sexta-feira, 26 de fevereiro de 2010

30 anos de rock'n'roll

Hoje é aniversário do meu irmão Rodrigo. O elemento completa três décadas de rock'n'roll.

Num toma a cerva toda não, mais tarde a gente se encontra.


Parabéns bróder!


A Estrada vai além do que se vê!

Comida di Buteco começa na próxima sexta-feira

Para deleite da cidade de Montes Claros, está de volta o circuito gastronômico mais saboroso de Minas Gerais.

Em sua quarta edição na cidade de Montes Claros, o Comida Di Buteco volta apresentando o circuito etílico-gastronômico de bares com os mais variados e saborosos pratos do Brasil. Em Montes Claros, aconteceram as edições de 2005, 2006 e 2007. Agora em 2010, a iniciativa volta para satisfazer não somente as expectativas da população, mas também o palato da mesma. A produção local do CDB 2010 selecionou quinze bares e o mais vasto cardápio da cidade que terá início no próximo dia 5 de março e se estende até o dia 21.

São dez anos de Comida Di Buteco, que se iniciou na capital mineira e se multiplicou para várias cidades do estado, além de edições em outras capitais pelo Brasil. Sem dúvidas é o circuito gastronômico de mais ênfase em todo país, que agrada as noites da cidade, o público freqüentador dos bares e,sobretudo, os paladares mais apurados.

Em Minas Gerais neste ano, ocorrem edições nas cidades de Belo Horizonte, Poços de Caldas, Uberlândia e Montes Claros. Proporcionando entretenimento, desenvolvimento econômico, divulgação das culturas culinárias locais, desenvolvimento turístico e formação de público consumidor. É a iniciativa que unifica a classe de comerciantes e donos de bares, na busca pela qualidade e sucesso de seus empreendimentos. Sempre visando à satisfação do público e o desenvolvimento da sua identidade local.

O CDB 2010 em Montes Claros terá duração de 17 dias (de 5 á 21 de março). Os tradicionais butequeiros e todos os freqüentadores irão avaliar a qualidade do tira-gosto que tem peso avaliativo de 70% do voto, o atendimento com peso de 10%, a higiene com 10% e também a temperatura da cerveja que fica com 10% do peso avaliativo no voto. Somente as pessoas que consumirem os pratos inscritos receberão as cédulas de votação.

Cada um dos quinze bares participantes terá uma urna lacrada para que os clientes que consumiram os pratos inscritos depositem suas cédulas de votação. Também haverá durante o concurso um júri com quinze integrantes que visitarão três botecos de sua escolha e se apresentarão somente no momento de pagar a sua conta. Os votos dos jurados assim como o do público em geral têm o mesmo peso de 50% cada um. As cédulas somente serão válidas se conterem o RG do cliente. Importante ressaltar que o número de eleitores não será levado em conta, apenas a média aritmética.

Segundo Filipe da Free Produções (realizadora do Circuito), nesta edição de 2010, o CDB além das cidades mineiras já mencionadas, será promovido em mais cidades do país, como: Rio de Janeiro, Goiânia, Salvador, Ribeirão Preto e São José do Rio Preto. O CDB em Montes Claros também contará com a cobertura audiovisual da PlugTv, iniciativa local do coletivo Plug que está executando a produção executiva local subordinada a Free Produções.

O Comida Di Buteco deste ano tem o patrocínio de marcas fortes e instituições como a Lei de Incentivo à Cultura, Governo de Minas, Governo Federal, Cemig, Bohemia, Hellman's, Coqueiro, Trip, Pirata, Doritos. Além das parcerias locais do Coletivo Plug, Rádio Transamérica e Prefeitura de Montes Claros.

Por Rodrigo de Paula
Plug Comunicação – Assessoria de Comunicação
Tel: (38) 3084-3782 / Cel: (38) 9195-0035
http://plugcci.blogspot.com/


A Estrada vai além do que se vê!

Sábado metal

Neste sábado (27), quem curte metal já tem um programa certo. Muito Trash e Death no lançamento da Demo da banda Impalement in Mordor, nomeada ‘The Impaler’, que conta também com a participação da Vomer.

Para quem não conhece, vamos as apresentações das bandas.

Vômer, com circunflexo, nada mais é do que um dos ossos ímpares do crânio. Já sem o acento, Vomer significa um Trash Metal muito pesado e agressivo, com uma qualidade inconfundível. A banda, que conta com uma Demo no currículo, chamada ‘Lord of Hell’, apresenta músicas com letras fortes, guitarras velozes e bem trabalhadas, combinados com uma bateria atordoante e um baixo preciso. O quinteto, que conta com Léo – bateria, Airton – baixo, Geraldo e Thiago – guitarras e Clayton – Vocal, tem recebido uma grande evidência no cenário de Heavy Metal independente nacional, mostrando as pessoas o potencial do metal montesclarense.

A Impalement in Mordor está em atividade desde 2008, fazendo um Death Metal extremo, pesado em todos os sentidos. O quinteto tem planejado já a algum tempo o lançamento da demo ‘The Impaler’ e no sábado o plano se concretiza. A Impalement, que também é um quinteto, tem o seu line-up da seguinte forma: Charles comanda as baquetas, Matheus assume os timbres graves do baixo, Maurício e Cotonete formam a dupla de guitarras e Raphael explora a brutalidade dos vocais de Death.

O evento, que será na Avenida Dulce Sarmento, 233, São José, a partir das 19:00 e custará apenas R$5,00, realizado pelo Coletivo Retomada e o Circuito Fora do Eixo com apoio do Studio Rock e Hip!, busca fomentar a cena do Metal na cidade e promete muito para o púbico da música extrema.


A Estrada vai além do que se vê!

quinta-feira, 25 de fevereiro de 2010

Dilma se reúne com PCdoB

A pré-candidata do PT à Presidência da República, ministra Dilma Roussef, recebeu a direção do PCdoB e os líderes do Partido na Câmara para um almoço na residência dela, ontem (24), em um primeiro de vários contatos que pretende manter com todos os partidos aliados. A escolha do PCdoB como um dos primeiros se deve ao fato dos comunistas serem “aliados históricos” do PT, justifica o presidente do PT, José Eduardo Dutra, que participou do almoço.

O presidente do PCdoB, Renato Rabelo, saiu da reunião adiantando a decisão do PCdoB de promover um grande ato de apoio formal à candidatura de Dilma Roussef. Sem data definida, o evento deve ocorrer no início de abril.

Ele lembra que esses contatos já vinha ocorrendo antes mesmo da formalização da pré-candidatura. E que as conversas giram em torno das propostas de campanha. O PCdoB manifesta a necessidade de, em um governo Dilma Roussef, serem estimulados os investimentos na produção.

A ministra, segundo contou o líder comunista, tem recebido as propostas do PCdoB como uma comunhão das ideias do PT para o seu governo. Os dirigentes petistas e comunistas também avaliam que o governo Dilma terá condições de avançar nas conquistas e vitórias dos sete anos do governo Lula.

“O governo da Dilma vai dar continuidade ao governo Lula mas com avanços, aprofundando questões que, até em função das circunstâncias em que o governo Lula assumiu o Brasil em 2003, hoje temos condições de fazer um governo mais avançado”, explica Dutra.

Prioritário e fundamental
Também existe afinidade entre os dois partidos quando avaliam o histórico de atuação juntos na política nacional e dos estados. “O PCdoB é um aliado histórico do PT, desde 1989, na primeira candidatura do Lula. Aliado conosco na vida nacional e nos estados que governamos, portanto um dos partidos prioritários e fundamental para viabilizar essa aliança”, disse ainda Dutra.

Para o presidente do PT, esse contatos, que vão se amiudar a partir de um calendário de conversas que será montado, vai servir para “afinar a viola.” A líder do PCdoB na Câmara, Vanessa Graziottin (AM) faz a mesma avaliação. Segundo ela, o mais importante é que assumimos um compromisso de ajuda mútua para garantir a eleição, não apenas da Dilma, mas de governadores e uma grande bancada, que vão garantir a governabilidade.

Participaram do almoço o presidente e a vice do PCdoB, Renato Rabelo e Luciana Santos; o prefeito de Olinda, Renildo Calheiros, o ministro do Esporte, Orlando Silva, o secretário de Organização, Walter Sorrentino, o líder do Bloco de Esquerda na Câmara, deputado Daniel Almeida (PCdoB-BA) e a líder do PCdoB na Câmara, deputada Vanessa Graziottin.
*
Do PT, participaram, além da própria pré-candidata, o presidente do Partido, José Eduardo Dutra, o líder do governo na Câmara, deputado Cândido Vacarezza (SP), o ministro das relações Institucionais, Alexandre Padilha e o ex-prefeito de Belo Horizonte (MG), Fernando Pimentel.

