia e Informática, o ministro interino do esporte, Wadson Ribeiro, participou nesta terça-feira (16) de uma audiência pública na Assembleia Legislativa de Minas Gerais, onde apresentou uma visão geral do Plano Nacional de Desenvolvimento do Esporte a partir de seus eixos estruturantes: inclusão social através do esporte, qualificação do esporte de rendimento, ampliação da infra-estrutura, promoção de grandes eventos e diversificação do financiamento.

No primeiro momento, o ministro interino falou sobre os objetivos e expôs dados dos programas Segundo Tempo, Esporte e Lazer da Cidade, Pintando a Liberdade e Pintando a Cidadania, detendo-se nas estatísticas de cada um deles no estado mineiro. O Programa Segundo Tempo, por exemplo, atendeu de 2003 até hoje 3,3 milhões de crianças e jovens em todo o país, destes quase 220 mil estão em Minas Gerais. O programa investiu no estado aproximadamente 35 milhões de reais entre 2003 e 2008.

Ribeiro divulgou também dados referentes aos programas de Descoberta do Talento Esportivo, Bolsa Atleta, Núcleos de Esporte de Base e Rede CENESP, apontando o sucesso da parceria entre o Ministério do Esporte e prefeituras, clubes e universidades mineiras.

Copa 2014 e a promoção de grandes eventos
Devido ao grande interesse das comissões, boa parte da intervenção foi dedicada a agenda de grandes eventos esportivos, em especial a Copa 2014, e à explanação do papel do governo federal nestes acontecimentos.

Wadson Ribeiro explicou que o governo federal pode atuar nas reformas dos aeroportos (já previstos no Plano de Aceleração do Crescimento – PAC), bem como investindo em mobilidade urbana e concedendo linhas de crédito especiais do BNDES para investimentos com viabilidade econômica e financeira em estádios, rede hoteleira e obras de infra-estrutura. “A União vai investir seu dinheiro no que for estritamente necessário à Copa” esclareceu.

De acordo com Ribeiro por suas dimensões continentais o Brasil tem vocação para abrigar eventos de grande porte. Ele afirmou que a Copa 2014 é uma oportunidade ímpar para o país, uma vez que ela pode conferir centralidade ao esporte na agenda política nacional, estimular a cadeia produtiva e contribuir com o desenvolvimento econômico e com a inserção brasileira em âmbito internacional.

“Na minha opinião, Belo Horizonte deveria sediar a abertura da Copa”, afirmou o ministro. Na sua avaliação, há um consenso de que a solenidade de encerramento deva ocorrer no Rio de Janeiro, mas os mineiros, por terem apresentado um dos melhores projetos à FIFA e serem “um dos povos que mais gosta de futebol”, credenciam a capital do Estado a abrir a competição.

O secretário estadual de esporte e juventude, Gustavo Corrêa, também participou da mesa. Ele falou sobre o projeto de modernização do Complexo Mineirão-Mineirinho e as intervenções que serão realizadas em Belo Horizonte e municípios vizinhos para a realização da Copa. “Qualquer investimento que o governo estadual tenha que fazer será justificado dada a relevância do evento para Minas Gerais” ressaltou.

Modernização
Gustavo Corrêa explicou aos presentes à reunião que a capacidade atual do Mineirão, limitada pelo Corpo de Bombeiros Militar entre 60 mil e 61 mil pessoas, será ampliada para 69.950 espectadores assentos. Para que todos eles tenham visibilidade, o projeto prevê o rebaixamento do piso do campo em 3,5 metros. Ele lembrou ainda as vagas de estacionamento que atualmente atendem a 4.000 carros, serão ampliadas para 10 mil vagas, sendo 8.200 no Mineirão e 1.800 no Mineirinho.

O secretário destacou ainda que o Mineirão receberá cobertura adicional sobre todas as cadeiras, que se estenderá até o limite fosso, e dois telões localizados acima das tribunas principais, com dimensões de 12 x 6,8 metros, em tecnologia LED SMD de última geração, com alto brilho e alto contraste, que assegura boa visibilidade, mesmo com exposição direta à luz solar.

Gustavo Corrêa revelou também que o Mineirão receberá 44 cabines para 10 a 12 pessoas; que toda a estrutura de imprensa, sala de aquecimento, sala de treinadores e vestiários serão reformadas de acordo com as determinações da FIFA; que os banheiros femininos serão, após as obras, 96, e os masculinos, 192; e que o estádio terá um sistema de vigilância com vídeo digital, com câmeras internas e externas com suporte giratório e alta capacidade de zoom.

