segunda-feira, 30 de novembro de 2009

A hora é Hexa!

Obrigado aos flanelinhas bambis


Pra quem achou que ia passar batido...



A Estrada vai além do que se vê!

Agora só falta você!

Chapa "Agora só falta você!" liderada pela UJS vence eleições do DCE da UFV

No dia 25 de novembro a chapa "Agora só falta você!" liderada pela União da Juventude Socialista (UJS), venceu as eleições do Diretório Central dos Estudantes da Universidade Federal de Viçosa (DCE-UFV), na Zona da Mata mineira por ampla diferença de votos contra a chapa "Movimente-se" (Articulação de Esquerda do PT).

Foram quase três mil votantes, estudantes foram às urnas em todos os campi da universidade, até mesmo àqueles espalhados pelo interior do estado. "Agora só falta você!", chapa que contou com o apoio da atual gestão, obteve 1.680 votos contra 1.020 dos oposicionistas.

O debate central, mais uma vez, ficou por conta da Assistência Estudantil, uma vez que a atual gestão obteve vitorias importantes em relação à assistência na universidade. "Conseguimos fazer ao longo desse ano um grande debate em relação à ampliação da assistência estudantil, conseguimos construir um projeto de novos alojamentos que abrirão 700 novas vagas para alojamento estudantil." disse Suzane Silva, Coordenadora Geral eleita do DCE. Outro tema importante foi a diversificação do movimento estudantil, a chapa eleita se propõe a fazer uma gestão mais participativa, cada vez mais com a cara do estudante.

"Esse mês de novembro foi vitorioso, essa é a terceira vitoria em um mês, isso prova como a nossa linha política está acertada em relação a situação das universidades e as necessidades dos estudantes mineiros" relatou a presidente da União Estadual dos Estudantes (UEE/MG), Luiza Lafetá.


Para Karina Abreu, coordenadora geral da atual gestão, os desafios para esse novo ano são muitos, mas o DCE tem que repetir ações que foram vitoriosas em 2009. "Fizemos o debate dos rumos da universidade, do papel social que ela tem a cumprir, sem esquecer de dialogar com os estudantes. Por isso fizemos uma grande marcha Nico Lopes em defesa do Pré-Sal, um grande ato político com a animação característica dos estudantes de Viçosa, realizamos grandes seminários, grandes atividades esportivas, e agora vamos fazer muito mais!"


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Em cartaz

Charge de Mariano especial para A Charge Online


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Ataques do Estadão à UNE: mais um capítulo da criminalização dos movimentos sociais

Por Augusto Chagas*

A principal manchete do jornal O Estado de São Paulo deste domingo acusa: “UNE é suspeita de fraudar convênios”. Em toda a página de abertura do caderno, o jornal julga: “a UNE fraudou convênios, forjou orçamentos”. Categoriza-nos de “aliados do governo” e afirma: “a organização estudantil toma dinheiro público, mas não diz nem quanto gastou nem como gastou”.

A afirmação “UNE é suspeita” não veio de nenhum órgão de polícia ou de controle de contas públicas, é uma afirmação de autoria e responsabilidade de O Estado de São Paulo. A principal acusação é de um orçamento de uma empresa não localizada, que aparece numa previsão orçamentária. De resto, outro orçamento de uma empresa que funciona num pequeno sobrado e especulação sobre convênios que ainda não tiveram suas contas aprovadas.

O fato é que a UNE nunca contratou nenhuma das duas empresas, apenas fez orçamentos, ao contrário do que a matéria, de modo ladino, faz crer. Sobre os convênios, o jornal preferiu ignorar as dezenas de convênios públicos executados pela UNE nos últimos anos – todos absolutamente regulares. Ignora também os pedidos de prorrogação de prazos feitos aos convênios citados, procedimento usual e que não tem nada de ilícito.

A diferença no peso dado a duas notícias na capa desta mesma edição evidencia mais ainda suas opções. Com muito menor destaque, denuncia os vídeos e gravações de um escândalo de compra de parlamentares, operadas pelo próprio governador do Distrito Federal. Apenas a penúltima página do caderno trata do escândalo, imperceptível sob a propaganda de um grande anunciante do jornal. Uma pequena fotografia mostra os R$100 mil que foram anexados ao inquérito divulgado pela Polícia Federal. A matéria, em tom jornalístico, não acusa. Pelo contrário, diz que os vídeos, “de acordo com a investigação”, revelam um suposto esquema de corrupção. Talvez o jornalista não tenha assistido às gravações...

Há pelo menos 17 anos este jornal não oferecia à União Nacional dos Estudantes uma manchete desta proporção. A última acontecera no Fora Collor. A hipocrisia da sua linha editorial precisa ser repudiada. Não apenas como esforço de defender a UNE das calúnias, mas para desmascarar os seus reais objetivos.

O principal deles é a desqualificação e criminalização dos movimentos sociais. O MST enfrenta um destes momentos de ataque, seja através da CPI recriada no Congresso pelos ruralistas, seja através da sistemática campanha que procura taxá-lo como “criminoso” para a opinião pública. As Centrais Sindicais sofrem a coerção econômica do patronato, policialesca do sistema judicial, e a injúria de parte da grande mídia. A UNE, que acaba de construir o congresso mais representativo dos seus 72 anos de vida, foi tratada como governista, vendida, aparelhada e desvirtuada de seus objetivos pela maioria das grandes rádios, jornais e revistas.

A grande imprensa oscila entre atacar os movimentos sociais ou ignorá-los - como fez recentemente com a marcha de mais de 50 mil trabalhadores reunidos em Brasília reivindicando a redução da jornada de trabalho. Este jornal, por exemplo, não achou o fato importante a ponto de noticiá-lo.

As organizações populares e democráticas devem ter energia para reagir prontamente. É fundamental que o façam de maneira unificada, fortalecendo-se diante dos interesses poderosos que enfrentam. Que fique claro: o setor dominante tenta impedir as profundas transformações que estas organizações reivindicam e que são tão necessárias à emancipação do povo brasileiro e à conquista da real democracia no país.

A manchete do Estadão evidencia também a maneira como a grande mídia trata o problema da corrupção no Brasil: como instrumento de luta política por seus objetivos e com descarado cinismo. Seja pela insistente campanha para desconstruir no imaginário popular a crença na política e no Estado, ou pelas escolhas que faz ao divulgar com destaque desproporcional irregularidades que envolvem aliados ou adversários, criando ou abafando crises na opinião pública.

Na verdade, pouco fazem para enfrentar os verdadeiros problemas da apropriação privada daquilo que é público. A UNE, pelo contrário, sempre levantou a bandeira da democracia. Alguns de nossos mais valorosos dirigentes deram a vida lutando por ela. E afirmamos com veemência: a UNE trata com absoluta responsabilidade os recursos públicos que opera e os aplica para atividades de grande interesse da sociedade.

Às vésperas da primeira Conferência Nacional de Comunicação, o movimento social deve intensificar a luta pelos seus direitos. O enfrentamento à despótica posição da mídia brasileira é um dos grandes desafios que o país terá na construção da democracia que queremos.

O movimento social brasileiro vive um momento de grande unidade, que pode ser visto pela sólida relação entre as Centrais Sindicais e pelo fortalecimento da Coordenação dos Movimentos Sociais. Não à toa, a UNE foi mais uma vez atacada. “Saibam que estamos preparados para mais editoriais, artigos, comentários e tendenciosas ‘notícias’”, afirmei em artigo publicado no dia 24 de julho, apenas cinco dias após a realização do nosso 51º Congresso. Os meses que se passaram não tornaram a afirmação anacrônica. Pois que todos saibam que a UNE não transigirá um milímetro de suas convicções e disposição de luta por um Brasil desenvolvido e justo.


Augusto Chagas é presidente da UNE na gestão 2009/2011.


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Mídia marrom: A UNE e o Estadão

Charge de Bessinha para A Charge Online

Por Osvaldo Bertolino*

Em uma matéria bem típica do estilo do “jornalismo” da mídia, o jornal O Estado de S. Paulo publica na sua edição de domingo (29) matéria destacada acusando a União Nacional dos Estudantes (UNE) de fraude em convênios com o Ministério da Cultura. A “denúncia” desfia um rosário de acusações sem nenhuma comprovação e não mostra uma palavra da UNE para que sua versão seja ouvida.

Como bem observou um leitor que comentou a matéria, “esse pretenso escândalo na UNE é uma tentativa de desviar os olhos do público, evitando o enfoque em relação às enormes tretas descobertas e já comprovadas, cometidas pelo DEMo e pelo seu governador no Distrito Federal, José Arruda Sampaio”.