Márcia Xavier para o Portal Vermelho
Fotos: Rita Polli


A Estrada vai além do que se vê!

Não serve o desenvolvimento predatório

PCdoB quer legislação ambiental para desenvolver o Brasil

O debate sobre código florestal gira em torno de como aplicar os mecanismos de preservação do meio ambiente, levando em conta a realidade de um país continental, com inúmeros biomas, e um nível de desenvolvimento comandado por um modelo de desenvolvimento que produz forte desigualdade social. Essa é a realidade que deve guiar a discussão.

A análise foi feita pelo presidente do PCdoB, Renato Rabelo, na abertura do Seminário Código Florestal: Desenvolvimento e Defesa do Meio Ambiente, realizado na última terça-feira (23), na Câmara dos Deputados, em Brasília. O evento foi promovido pela bancada do PCdoB na Casa, em parceira com a Fundação Maurício Grabois.

Para o dirigente comunista, o desenvolvimento acelerado e contínuo vai responder aos graves problemas sociais e de desigualdades no Brasil. Mas ele defende um desenvolvimento sustentável, sem cair nem no extremo de que o desenvolvimento é tudo e o meio ambiente é nada, porque o resultado vai se voltar contra nós; nem no outro extremo, que é santuarista, de não se tocar em nada, porque vai barrar o desenvolvimento.

“Queremos o desenvolvimento sustentável. Não serve o desenvolvimento predatório”, resume.

Situação privilegiada
Segundo o Presidente do PCdoB, todos os países precisam de desenvolvimento e, para isso, é preciso encontrar as formas e a energia para esse desenvolvimento, já que as novas fontes de energia renovável são questão central nesse debate.

E aponta o Brasil como um dos países em condições privilegiadas com relação a isso: “80% das fontes de energia do país são de hidrelétricas e estamos evoluindo na capacidade de conseguir fontes renováveis de energia, com o etanol e o biodiesel. Além disso, ainda descobrimos reservas de petróleo. Comparativamente com os outros países estamos em condições privilegiadas, que nos fornece autonomia energética para imprimir um desenvolvimento acelerado.”

Segundo Renato Rabelo, o desenvolvimento e meio ambiente estão relacionados. Não pode haver sociedade mais avançada sem desenvolvimento das forças produtivas, da base material da sociedade, que propicie bem estar para a sociedade. Mas, para isso, tem que haver intervenção na natureza e controlar as conseqüências que advém daí. O desenvolvimento da ciência e tecnologia garante que essa intervenção na natureza seja feita em condições de desenvolvimento sustentável.

Luta entre ricos e pobres
Para o dirigente comunista, o desenvolvimento do capitalismo levou a um desenvolvimento desigual. “Isso é uma realidade objetiva, não é constatação de um partido comunista”, enfatizou, acrescentando que o capitalismo levou a divisão internacional do trabalho em função do sistema de poder mundial, com grandes potências industriais e um conjunto de países periféricos, com os países ricos impondo suas condições aos países mais atrasados.

Esses países chamados da periféricos precisam de desenvolvimento acelerado e contínuo para alcançar os países desenvolvidos, defendeu Renato Rabelo, citando o exemplo da China, que se tornou uma potência crescente.

“Em contrapartida, em função do estágio atual da vida do planeta, do nível populacional, esses países atrasados, na imposição dos poderosos, têm que conter ou moderar o seu desenvolvimento, porque eles (os poderosos) dizem que, se todos se desenvolverem, o planeta será degradado e caminha para sua extinção”, explica.

Essa luta entre ricos e pobres é uma luta permanente e está presente na discussão hoje dos destinos do nosso planeta, afirma Renato, para quem o encontro sobre clima de Copenhagem demonstrou claramente a luta entre os ricos, querendo impor suas condições, e os periféricos, lutando contra isso.

E acusa os países industrializados de quererem jogas nas costas dos países pobre e em desenvolvimento o ônus pela depredação do planeta, cuja responsabilidade é deles. E lembrou que o presidente do Estados Unidos, Barack Obama sugeriu criar um organismo internacional para vigiar os países em vias de desenvolvimento para evitar a emissão de gases poluentes responsáveis pelo aquecimento global.

O secretário de Meio Ambiente do PCdoB, Aldo Arantes, que abriu o evento, disse que o assunto sobre o novo código florestal tem opiniões diferenciadas e o objetivo do seminário é fazer análise objetiva, “que nos leve, de forma racional, a compatibilizar os dois aspectos que são as necessidades do país e da preservação ambiental”, explicou.

Márcia Xavier, para o Portal Vermelho
Foto: Câmara dos Deputados


A Estrada vai além do que se vê!

quarta-feira, 24 de fevereiro de 2010

Pet manda! - parte 3



A apresentadora global Ana Maria Braga adora o consumismo capitalista e nunca escondeu a sua rejeição às idéias de esquerda. Mas, geralmente, ela exagera nas suas paixões. No seu programa da TV Globo da semana passada, ela entrevistou o jogador sérvio Dejan Petkovic, atual campeão pelo Flamengo e craque reconhecido por todos os apreciadores do futebol. A entrevista até que ia bem, quando ela não se conteve e disparou: “Como foi nascer num país com tanta dificuldade?”.

Petkovic, que é bom de bola e de cabeça, não vacilou e marcou mais um golaço: “Quando nasci não tinha dificuldade nenhuma. Era um país maravilhoso, vivíamos um regime socialista, todo mundo bem, todos tinham salário, todos tinham emprego. Os problemas aconteceram depois dos anos 80”. A apresentadora engoliu a seco e prosseguiu a matéria. Sua assessoria devia, ao menos, ter pesquisado as posições progressistas do jogador para evitar mais esta pisada de bola.

“Musas” direitistas do Cansei

Ana Maria Braga já se meteu em várias outras frias – tanto que o corrosivo colunista José Simão já a apelidou de “Ana Ameba Brega”. Em meados de 2007, ela foi umas das “musas” do movimento “Cansei”, organizado por ricos empresários e notórios direitistas para desgastar o governo Lula. Ela surgiu em outdoors ao lado da malufista Hebe Camargo, da “medrosa” Regina Duarte e da “festeira” Ivete Sangalo. Apesar da participação “gratuita” destas estrelas midiáticas, a patética iniciativa não conseguiu seduzir a sociedade e sucumbiu rapidamente.

Do Blog do Miro

A Estrada vai além do que se vê!

Construir o Congresso da UJS no curso das mobilizações

O Dia Internacional das Mulheres, 8 de março, completa cem anos de sua oficialização e será, portanto, uma importante data de mobilizações e lutas pelos direitos das mulheres. Em diversas cidades brasileiras a data será comemorada com passeatas e atos públicos, dos quais a militância da União da Juventude Socialista (UJS) deve participar de maneira destacada.

O 8 de março será a primeira de uma série de manifestações deste início de ano, pois na sequência, de 22 a 26 de março, terá início a tradicional Jornada Nacional de Lutas das entidades estudantis.

Com mote central pela destinação de 50% dos recursos do Fundo do Pré-Sal para a educação, dezenas de milhares de jovens prometem tomar às ruas das principais cidades brasileiras, contribuindo também para aprovação dos projetos sobre o tema em tramitação no Congresso Nacional, além de grande número de pautas locais que se somam às mobilizações.

Será no curso dessas batalhas, e não á margem das mesmas, que os jovens socialistas terão o desafio de construir o 15º Congresso da UJS. A chave para o sucesso nessa empreitada será conectar as pautas e traçar planos e metas de mobilização e de filiação de novos militantes nessas ocasiões.

Unificar pautas e planos
As pautas, é certo, são complementares e não concorrentes. O pré-sal, por exemplo, figura na tese "Pra Ser Muito Mais Brasil", recém lançada pela UJS para seu Congresso, como uma das grandes oportunidades para que o país se desenvolva de maneira soberana, ampliando seu parque industrial e nível tecnológico, melhorando as condições de vida do povo. Da mesma maneira, o dia Internacional da Mulher é consagrado como a principal data de luta emancipacionista, pelo respeito e pelos direitos da mulher, bandeiras sempre caras à militância socialista.

De maneira que os planos devem ser desenvolvidos para que se complementem. Sem medo de se apresentar amplamente, a UJS deve estipular, em consonância com suas projeções de mobilização para os atos, metas de filiação em escolas, universidades, bairros, locais de trabalho e outros.

É dessa maneira, aproveitando e atuando no curso da luta política, que será construído o maior Congresso da União da Juventude Socialista.