Outros investimentos
Gustavo Corrêa lembrou ainda que o Governo de Minas protocolou junto ao Ministério das Cidades a proposta de construção da Linha 3, que ligará a Savassi à Lagoinha, que está investindo também na última etapa das obras de alargamento da avenida Antônio Carlos, e investirá na duplicação da avenida Pedro I e na ligação da Via Expressa à avenida Carlos Luz. Ele destacou também as obras nos 35 quilômetros da Linha Verde, que liga Belo Horizonte ao Aeroporto Internacional Tancredo Neves, em Confins.

Processo
Gustavo Corrêa explicou aos deputados e representantes de federações o processo de contratação das obras de modernização do Complexo Mineirão-Mineirinho. “Já foram entregues ao governo do Estado os resultados dos estudos de viabilidade técnica e o modelo de gestão do Complexo Mineirão-Mineirinho, realizados pela empresa Ernst & Young Assessoria Empresarial Ltda, contratada pela Secretaria de Estado de Esportes e da Juventude (SEEJ)”, destacou o secretário.

Segundo ele, foi entregue ao Comitê Organizador da Copa do Mundo 2014 e à FIFA, em 02 de fevereiro de 2009, o projeto básico de engenharia e arquitetura, elaborado pelo escritório de arquitetura internacional, Gerkan, Makg & Partner (GMP), em parceria com o escritório do arquiteto mineiro Gustavo Penna.

Lei de Incentivo
A última etapa da exposição foi dedicada aos esclarecimentos sobre a Lei de Incentivo ao Esporte. Minas Gerais está entre os vinte e cinco proponentes que mais captaram em 2007 e 2008, ainda assim muitas dúvidas restavam sobre o que é permitido e o que é vetado nos patrocínios e doações para realização de projetos esportivos e paraesportivos.

Ao fim das intervenções da mesa, o público composto por deputados, prefeitos de vários municípios, vereadores, federações e confederações esportivas pôde se dirigir aos palestrantes para questionamentos e sugestões.

Para o deputado Carlin Moura (PCdoB), autor da proposta da audiência, o resultado foi extremamente positivo e a comissão ficou muito satisfeita com a forma como os temas foram abordados, com a oportunidade de esclarecer dúvidas e de atualizar a opinião pública sobre as ações do Ministério do Esporte.

O deputado disse ainda que esse debate é fundamental porque coloca em pauta assuntos de interesse da população, como obras de melhoria do transporte público. "Com a Copa temos oportunidade de agilizar demandas antigas como o metrô de Belo Horizonte que há 20 anos anda a passos lentos e é uma obra absolutamente necessária para melhorar a qualidade de vida das pessoas que moram na capital".
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Abertura em BH
Mais tarde, Wadson Ribeiro se reuniu com o deputado Carlin Moura e com o prefeito de Belo Horizonte, Márcio Lacerda na prefeitura. A visita de cortesia foi para cumprimentar o prefeito por Belo Horizonte ter sido escolhida uma das sedes da Copa.

Márcio Lacerda afirmou que a prefeitura trabalhará de todas as formas para fazer de Belo Horizonte uma cidade digna da Copa. Wadson parabenizou o prefeito e reafirmou que BH tem todas as condições para sediar a abertura, já que terá a modernização do estádio, tem dois aeroportos que ligam ao estádio e um povo extremamente caloroso e apaixonado por futebol. Porém o ministro, que assumiu porque Orlando Silva está na Europa, afirmou que seu apoio é pessoal e não do Ministério.

Do Caderno Vermelho Minas, com informações de Ana Cristina Santos da Ascom – Ministério do Esporte e de Sheila Moreno, com informações da ALMG


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quinta-feira, 18 de junho de 2009

Coreia do Norte na Copa do Mundo!

Com ajuda da Coreia do Sul, Coreia do Norte volta à Copa 43 anos depois
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Empate sem gols com Arábia Saudita garantiu a quarta vaga asiática


Coreia do Norte e Arábia Saudita entraram em campo nesta quarta-feira (17) para decidir quem ficaria com a última vaga direta da Ásia para a Copa do Mundo. O dramático empate em 0 a 0 classificou os norte-coreanos, que disputaram o Mundial pela última vez em 1966, e mandou os árabes para a repescagem contra o Bahrein.

Mais cedo, a Coreia do Sul empatou com o Irã com um gol aos 41 do segundo tempo e deu uma ajudinha aos vizinhos do Norte. Os dois países não mantêm relações diplomáticas desde 1953, ano do fim da Guerra da Coreia. Caso tivesse vencido o jogo, os iranianos obrigariam os norte-coreanos a vencer a partida para garantir a classificação direta.