A sucessão presidencial, mais uma vez, vai se desenvolvendo em dois campos: o da política propriamente dita — o debate partidário — e o do terreno marrom da mídia. O primeiro é legítimo, e, com todas as restrições necessárias, democrático. O segundo é obsceno e não pode ser debitado ao acaso.

Processo histórico
Visto por um amador, esse papel da mídia é aceitável. Mas um olhar com lentes argutas revela o quanto esse terreno tem de matreirisse. No fundo, o que está em questão é a luta do passado com o contemporâneo, a negação do progresso originada com o golpe militar de 1964 contra a nova clareira aberta com a eleição de Lula em 2002. Como observou Miguel Arraes, Collor e FHC completaram a obra da ditadura militar.

Como dizia Nelson Werneck Sodré, quando o processo histórico dá um passo atrás, necessita, depois, dar pelo menos dois adiante. Até 1964, a reação usou a “Cruzada Democrática” — que, segundo Sodré, os irreverentes diziam ser cruzada com os americanos, liderada pela UDN fardada — para seus intentos golpistas. A base de apoio era a mídia.

Hoje, o papel desempenhado pela mídia está longe de ser “o de auxiliar a sociedade a fiscalizar a classe dirigente, investigando, expondo, cobrando” — como disse o apresentador da Rede Globo, Jô Soares. O que ela faz é criar lances patéticos para divertir o público, como se neles não estivesse hipotecado nosso futuro como nação.

Nova fase no país
Aliás, não foram poucas as vezes, ao longo do governo Lula, em que vozes convictas anunciaram na mídia os funerais da esquerda no poder. Recapitule: a barulhenta facção “esquerdista” do Partido dos Trabalhadores (PT) impediria Lula de governar. Não impediu. O arroubo gutural de Fernando Gabeira, quando ele deixou o PT, era o prenúncio da morte do governo. O governo continuou vivinho da silva.

A corrida aos guichês do Banco Rural também foi saudada como o atestado de óbito do governo. Seria o início de um terremoto que não deixaria pedra sobre pedra. As pedras continuaram praticamente no mesmo lugar. E então veio a cafetina Jeany Mary Corner, e então veio a cueca revistada no aeroporto de Congonhas em São Paulo e seu conteúdo gravíssimo, e então veio… bem, veio o apocalipse.

Mas o governo seguiu respirando e abriu nova fase no país. Isso prova um fato: o Brasil de mentira é o que se paralisa nas crises apocalípticas anunciadas por velhos coveiros e propaladas nas manchetes dos jornais. O Brasil de verdade é o que, a despeito de seus imensos problemas, deixou de ser uma piada.

A maioria das acusações da mídia, convenientemente, já foi sepultada em cova rasa — sem nenhuma investigação a mais, sem nenhuma satisfação ao público, sem nenhuma retratação. Simplesmente, boa parte da história sumiu.

Cláudio Abramo
Numa carta aos seus alunos — indevidamente publicada pelo jornal Folha de S. Paulo —, a filósofa Marilena Chaui disse que com esta imprensa estamos diante de um campo público de direitos regido por campos de interesses privados. “E estes sempre ganham a parada”, afirma ela.

Cláudio Abramo, conceituado jornalista com idéias situadas à esquerda no espectro político e respeitável ícone do jornalismo brasileiro — ele conheceu as entranhas de jornais como Folha de S. Paulo e O Estado de S. Paulo —, dizia que para ter democracia no Brasil é preciso começar fechando todas as TVs particulares.

Esses latifúndios de mídia, dizia ele, são as primeiras trincheiras usadas pela direita em casos de crises políticas. Ele não fez uma tirada inconseqüente — apenas disse o que acontece. Não porque achava, mas porque sabia.

O condomínio que apóia a direita não se dá ao trabalho de levar em conta o fato elementar de que serão os eleitores brasileiros, e ninguém mais, que darão ou negarão mais quatro anos de governo para a situação. O que importa, unicamente, é promover, marquetear e vender a divergência.

Campanha da direita
O problema aparece quando se passa a utilizar a divergência como um bem de mercado e se entra no vale-tudo para promovê-la. O resultado é a construção de uma política do rancor. O atual governo é apresentado como o pior que já surgiu na história depois de Calígula.

Lula já foi comparado pela mídia a Hitler e seu governo classificado como mais nocivo que a ditadura militar do AI-5 — numa sucessão de disparates que seria cômica se não fosse reveladora da intolerância e do fanatismo que o “merchandising da divergência” está colocando no coração da política brasileira.

Esse tipo de política dá cartaz nas páginas do noticiário, mas não consegue ocultar algo fundamental: poucas vezes um governo brasileiro teve a sorte de enfrentar inimigos tão desqualificados como os que enfrenta hoje. De fato, um dos trunfos mais poderosos que Lula tem a seu favor é o tipo de gente que ficou no comando da campanha da direita. Munidos de um visto temporário para o mundo da ética, esses personagens só poderiam levar a opinião pública a uma conclusão: se eles estão contra o governo, ele só pode ser coisa boa.




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sexta-feira, 27 de novembro de 2009

UCMG realiza congresso e tem novo presidente

A União Colegial de Minas Gerais mais antiga entidade estudantil mineira realizou neste ultimo final de semana o seu 40º congresso em Santa Luzia. Durante todo o dia dezenas de estudantes de todas as regiões do estado discutiram o futuro da educação no estado de minas e os principais problemas enfrentados pela juventude.Um rico debate sobre o Pré Sal, também foi realizado pelos estudantes.

O congresso também comemorou os 65 anos da entidade em um prestigiado ato político. Estiveram presentes o secretário de governo de Santa Luzia, a secretária de educação e o deputado estadual Carlin Moura(PCdoB).

O deputado Carlin Moura saudou a UCMG pela sua combatividade e compromisso com as causas populares “A UCMG é um patrimônio de todo o movimento social, temos nesta entidade uma referencia de compromisso com as causas do nosso povo” disse.

Para o presidente da UBES, Ismael Cardoso a UCMG deverá se preparar para os grandes desafios que se apresentam. “ 2010 será um ano decisivo para os rumos do Brasil, cabe aos estudantes mineiros denunciar a farsa midiática implantada pelo governo tucano e mostrar ao Brasil a verdadeira cara de Aécio” afirmou o líder estudantil.

Durante dois anos a entidade será presidida pelo estudante da escola estadual João Paulo I, Péricles Francisco. Péricles já foi presidente da UMES de Betim e participou da ultima gestão da UCMG como tesoureiro e diretor de comunicação.

Para os próximos anos o estudante planeja grandes mobilizações e maior enraizamento do movimento nas principais cidades do estado “A UCMG tem o enorme desafio de representar mais e melhor os milhares de estudantes de Minas, para isso temos que consolidar mais entidades municipais e ampliar nossa atuação nas principais escolas do estado, nosso desafio é enorme, maior ainda é nossa disposição” aponta entusiasmado.

A UCMG será anfitriã do maior encontro do movimento secundarista da America latina, entre os dias 10 a 13 de dezembro Belo Horizonte receberá o 38º Congresso da UBES. Para o evento é esperada a presença de mais de 5 mil jovens de todo o Brasil.

Veja o quadro eleitoral do 40º congresso da UCMG:

Chapa 1 -Movimento Rebele-se (PCR) - 23.3%

Chapa 2 –Movimento Arrastando Toda Massa pra fazer uma Kizomba de mudanças e construir uma UBES para todos (Mudança, Articulação PT, DS, UJS) – 77.7%


Pedro Leão, para o Caderno Vermelho Minas


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quarta-feira, 25 de novembro de 2009

Coletivo Plug vence Clip.Eletronika 2009

O Coletivo Plug representado pelo jornalista e produtor cultural Rodrigo de Paula esteve em BH no último dia cinco (5) cobrindo a abertura do Eletronika – Festival de Novas Tendências, que completou dez (10) anos de atividades. Foram produzidos dois (2) vídeos. Um sobre os bastidores do Virna Lisi e outro com parte do show da banda Black Drawing Chalks. Estes vídeos concorreram ao CLIP.ELETRONIKA, promovido pelo Vivo.Lab e pela organização do Festival. E foi com muita satisfação que o Coletivo Plug recebeu a notícia que a cobertura realizada foi selecionada como vencedora do CLIP.ELETRONIKA.


Confira o link respectivo no site oficial do Festival Eletronika 2009, clique aqui.


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terça-feira, 24 de novembro de 2009

O filho do Brasil é melhor do que o príncipe da sociologia

A pesquisa CNT/Sensus divulgada nesta segunda feira traz uma comparação entre a percepção dos entrevistados sobre o governo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva e do ex-presidente Fernando Henrique Cardoso. Para 76%, os sete anos do governo Lula são melhores que os oito anos da era FHC, 10% acreditam que Fernando Henrique foi melhor e 11,1% afirmaram que os dois governos são iguais.