Fernando Borgonovi, para o Portal da UJS


A Estrada vai além do que se vê!

terça-feira, 23 de fevereiro de 2010

Música Minas

Unimontes promoverá oficinas do programa “Música Minas”

A Universidade Estadual de Montes Claros (Unimontes) e a Secretaria de Estado de Cultura promoverão, a partir de março, diversas oficinas no âmbito do Programa “Música Minas”. O objetivo é promover a aproximação do público com os artistas mineiros, além de estreitar as relações culturais, valorizar projetos e divulgar a música produzida no Estado para o cenário nacional.

Serão realizadas três oficinas/módulos. A primeira será ministrada no dia dois de março, a partir das 15 horas, sob a coordenação da professora Marina Machado. As atividades estão programadas para o auditório do prédio 2, no Campus Universitário Professor Darcy Ribeiro, com a participação de acadêmicos, egressos e músicos da comunidade.

As pessoas poderão partilhar dos resultados deste programa, identificando, por exemplo, diferentes estilos, procedências, formações e gerações da música mineira. As demais oficinas acontecerão ainda neste semestre, sendo ministradas pelo cantor Tom Nascimento e pela dupla Docttor Bhu & Shabê, respectivamente, em meses diferentes - mas em datas a serem definidas.

As oficinas serão gratuitas, sendo que os interessados poderão obter outras informações junto à Coordenadoria de Extensão Cultural da Unimontes, através do telefone (038) – 3229-8165.



A Estrada vai além do que se vê!

segunda-feira, 22 de fevereiro de 2010

Alegorias da caverna

Desenhista expõe trabalhos na Unimontes

Michelle Tondineli*

Alegorias da Caverna é o tema da exposição de Warley Souza Dias que acontece de 22 de fevereiro a 05 de março no hall do CCH da Unimontes – Universidade Estadual de Montes Claros.

De acordo com Warley, o dom da arte surgiu há pouco tempo e para ele é difícil dizer precisamente o momento em que descobriu.

- Como estou no início de minha carreira, está é a primeira exposição dos meus trabalhos, ainda estou me descobrindo. Prefiro, por essas e outras razões, que me concebam como desenhista e não como artista. É um termo mais genérico e dado a menos confusões. Bem, tenho certa habilidade para o desenho desde pequeno. Mas foi, sobretudo, na adolescência e juventude que o desenho deixou de ser, para mim, uma mera brincadeira ou pura técnica vazia, para transformar-se intencionalmente num modo de figurar o mundo, de mostrar minhas experiências e percepções - afirma.

Ele diz que foi um pouco perturbador descobrir o dom do desenho.

- Muitos desenhos desta exposição são transcrições de rascunhos que datam da época em que eu havia largado a faculdade de Direito, porque detestava. Fiquei um tempo parado, sem saber o que fazer. Rascunhei algumas coisas, nesse clima de desorientação. Daqueles parcos rascunhos, tristes e silenciosos, nasceu o desenhista que ora vos fala. Depois decidi fazer o curso de Filosofia. Aí é outra história - diz.

Segundo Warley, o tema da exposição nasceu de uma citação, um tanto satírica, à famigerada Alegoria da Caverna, do filósofo Platão.

- Há semelhanças estéticas: as sombras que as personagens da história viam projetadas na caverna lembram um pouco os traçados do carvão na superfície do papel: cinzas, instáveis, efêmeras. Mas há também motivos filosóficos. Acontece que, para falar da sua ideia de esfera supra-sensível, de mundo inteligível, Platão recorre a imagens da esfera sensível, a qual, em sua filosofia, tem valor menor por ser concebida apenas como aparência ilusória, uma sombra ou eco do inteligível. Parece-me assim que a apoteose do inteligível culmina, na alegoria de Platão, numa espécie de reabilitação/remissão indireta do sensível. Essa exposição, eu lhe dei um tema, embora os desenhos mostrem percepções e motivos variados: prostituição, suicídio, o sertão, a cidade, infância, exílio - afirma.

O desenhista ainda diz que a Alegoria da Caverna reflete esta relação um tanto conflituosa que há entre o mundo conceitual, um tanto abstrato, da linguagem e o universo sensível e vigoroso das imagens plásticas.

- Um exemplo atual pode ser encontrado numa frase corrente no senso comum: uma imagem vale mais do que mil palavras. Se por esse vale mais se entende um dizer mais, eu discordo totalmente. Uma imagem não diz nada. Só à palavra é que é dado dizer. A força da imagem é justamente a de não dizer, a de mostrar ou indicar sem conseguir dizer. Por isso, eu escrevo no release a seguinte frase que sintetiza o tema da exposição: a sobrevivência do desenho como linguagem muda. O desenho revela o seu poder, lá onde à palavra não é dado dizer, no momento em que ela, por assim dizer, paralisa. Daí o sentido do subtítulo: afasias. Um desenho meu é como uma afasia, uma doença da língua tornada produtiva: é o esforço por mostrar aquilo que não se consegue mais dizer. É um dedo que aponta, uma mão que gesticula, um olhar que se franze na superfície de uma imagem - finaliza.

Outras informações através do email alegoriasdacaverna@yahoo.com.br ou pelo telefone (38) 9966-3105.

DESENHISTA USA FRASE DE CHARLES BAUDELEIRE PARA EXPOSIÇÃO

Dia 22, a partir das 8h, acontece no CCH da Unimontes exposição que tem como tema a frase de Charles Baudelaire Deixa o velho Platão franzir seu olhar sério, no original Laisse du vieux Platon se froncer l’oiel austère, que foi retirada do poema Lesbos, de As Flores do Mal.

O desenhista Warley Souza Dias afirma que o olhar sério de Platão é dirigido aí às mulheres licenciosas de Lesbos, discípulas de Safo.

- Fiz uma apropriação pessoal do verso do poema casando-o ao título da exposição. Na história da filosofia, Platão tem a fama de conservador, de inimigo das paixões, de crítico ferrenho das aparências. Não sei qual é o Platão verdadeiro. Mas se este Platão desenhado pela história fosse apreciar meus desenhos, imagino que ele os viria assim, franzindo seu olho sério - afirma.

O desenhista diz que o mundo contemporâneo não é propício às inspirações.

- No mundo da arte, a inspiração era concebida como aquela vontade criadora que precedia e instigava a realização de uma obra. As mudanças históricas inverteram um pouco essa situação. Hoje, é difícil se criar por inspiração. Ao contrário, se cria, cada vez mais, para se ficar inspirado. Fico inspirado durante e após a realização de uma obra. Quase nunca no momento antecedente. Penso que nas circunstâncias atuais, a criação deve nos tornar inspirados para enfrentar a apatia do mundo e da vida - diz.

Warley diz que a sua preferência é por obras que tenham como matéria a vida humana e a história.

- Mas, gosto de outros tipos de pintura e outras formas de artes também. Todavia, minha técnica predileta é o desenho. Digamos que o desenho é a forma que mais convém ao meu modo de ser. Além do mais, eu distingo o desenho da pintura. O gesto da mão que segura o lápis, o carvão ou o giz pastel não é o mesmo gesto da mão que segura um pincel. Embora haja semelhanças, o desenho e a pintura não são regidos pelas mesmas leis. Na história da arte, o desenho recebeu pouca atenção. Se eu peço a você para citar nomes de pintores famosos, muitos lhe virão à mente. O mesmo não acontecerá se eu lhe pedir para citar nomes de desenhistas - afirma.

Para ele, o desenho muitas vezes foi tratado como esqueleto ou uma ante-sala da pintura.

- Na modernidade, com movimentos como o impressionismo, em que a cor se viu liberta do traço e da forma, a pintura e o desenho ganharam maior autonomia um frente ao outro. Penso que faz parte do desenho certa simplicidade em apreender o múltiplo visual das superfícies e das formas: o traço, o contorno, a contenção ou a ausência total da cor são como abstrações que procuram captar o essencial de um objeto ou idéia. Acontece para mim, às vezes, no que se refere à apreciação do desenho e da pintura, algo semelhante ao que acontece em relação à apreciação da fotografia preto-e-branco e da colorida. A colorida é mais real, brilhante e chamativa, mas a preto-e-branco, por uma elegância que lhe é própria, consegue mais me tocar, evocar meus sentimentos, lembranças e idéias. Não digo que seja assim com as outras pessoas. E isso também depende, é claro, da qualidade do desenho e da pintura que estão em questão - finaliza.

COM CRIATIVIDADE TODO MUNDO VAI LONGE

O desenhista Warley Souza Dias realiza sua primeira exposição em Montes Claros neste ano. Para ele, criatividade não tem tempo e nem hora marcada.

- Vai depender muito do tempo que levo para um desenho. Há um desenho meu, Simulacros: súplica, que levei menos de meia hora para fazer. Há outros dois que levaram meses. Cada desenho exige um tempo próprio de elaboração e execução - afirma.