A Arábia Saudita precisava da vitória para conseguir a segunda vaga do Grupo B, mas o empate acaba não sendo ruim já que garante ao país o direito de disputar uma repescagem contra o terceiro colocado do Grupo A. Caso perdesse a partida, ficaria atrás do Irã e daria adeus a qualquer chance de ir à África do Sul.

Nos minutos finais, as duas equipes tiveram que prender a respiração. Poucos depois da Coreia do Norte perder um gol incrível, de frente para o goleiro, a Arábia Saudita teve um gol anulado no lance seguinte, depois de bater uma falta rápida, quase na linha da grande área, mas o árbitro não tinha autorizado a cobrança.

Em sua última participação em Copas do Mundo, em 1966, a Coreia do Norte fez um jogo histórico contra a seleção portuguesa, do craque Eusébio. Depois de se classificar em segundo, deixando a Itália de fora da segunda fase, abriu 3 a 0 contra Portugal, nas quartas de final, mas levou a virada e foi derrotada por 5 a 3, com três gols do Pantera Negra, artilheiro daquela edição.

À Arábia Saudita resta encarar o Bahrein, que também terminou em terceiro lugar no seu grupo, em jogos de ida e volta, para ver quem disputará a repescagem contra a Nova Zelândia, campeã da Oceania. A Coreia do Norte se junta à vizinha Coreia do Sul, à Austrália e ao Japão, que já estavam garantidos na Copa da África do Sul.

Essa é a verdadeira bomba!

Dica do meu amigo Pedro Leão.


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Comentário que vale uma postagem

Wassily Kandinsky (1866-1944), Rua Murnau com Mulher, 1908.

O meu grande amigo Eder Borborema, comentando seu próprio artigo, publicado aqui e no Bloco do Zeder, teceu mais opiniões que não podem ficar escondidas no link de comentários abaixo, vale a postagem e a leitura.

Cultura política alternativa, novos desafios da política e a esquerda


Prezado Ramon,

Fico muito honrado e não imaginava a publicação em um site tão importante como o seu, certamente eu me estenderia mais se soubesse e posso fazer aqui algumas considerações que fazem parte do contexto à qual analisamos.

O presente texto é um recorte histórico temporal no qual identifiquei o não-alinhamento do processo histórico e sobre ele certamente tem a ver com o avanço das opiniões da esquerda, sobretudo a brasileira que é muito observada e até admirada pelo mundo.

A esquerda mundial vê agora nosso sub-continente como referência positiva, como experiência bem sucedida de acúmulo de forças e mobilização dos movimentos sociais pela conquista de direitos. E mais ainda, agora a esquerda latino-americana e brasileira é observada de perto após a recente baixa sofrida na Europa, enquanto aqui continuamos na curva crescente.

O presente texto também faz parte de uma série de estudos que iniciei há relativamente pouco tempo sobre uma nova discussão de cultura política alternativa aos atuais modos, meios e modelos implementados até então.

Se estamos em processo de avanço das conquistas sociais é justo que os velhos modelos sejam contestados. Só não é um processo natural porque é cultural, mas o seu crescimento é vegetativo.

Um importante elemento que considero ter sido muito injustiçado na formação do sistema político arcaico é o aspecto antropológico. Na própria formação do sistema republicano brasileiro, e outros, é clara a disposição sistematizada para a manutenção do poder entre as elites.

Neste sentido, a maioria dos estudos políticos que encontramos no topo da referência acadêmica conservadora - nem preciso falar aqui das notícias de grande parte da imprensa que refletem os interesses dos donos dos meios de comunicação, análises rasas sobre temas complexos - debruça diretamente sobre a arte do poder (lembra do livro do FHC? Que piada..) em si, mas pouco sobre as especificidades da cultura popular na qual este poder recai. Desta forma, formou uma injustiça histórica que configurou uma política longe dos aspectos culturais, pela própria característica do poder centralizado, volto a dizer.

Ora, este aspecto pode ser melhor observado pelos métodos antropológicos já existentes na literatura, muito avançados no Brasil, mas que no entanto infelizmente é compreendido muito longe dos espaços de discussão política e econômica.

Outro aspecto é a análise regional, que é tão defendida por todos estatutariamente e no discurso, que é comumente subestimada. Aqui o erro, e as opiniões políticas internacionais do grupo envolvido (cultura regional) às vezes pouco conta na análise dos interessados (na notícia) de uma outra cultura, em outro espaço totalmente diverso (capitalismo ocidental) e tomando a análise daquele campus desconsiderando o habitus. Forma assim, uma opinião preconceituosa e carregada de valores diferentes dos que motivaram os sujeitos analisados em um outro contexto.

Não precisa dizer que o modelo evolucionista de interpretação da cultura é um preconceito rechaçado há muito tempo no debate antropológico, mas que por interesses muito fortes dos que formularam o sistema de poder, este preconceito incrivelmente ainda persiste e distancia grande parte do jornalismo político e econômico da realidade na qual a parte mais fraca vive.