Na pesquisa espontânea para a Presidência, Lula aparece em primeiro lugar, com 18,1%. O governador de São Paulo, José Serra (PSDB), tem 8,7% - quase três pontos à frente da ministra-chefe da Casa Civil, Dilma Rousseff (PT), que atingiu 5,8%. Aécio Neves (PSDB-MG) e Ciro Gomes (PSB) têm 4,2% e 2,6%, respectivamente. A senadora Marina Silva (PV) ficou com 0,7%.

Na primeira lista que inclui todos os prováveis candidatos à presidência da República, José Serra aparece com 31,8%, a ministra-chefe da Casa Civil, Dilma Rousseff (PT), com 21,7%, o deputado federal Ciro Gomes (PSB) tem 17,5% das intenções de votos e a senadora Marina Silva (PV) apresenta 5,9%. "Ao longo dos últimos 12 meses, Serra perdeu 15 pontos nas intenções de voto", disse Ricardo Guedes, diretor do Instituto Sensus.

A pesquisa CNT/Sensus foi realizada entre os dias 16 e 30 de novembro, em 136 municípios de 24 Estados. Foram ouvidas 2.000 pessoas, e a margem de erro é de três pontos percentuais, para mais ou menos.

Do Blog do Diniz Sena com informações dos portais de notícias

Leiam também:
A pesquisa CNT/Sensus, o fator FHC e o fator Lula
CNT/Sensus obriga PSDB a se posicionar, dizem analistas
Pesquisa: só 10% acham que FHC fez governo melhor que o de Lula
E agora, José?

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segunda-feira, 23 de novembro de 2009

O Papel da Juventude no Movimento Comunitário

Encontro da Conam mostra o que quer a juventude comunitária

Com a participação de aproximadamente cem jovens, a Conam (Confederação Nacional das Associações de Moradores) realizou, de sexta-feira (20) a domingo (22), em João Pessoa (PB), o 1º Encontro Nacional da Juventude Comunitária. Os debates contaram com delegações de oito estados (Rio Grande do Sul, São Paulo, Minas Gerais, Ceará, Piauí, Rio Grande do Norte, Pernambuco e Paraíba).

O encontro — que é parte do planejamento de atividades da Conam — teve como tema principal “O Papel da Juventude no Movimento Comunitário”. A solenidade de abertura, na sexta-feira, foi prestigiada por autoridades políticas e lideranças dos movimentos sociais.

O governador paraibano, José Maranhão (PMDB), foi representado por Carlos Mangueira, diretor-presidente da Companhia de Habitação Popular do estado. Dois secretários Dois secretários municipais de João Pessoa também marcaram presença — Alexandre Urquiza (Juventude, Esportes e Recreação) e Simão Almeida (Meio Ambiente). A mesa de abertura contou ainda com representantes de entidades como UBM, MNLM, MDM Paraíba, Ubes e UJS, além do PCdoB e do PSB.

Nos três dias de programação, a Conam debateu e refletiu sobre papel da juventude e da Conam na luta do povo brasileiro. O objetivo central era contribuir com o fortalecimento da política nacional de jovens, apresentando subsídio e indicando as prioridades que atenda às demandas juventude popular e comunitária. Fruto dos painéis de discussão e dos grupos de trabalhos, o encontro aprovou a “Carta da Juventude Comunitária em João Pessoa”.

A presidente da Conam, Bartíria Lima da Costa, fez questão de agradecer às entidades filiadas presentes, destacou o papel de diversas lideranças na construção do encontro e chamou a todos ao desafio de manter e continuar esse movimento pela participação da juventude no movimento comunitário. Bartíria lembrou que o paraibano Edmundo Fontes, ex-presidente da Conam e um dos participantes do encontro, iniciou sua militância no movimento comunitário aos 23 anos de idade. Segundo ela, é preciso fortalecer a Conam assim, dando espaço a lideranças jovens.

Já Antonio Upiraktan — que foi um dos principais organizadores do evento — falou em nome da Federação Paraibana das Associações do Movimento Comunitário (Fepamoc). Ele ressaltou que, ao final do encontro, não poderia faltar o momento de lazer e diversão, convidando a todos os presentes para um almoço comunitário na praia.

Leia abaixo a “Carta da Juventude Comunitária em João Pessoa”

Carta da Juventude Comunitária em João Pessoa

A Juventude do Movimento Comunitário do Brasil, reunida em João Pessoa/PB, nos dias 20, 21 e 22 de novembro de 2009, realizou seu primeiro encontro nacional, a fim de construir propostas e apontar diretrizes, que possam nortear a ação política da Conam na Frente de Juventude.

A juventude, historicamente, sempre teve protagonismo na construção da história do povo brasileiro. Jovens heróis como Zumbi, Castro Alves, Oswaldão e Guerrilheiros do Araguaia deram sua luta e vida pela liberdade e emancipação de nosso povo. Resistimos a Ditadura, pintamos a cara tiramos um presidente corrupto e resistimos a duas décadas de pressão do neoliberalismo.

A Conam é hoje a maior entidade comunitária do Brasil, tendo mais de 20.000 associações de moradores filiadas em todos Estados da Federação e DF, e tem agido com protagonismo nas ações dos movimentos populares e articulação com outras entidades e frentes de atuação dos movimentos sociais, através da CMS – Coordenação dos Movimentos Sociais.

A juventude tem grande participação na construção da Conam e de suas filiadas e pode-se destacar a grande participação de jovens em nossos últimos Congressos em Brasília e Salvador. A Conam desde 2005 tem uma pasta na diretoria executiva voltada para esta frente de atuação.

Hoje existem 51 milhões de jovens brasileiros entre 15 e 29 anos, 66% deles estão fora das salas de aula e somente 13% esta cursando curso Superior. Muitos jovens não estudam pela necessidade de ajudar na renda familiar e em muitos casos ser o próprio responsável por sua família. Entre as mulheres jovens a gravidez é principal causa do abandono do estudo. Entre nossos jovens, 46% estão desempregados. Apenas 27% tem emprego com carteira assinada. Soma-se a isto o fato de que 31% estão abaixo da linha da pobreza e 70% dos jovens considerados pobres são negros.

A juventude das nossas comunidades quer ter saúde, educação, moradia, saneamento, emprego, esporte, cultura, lazer e um meio ambiente preservado. A juventude das nossas comunidades quer debater, participar, se organizar, se divertir, sem sofrer qualquer tipo de violência.

Nossa juventude é de paz e sonha construir um Brasil de igualdade e respeito à todas diversidades, construindo no dia-a-dia cidades para todos e todas. Mas nossa juventude também é de luta, bate de frente com os desafios e adversidades em nossas comunidades, com coragem, combatividade e criatividade.

Não devemos ter medo ou receio de abrir as portas das associações de moradores, para a entrada e participação da juventude, pois a juventude tem muito à contribuir com a oxigenação e renovação do movimento comunitário.

A juventude comunitária organizada, na cidade, no campo e na floresta, reafirma o seu compromisso de fortalecer a Conam e suas filiadas, no sentido de construir um Projeto Nacional de Desenvolvimento, que traga inclusão e emancipação para nosso povo.

Apresentamos este documento para ser debatido pela juventude comunitária e para somar na discussão do processo eleitoral de 2010, em que se faz necessário eleger governantes que possam aprofundar o processo progressista e mudancista que dirige o Brasil desde 2003. Neste sentido este encontro aprova uma série de compromissos e bandeiras de luta, para orientar a juventude da Conam para este novo ciclo.

Organização comunitária
• Fortalecer a ação da Conam e de suas filiadas na frente de juventude, através da criação de departamentos e diretorias.

• Realização do 2° Encontro Nacional de Juventude Comunitária, após a realização de encontros municipais, estaduais e regionais.

• Garantir o protagonismo de jovens comunitários, para atuar em tarefas diretivas e conselhos, a fim de forjar uma nova geração de quadros comunitários.

• Realização do senso nacional da juventude comunitária, com o objetivo de identificar a participação dos jovens nos quadros da Conam e de suas filiadas em todos os níveis: Nacional, Estadual, Municipal e Local.

• Capacitar nossas jovens lideranças através de cursos, seminários e oficinas, através de ações da Conam, junto aos seus parceiros e filiadas.

Educação
• Fortalecer a luta pela aprovação do Plano Nacional da Educação, com ênfase no Ensino Básico e equipamentos nas periferias e bairros populares, invertendo a lógica de concentração dos equipamentos públicos nas áreas centrais das cidades. A falta de estabelecimentos nas comunidades, dificulta o acesso ao ensino dos jovens trabalhadores e desempregados, causando aumento considerável da evasão escolar.

• Que os recursos do Fundo do Pré-Sal sejam destinados para a educação, ciência e tecnologia e políticas sociais.