O desenhista acha que é difícil viver de arte na cidade, assim como é fácil realizar vernissage de quadros.

- Não acredito que ganharei um retorno financeiro considerável com meus quadros, pelo menos por enquanto. Penso que os bons artistas o são mais por teimosia e por vocação e menos por expectativas financeiras. Eles não se vêem fazendo outra coisa. E às vezes apostam o que têm para satisfazer essa singular exigência do espírito, esse adorável capricho da alma, que os levam, amiúde, a muitas mazelas. Não é tão difícil expor quadros. Espaços há. O mais difícil é atrair o público, vender e se fazer compreender em sua arte. Para isso acredito que sejam necessárias muitas exposições - afirma.

Para melhorar os espaços de exposições na cidade, Warley diz que é preciso uma mudança dos hábitos culturais da região.

- Em Montes Claros, há bons artistas, mas pouco reconhecimento e valorização. A maior valorização da arte implica em transformações culturais que poderiam ser incitadas por políticas públicas. Penso que o artista isolado pouco pode fazer para mudar o estado geral das coisas. Trabalhos por encomenda eu faço desde que me seja dada certa liberdade para a composição da obra. O interessado pode me sugerir um tema ou imagem e eu faço um rascunho. Caso ele goste, eu procedo à realização do quadro - diz.

Warley acredita que não conseguiria dar aulas e nem realizar trabalhos cômicos como histórias em quadrinhos e caricaturas.

- Não sou suficiente cômico para fazer caricaturas, nem suficiente inventivo e paciente para imaginar histórias. No entanto, há uma relação entre meus desenhos e o universo infantil. Certas personagens de meus desenhos parecem surgir de uma estória infantil. Existem algumas que surgem literalmente desse mundo, como no desenho intitulado Alice adentro as Ficções do Interlúdio. Talvez tenha recebido influência das ilustrações dos livros que lia quando criança. De qualquer modo, é um grande sonho meu ser, um dia, ilustrador de livros infantis - finaliza.

*Repórter d'O Norte de Minas


A Estrada vai além do que se vê!

É dada a largada para a 7ª Bienal da UNE!

Durante encontro com o governador do Ceará, Cid Gomes, o presidente da União Nacional do Estudantes (UNE), Augusto Chagas apresentou a minuta da 7ª Bienal de Arte, Ciência e Cultura da UNE que devera acontecer entre janeiro e fevereiro do próximo ano. Destaque ainda para as presenças do diretor de cultura e coordenador geral do CUCA da UNE, Fellipe Redó, o diretor de finanças da entidade, Harlen Oliveira, além outras lideranças estudantis e parlamentares cearenses.

A minuta apresentada ao governador possui o histórico das outras edições da Bienal. Nela esta contida a síntese dos últimos 10 anos de experiências de bienais da Une. A ultima aconteceu em salvador e serve de reflexão para nossa próxima edição. "A Bienal da UNE em Salvador conseguiu cumprir um ciclo de 10 anos de bienais. A partir dela pudemos avaliar a função que tem cumprido um festival desse tipo, bem como quais nossos novos desafios para as bienais daqui para frente", afirma Fellipe Redó. "Penso que as bienais devem se consolidar como m espaço cada vez mais qualificado de apresentação das mostras estudantis, um debate sincero com os estudantes e os principais agentes e pensadores da cultura do país". Para Redó, o desafio maior será chegar num grau qualitativo para apresentação das mostras e recepção dos estudantes desse encontro.

Diante do deputado federal Chico Lopes e do senador Inácio Arruda, foi ressaltado o potencial aglutinador e inovador que um evento desse porte pode trazer para o estado. Essa opinião faz parte de uma critica da UNE, pois boa parte das ações culturais contempladas pelas leis de incentivo à cultura, por exemplo, são concentradas apenas no sudeste. “A UNE dialoga com todo o Brasil e provamos o que está escrito”, concluiu.

Augusto Chagas lembrou que os critérios de escolha a cidade sede da Bienal são: suas condições de infraestrutura para receber um evento desse porte (são esperados 10 mil estudantes de todo o Brasil), seu potencial de captação local, seu potencial de articulação institucional, e relação ao conteúdo e tema proposto. "O governador foi muito solicito. Saí muito animado com as condições apresentadas pelo Ceará", disse Chagas.

A data e local da 7ª Bienal de Arte, Ciência e Cultura da UNE serão definidos na próxima reunião da diretoria da UNE, que será realizada nas próximas semanas.

Fonte: Coordenação geral do Cuca da UNE.


A Estrada vai além do que se vê!

Vamos cuidar do planeta

Jovens de todo o mundo vão discutir como cuidar do planeta
Carlos Américo*

1ª Conferência Internacional Infanto-Juvenil reunirá cerca de 500 adolescentes para tratar dos problemas socioambientais globais, com foco nas mudanças climáticas.

Cerca de 500 jovens de cinquenta nacionalidades estarão em Brasília, de 5 a 10 de junho, para discutir meio ambiente, durante a 1ª Conferência Internacional Infanto-Juvenil - Vamos Cuidar do Planeta (Confint). Com idades entre 12 e 16 anos, os adolescentes vão debater os problemas socioambientais globais, com o foco nas mudanças climáticas.

Diferente das conferências adulto, onde são propostas políticas sobre o tema, na Confint os jovens dão o exemplo com a Carta das Responsabilidades. Ao participar de atividades lúdicas, oficinas práticas, diálogos interculturais e intergeracionais, eles constroem o compromisso de agir e fazer do planeta um lugar melhor, promovendo ações sustentáveis que devem ser implementadas local e globalmente.

O evento permite, também, que crianças e jovens do mundo todo se apropriem dos compromissos globais, assumindo responsabilidades para a construção de sociedades sustentáveis, e promover uma rede de cuidados com o planeta.

A realização da conferência internacional é uma iniciativa dos ministérios do Meio Ambiente e da Educação. A conferência internacional tem como base a experiência brasileira na realização de três Conferências Nacionais Infanto Juvenil do Meio Ambiente.

Ao aceitar participar da Confint, cada país assume o compromisso de realizar a sua etapa nacional da conferência. Os debates começam nas escolas mobilizando estudantes, professores e as comunidades locais sobre as vantagens do meio ambiente preservado, contribuindo para a transformação da qualidade de vida local. Em cada etapa escolar são plantadas dez árvores. Depois, segue para a realização do encontro nacional.

A etapa mundial permite aos educadores e jovens compartilhar as experiências vividas em suas comunidades e países, e elaborar uma carta de responsabilidades e ações. A Conferência Internacional é um projeto que se insere na Década da Educação para o Desenvolvimento Sustentável (2005-2014) da ONU.

Veja os países que vão cadastrados para a Confint (http://cuidar-planeta.info/bdf/pt/liste.html)



A Estrada vai além do que se vê!

quinta-feira, 18 de fevereiro de 2010

DCE Unimontes reivindica mudanças no transporte coletivo

No último dia 8, o Diretório Central dos Estudantes da Unimontes (DCE Unimontes) se reuniu com o presidente da Mctrans, Coronel Orlando Walter Camargo, para apresentar solicitações de mudanças no novo sistema de transporte coletivo urbano implementado final de janeiro.

A entidade protocolou um documento que continha as principais demandas apresentadas pela classe estudantil em assembléia geral realizada no dia 02 de fevereiro no campus Darcy Ribeiro. Dentre as principais reivindicações frisa-se a ampliação do tempo para a integração de 30 minutos para duas horas, a implantação de mecanismos que possibilitem a integração sem a necessidade da aquisição do SIMCARD que somente ocorre com a compra de 10 vales-transporte pelo preço de R$19,90(dezenove reais e noventa centavos), e a implantação imediata do meio passe estudantil conforme a lei 4008 aprovada em setembro de 2008.

Sobre o primeiro item o presidente eleito do DCE Danniel Coelho afirma que “a integração é uma boa medida, desde que bem executada, é fundametal a dilatação do prazo de 30 minutos para duas horas, para garantir que de forma alguma o usuário será prejudicado pelos atrasos que são recorrentes em todas as linhas de ônibus”. Ainda no tema integração outra questão abordada pela entidade foi quanto a necessidade do usuário adquirir o SIMCARD por R$19,90 para ter acesso a este beneficio “o problema é que existem muitos usuários não freqüentes dos ônibus, e este quando surge a necessidade muitas vezes não dispõe de aproximadamente 20 reais para comprar o cartão, ficando assim prejudicado pois tem que pagar duas tarifas por um trajeto que custaria somente uma” e continua afirmando que “ Tenho certeza que a Mctrans, defensora do interesse publico que é, se debruçará sobre essa questão e garantirá que o cidadão não seja prejudicado,” conclui Danniel Coelho.