Daí talvez tenha influenciado a rejeição de grande parte da população com a política, sendo a informação contaminada pelos donos dos meios de comunicação, os burgueses do futuro.

Uma única injustiça que posso ter cometido se observado este texto descontextualizado, e aqui o trocadilho não foi intencional, é que o presidente Chavez tem feito grandes avanços sociais e contribuído para o êxito das esquerdas latino-americanas, mas que governar é um ato complexo e, como tantos, pontualmente qualquer governante pode ser sim criticado, pode sim, ser não-seguido. Sim, a política moderna é cada vez mais específica e diversa e há, sim, cada vez mais a necessidade de espaço para a formação do pensamento autônomo, e as instituições que não se adaptarem serão fatalmente ultrapassadas ou, na melhor das hipóteses, isoladas.

A crítica também deve ser encarada como algo natural para os que pretendem melhorar cada vez mais. Ora, se o sistema é cultural é humano, e como os homens são passíveis de erro, cabe aos que se interessam tentar melhorar cada vez mais, e a outros fazer o que querem. O que não pode é uma verdade única sem o amplo debate e a análise dialética, para a construção da democracia e dos meios de alcançar o bem comum.

Não é relativismo, muito pelo contrário. Procuro atualizar a partir do avanço estruturalista considerando as linhas gerais do processo histórico com as especificidades regionais, sobretudo da cultura popular. Enfim, aprende para a política o que a antropologia já sabe há muito tempo.

Mas como se sabe, os políticos é que governam os antropólogos e não o contrário.

Obrigado! :)

SAUDAÇÕES COMUNISTAS


Valeu Eder!


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quarta-feira, 17 de junho de 2009

Incoerência de todos os lados

Muito tem se falado sobre as eleições no Irã, mas poucas opiniões foram tão bem embasadas e coerentes como a do meu amigo Eder Borborema. O artigo abaixo, publicado originalmente no Bloco do Zeder, vale uma atenta leitura.


Eleições no Irã expõe ignorância ocidental e esquizofrenia política

Não há como negar a influência das eleições no Irã para a configuração de nova correlação de forças no mundo político e bélico.

No entanto o acúmulo de preconceito e arrogância de políticos e jornalistas ocidentais escrevendo e falando sobre o que não conhecem é o que mais se destaca. Seria engraçado se não fosse parte do trágico evolucionismo neocolonialista.

Muito engraçado que pseudoespecialistas tenham tantas opiniões precipitadas em relação às eleições do Irã, se nem os iranianos têm informações sobre o que se passa no seu próprio país, onde os meios de comunicação são controlados.

Interessante que antes mesmo da eleição o presidente da Venezuela Hugo Chavez declarou apoio ao Ahmadinejad. Ora, se o primeiro se diz revolucionário como pode apoiar de antemão justo o candidato mais conservador? Um dos dois é o idiota.

Ora, daqui da minha inocência pergunto-me e aos clássicos da ciência política se toda a luta programática da esquerda mundial desde a luta republicana e humanista foi substituída na ultra-modernidade pelo modelo de aliança a curtíssimo prazo por afinidade pessoal? Fins imediatos duvidosos que justificam os atuais meios esquizofrênicos? O argumento estatutário de estratégia e acúmulo de forças, pela sua contradição, mais parece uma confissão de isolamento.

Aliás, o conceito ocidental de direita e esquerda nem se aplica a todos os países que têm processos históricos únicos. Enfim, não podemos dizer o que é esquerda na Irã, mas pelo materialismo histórico e dialético podemos dizer o que não o é, amparados pela antropologia estruturalista de que há traços comuns entre os povos é fácil imaginar que governos conservadores como Ahmadinejad definitivamente não contestam o status quo da luta de classes iraniana.

Reforçando as suspeitas, é, no mínimo, muito estranho que um sistema eleitoral complexo e não-informatizado tenha uma apuração tão rápida.

Interessante que um candidato "derrotado" tenha conseguido mobilizar centenas de milhares de pessoas tão convictas em um país onde não há tradição em mobilizações. Uma mudança cultural tão forte definitivamente não se dá por motivações menores.

Prepotente e evolucionista que tanto a mídia míope ocidental de direita e também de setores equivocados da esquerda atribuam à esta eleição uma opção pró ou contra o ocidente. Definitivamente Mir-Hossein Mousavi e Mahmoud Ahmadinejad eram alguns dos candidatos à presidência de seu país, não eram candidatos a amigo ou inimigo dos yankees, ou coisa assim.