• Construção de mais escolas técnicas e qualificação profissional para os jovens da periferia e bairros populares, através de cursos técnicos e programas como o Pró-Jovem.

• Apoiar ações como a Lei dos Estágios, e incentivar programas como o Primeiro Emprego e a luta pela redução de jornada de trabalho para 40 hora, o que geraria mais de 6 milhões de empregos.

• Fortalecer ações que garantam nossa juventude ao Ensino Superior, garantido acesso universal as Universidades através de programas como o ProUni e Reuni.

Saúde
• Imediata regulamentação da EC 29, que destina recursos para a saúde.

• Fortalecimento e defesa do SUS.

• Elaboração, aplicação e aperfeiçoamento de programas para jovens mulheres, com ênfase para as jovens mães e incentivando o planejamento familiar, para evitar a gravidez precoce.

• Incentivar a participação de jovens nos conselhos de saúde em todas as instancias.

• Lutar para aumentar as ações e programas de recuperação de jovens envolvidos com drogas, através do SUS.

• Luta pelo incentivo ao uso de medicamentos fitoterápicos

Reforma Urbana
• Reafirmamos a Reforma Urbana como condição para construção de um novo projeto de desenvolvimento para o Brasil.

• Lutamos pela imediata construção do Sistema Nacional das Cidades que promova a integração das políticas.

• Defendemos programas e projetos habitacionais voltados e ou com cortes de juventude.
*
• Pelo fortalecimento da Campanha Nacional Tarifa Cidadã, para melhorar de qualidade de vida de nossa juventude com um transporte melhor e mais barato.

• Incentivar a coleta de assinaturas para a PEC 285/09 – Moradia Digna, para que União, Estados e Municípios tenham investimentos efetivos, e não paliativos, na Habitação de Interesse Social. Com a meta de colher 30.000 assinaturas da juventude para ser entregues na Conferencia Nacional das Cidades.

• Participar das Conferencias das Cidades, procurando eleger delegados jovens para as Etapas Estaduais e Nacional da Conferência.

• Lutar pela preservação ambiental, como condição de garantia de qualidade de vida nas nossas cidades.

Cultura
• Lutar pelo fortalecimento das culturas regionais, garantido para as futuras gerações a manutenção da identidade cultural, das mais variadas regiões do Brasil.

• Descentralização e democratização ao acesso à cultura.

• Capacitação para jovens lideranças comunitárias para formular e executar os projetos como o Ponto de Cultura e nas leis de incentivo.

• Desenvolver parcerias com as mais diversas formas de expressões da juventude comunitária, como o Hip-Hop, que tenham ações de protagonismo nas comunidades.

Esporte
• Divulgar e garantir o acesso de nossas filiadas à Lei de Incentivo ao Esporte.

• Realização das Olimpíadas dos jovens Comunitários, com o intuito de integrar e descobrir talentos em nossas comunidades, incentivando a participação da juventude em nossas na Conam e suas filiadas.

• Incentivar o esporte como alternativa ao crime e às drogas.

Direitos Humanos
• Manter a mobilização contra a diminuição da maioridade penal e aplicação integral do Estatuto da Criança e do Adolescente.

• Defender programas de ressocialização de jovens apenados e adolescentes em cumprimento de ações sócio-educativas.

• Combater todas as formas de discriminação e preconceito.

• Em defesa da aprovação do Estatuto da Igualdade Racial.

• Em defesa do cumprimento efetivo da Lei Maria da Penha.

• Garantir o recorte de gênero em todas ações da juventude comunitária.

• Lutar contra a homofobia em todos os espaços de luta e construção das políticas comunitárias.

• Aprovação em todos os níveis do Sistema Nacional de Juventude, através do Plano e Estatuto e da Juventude.




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Manuela é a melhor parlamentar de 2009

Após 50 dias, o Prêmio Congresso em Foco 2009 teve a votação encerrada à zero hora desta sexta-feira (20). O senador Cristovam Buarque (PDT-DF) e a deputada Manuela D’ Ávila (PCdoB-RS) foram eleitos pelos internautas os melhores parlamentares do ano.

De acordo com os votos recebidos via internet (confira a votação final), Cristovam também foi o parlamentar que mais se destacou na defesa da educação. Os internautas escolheram ainda os destaques em outras três categorias especiais: o deputado Flávio Dino (PCdoB-MA), no combate à corrupção; a senadora Marina Silva (PV-AC), na defesa do meio ambiente; e a liberação da internet na campanha eleitoral de 2010, resultante de emenda proposta pelo senador Aloizio Mercadante (PT-SP), como a principal iniciativa do Congresso Nacional neste ano.

Também receberão uma premiação especial a senadora Marina e o deputado Chico Alencar (Psol-RJ), os dois congressistas mais votados pelos 176 jornalistas políticos de Brasília que fizeram a pré-seleção dos 38 parlamentares - 27 deputados e 11 senadores - que participaram da votação na internet. Todos os 38 serão premiados, em cerimônia que será realizada às 20h30 do próximo dia 7 no auditório da Procuradoria-Geral da República.

"Debate com a sociedade"
Na solenidade, também terão distinção especial os três parlamentares mais votados na Câmara e no Senado. O segundo senador mais votado foi Arthur Virgílio (PSDB-MA), que teve uma diferença inferior a mil votos em relação ao primeiro colocado. Em terceiro lugar, ficou Alvaro Dias (PSDB-PR). Na Câmara, a segunda maior votação foi de Rita Camata (PSDB-ES) e o deputado Gustavo Fruet (PSDB-PR) ficou na terceira colocação.


Deputada de primeiro mandato, Manuela diz que o resultado final da votação tem um sabor especial para ela, por sair de uma votação nacional aberta e que envolveu todos os estados do país. “O prêmio tem um papel importante, pois avalia a melhor atuação dos parlamentares nas duas Casas. É um debate com a sociedade, que conta com a avaliação final dos milhares de internautas deste país através do voto. Estou muito feliz e satisfeita”, afirmou a deputada.

Na opinião de Cristovam, a premiação pode contribuir para apagar a paralisia que tomou conta do Senado neste ano. “Este prêmio é o reconhecimento do nosso trabalho. Ela vem num momento muito oportuno. Não há dúvida que ele ajuda em muito na aproximação com a sociedade, que fez um julgamento por meio do voto popular. Isso é muito positivo”, avaliou Cristovam.

Premiações
Pelo regulamento do prêmio, os três deputados e três senadores mais votados pelos internautas recebem troféus. Do quarto ao décimo lugar, os congressistas agraciados recebem placas. E todos os 38 pré-selecionados pelos jornalistas que cobrem o Congresso receberão certificados, atestando a avaliação de que estão entre os melhores parlamentares do país.

Placas marcarão os prêmios para as categorias especiais. Na internet, a mais disputada delas foi a de combate à corrupção. O deputado Flávio Dino, que já atuou como juiz federal, terminou com uma vantagem inferior a mil votos sobre o segundo colocado, o deputado Gustavo Fruet (PSDB-PR).

Fruet festejou a sua inclusão, pelo quarto ano consecutivo, entre os melhores parlamentares do Congresso. “Ser indicado por repórteres que acompanham a rotina da Câmara de perto é uma grande honra. Isso me deixa ainda mais satisfeito e com motivos para comemorar esse prêmio”, disse o deputado.

Na categoria iniciativa do ano, o projeto de liberação da internet nas campanhas eleitorais ganhou a disputa com folga. Pelo resultado final da votação, a proposta somou mais de 6 mil votos à frente da segunda "iniciativa" mais votada, a CPI da Pedofilia. Emenda incorporada pelo Senado à minirreforma eleitoral, ela garantiu na internet “a livre manifestação de pensamento, vedado o anonimato, durante a campanha eleitoral, assegurado o direito de resposta”, com punições para a “utilização indevida” da rede. A alteração afastou as restrições inicialmente impostas à web, no projeto votado pela Câmara.

O Prêmio Congresso em Foco conta este ano com o patrocínio da Petrobras e da AmBev, além do apoio da Associação Nacional dos Procuradores da República (ANPR), da Associação dos Delegados da Polícia Federal (ADPF), da Associação Nacional dos Peritos Criminais Federais (APCF), do Sindicato dos Jornalistas Profissionais do Distrito Federal (SJPDF), da Associação dos Magistrados Brasileiros (AMB) e do Sindicato dos Servidores do Poder Legislativo Federal e do Tribunal de Contas da União (Sindilegis).