O presidente da Mctrans por sua vez afirmou aos acadêmicos que iniciará estudos técnicos acerca das solicitações do DCE para ver sua viabilidade, e que dentro do possível atenderá o pleito estudantil. Sobre a implantação do meio passe, frisada pelo Diretório Central dos Estudantes da Unimontes como fundamental para combater a evasão escolar e direito adquirido através da lei 4008/08, o presidente da Mctrans afirmou aos presentes que o prefeito já está tomando providências para sua efetiva implantação.

Do Jornal de Notícias


A Estrada vai além do que se vê!

48 anos da reorganização comunista

1962: a vitória dos princípios

“Recordar o 18 de fevereiro de 1962 é, do ponto de vista revolucionário, dele extrair ensinamentos cuja permanência possa iluminar os caminhos da atualidade”. Assim o jornalista Luiz Manfredini* define a data, comemorada nesta quinta-feira, em artigo publicado no Partido Vivo.


“(...) um partido que mantém sua identidade comunista,
seu caráter de classe de partido dos trabalhadores,
portador de uma base teórica sólida, o socialismo científico...”.
Tese consagrada no XII Congresso do PCdoB (dezembro, 2009)

A reorganização do Partido Comunista do Brasil, em fevereiro de 1962, é dos fatos mais marcantes da história do PCdoB, talvez o mais significativo depois da sua fundação, em 25 de março de 1922. João Amazonas, que liderou a reorganização e tornou-se o principal construtor e ideólogo do partido, diria, 25 anos depois, que a “data assinalou a defesa da antiga organização revolucionária do proletariado que lutava pelo socialismo, ameaçada de liquidação pelos oportunistas e registrava, ao mesmo tempo, o início de uma nova etapa na vida do Partido”.

Algumas dezenas – não muitas – de quadros e militantes comunistas de São Paulo, Guanabara (Rio de Janeiro), Espírito Santo e Rio Grande do Sul instalaram, em 18 de fevereiro de 1962, em São Paulo, a V Conferência Nacional Extraordinária do PCdoB. A dimensão do encontro está em que marcou a completa ruptura do grupo de comunistas liderado, entre outros, por João Amazonas, Pedro Pomar, Maurício Grabois, Carlos Danieli, Ângelo Arroyo e Lincoln Oest, com a ala majoritária capitaneada por Luiz Carlos Prestes. No ano anterior, a corrente prestista tomara a decisão – exclusiva de um congresso – de alterar o nome do partido (de Partido Comunista do Brasil para Partido Comunista Brasileiro) e subtrair de seu programa questões essenciais de modo a facilitar a legalização e o registro na Justiça Eleitoral.

A conferência aprovou um manifesto-programa que traçava nova linha política para o partido, decidiu reeditar o jornal A Classe Operária, antigo órgão central que tivera sua publicação suspensa, e elegeu um novo Comitê Central. Estava coroado um longo, muitas vezes penoso processo de luta ideológica iniciado cinco anos antes, a partir das repercussões do XX Congresso do Partido Comunista da União Soviética (PCUS) e da ascensão de Nikita Kruchov à liderança da URSS.

A pretexto de criticar o culto à personalidade de J. Stálin (que, de fato, houve), Kruchov e seu grupo formularam um corpo de ideias avesso ao essencial do marxismo-leninismo, um programa de fundo reformista e conciliador que, entre outras teses, propugnava, em plena guerra fria, pela amistosa cooperação com os Estados Unidos (em óbvia deformação do conceito leninista de coexistência pacífica entre diferentes regimes sociais), pela transição sem rupturas do capitalismo ao socialismo e pela descaracterização da natureza de classe do partido revolucionário e do estado socialista. Em outras palavras: disseminava ilusões e, com isso, deixava o proletariado e seus aliados de mãos atadas em sua luta libertadora. O chamado kruchovismo alastrou-se pelo movimento comunista mundial, incluindo o Partido Comunista do Brasil, então hegemonizado por Luiz Carlos Prestes.

Nova orientação
Em março de 1958, pouco mais de seis meses após o XX Congresso do PCUS, o Comitê Central do PCB (sigla do Partido Comunista do Brasil desde sua fundação), sob hegemonia prestista, aprovou nova orientação política, que ficou conhecida como a Declaração de Março de 1958. Ali estavam registradas as ideias centrais que alimentariam intensa e extensa luta ideológica nas fileiras partidárias e provocariam a reorganização do partido quatro anos depois. Uma “linha oportunista de direita”, escreveria Maurício Grabois num artigo que se tornou emblemático: Duas concepções, duas orientações políticas.

Segundo Grabois, a Declaração idealizava a burguesia, julgando-a capaz de defender consequentemente os interesses da Nação e, desse modo, subordinava a ela o proletariado e seus aliados na perspectiva de uma revolução essencialmente nacional, em detrimento de objetivos sociais e democráticos e de uma perspectiva verdadeiramente revolucionária rumo ao socialismo.

Para Grabois, a Declaração considerava a democracia como inerente ao capitalismo e, a bordo de uma “tática gradualista, evolucionista”, imaginava a chegada ao poder das forças revolucionárias “através da acumulação de reformas profundas e consequentes na estrutura econômica e nas instituições políticas”. Tais concepções, garantia o histórico dirigente, levavam à “negação da luta revolucionária”.

O V Congresso, em 1960, não obstante a enxurrada de críticas proveniente das bases e das direções intermediárias do partido, que condenavam a inclinação reformista, ratificou a Declaração de Março de 1958. E mais: excluiu do Comitê Central 12 dos seus 25 membros efetivos e vários suplentes, todos críticos da nova orientação. Mas o conflito interno entre reformistas e revolucionários atingiu seu ponto de fervura no ano seguinte. Na edição de 11 de agosto de 1961 do semanário Novos Rumos, são publicados o programa e os estatutos do partido, agora denominado Partido Comunista Brasileiro, mantendo a sigla história do Partido Comunista do Brasil, PCB. A reação dos revolucionários foi salvar o histórico partido de 1922, herdeiro do marxismo-leninismo, fiel ao proletariado e ao socialismo. A reorganização ocorreria exatos seis meses depois, com a realização da V Conferência Nacional Extraordinária do PCB. A sigla PCdoB surgiria um pouco mais tarde para melhor vincar as diferenças com o partido reformista.

Memória e identidade
A evocação da data – não só desta, mas de outras datas emblemáticas da trajetória do partido – não se prende a alguma obrigação protocolar ou a um apego ou lembrança saudosa do passado, tampouco à ruminação de mágoas eventuais, mas à necessidade do permanente, sistemático e irrenunciável fortalecimento da identidade comunista. Identidade sem a qual a coesão interna se corrói e o rumo se desvanece, e para a qual não basta a adesão coletiva a um projeto político em curso (embora isso seja decisivo). Identidade que se alimenta e se robustece com o que a memória é capaz de fornecer, a memória que repassa o percurso do pensamento e da ação partidários, suas vitórias e derrotas e as lições que oferecem, o colossal patrimônio simbólico de um partido, como o PCdoB, cuja existência influente na história política do Brasil cobre quase todo o século XX.

Recordar o 18 de fevereiro de 1962 é, do ponto de vista revolucionário, dele extrair ensinamentos cuja permanência possa iluminar os caminhos da atualidade. Em fevereiro de 1987, ao lembrar os 25 anos da reorganização, João Amazonas indagava: “Por que o partido venceu?”. Ele próprio respondia:

“Antes de tudo pela justeza de sua orientação política e pela fidelidade ao marxismo-leninismo, (...) por saber interpretar, em diferentes momentos, o sentimento das grandes massas populares, traduzir em termos políticos o que pensava a maioria do povo, (...) porque esteve sempre em ação, buscando o contato com as massas e com as diversas correntes políticas, visando a luta e a mobilização popular, (...) porque pôs em prática os ensinamentos leninistas de que na luta concreta é necessário ter sempre um aliado de massas, (...) por compreender que outras forças revolucionárias poderiam emergir de organizações não-comunistas, atraídas e somadas ao partido da classe operária (...) e o partido venceu (...) [também] por haver contado com o apoio do movimento comunista internacional (..)”.

Princípios, sempre
Da mesma forma que em 1962, 30 anos depois o partido também navegou sob outra tempestade, a da derrota socialista no Leste europeu, do fim da União Soviética e da posterior ofensiva do capital em todo o mundo. Não mudou de nome, cor e símbolos, não renunciou aos princípios, não capitulou. Ao contrário, realizou – ou melhor, iniciou – ampla, profunda e corajosa reflexão crítica sobre os erros e acertos das experiências socialistas pioneiras do século XX. Tudo para requalificar o projeto socialista, não para renegá-lo.