Há incoerência de todos os lados, inclusive por aqueles que opinam sobre matéria que não dominam. Estes, fazem com que o Aiatolá Khamenei até se pareça ponderado ao solicitar a recontagem dos votos enquanto os ocidentais já "contavam" com o resultado.

Sabemos que o Aiatolá não é nem um pouco democrata, descolado, nem um pouco cool e não tem twitter, mas por recuar não parece ser tão idiota quanto os tantos palpiteiros ocidentais que sequer leram ao menos os clássicos da antropologia ou ciência política. Palpiteiros, que de dentro dos suas salas, trazem apenas as suas indigestas idéias prontas em uma caixinha quadrada de péssima qualidade científica e mal-intencionada.


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Luta ambiental X capitalismo irracional

Meio ambiente, grilagem e latifúndio

por Gilson Reis*

Dia cinco de junho o mundo comemorou o dia internacional do meio ambiente, momento oportuno para que a humanidade reflita, de forma mais crítica e consciente, o presente e o futuro do planeta terra. Questões como aquecimento global, camada de ozônio, emissão de CO2 na atmosfera, mudanças climáticas, desmatamento de florestas, poluição nos mares e rios, desenvolvimento sustentável foram enfoques dos inúmeros temas e subtemas presentes neste vasto universo sócio-ambiental.

Cresce, a cada ano, uma nova consciência ambiental em crescentes parcelas da sociedade planetária. Avança a necessidade de constituirmos uma nova civilização baseada no consumo responsável, na proteção dos biomas e ecossistemas terrestres, no desenvolvimento sustentável, na construção de um novo homem, de uma nova mulher, enfim, de um novo mundo, de uma novíssima era.

Entretanto, esse tempo ainda não chegou. Inúmeras são as razões que temos para não comemorar os tímidos avanços locais e parciais na questão ambiental, obtidos ao longo do último período. Se for verdade que cresce ano após ano a consciência ecológica, também é verdade que cresce, em escala nunca vista, a degradação ambiental. A necessidade permanente de aumentar a produtividade e avançar na disputa de novos mercados leva países e povos a colocarem a questão ambiental em segundo plano. Chegamos nesta fase da história diante de um grande dilema: construir um novo paradigma de consumo que não seja a irracionalidade estadunidense tampouco a miséria haitiana.

Foi neste contexto entre luta ambiental e capitalismo irracional que na semana passada o Senado Federal aprovou a Medida Provisória 458, que permite a legalização de terras griladas na Amazônia legal.

O termo grilagem tem origem em uma prática muito utilizada no Brasil, que consiste em envelhecer documentos forjados para conseguir a posse de determinada área de terra. Os papéis são inseridos em um recipiente repleto de grilos. Com o passar do tempo e a ação dos insetos os documentos ficam com a aparência amarelada, com algumas perfurações, dando a impressão de uma cópia antiga e muito manuseada. A prática de grilagem de terras públicas foi amplamente utilizada na região norte do país. Desde a ocupação desordenada, patrocinada pelos militares a partir de l966 até hoje, muitos problemas políticos, ambientais e humanitários foram acumulados naquela região. A destruição incontrolada da floresta amazônica pelos madeireiros, a eliminação física e cultural de milhares de tribos indígenas e o assassinato de lideranças sindicais e religiosas como padre Josimo, Irmã Dorothy e Chico Mendes são exemplos contidos em uma vasta historiografia da região. Ainda hoje, 1377 lideranças estão marcadas para morrer e 253 foram assassinadas nos últimos dez anos, conforme dados da pastoral da terra.

Voltando à MP 458, aprovada na Câmara e no Senado, que permite ao governo Federal fazer a doação ou vender sem licitação 67,4 milhões de hectares de terras da Amazônia legal, é preciso destacar que a área territorial envolvida nesta farra do agronegócio corresponde aos territórios da França e Itália juntos, e o valor estimado é de aproximadamente 70 bilhões de reais. Deste montante de terras, uma pequena parcela de 6,9 grileiros poderão abocanhar do Estado brasileiro a cifra de 54 bilhões de reais, o que corresponde a 49 milhões de hectares de terras da Amazônia. A proposta inicial do governo excluía pessoas jurídicas e grandes propriedades, além disso, impunha um prazo mínimo de dez anos para a transferência das terras. Porém, a senadora Kátia Abreu (DEM-TO), líder do agronegócio e provável presidente da Confederação Nacional da Agricultura (CNA) - que na última eleição doou 650 mil reais para a campanha dessa senadora -, sobre pressão derrotou as emendas propostas pela senadora Marina Silva. A aprovação da matéria impôs uma dura derrota aos que lutam pela ocupação equilibrada da Amazônia e que defendem um desenvolvimento sustentável e responsável.