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sexta-feira, 20 de novembro de 2009

Zumbi dos Palmares, herói negro do povo brasileiro

Manifesto do Dia da Consciência Negra
Zumbi dos Palmares, herói negro do povo brasileiro


A CTB (Central dos Trabalhadores e Trabalhadoras do Brasil), no seu Manifesto de 20 de Novembro, Dia Nacional da Consciência Negra, reitera seu mais profundo compromisso com a luta pela superação do racismo e suas consequências socioeconômicas e renova compromissos com o país e com a população negra através do combate à falta de oportunidade e discriminação no mercado de trabalho. Defendemos a inclusão de cláusulas antidiscriminatórias nas convenções coletivas e nas bandeiras de lutas do movimento sindical.

A população negra não se dissocia do povo brasileiro, de modo que a representação na dimensão classista, princípio basilar da existência da CTB, também contempla as mais imediatas necessidades da população negra. A herança da escravidão, no entanto, mantém a iniquidade das desigualdades socioeconômicas entre negros e brancos.

Por isso, conclamamos o movimento negro a compor os esforços da luta unificada dos trabalhadores e trabalhadoras pela valorização do salário mínimo, redução da jornada de trabalho sem redução do salário, mais direitos trabalhistas e previdenciários e um projeto de desenvolvimento nacional com valorização do trabalho.

Após 314 anos da morte de Zumbi dos Palmares, um herói nacional, acusamos avanços na luta política contra o racismo e na promoção social da população negra, especialmente após a ascensão das forças populares no governo, lideradas pelo presidente Lula. Estudos do Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada - IPEA, registram crescente diminuição da desigualdade entre ricos e pobres. Nos últimos dez anos, 22,8% da população brasileira saíram da base da pirâmide social.

No entanto, o atual desenvolvimento social não consegue reverte as assimetrias regionais e sociais. O capitalismo sempre explora impiedosamente classe trabalhadora - base social que compreende a maioria da população negra. Tal qual os senhores de engenhos, a burguesia se apropria gananciosamente das riquezas produzidas pelos braços dos trabalhadores e trabalhadoras negras.

Devemos somar forças políticas e sociais com os que defendem os avanços do novo ciclo econômico iniciados em 2002, para dar continuidade à luta antineoliberal em curso, elevando o protagonismo da classe trabalhadora. Percorrer caminhos que consolidem uma ampla unidade do campo progressista, democrático e popular, na construção de um novo projeto de desenvolvimento nacional, livre do racismo, preconceito e intolerância, e de todas as formas de discriminação.

Apoiamos as bandeiras históricas do movimento negro e propomos as seguintes bandeiras de luta:

:: Pré-sal, esta riqueza é do povo brasileiro;

:: Igualdade de emprego e salário para construir um país democrático: trabalho igual, salário igual;

:: Redução da jornada de trabalho para 40 horas semanais sem redução de salário;

:: Aprovação imediata do Estatuto da Igualdade Racial.


Secretaria Nacional de Combate ao Racismo
Central dos Trabalhadores e Trabalhadoras do Brasil - CTB



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quinta-feira, 19 de novembro de 2009

Galpão, Renato Teixeira e Viola Caipira na Festa Nacional do Pequi

A XIX Festa Nacional do Pequi, promovida pela Prefeitura Municipal de Montes Claros, por meio da Secretaria Municipal de Cultura, começa no próximo dia 26, quinta-feira, às 20h, na Galeria de Artes Godofredo Guedes, do Centro Cultural Hermes de Paula. Na programação de abertura, exposição “O meio-ambiente na arte das cores e traços”, do artista plástico e jornalista Noélio Francisco de Oliveira, e ainda, o lançamento do livro “Sapo na muda – meus amigos, meus mortos, meus caminhos tortos”, do jornalista Luiz Carlos Novaes (Perereca), lançado pelo consórcio Oficina das Letras. Também na quinta-feira, às 20h30, uma das grandes atrações do evento, o Grupo Galpão, de Belo Horizonte, com o espetáculo ao ar livre, “Till, a saga de um herói torto”, montagem de grande sucesso que percorre o país. A apresentação é na Praça da Matriz.

PRAÇA DA RODOVIÁRIA E MERCADO - A partir do dia 27, sexta-feira, a programação da Festa Nacional do Pequi se concentrará na Praça Tancredo Neves (Praça da Rodoviária) e no Mercado Municipal. Em frente ao terminal rodoviário, a partir das 20h, apresentação da dupla sertaneja Paulo e Guilherme, seguida da 1ª eliminatória da final do “Festival Viola dos Gerais”, da Inter TV, e show com Renato Teixeira.

No dia 28, sábado, a programação se inicia no Mercado Municipal, às 09h, com a “1ª Mostra Instrumental de Viola Caipira”. E às 20h, na Praça da Rodoviária, retorna a dupla Paulo e Guilherme e a 2ª eliminatória do “Festival Viola dos Gerais”. Fechando a noite, show com o músico mineiro João Araújo.

FINAL - No domingo, 28, as atividades também se iniciam no Mercado Municipal, pela manhã, com o show “Cante com a gente”, conduzido pelo radialista e compositor Zé Vicente. À noite, no encerramento da XIX Festa Nacional do Pequi, na Praça da Rodoviária, acontece a grande final do “Festival Viola das Gerais” e show com Ivan Vilela e Orquestra de Viola. Paralelamente à programação do evento, a Secretaria Municipal de Cultura promoverá debates sobre a questão ambiental e um pacote de várias oficinas: ritmos de carnaval, dança samba carnaval, confecção de bonecos, fabricação de violas, rabecas, dança maracatu, capoeira, dança do ventre, Hip-hop e flauta doce, que terão início no próximo dia 23, pela manhã e à tarde, e se estenderão por um período indeterminado. As inscrições, gratuitas, estão abertas no Centro de Cultura Arte & Ofício, na Avenida Deputado Esteves Rodrigues (Sanitária), número 20. Mais informações pelo telefone (38) 3229 3456.




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quarta-feira, 18 de novembro de 2009

Mil e um tons


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Lançamento catarinense


Acabo de receber o convite pro lançamento do livro "Abaixo as Ditaduras: História do Movimento Estudantil Catarinense" de Lédio Rosa de Andrade e do documentário "Abaixo as Ditaduras" da querida amiga Ana Maria Lima. Pra quem estiver em Floripa no fim do mês, vale conferir.


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A atual geração é vitoriosa

Danilo Moreira e Ramon Fonseca
Foto: Arquivo Pessoal

CONHECIMENTO + INOVAÇÃO – JUVENTUDE + OTIMISMO

Entrevista feita por Walter Sorrentino*

Danilo Moreira da Silva é baiano. Foi líder da UJS e da executiva da UNE em 2000. Milita no PCdoB, tem 36 anos, e é secretário nacional de juventude adjunto, desde 2006, após ter atuado intensivamente na construção das políticas públicas do governo Lula. Além de sua experiência político-partidária, Danilo é uma das pessoas que conhece a fundo a juventude brasileira. Com ele a palavra.


1) Como você avalia o panorama atual da juventude brasileira? Educação, cultura, esporte, lazer, violência, drogas, tráfico: o que é mais marcante nessa realidade?

A juventude brasileira reflete, em muitos aspectos de maneira ampliada, os paradoxos e as desigualdades encontrados na sociedade. Os jovens no Brasil foram vítimas da ausência de políticas públicas para este segmento populacional. E mesmo quando estas existiam, partiam de uma premissa equivocada segundo a qual o jovem era um indivíduo necessariamente incompleto e/ou problemático. Sendo assim, por um lado, as políticas de juventude voltavam-se (na melhor das hipóteses) para a formação visando sua “entrada” no mundo adulto, numa trajetória linear onde sucediam as seguintes etapas: estudar – trabalhar – constituir família. Por outro lado, existia (e ainda há) o paradigma da juventude-problema que entende o jovem com uma ameaça social ou como o principal responsável pelas inúmeras situações de violência existentes na sociedade. Desta visão, decorre uma série de políticas com o objetivo de controlar, enquadrar e reprimir a juventude.

Por conta disso, se observarmos a fotografia da juventude brasileira no que diz respeito ao acesso a direitos básicos com educação, cultura, trabalho, participação, esporte e lazer, vamos nos deparar com situações ruins e, em alguns casos, alarmantes. Pois, na verdade o que prevalecia até bem pouco tempo atrás era a despolítica de juventude.


2) Vamos quantificar alguns dados dessa realidade…

No Brasil, a violência ocasiona altas taxas de mortalidade entre jovens, justamente no período etário de 15 a 29 anos, que deveria ser um dos mais saudáveis do ciclo vital. As causas externas (acidentes trânsito, homicídios, principalmente) são responsáveis por mais de 61,3% das mortes de nossa juventude.

Dados do IPEA, de abril de 2008, indicam que cerca de 34% dos jovens entre 15 e 17 anos ainda estão retidos no ensino fundamental, quando deveriam estar no ensino médio.