A contemporaneidade coloca o partido diante de novas circunstâncias do desenvolvimento do capitalismo, da revolução, da construção socialista e da permanente (e dialética) atualização do marxismo-leninismo. Há sendas novas a considerar na trajetória transformadora dos trabalhadores e do povo.

Recordo-me aqui – e reproduzo – trecho da minha intervenção no recente XII Congresso do Partido:

“O informe do camarada Renato Rabelo alentadoramente nos indica que o Partido enfrentará os desafios da luta pelo socialismo no Brasil consciente dos riscos de uma caminhada singular, mas também – e, sobretudo – de suas potencialidades revolucionárias. E disposto a fazê-lo como partido comunista, marxista-leninista, revolucionário, formulador e implementador de um programa político ajustado ao objetivo estrutural e estratégico da classe operária e dos trabalhadores do Brasil, ou seja, o socialismo científico com fisionomia brasileira”.

E concluía:

“Assim, não nos perderemos no lusco-fusco das sombras e luzes – mais sombras que luzes que marcam – nas proféticas palavras de João Amazonas – os primeiros tempos do século presente”.

Como na corajosa luta de reorganização partidária iniciada em 18 de fevereiro de 1962.

*Luiz Manfredini é jornalista e escritor, autor de As moças de Minas, representante da Fundação Maurício Grabois no Paraná e membro da Comissão Política do PCdoB no Estado.


A Estrada vai além do que se vê!

Ideias e Rumos

Renato Rabelo lança livro em Belo Horizonte

O presidente nacional do PCdoB, Renato Rabelo, lança no dia 26 de fevereiro seu mais recente livro, Ideias e rumos, em Belo Horizonte. O lançamento será às 19 horas na Câmara Municipal.

Ideias e rumos reúne textos, intervenções políticas e discursos de Rabelo ao longo de seus quase oito anos como Presidente do PCdoB e traz reflexões acerca da conjuntura política nacional e internacional nas últimas três décadas.

Dividida em três partes – O Rumo, O Caminho e O Instrumento – a obra oferece avaliações teóricas sobre as diretrizes e a luta do Partido pelo socialismo. O livro reúne os textos mais importantes escritos pelo dirigente comunista. A obra é uma publicação da editora Anita Garibaldi em parceria com a Fundação Maurício Grabois.

Lançamento do livro Ideias e Rumos, de Renato Rabelo
Dia 26 de Fevereiro (sexta) às 19 horas
Câmara Municipal de Belo Horizonte
Av. Contorno 1100, Santa Efigência
Informações: 31 3214 0068


A Estrada vai além do que se vê!

terça-feira, 16 de fevereiro de 2010

Reinado de momo

Em ritmo de carnaval, hoje é dia da Estação Primeira de Mangueira brilhar na Marquês de Sapucaí. O desfile começa às 2:25 e o tema do carnaval deste ano é "Mangueira é música do Brasil" e pode ser baixado aqui.

“Mangueira é música do Brasil”

“VAI PASSAR”
NESSA AVENIDA MAIS UM SAMBA POPULAR
MANGUEIRA ATÉ “PARECE UM CÉU NO CHÃO”
É MÚSICA VESTIDA DE EMOÇÃO
COM NOTAS E ACORDES REFLETIU
EM SUAS CORES O ORGULHO DO BRASIL
NAS ONDAS DO RÁDIO,
DE NORTE A SUL VIAJEI
NO SONHO DOURADO EMBARQUEI
PARECE MAGIA!
VAI MINHA INSPIRAÇÃO
“NUM DOCE BALANÇO A CAMINHO DO MAR”
VEM ME TRAZER A CANÇÃO
PRO MUNDO SE ENCANTAR

TANTAS EMOÇÕES NA VERDE-E-ROSA
BRILHAM AS ESTRELAS IMORTAIS
"BATE OUTRA VEZ" UMA SAUDADE
LEMBRO DOS ANTIGOS FESTIVAIS

UM VERSO ME LEVOU
DO ROCK À JOVEM GUARDA
FUI “CAMINHANDO E CANTANDO” AO LUAR
“COM A TROPICÁLIA NO OLHAR”
ATRÁS DO TRIO EU QUERO VER
O BAILE COMEÇAR E A NOITE ADORMECER
“O SOL NASCERÁ”, AS CORTINAS IRÃO SE FECHAR
“FOLHAS SECAS” VIRÃO E O SHOW VAI CONTINUAR

MEU CORAÇÃO É VERDE E ROSA
DESCENDO O MORRO, EU VOU
A MÚSICA, ALEGRIA DO POVO
CHEGOU, A MANGUEIRA CHEGOU

Boa folia a tod@s os leitores do blog.

Foto: LIESANET

A Estrada vai além do que se vê!

segunda-feira, 15 de fevereiro de 2010

O fator Zé Alencar

José Alencar no 14º Congresso da União da Juventude Socialista em 2008

Kerison Lopes*

A clareza de que o nome do vice-presidente José Alencar estará na urna eletrônica das próximas eleições, inclusive bastante inclinado a concorrer ao governo do estado, mexeu profundamente no xadrez eleitoral de Minas e do Brasil.

O anúncio foi feito para dirigentes do PT e do PCdoB que o visitaram em seu gabinete no dia 4 de fevereiro em Brasília. A motivação apresentada por Alencar é fortalecer ao máximo o palanque de Dilma. A partir dali, várias movimentações políticas foram consequência desta mexida no tabuleiro.

Naquela reunião, Alencar colocou dois condicionantes para seu nome ir para a disputa para o governo, ser consenso dos partidos da base aliada de Lula no estado e estar com a saúde preparada para enfrentar o batido.

Pedidos
O primeiro pedido foi prontamente atendido. No outro dia, as direções do PCdoB e do PT se reuniram e lançaram empolgadas o nome de Alencar. Na mesma hora, Hélio Costa, Patrus Ananias e Fernando Pimentel, pré-candidatos, deram declarações de que abrem mão da cabeça de chapa para Alencar.

Os dias de Zé Alencar que se seguiram foram de pura pré-campanha, com homenagens, visitas, coletivas, incluindo um grandioso ato com mais dois mil petistas que se unificaram para entregar-lhe o título de militante honorário. Nesta atividade, cada vez que no microfone era ventilada sua possível candidatura ao governo o público ia ao delírio. Além disso, vários partidos que participam do governo Aécio e tendencialmente estariam aliados com Anastasia declaram vontade de apoiar o vice-presidente.

Falta agora o segundo condicionante. Alencar anunciou que em meados de março fará exames médicos para avaliar as condições. Porém, já anuncia alegre que os últimos exames mostraram uma redução de 90% do tumor.

Até março, o nome deste mineiro passa a ser o principal nome da base aliada do governo Lula em Minas. Vários sinais foram enviados pelo Palácio do Planalto neste sentido, mesmo com a chiadeira de setores do PMDB que acham que o nome de Lula tem que ser Hélio Costa.

Jogo virado
A lição que se tira destas movimentações é que o vice-presidente reverteu o jogo que até aqui era favorável em Minas para os tucanos e setores conservadores ligados ao governador Aécio Neves. Derrotado na disputa com José Serra pela pré-candidatura à presidência, Aécio voltou os olhos para Minas. Concentrou-se em manter o seu poderio no governo estadual, através da candidatura do seu vice Antônio Anastasia e eleger-se com ampla votação para uma cadeira no Senado.

Como em Minas sempre os ocupantes do Palácio da Liberdade saem com ampla vantagem para a disputa, Anastasia, que estará sentado na cadeira de governador durante o pleito, mostra-se fortíssimo concorrente.

Do outro lado, o campo do governo Lula enfrentava dificuldades. Os dois maiores partidos, PT e PMDB, acabaram de sair de disputas fratricidas pela composição dos seus diretórios. Com três fortes candidatos ao governo, Hélio Costa, Patrus Ananias e Fernando Pimentel, a falta de entendimento poderia comprometer a preciosa chance das forças progressistas chegarem ao Palácio da Liberdade.

Até que surgiu o fator Alencar, para bagunçar o coreto. O campo do governo Lula saiu do cheque imposto por Aécio e impôs uma ofensiva. Com a possível candidatura de Alencar, um novo cenário se abre: a fragmentada base do Lula se unifica em uma só voz e o vice-presidente passa a ser o franco favorito para a disputa.

Alencar hoje é uma unanimidade em Minas (e no Brasil). Este apoio vem também em função da sua luta gloriosa contra o câncer e pela sua vida, mas antes de mais nada pela sua conduta pública exemplar, principalmente pela sua lealdade e compromisso com o projeto de mudança do país que se instalou a partir de 2003. Qualquer cadeira que disputar em Minas será franco favorito, inclusive a de governador.