A Medida Provisória vai agora para a sanção do presidente Lula, a senadora Marina Silva já enviou uma carta ao presidente solicitando o veto em pelo menos três artigos da lei:

1 - Vistoria pública nas propriedades com mais de 400 hectares, para evitar que pistoleiros, latifundiários e estrangeiros sejam beneficiados.

2 - Proibição da venda das propriedades adquiridas neste processo por um prazo mínimo de dez anos.

3 - Impedimento de que pessoas jurídicas, empresas, sejam beneficiadas pela MP. Nesse caso seriam somente as pessoas físicas que trabalham na terra.

A sociedade brasileira deve e vai participar deste movimento em defesa da Amazônia e contra os desatinos do agronegócio, enviando um e-mail ao Presidente da República, exigindo que vete os artigos acima enumerados. Também devemos propor ao governo que abra, de forma responsável e madura, um amplo debate sobre a questão ambiental e seus reflexos no processo de desenvolvimento do país. Precisamos avançar na construção de uma nova civilização. Teremos êxito nesse caminhar, se tivermos a capacidade de diálogo franco e democrático, no qual os interesses coletivos se sobreponham aos interesses do capital. Afinal, a Amazônia pertence a todos nós e às novas gerações.

*Gilson Reis, Presidente do Sindicato dos Professores do Estado de Minas Gerais (Sinpro Minas) e da Central dos Trabalhadores e Trabalhadoras do Brasil em Minas Gerais (CTB-MG).
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Leiam também a entrevista do professor Gilson Reis sobre os resultados do Fórum Técnico do Plano Decenal de Educação, clicando aqui.

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Meio-passe pode sofrer alterações

Estudantes participaram de cadastro para estudo técnico que estimará número de possíveis beneficiários da lei.
Fotos: Xu Medeiros para O Norte.net

Prefeitura ainda não sabe quanto gastará com meio-passe

Luís Alberto Caldeira*

No último dia anunciado para cadastro dos estudantes de Montes Claros, tendo em vista a implantação do passe estudantil nos ônibus coletivos da cidade, a movimentação foi grande na Praça de Esportes, único posto central instalado pela prefeitura. Quem não conseguiu ser atendido na última segunda-feira, 15, recebeu questionário sócio-econômico para ser preenchido em casa e entregue até ontem, terça-feira.

De acordo com a assessoria de comunicação do município, apesar da lei aprovada em setembro do ano passado pela câmara de vereadores, este cadastramento ainda não dá direito ao meio-passe nos lotações.

Informa ainda a quem não participou do cadastro, que não significa que estas pessoas estarão fora do possível benefício, mas que não há prazo para a sua implantação.

Alterações
A reportagem entrou em contato com a Secretaria da Juventude, Esporte e Lazer, que, junto com a Secretaria da Educação, realizou o levantamento, e conversou com José Lousada Neto, coordenador do cadastro dos estudantes de Moc. Ele explica que a prefeitura ainda não sabe quanto terá que onerar os cofres públicos para colocar a lei em vigor, e seria este um dos propósitos do levantamento realizado. A estimativa é que cerca de 15 mil estudantes tenham participado.

Segundo Neto, o objetivo é conhecer a realidade estudantil montes-clarense para que venha a ser possível a implantação do meio-passe, mas adianta que talvez não seja viável o atendimento à totalidade dos estudantes da cidade e que a lei pode ser alterada.

- Com a aprovação das emendas dos vereadores sobre a lei original proposta pelo executivo da administração anterior, o benefício foi estendido à universalidade dos estudantes e não foi feito estudo dos impactos para a sua implantação na prática – salienta.

Neste caso, há a possibilidade de que a lei volte a possuir critérios como o da renda mensal familiar e da distância da escola em relação à residência do estudante.

- Outro critério é proporcionar o benefício somente no período em que ele estuda - sugere.

- A lei aprovada está fora dos padrões em relação a outras semelhantes de cidades onde o benefício já está em vigor – observa Neto.

Comprometimento
Os resultados quantitativos e qualitativos do cadastramento serão divulgados em até 30 dias. Para José Lousada Neto, este é o primeiro passo para que a luta que se arrasta há quase duas décadas na cidade se torne realidade.

- A prefeitura está comprometida com o meio-passe, tanto que está promovendo reuniões com as entidades estudantis da cidade para discutir o assunto – afirma.

*Repórter d'O Norte


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terça-feira, 16 de junho de 2009

La noche de martes


Já são mais de dez da noite e ainda estou em frente ao monitor da Samsung (cachê pro viral please), ouvindo "The number of the beast" do Iron Maiden pra relembrar os bons tempos em que não havia contas a pagar, nem dores estranhas.