Em 2006, enquanto a taxa de desemprego era de 5% entre adultos de 30 a 59 anos, observavam-se índices de 16,7% entre os jovens de 18 a 24 anos e 9,5% na faixa de 25 a 29 anos.

Ainda segundo a PNAD 2008, temos uma manutenção ou evolução positiva na educação. A porcentagem de jovens analfabetos não sofreu alteração percentual nas faixas de 15 a 17 (0,10%) e 18 a 19 (0,07%) permanecendo estável em relação à PNAD anterior. A porcentagem de jovens analfabetos nas faixas de 20 a 24 caiu de 0,26% para 0,24% e na faixa de 25 a 29 caiu de 0,41% para 0,38%. Proporção de jovens entre 18 e 24 com 11 anos de estudo aumenta de 18,1% em 1998 para 36,8 em 2008. Número de jovens entre 18 e 24 anos que freqüentam o ensino superior cresceu de 6,9% em 1998 para 13,9% em 2008.


3) O Brasil teve duas décadas perdidas em termos de desenvolvimento. Sem desenvolvimento fica difícil equacionar qualquer demanda social hoje presente. Seguiu-se uma década terrível de políticas neoliberais, de dessolidarização, individualismo, competição entre os “incluídos”, salve-se-quem-puder entre os “excluídos”. A arte dos grafiteiros, o cinema e o hip hop expressaram esse lado da questão. Penso assim: não era de se esperar que em poucos anos essa realidade pudesse ser revertida; mas pergunto: ela será revertida?

De fato a estagnação ou as baixas taxas de crescimento econômico, especialmente nos anos 90, impactaram fortemente na juventude. Não só pelos altos índices de desemprego (duas vezes maior nesta faixa etária), mas pela incapacidade dos governantes de então de reconhecer, valorizar e apostar na juventude como parte de nossa estratégia de desenvolvimento econômico e social. Mas como fazer isso, quando o que imperava era o dogma do estado mínimo? Sobravam apenas as chamadas políticas compensatórias para os jovens extremamente pobres e a desesperança quase absoluta para os demais. Basta assistir novamente à Terra Estrangeira, um dos primeiros filmes de Walter Salles, para ter ideia. O pessimismo e descrédito em nossa capacidade enquanto povo e em nosso potencial enquanto Nação transformava-se em um exacerbado individualismo, típico do período neoliberal.

Nos últimos anos, durante o governo do Presidente Lula, temos presenciado, também na juventude, significativos avanços. Com a criação da Secretaria e do Conselho Nacional de Juventude, em 2005 passamos a trabalhar por uma transição de paradigmas. Nosso objetivo é superar a visão juventude-problema, afirmando o jovem como um sujeito de direitos e, portanto, merecedor do reconhecimento e investimento por parte do Estado brasileiro. É notório o surgimento de uma variedade de políticas públicas que visam assegurar direitos aos jovens nas mais diversas áreas. Projovem, Pontos de Cultura, Praças da Juventude, expansão do ensino técnico, Soldado Cidadão, Projeto Farol, Prouni etc. Além disso, estabelecemos uma relação de diálogo permanente com os segmentos organizados da juventude e demais organizações da sociedade que atuam neste tema. A existência de um Conselho Nacional (com maioria da sociedade civil) e a realização da 1ª Conferência Nacional de Juventude (com 400 mil participantes) são os melhores exemplos.

Em 2008, foi divulgada uma pesquisa (Instituto Gallup/Fundação Getúlio Vargas) que apontava a nossa juventude como a mais otimista do mundo. Entre 132 países ficamos em primeiro lugar e numa escala de 0 a 10, a nota Brasil foi 8,78, quando perguntado ao jovem se ele achava que sua vida iria melhorar nos próximos cinco anos. Isso não significa, porém, que temos a juventude com melhor condição de vida do mundo, aliás estamos muito distante disso, mas não podemos deixar registrar este resultado. Por isso quando projetamos o Brasil como a 5ª economia do mundo entre 2016-2020, como afirmou o Presidente Lula, devemos incluir neste projeto a meta de sermos também, a 5ª melhor sociedade.


4) Um terceiro governo de marcas nacionais e populares, além de democráticas, tem condições de aprofundar a mudança de realidade para a juventude? O que está pensado nesse sentido?

Antes de tudo precisamos reconhecer que a atual geração política é uma geração vitoriosa. É uma geração que participou do surgimento do Fórum Social Mundial, foi às ruas contra a invasão do Iraque pelos EUA, resistiu ao neoliberalismo, elegeu e reelegeu um operário pra Presidência da República, contribuiu diretamente com os inúmeros avanços políticos, econômicos e sociais nos últimos sete anos. Não podemos enfrentar a batalha de 2010 sem este reconhecimento.

Do ponto de vista político, e da esquerda, é importante percebermos que necessitamos realizar uma equilibrada e ousada transição geracional. Precisamos encontrar uma equação que permita fortalecer a capacidade mobilizadora da juventude e, ao mesmo tempo, promover os jovens em espaço de poder e tomada de decisão. A título de exemplo, fizemos um levantamento na Secretaria Nacional de Juventude e descobrimos que desde a redemocratização o número de jovens deputados federais ficou em torno de 2%. Considerando que 26% da população brasileira é composta por jovens e tendo em conta o histórico de participação deste segmento, podemos falar em uma verdadeira exclusão política de juventude. Para ir um pouco mais além, colocaria também esta questão às direções partidárias, ao movimento sindical e de mulheres.

Por outro lado, precisamos reconhecer que ainda temos uma enorme dívida social com a juventude brasileira. Diversos indicadores demonstram isso. Número de jovens desempregados, mortes por causas externas (armas de fogo e acidente de trânsito), crise e evasão no ensino médio, etc, etc.

No entanto, se pensarmos em uma sociedade onde o conhecimento e a inovação são indispensáveis para seu desenvolvimento. Se pensarmos em um mundo cada vez mais “dependente” das novas tecnologias da informação e comunicação, de qual público lembramos? Por isso, não podemos limitar as políticas de juventude ao campo das chamadas políticas sociais e, mesmo estas, têm que estar articuladas com políticas mais estruturantes e sintonizadas com uma visão contemporânea de desenvolvimento nacional.

Para o avanço de um Projeto Nacional transformador, não devemos ver a juventude apenas como a face mobilizadora da nossa luta política ou então como destinatária de políticas sociais. Temos que ampliar nosso horizonte e incluir este segmento em nossa estratégia de desenvolvimento nacional combinando presente e futuro. Estamos falando em mais de 50 milhões de brasileiros entre 15 e 29 anos. Precisamos acelerar nossa transição de paradigmas. Superar a visão da “juventude-problema”, reconhecer o jovem com “sujeito de direitos” e apostar no jovem com “sujeito de mudanças”.


5) Por que o PCdoB tem esse protagonismo todo entre a juventude?

Atribuo nosso protagonismo entre a juventude à combinação alguns motivos: o primeiro é o nosso compromisso a melhoria das condições de vida do povo brasileiro, que nos torna automaticamente comprometidos em lutar ao lado de milhões de jovens que também sofrem as conseqüências do capitalismo. O segundo motivo é tradução deste compromisso em uma ação consciente, permanente e prioritária das direções partidárias que sempre buscaram desenvolver política e organizativamente nossa ação entre a juventude. Vide a experiência de 25 anos da UJS. Um terceiro motivo, talvez o mais importante, é que o PCdoB talvez seja uma das forças políticas que mais acredita no Brasil enquanto nação e no povo brasileiro enquanto construtor deste destino. Em nossa luta contra as injustiças sociais, não abdicamos ou subestimamos a questão nacional e esta atitude guarda uma fina sintonia com o sentimento da juventude brasileira.




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terça-feira, 17 de novembro de 2009

A man without talent

A queda de Ícaro (séc. XVII), de Jacob Peter Gowi.


I was in my office when he came. A thin and pale man called Icarus. “I want a job”, he said. I asked him what he could do. “I imitate birds”. “Mimicking birds? It’s not interesting, I’m sorry”, I said. He was crestfallen, then he flew through the open window.


A mini saga by Ramon Fonseca


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Quebrando mitos


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segunda-feira, 16 de novembro de 2009

Rumo ao Hexa!

Não Há Motivos Para Comemorar.

por Arthur Muhlenberg

Como torcedores do legitimo Fuderosão, o terror das lideranças, temos caminhões de motivos para tirar onda e extravasar nossa euforia. O Mengão vem doutrinando na reta final do campeonato e fazendo o que os outros não parecem ser capazes de fazer. Isto é, vencendo quando é preciso vencer. Outro motivo? Os cavalos paraguaios, aqui anunciados em primeira mão, confirmaram sua condição de matungos e se dirigem tristemente em direção ao Jockey Club de Assuncion. E isso nos provoca sinceras e profundas gargalhadas.