Reação?
Depois de uns dias sentindo o golpe, Aecistas esboçaram uma reação. Na segunda-feira (8) em que Alencar teve uma agenda de campanha em Belo Horizonte, discursando em três eventos, dois em sua homenagem, políticos ligados a Aécio realizaram uma reunião e reinauguraram a sede do PSDB em BH. Tudo para dizer que não estavam nem ai pra Alencar e continuavam convictos do favoritismo de Anastasia.

Em outra frente, colunistas da mídia corporativa soltaram seus artigos encomendados apelando para o mais baixo nível (vide Ricardo Noblat, Lucia Hipólito, etc...). A cantinela é que Alencar está muito doente e não aguentaria o pique da campanha e do trabalho de governador. Além disso, chamam os petistas de desumanos por levantar a hipótese da candidatura. Como são bonzinhos e piedosos!

Esquecem os colunistas de dizer da agenda intensa que o homem já tem como vice. Nestes anos ao lado de Lula, Alencar assumiu o governo por volta de 500 dias. Ele está se colocando muito bem diante do ritmo imposto nestes tempos em que virou alvo de romarias partidárias diversas para lhe hipotecar apoio. Aliás, não dizem que enquanto Alencar está nesta intensa agenda, Aécio acaba de tirar mais dez dias de férias, pena que ninguém nunca somou quantas já foram nestes sete anos. Deveriam saber que trabalho é também uma questão de compromisso e dedicação.

Raposa
Alencar não é nenhum inocente. Mede cada palavra e cada passo como a maior raposa viva da política mineira. Chamado por integrantes das alas do PT a ajudar a mediar as discussões para tentar chegar em um nome de unidade, Alencar, como bom guerreiro que é, viu qual era sua principal missão política: angariar o maior número de votos para sua candidata Dilma no segundo colégio eleitoral do país.

Entendeu Alencar que é peça central para a campanha de 2010. Pode liderar este movimento de continuidade do projeto em que ele foi o segundo homem. Ele é quem melhor simboliza o governo Lula em Minas.

Os assessores mais próximos de Alencar dizem que ele está extremamente empolgado com o desafio. A forte convicção que sai é que teremos Alencar como candidato em 2010. Se é para governador, falta muito pouco para termos certeza.



A Estrada vai além do que se vê!

domingo, 14 de fevereiro de 2010

UNE no Haiti

Daniel Iliescu, diretor de relações internacionais da União Nacional dos Estudantes (UNE), faz parte de comitiva brasileira no Haiti. É bem recebida proposta da entidade de enviar recém formados em medicina e outras profissões necessárias na reconstrução do país.

Comitiva brasileira formada pelo brigadeiro Araújo, da Aeronáutica, pelo embaixador Sérgio Danese, do Itamaraty, pelos deputados federais Raul Jungmann (PPS/PE), Janete Pietá (PT/SP), Emiliano José (PT/BA), Couber Martins (PMDB/BA), e Cláudio Cajado (DEM/BA), e pelo diretor de Relações Internacionais da UNE, Daniel Iliescu, pousou em Porto Príncipe e pôde sentir de perto o drama do irmão caribenho.

“Em visita ao centro da capital haitiana, em Bel Air (bairro mais afetado pelo terremoto), e em Petit Village, pudemos observar os efeitos destruidores da tragédia. Dos 15 ministérios do país, 13 foram completamente destruídos. O Palácio do Governo, tido como a mais bela construção do país, o Palácio da Justiça, o Hotel Montana, principal hotel, e uma infinidade de prédios públicos, residências, estabelecimentos comerciais foram reduzidos a pó, pedra e ferragens”, conta o diretor da UNE, Daniel Iliescu.

Segundo Iliescu, a visão imediata com que se depara são as enormes filas de haitianos à espera de comida e água, as grandes aglomerações de haitianos em torno das embaixadas e nas ruas, e pessoas caminhando longas distâncias com cestas ou baldes d’água na cabeça.

Encontro com autoridades
Foram apresentadas palestras aos visitantes sobre a ação do Brasil no país, desde 2004, e a situação do Haiti após o terremoto de 12 de janeiro, bem como as operações da engenharia militar e dos Hospitais de Campanha no atendimento à população.

Logo após, a missão foi à instalação provisória do Legislativo haitiano, aonde se encontrou com deputados, dentre os quais, o presidente da Câmara haitiana. Na sequência a comitiva se reuniu com o presidente do Haiti, René Préval, também em uma sede provisória do governo - uma delegacia de polícia.

“O presidente abriu o encontro falando sobre a situação do povo haitiano pós-terremoto e as condições que o Estado caribenho tem de coordenar o atendimento emergencial à população e de reconstruir o país”, declarou Iliescu. Préval agradeceu o esforço do Brasil na ajuda humanitária e a cooperação da missão de paz da ONU. Em referência à fala da comitiva brasileira de que nossa ajuda estava submetida à coordenação e à soberania do Estado haitiano, Préval respondeu: “Não acho que os Estados Unidos tenham o propósito de ocupar o Haiti e não percebo no Brasil nenhuma ambição imperialista”.

René Préval apresentou e pediu apoio brasileiro a três bandeiras importantes para a reconstrução do Haiti que devem ser abraçadas pela comunidade internacional das Nações Unidas: a. Perdão da dívida externa haitiana; b. Não-taxação pelas nações de qualquer produto haitiano durante um período de 20 anos (citando a fala do ministro brasileiro das Relações Exteriores, Celso Amorim, no Fórum de Davos); c. a criação de um Fundo único de ajuda ao Haiti sob gerência do Estado haitiano (citando proposta de Robert Zoellick, presidente do Banco Mundial).

A UNE propôs, em médio prazo, o envio de estudantes concluintes dos cursos de medicina, enfermagem, engenharia, arquitetura, agronomia, entre outros, para passar períodos de três ou seis meses colaborando na reconstrução do país, além de intercambiar conhecimento com os estudantes haitianos. Várias escolas e universidades do país foram destruídas.

O Presidente Préval, na fala de encerramento do encontro, valorizou o oferecimento dos estudantes brasileiros. “Recebo com muita satisfação a proposta do representante da UNE. Vamos junto ao embaixador Igor pensar formas de desenvolver este projeto”.



A Estrada vai além do que se vê!

sábado, 13 de fevereiro de 2010

Carnaval de rua começa hoje

O “Carnaval de Rua/2010”, retomado pela atual administração municipal, através da Secretaria de Cultura, terá como palco a avenida Doutor João Luiz de Almeida (trecho de 360 metros lineares entre a Câmara de Vereadores e a Ponte Preta, continuação da avenida Sanitária), e será aberto como nos velhos tempos em que a festa momesca era promovida em Montes Claros. Serão preservadas as características tradicionais e data oficial, com desfile do Rei Momo, Rainha e Princesa do Carnaval, em carro aberto. Na oportunidade, o prefeito Luiz Tadeu Leite repassará a “chave” da cidade ao Rei Momo, que, simbolicamente, comandará os festejos, por quatro dias.

Melancias, abacaxis, cocos, diversos gêneros tropicais, em tamanho de quase dois metros, serão parte da decoração do carnaval de Montes Claros. “Daremos ao carnaval um visual bastante colorido, com ênfase para elementos tipicamente brasileiros e, sobretudo, comuns a todos nós, em nossa região”, ressaltou o artista plástico, Roberto Marques, da Divisão de Cultura, responsável pela elaboração e confecção das alegorias.

Marques coordenou os trabalhos, feitos por uma equipe de 12 pessoas, entre artesãos, pintores e serralheiros. Os adornos vão deixar a avenida com aspecto bem tropical, e foram inspirados nas alegorias que celebrizaram a figura de Carmem Miranda. A pequena notável ganhou o mundo com sua arte, trejeitos do povo brasileiro, e com seus turbantes repletos de frutas tropicais. “São alegorias que nos ajudam no processo de retomada do carnaval de rua, no resgate das antigas folias momescas”, afirmou.

COBERTURA TOTAL - Ainda de acordo com Roberto Marques, outra atração será o efeito que alguns materiais reciclados proporcionarão como as gigantescas alegorias em forma de lustres e que serão distribuídas ao longo da área de 360 metros lineares reservada para os foliões. “Todo este espaço receberá alegorias”, destacou o artista plástico. A área também vai receber 50 coqueiros, em cores vibrantes e variadas.

Também serão instalados dois portais de entrada para o público, e mais quatro torres com pinturas de confetes, serpentinas, instrumentos musicais e outros motivos que compõem o carnaval. “Sem dúvida que as alegorias serão um espetáculo à parte, complementando, de forma brilhante e alegre, o retorno do nosso carnaval de rua, embora o tempo que tivemos para confeccioná-las tenha sido curto”, finalizou Roberto Marques.