Amanhã tenho alguns testes para o coração, entre eles, um teste ergométrico. O primeiro deu um biziu, chamado de resposta isquêmica pelo médico, e terei que depilar o peito e correr na esteira mais uma vez pra saber se o músculo ainda funciona bem.

Apesar da tensão natural que antecede uma avaliação deste naipe, principalmente sem poder fumar, tive três gratas surpresas hoje.

A primeira foi uma aconchegante casa que pode se tornar a minha nova morada. Em frente a uma escola, com espaço suficiente pra acomodar-nos e ainda montar um pequeno escritório pros momentos niilistas. Tomara que dê certo.

As outras duas são os blogs da querida Luana Bonone,
Botando o verso no trombone!, onde ela desfia seus devaneios líricos, e o mais novo do Arthur Muhlenberg, a Bagaceira do Arthurzão, de onde surrupiei o vídeo dos Orishas de Cuba, A Lo Cubano, que vocês podem curtir acima. Vale a pena passear por lá, por Cuba e pelos blogs.

Run to the hills, run for your lives...


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UEE paulista tem novo presidente

9º Congresso da UEE elege seu novo presidente

Depois de dois dias de discussões em Campinas sobre os rumos do movimento estudantil paulista e comemorar os 60 anos da UEE-SP, estudantes elegeram a nova diretoria executiva da entidade. Com 255 votos, Carlos Eduardo Siqueira Pinheiro foi eleito presidente.

Durante a plenária final ainda foi escolhida qual será a atuação da UEE-SP nos próximos dois anos. Carlos Eduardo tem 24 anos e é estudante de filosofia da Universidade São Judas.

Além disso, o novo presidente já tem uma trajetória dentro do movimento estudantil. Em seu discurso, Carlos ressaltou a importância da gestão eleita no aniversário de 60 anos da UEE-SP e seu papel em combater o neoliberalismo, além, é claro, lutar pelos direitos dos estudantes.

"Nós, nos próximos dois anos, ocuparemos as universidades para colocar os filhos da classe trabalhadora dentro delas. Ocuparemos cada sala de aula para construir uma UEE combativa, de luta e que vai derrotar José Serra", disse ele.

Com todo gás para dar continuidade ao trabalho da entidade, Carlos conversou com o EstudanteNet sobre suas expectativas.

EstudanteNet: Como foi a indicação do seu nome para a presidência da UEE?
Carlos Eduardo: Foi uma discussão do próprio grupo, onde foram analisados os pontos positivos e negativos de algumas pessoas. Após essa série de discussões, o meu nome foi eleito por unanimidade dentro da chapa.

EstudanteNet: Quais são as diretrizes da nova executiva da UEE-SP?
Carlos Eduardo: Continuaremos lutando pela aprovação do projeto de Reforma Universitária junto com a UNE, lutaremos por todas as resoluções aprovadas no CONEB e conscientizaremos os estudantes de todo o estado da importância da organização e participação dentro do movimento estudantil com a criação de C.A´s e D.A´s. Além disso, temos um grande projeto, semelhante ao da UNE, de levar uma Caravana da cidadania a todo o estado de São Paulo, neste projeto serão abordados diversos temas como cultura, saúde, esporte, entre outros.



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segunda-feira, 15 de junho de 2009

A bola rola na Assembleia

Copa de 2014 e incentivo ao esporte são temas de reunião conjunta

A Lei de Incentivo ao Esporte e os investimentos programados em Minas Gerais para realização da Copa do Mundo de 2014 serão discutidos em uma reunião conjunta das Comissões de Participação Popular e de Educação, Ciência, Tecnologia e Informática da Assembleia Legislativa de Minas Gerais nesta terça-feira (16), às 10 horas. O evento, que atende requerimento do deputado Carlin Moura (PCdoB), acontecerá no Teatro.

Belo Horizonte será uma das 12 sedes da Copa do Mundo de 2014. De acordo com o deputado Carlin Moura, há expectativa de que os Governos Federal e Estadual sejam parceiros nos investimentos para melhorar a infraestrutura da cidade. Estão previstas reformas dos estádios do Mineirão e Independência. ''É uma oportunidade para conhecermos uma prestação de contas do que o Ministério do Esporte tem investido em Minas, com ênfase no planejamento da Copa de 2014'', afirmou Carlin.

Outro assunto é a Lei de Incentivo ao Esporte do Governo Federal, que foi regulamentada pelo presidente Lula em 2007. ''Minas tem sido vanguarda na captação de recursos por meio desta lei. Os principais projetos aprovados foram daqui, com a participação dos clubes América, Atlético e Cruzeiro'', disse Carlin. A lei federal oferece renúncia fiscal para os contribuintes que financiarem atividades esportivas. O incentivo é de 1% do Imposto de Renda para pessoas jurídicas e 6% para pessoas físicas.