Gargalhadas iguais a que dei quando soube que a torcidinha do Nauticuzinho repetiu a estúpida estratégia das galinhas mineiras e promoveu mais um antiquando e inútil foguetório no hotel do Mengão. Exatamente como em Belo Horizonte, essa palhaçada foi estimulada pela postura idiota e apequenada dos dirigentes dos clubes da casa. Dirigentes cro-magnon , que insistem em tentar intimidar a Magnética e apelam para todas as más práticas desportivas para tentar impedir que a maior torcida do mundo ocupe seu lugar de direito nos seus estádios mixurucas. Aprendam de uma vez por todas, a Magnética não se intimida com nada e está sempre ao lado do Mengão.

Do jogo de ontem eu nem vou falar, todo mundo viu o que aconteceu. Pior, todo mundo sabia o que ia acontecer. O Flamengo chegou, viu e ganhou. Tudo com extrema facilidade e sem grandes atropelos. O Náutico não tem time pra fazer frente ao Fuderosão e se alguns dos pretendentes ao título tropeçaram diante dele tal fato só comprova que os tais pretendentes ao titulo também não são lá grande coisa.

Mesmo com tantos motivos para a zoação, a esbórnia e a celebração recomendo fortemente que fiquemos ao lado do comandante Andrade. Andrade, que reúne em seu dedo mindinho esquerdo mais conhecimento do Flamengo que redações inteiras lotadas de jornalistas especializados, já deu o papo: Evitem o oba-oba, ainda não ganhamos nada!Sabe tudo esse Andrade, é monstro mesmo. Nessas horas em que meninos são separados dos homens dá uma tremenda tranqüilidade saber que contamos com um cara como o Andrade, que já ganhou tudo no futebol. Ele, melhor que ninguém, sabe que a distância que separa a euforia da deprê profunda é ínfima. É a grande verdade, não ganhamos nada.

Vamos nos dar ao respeito e segurar nossa onda. Somos o Flamengo, caceta! Aqui na Gávea não se comemora títulos de divisões subalternas e muito menos vice-lideranças. Aliás, esse papo de vice não é com a gente mesmo. Deixemos esse assunto pros especialistas. Como ontem, nas comemorações dos nossos incríveis e extraordinários primeiros 114 anos de vida. Na regata final do Campeonato Carioca de remo o Mengão, naturalmente, se sagrou campeão. Adivinha quem foi o vice?

Mengão Sempre



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CartaCapital destaca inserção do PCdoB na juventude


A revista CartaCapital desta semana traz matéria mostrando a força do PCdoB na juventude e o 12º Congresso do partido. Assinada por Gilberto Nascimento, a reportagem anorda ainda a inserção dos comunistas entre os operadores de telemarketing e sua amplitude em diversos segmentos, do hiphop à vida institucional. Acompanhe a íntegra da matéria.

Os jovens vão 'estar tomando' o poder

Por Gilberto Nascimento

Conhecidos pelo uso do gerúndio e pelo bordão “vamos estar solucionando”, os operadores de telemarketing são considerados os metalúrgicos dos dias atuais. A função surgiu como fruto das novas relações de trabalho e do avanço tecnológico, mas carrega problemas parecidos aos das antigas linhas de produção industriais.
*
Os operadores de telemarketing somam 1,075 milhão de profissionais hoje no País. A maioria é jovem no primeiro emprego, com idades entre 18 e 29 anos. É a categoria que mais cresceu no Brasil: 10% ao ano em uma década. Setenta por cento são mulheres.

Esses jovens significam hoje para o PCdoB quase a mesma coisa que os operários do ABC representaram para o PT. Sindicatos da categoria, como os de São Paulo e Belo Horizonte, são ligados à União da Juventude Socialista (UJS), o braço jovem do PCdoB. Durante o 12º. Congresso do partido, realizado entre os dias 5 e 8 no Anhembi, em São Paulo, a atividade e a mobilização dessa categoria foi ressaltada pelos dirigentes comunistas.

Os jovens líderes sindicais da área de telemarketing, alguns com pouco mais de 20 anos, se organizam de forma diferenciada. Para atingir o público, realizam assembléias durante festas fechadas em casas noturnas, com DJs e outros atrativos. Num determinado momento, a música para, começam os discursos e as informações importantes são transmitidas. A tecnologia é utilizada na comunicação com a base.

“Nossa forma de organização se dá com o uso da linguagem do jovem. Se fizéssemos só a assembléia não reuniríamos mais de 100 pessoas”, admite Marco Aurélio de Oliveira, 33 anos, há um presidente do Sindicato dos Trabalhadores em Telemarketing de São Paulo (Sintratel) e há oito integrante dos quadros do PCdoB.

A construção de um modelo de comunismo com feição brasileira, a eleição do novo comitê central do partido e a necessidade de arregimentar militantes na juventude foram alguns dos principais temas do congresso do PCdoB. O encontro reuniu 1.100 delegados, 100 delegações estrangeiras de partidos comunistas de todo o mundo e políticos como o presidente Lula, a presidenciável Dilma Roussef, o governador do Rio, Sérgio Cabral (PMDB) e o ministro da Justiça, Tarso Genro.

Aos 87 anos, o PCdoB reafirmou sua posição de parceiro do governo Lula e apoiador de primeira hora da candidatura de Dilma. Agora, se prepara para tentar dobrar suas bancadas na Câmara Federal e no Senado e pretende disputar a eleição para governador, com chances, no estado do Maranhão, com o deputado e ex-juiz Flávio Dino.

O partido conta hoje com 240 mil filiados. Aumentou em 50% o número de seguidores de seu congresso anterior, em 2005, para cá. Tem um ministro no governo Lula (Orlando Silva, dos Esportes), um senador (Inácio Arruda, do Ceará), 12 deputados federais, 13 estaduais, 406 prefeitos e 607 vereadores pelo Brasil. Dirige ainda um importante órgão no governo, a Agência Nacional do Petróleo (ANP), a cargo do ex-deputado Haroldo Lima.

A preocupação em ganhar adeptos na juventude é estratégica. O PT, segundo pesquisas, é o partido preferido entre os jovens brasileiros. Mas o PCdoB se notabiliza pela formação de quadros aguerridos e disciplinados no movimentos estudantil. Somente a UJS reúne 100 mil filiados, organizados em núcleos em 800 municípios brasileiros.

Quatro quadros da linha de frente do PCdoB foram formados na Juventude Socialista: o ministro Silva (no do partido com maior visibilidade na mídia depois que o Brasil realizou os Jogos Panamericanos no Rio e conseguiu o direito de promover a Copa do Mundo, em 2014, e os Jogos Olímpicos, em 2016); o deputado Aldo Rebelo (fundador e primeiro dirigente da entidade, que chegou até a ser presidente da República por dois dias); a deputada gaúcha Manuela D’Ávila, eleita aos 26 anos com 271 mil votos – hoje considerada a musa do Congresso -; e Manoel Rangel, presidente da Agência Nacional de Cinema (Ancine).

A UJS comanda a União Nacional dos Estudantes (UNE) há quase 20 anos. Há 30, a principal entidade dos estudantes brasileiros só não esteve sob a influência direta do PCdoB em três gestões, entre 1987 e 1991. A Juventude Socialista é também hegemônica na União Brasileira dos Estudantes Secundaristas (UBES).

A maioria dos centros acadêmicos (CAs) e grêmios estudantis do País é ligada ao partido, garante sua direção. De um total de 3.000 CAs que participaram em janeiro do Conselho Nacional de Entidades de Base (Coneb), em Salvador, 2.100 foram mobilizados pela UJS. No último congresso da UNE, em julho, o PCdoB contabilizou 50% dos delegados. “Mesmo com todos os ataques feitos aos comunistas pelos setores conservadores, não há um partido com maior influência na juventude que o PCdoB”, garante o baiano Marcelo Gavião, 29 anos, estudante de Ciências Sociais da PUC-SP e presidente da UJS.
Outro alvo é o hip hop. O Face da Morte, um dos grupos de rap com maior volume de shows pelo Brasil, tem estreitas ligações com o PCdoB. O grupo tem clips na MTV, oito discos gravados e faixas incluídas em coletâneas de sucesso. O vocalista e líder do Face da Morte, Aliado G, 35 anos, é ex-dirigente da UJS e presidente da Nação Hip Hop Brasil, organização que reúne mil grupos de rap brasileiros e desenvolve oficinas culturais para ressocializar jovens infratores na região da Grande Porto Alegre. Em Suzano, na Grande São Paulo, trabalho semelhante é feito em escolas.

Aliado G foi o primeiro rapper candidato a deputado no mundo segundo reportagem do jornal New York Times. Ele concorreu à Assembléia Legislativa paulista em 2006, teve 20 mil votos, mas não foi eleito. Dois anos depois, foi o primeiro rapper a se candidatar a prefeito, em sua cidade, Hortolândia (SP), na região de Campinas. Ficou em terceiro lugar.