“Teremos uma festa no melhor estilo dos carnavais passados, sem excesso de som, até pela inexistência dos barulhentos trios elétricos, que serão trocados pela baterias dos blocos caricatos”, ressaltou o secretário Ildeu Braúna.

Confira a programação do Carnaval de Rua de Montes Claros:

SÁBADO - Dia 13, às 21 horas, acontece abertura oficial do carnaval, quando o prefeito Luiz Tadeu Leite, na presença da Rainha (Mariana Martins) e das Princesas (Gláucia e Daniele) entregará a chave da Cidade ao Rei Momo (Pablo Ruam). Desfilarão, em seguida, os “Blocos dos Iniciantes”: Vilajart, Piratas, Idosos em Ação, Montes-clareou, Dandalunda e Esporte Levado a Sério. Pelo “Bloco dos Tradicionais”, a partir das 24h30, de acordo com o sorteio, desfilam o Formigão, Feijão Maravilha e Saci.

DOMINGO - Dia 14, o desfile será aberto às 20h30 com os “Blocos dos Iniciantes”, Tromba do Elefante, Bloco das Virgens, Cara de Pau, Caminhar com Saúde, Unidos Pelo Samba e Unidos dos Santos Reis. Os tradicionais ganharão a avenida por volta da meia noite, com a Academia da Vila, Leguedê, Só Alegria e Tambor e Lata. “Nestes dois dias, os blocos desfilarão para critério de avaliação para a premiação final, processo que não ocorrerá nos dois últimos dias de folia, 15 e 16”, acrescenta Gilmar Ribeiro.

SEGUNDA E TERÇA - Dia 15, segunda-feira, a programação terá início mais cedo, às 19h30, quando todos os 19 blocos desfilarão na avenida. Dia 16, terça-feira, está previsto o desfile dos vencedores, quando também se dará a entrega da premiação, que soma R$ 17 mil. “Portanto, está tudo pronto para que realizemos uma festa alegre, colorida, com segurança e, sobretudo, que trará de volta à cidade a tradição dos velhos carnavais”, salientou o secretário de Cultura, Ildeu Braúna, que aguarda pela presença de milhares de montes-clarenses nos quatro dias de folia. “Sem dúvida o cidadão estará presente. Afinal, a retomada do carnaval tradicional, pelas ruas da cidade, promoção da Prefeitura, é uma cobrança da população e que está sendo prontamente atendida”, finalizou Braúna.



A Estrada vai além do que se vê!

sexta-feira, 12 de fevereiro de 2010

Um careca na frente, outro atrás...das grades

José Serra sobre Arruda: "Vote num careca e ganhe dois"

A prisão do governador do Distrito Federal, José Roberto Arruda, será, sem dúvida, a principal notícia política da semana. Para incrementar ainda mais esta pauta, vale a pena relembrar alguns episódios como este mostrado no vídeo, em que o governador de São Paulo, José Serra (PSDB), anuncia a possibilidade de compor com Arruda uma chapa para disputar a presidência.

O episódio aconteceu bem antes da operação Caixa de Pandora, da Polícia Federal, que desnudou o esquema de corrupção no governo do Distrito Federal. Mas é revelador da simpatia que o presidenciável José Serra alimentava pelos aliados do DEM.

Antes de cair em desagraça, José Roberto Arruda era um dos nomes mais cotados para ser vice de Serra numa chapa demo-tucana. Agora, Serra terá que arrumar algum outro "careca" para lhe fazer companhia.

Veja aqui o vídeo com a declaração bem humorada de Serra.


Vale a pena ver também a propaganda do DEMo: http://bit.ly/b706GH

Eita ferro!

Leiam também:
E esse outro coleguinha aqui?


A Estrada vai além do que se vê!

quinta-feira, 11 de fevereiro de 2010

Pra Ser Muito Mais Brasil

Mais de cem militantes, representando mais de 20 estados estiveram na plenária nacional da UJS
Foto: Arquivo UJS


Com lema "Pra Ser Muito Mais Brasil", 15º Congresso da UJS está convocado
*
A plenária nacional da União da Juventude Socialista (UJS) convocou, na última terça-feira, 9 de fevereiro, o 15º Congresso da entidade. A plenária final ocorrerá entre 17 e 20 de junho, na cidade de Salvador (BA), mas desde agora podem ser realizadas reuniões de filiados e apresentação do tema congressual para toda a juventude brasileira.
*
Com o lema "Pra Ser Muito Mais Brasil", a proposta de tese contou com dezenas de emendas e foi aprovada de maneira unânime pelos delegados presentes. Agora, o documento será debatido em todo o país, num fecundo processo democrático, até finalmente ter sua versão final aprovada na etapa nacional do Congresso.
*
Segundo a meta aprovada, mais de 100 mil jovens devem ser mobilizados em todas as fases do processo, sendo que serão computados apenas aqueles que efetuarem o cadastro pela "Rede UJS", sistema também lançado na plenária.
*
"Pra Ser Muito Mais Brasil"
A ideia central proposta pelos jovens socialistas é de que o Brasil, fruto do acúmulo das lutas do povo que redundaram nos avanços obtidos nos útlimos anos, tem uma oportunidade rara para se contituir em uma nação próspera, desenvolvida, soberana, justa e integrada de maneira solidária com outros países e povos do continente.
*
O documento elenca fatos concretos que levam o país a esta nova condição, como a descoberta do pré-sal e a escolha para sediar a Copa do Mundo e as Olimpíadas - levando em consideração que estas não são meras competições esportivas, mas foram possíveis graças à nova inserção do Brasil no mundo e podem significar importantes oportunidades para resolver entraves estruturais históricos, melhorando a vida do povo.
*
Outro eixo importante, decorrente do primeiro, é a percepção de que apenas com a união do povo e muita mobilização social será possível concretizar tal oportunidade em realidade. Ainda pela concepção da UJS, essa luta pela construção de um Brasil melhor está diretamente ligada ao projeto de transformação socialista do país. "Sabemos que, quanto mais as transformações acontecerem, ampliando os direitos do povo e melhorando o país, mais conseguiremos ganhar adeptos para a causa de derrotar o capitalismo e construir uma nova sociedade – e é isso que nos move", aponta o documento aprovado.
*
Eleições 2010: O Brasil entre o avanço e o retrocesso
Seguindo esta diretriz, os jovens socialistas colocam as eleições presidenciais como o centro da luta política em 2010 e propõem uma ampla mobilização em torno de bandeiras avançadas, que enfrentem os interesses do capital financeiro e seus representantes políticos (PSDB/DEM), e equacionem problemas que afetam centralmente a juventude, como a educação, o desemprego (do qual os jovens são as principais vítimas), a violência contra o jovem nas grandes e médias cidades e outros.
*
Para a UJS, tal programa avançado deve ser liderado por uma candidatura que consiga representar o legado dos governos de Lula e, ao mesmo tempo, apresentar uma perspectiva de renovação e aprofundamento das mudanças iniciadas.
*
Rede UJS e novo site: a UJS entra de sola no mundo virtual
Um dos pontos altos da plenária foi o lançamento dos novos sistemas de organização e comunicação da UJS.
*
A "Rede UJS" - rede social virtual que interligará todos os filiados da entidade, núcleos e direções - será o centro de mobilização do Congresso e proporcionará profundo conhecimento da militância e suas predileções, suas frentes de atuação, local de moradia, estudo e trabalho, enfim, um conjunto de dados que sirvam para visualizar e planejar o crescimento da entidade.
*
A rede social, que ainda terá novas fases de desenvolvimento nos próximos meses, também vai proporcionar criação de perfis e comunidades, veiculação de mensagens, fotos e vídeos, tal como fazem sites de relacionamento modernos e muitos utilizados pela juventude brasileira.
*
Avaliação do 38º Congresso da UBES
Também foi pauta da plenária a avaliação da participação da UJS no processo do 38º Congresso da União Brasileira dos Estudantes Secundaristas (UBES).
*
O documento aprovado apontou que o resultado foi, no fundamental, positivo, pois os objetivos de ampliar a influência dos jovens socialistas entre o movimento secundarista e de construir ampla unidade em torno da bandeira de 50% do Fundo Social do pré-sal para a educação foram atingidos.
*
Também foram vistos como vitoriosos o novo método eleitoral da UBES, mais democrático e que permite eleições diretas nas escolas, e a diretriz de ampliar os esforços políticos destinados ao movimento secundarista. Ainda assim, foi registrada a necessidade de insistir nesse esforço, já que todos os dividendos dessa linha política não foram alcançados de imediato neste Congresso.

Fernando Borgonovi, para a página da UJS


A Estrada vai além do que se vê!