Estão convidados a participar do debate o secretário executivo do Ministério do Esporte, Wadson Nathaniel Ribeiro, e o secretário de Estado de Esportes e Juventude, Gustavo Corrêa.




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Marcio Pochmann e Gilson Reis lançam livros em BH

Professor Gilson Reis, presidente da Central dos Trabalhadores e Trabalhadoras do Brasil (CTB-MG) e do Sindicato dos Professores do Estado de Minas Gerais (Sinpro Minas)

Os presidentes do Sinpro Minas, Gilson Reis, e do Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (IPEA), Márcio Pochmann, lançam, na sexta-feira (19/6), às 19 horas, no auditório da Associação dos Funcionários Fiscais de Minas Gerais, em Belo Horizonte, os livros “Sindicalismo: cenários de um novo tempo” e “Qual desenvolvimento? Oportunidades e dificuldades no Brasil contemporâneo”.

Gilson Reis é organizador e autor de dois artigos do livro sobre o sindicalismo no Brasil. A obra problematiza os desafios enfrentados pelo movimento sindical. “Desde sua fundação, o sindicalismo brasileiro passou por inúmeras transformações. Atualmente, o quadro é no mínimo contraditório e está centrado em uma pergunta: como conscientizar os trabalhadores e lutar por melhores condições de vida, trabalho e salário diante de um cenário ainda marcado por uma série de problemas oriundos das medidas neoliberais implementadas durante a década de 90?”, questiona-se o presidente do Sinpro Minas.

Já o livro do economista Márcio Pochmann aborda as características socioeconômicas do país e, como o próprio autor diz, pretende “contribuir para o melhor entendimento das perspectivas econômicas e sociais atuais do Brasil, bem como considerar as bases de um novo desenvolvimento”.

“Somente agora, sem tantos entraves provenientes da dívida externa, o Brasil se encontra sustentado por uma nova base para a expansão vigorosa de sua economia e reposicionamento na ordem global. Os resultados já são percebidos pro todos, e vêm acompanhados de melhoras sociais que vão desde o decréscimo absoluto e relativo da pobreza à redução da desigualdade no interior da renda dos trabalhadores. A continuação dessa perspectiva pode abrir uma importante fase para o desempenho econômico, não mais desgarrado do fortalecimento do desenvolvimento nacional”, avalia o economista.

Após o lançamento, Márcio Pochmann e o jornalista Altamiro Borges participarão de um debate sobre o tema “Desenvolvimento e Trabalho”.

Convite:
Lançamento dos livros:
Sindicalismo: cenários de um novo tempo
Organizador: Gilson Reis
Qual desenvolvimento? Oportunidades e dificuldades no Brasil contemporâneo
Autor: Márcio Pochmann
Dia 19 de junho – 19 horas – 6ª feira
Local: Auditório da Associação dos Funcionários Fiscais de Minas Gerais (Rua Sergipe, 893 – 2º andar – Funcionários - Belo Horizonte)



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Manuela é relatora do Estatuto da Juventude

A Câmara dos Deputados instalou na última terça-feira, 9, a Comissão Especial que analisará o Estatuto da Juventude. A Comissão terá como relatora, a deputada Manuela d’Ávila (PCdoB-RS).
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Para Manuela "este é um momento especial no Parlamento, onde pela primeira vez será debatida a inclusão dos jovens no texto constitucional".
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A comissão especial criada para analisar o Projeto de Lei 4529/04, que cria o Estatuto da Juventude, reúne-se na quarta-feira (17) para definir seu roteiro de trabalho.
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Elaborado pela Comissão Especial da Juventude, instalada em 2003, o projeto regulamenta os direitos das pessoas com idade entre 15 e 29 anos. O Estatuto define como obrigações da família, da comunidade, da sociedade e do Poder Público assegurar aos jovens a efetivação de diversos direitos, como à participação social e política, à igualdade racial e de gênero, à saúde e à sexualidade, à educação e à representação juvenil, à profissionalização e ao trabalho.
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Entre as obrigações do poder público, destacam-se: viabilizar formas alternativas de participação, ocupação e convívio do jovem com as demais gerações; a participação desses jovens na formulação e avaliação de políticas públicas específicas; e a destinação privilegiada de recursos públicos nas áreas relacionadas com a proteção ao jovem.
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A proposta do Estatuto da Juventude define ainda medidas de proteção aos jovens, como a garantia de acesso à Justiça.
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A reunião será realizada às 14 horas em plenário a ser definido.
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Da página da Manuela, com informações da Agência Câmara
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