O partido se fortalece ainda em outras áreas. O seu braço no movimento sindical é a Central dos Trabalhadores do Brasil (CTB), comandada pelo presidente do Sindicato dos Metroviários de São Paulo, Wagner Gomes. A central reúne 400 sindicatos e representa 7 milhões de trabalhadores.

Fidelis Baniwa, 35 anos, da etnia Baniwa, na região do Alto Rio Negro, no Amazonas, é outra liderança emergente. Integrante da Coordenação das Nações Indígenas da Amazônia Brasileira (Coiab), Fidelis é ainda ator profissional. Trabalhou na mini-série Mad Maria, da TV Globo, e nos programas eleitorais de Lula, em 2006. Agora, vive no cinema o papel do índio pataxó Galdino Jesus dos Santos, assassinado em 1997, no filme A Noite por Testemunha, de Bruno Torres, a ser lançado na próxima semana no Festival de Brasília. Fidelis deve ser candidato a prefeito pelo PCdoB na cidade de Santa Isabel do Rio Negro (AM). “O comunismo tem tudo a ver com o dia-a-dia em nossas aldeias. Quando alguém traz uma caça, todos são convidados a sentar juntos à mesa”, afirma.

O PCdoB quer desmistificar a imagem de dinossauro imposta por segmentos conservadores. “As idéias neoliberais colocadas em prática a partir dos anos 80 redundaram na maior crise econômica mundial desde 1929. Na origem está a cartilha neoliberal: as privatizações e o estado mínimo. Diante desse fracasso, quem são os dinossauros?”, questiona a deputada Manuela D’Avila.

Os comunistas também rejeitam a fama de ranzinzas. “Não é preciso ser chato para ser comunista”, retruca o baiano Orlando Silva, ministro com nome de cantor de serestas e animador de rodas de samba nos finais de semana, ao lado de artistas e políticos convidados, em sua casa na Vila Mariana, zona sul de São Paulo. “O que o comunista precisa é ter convicção e perspectiva política. É se doar à luta política e batalhar pelo futuro. Num país como o Brasil isso só pode ser feito com alegria”, afirma Silva, enquanto dá autógrafos e posa para fotos ao lado de militantes. “Quando alguém estranha minha opção e pergunta se sou mesmo comunista, eu respondo: sou comunista, graças a Deus”. Silva acredita em Deus. E diz que a maioria absoluta do partido também.

Os líderes do PCdoB afirmam ter sido um erro, no passado, a busca pela tentativa de reedição de experiências comunistas em outros países. “Não dá para dizer que o exemplo da China não é vitorioso. O regime conseguiu unir o povo chinês, garantir direitos ao povo e fazer o país sair da miséria para a modernização. Mas nós não vamos copiar modelo de ninguém. No passado, mirávamos em experiências que tinham dado certo. Agora, vamos construir uma democracia do nosso jeito. A ditadura do proletariado era uma coisa que dizia respeito á União Soviética, naquela época”, argumenta o deputado Aldo Rebelo.

Reconduzido à presidência do partido durante o congresso, Renato Rabelo, 67 anos, contador e técnico agrícola, explica: “O partido é produto de um tempo determinado e localizado. Não é modelo que vale para qualquer situação. É expressão da luta transformadora de um tempo histórico. Por isso, ele muda”. Para o dirigente, o socialismo é muito jovem para ser considerado um fracasso. “Ele está dando os primeiros passos. É a proposta de um novo sistema. E a crise do capitalismo é real. A história vai dizer quem está com a razão”, garante. “O socialismo brasileiro ainda pretendemos construir. Seria especulação dizer se vai ser assim ou assado”.


Fotos: Divulgação PCdoB


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OIA: Olhar, Imaginar, Agir

Curso de Ciências Sociais promoverá mostra audiovisual na Unimontes

Ampliar a formação curricular, com destaque para os temas relacionados à antropologia, sociologia e política. Este é o principal objetivo da “Mostra Audiovisual: Olhar, Imaginar e Agir”, que será realizada pela Universidade Estadual de Montes Claros (Unimontes), entre os dias 17 e 19 deste mês, por intermédio de professores e acadêmicos do curso de Ciências Sociais, vinculado ao Centro de Ciências Sociais Aplicadas (CCSA). As atividades acontecerão no auditório do prédio 1, no Campus Universitário Professor Darcy Ribeiro.

O evento constará basicamente de apresentações de filmes e documentários sobre temas relacionados aos estudos científicos do curso – sempre no auditório do prédio 1. Ao final de cada sessão, comentários e debates entre professores e o público (acadêmicos dos cursos afins, pesquisadores, cinéfilos e convidados de outras instituições).

Conforme a professora Maria Railma Alves, da equipe da coordenação, a Mostra Audiovisual pretende, a partir da exibição de filmes e documentários, fortalecer e estimular o estudo, a pesquisa, a reflexão e a troca de informações em torno das temáticas específicas. “O cinema-documentário é uma maneira prática para a compreensão da vida social”, observa.

Horário: Manhã: das 9h às 11 h – Noite: das 19h às 22h40

Local: Auditório do prédio 1, localizado no 3º andar, Centro de Ciências Sociais Aplicadas - CCSA, Campus Universitário Professor Darcy Ribeiro, Unimontes, Montes Claros - MG.

Público-Alvo: Livre


Programação
17/11/2009 - 9h
Tapete Vermelho (comedia, 2006, 100 min) Direção: Luiz Alberto Pereira
Esse filme é uma das mais belas homenagens feitas pelo cinema ao grande Mazzaropi. Matheus Nacthtergaele e Gorete Milagres formam um casal de caipiras que leva o filho Neco, de nove anos, para uma cidade a fim de assistir a um filme do grande comediante no cinema. Mas os tempos mudaram e os cinemas desapareceram. No caminho o trio cruza com tipos curiosos, provando que as lendas da roça ainda então bem vivas.

17/11/2009 - 19h30
Noticia de Uma Guerra Particular (documentário, 1999, 57 min) Direção João Moreira, Salles e Kátia Lund
Documentário que mostra flagrantes do cotidiano das favelas dominadas pelo trafico de drogas no Rio de Janeiro e entrevistas com envolvidos no conflito entre traficantes e policiais, inclusive moradores que estão no meio do fogo cruzado e especialistas em Segurança Pública.

18/11/2009 - 9h
Barra 68- Sem perder a ternura (Documentário, 2000, 80 min)
A luta de Darcy Ribeiro nos anos 60 para criar e implantar a Universidade de Brasília e as repetidas agressões sofridas pela UNB após estar em funcionamento, desde o golpe militar até os acontecimentos de 1968, quando foram detidos numa quadra de esportes cerca de 500 estudantes.

18/11/2009 - 19h30
Florestan Fernandes O Mestre (documentário, 2004, 45 min). Direção: Roberto Reis e Stefanelli
Vídeo que retrata a vida do engraxate, garçom, professor e deputado constituinte que fez da vida uma verdadeira aula e tornou-se um dos maiores sociólogos Brasileiros.

18/11/2009 - 19h30
Encontro com Milton Santos ou O mundo global visto do lado de cá (Documentário, 2006, 89 min) Direção: Silvio Tendler
Tendo por base uma entrevista gravada por Tendler quatro meses antes da morte de Milton Santos – considerado um dos maiores pensadores brasileiros do século XX -, é uma análise dos problemas críticos do sistema anti-humano em que vivemos. Milton santos enxergou também, a possibilidade de superar esse sistema em direção à construção de uma nova realidade, mais justa e fraterna.

19/11/2009 - 9h
Entreatos (Documentário, 2004, 117 min) Direção: João Moreira Salles
De 25 de setembro a 27 de outubro de 2002, a equipe de Entreatos acompanhou passo a passo à campanha de Luís Inácio Lula da Silva à presidência da República. O filme revela os bastidores de um momento histórico através de material exclusivo, como conversas privadas, reuniões estratégicas, telefonemas, traslados, gravações de pronunciamentos e programas eleitorais. É um dos mais importantes registros da política brasileira.

19/11/2009 - 19h30
Lévi-Strauss: Saudades do Brasil (Documentário, 2005, 120 min) Direção: Maria Maia
A vida do antropólogo Claude Lévi-Strauss no Brasil, em documentário que reconstitui as viagens do antropólogo e pensador francês no País, no início de sua carreira. Levi-strauss chegou ao Brasil em 1935, na segunda leva de professores europeus que vieram dar aulas na recém criada USP.

Informações: (38) 3229-8265/8053/8269/8038

Toda a programção oferecida é gratuita.


A Estrada vai além do que se vê!