quinta-feira, 28 de janeiro de 2010

Literatura do oprimido


Lançamento: Hip-Hop a Lápis - A Literatura do Oprimido

Surge uma nova literatura, a Literatura do Oprimido.

Este é um livro para ficar guardado na estante. Por que se sair de lá, vai mexer com você. Ousado, polemico, desafiador, reflexivo, instigante, inteligente.

É isto que encontrará nas 272 páginas do livro Hip-Hop a Lápis – A Literatura do Oprimido.

O segundo livro da série produzida pelo Ponto de Cultura Hip-Hop a Lápis. A diversidade de temas e abordagens dos 60 autores de todos os cantos, cores e escolaridades mas com uma coisa em comum, a paixão pelo hip-hop e pela literatura. Os rappers, nomes conhecidos, os pesquisadores, os leitores, os fãs, todos juntos e misturados.

Uma leitura única, direta com linguagem de moleque e profundidade de intelectual. Falam de ruas, drogas, sexo, violência policial e doméstica... enfim. Falam da vida oprimida pelo melhor ângulo.

O livro é ilustrado pelo graffiteiro Thiago Vaz, com prefácio de Célio Turino (MinC), apresentado por Aliado G e Sérgio Vaz. São 80 textos distribuido em 14 capítulos organizado por Toni C.

A públicação é inovadora em extrair crônicas da internet (www.vermelho.org.br/hiphop), agora tem mais uma novidade. A seleção dos autores é apresentada diáriamente um a um pelo twitter, a história escrita a lápis é contada por quem vem de baixo, seu protagonista. (http://twitter.com/hiphop_a_lapis)


Leia, a Literatura do Oprimido.
Se tiver coragem!

Lançamento: 31 de janeiro, 11 horas.
3º Encontro Nacional de Hip-Hop. (http://www.mergulhonahistoria.blogspot.com/)
Praia da Biquinha - São Vicente.

Para adquirir o livro, debates, palestras e agendar lançamentos: hiphop@vermelho.org.br


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quarta-feira, 27 de janeiro de 2010

Lula lança PAC 2 no FSM

Lula anuncia visita ao Haiti e lança PAC 2 no FSM

Coral de índios adolescentes, música de protesto e escolas de samba gaúchas foram os elemntos da espera pela fala do presidente Lula na principal atividade da etapa do Fórum Social Mundial que ocorre em Porto Alegre (RS). Durante o discurso, Lula falou sobre a relação entre governo e movimentos, sobre a catástrofe no Haiti e sobre o PAC 2, que será lançado em março.

O presidente Lula, durante intervenção no Fórum Social Mundial em Porto Alegre, na última terça-feira (26/1) O ginásio Gigantinho ficou lotado e, entre uma atração e outra, os participantes do Fórum fizeram "ola" e entoaram cantos como "olê, olê, olê, olá, Lula, Lula"e "Lula, guerreiro do povo brasileiro".

O mestre de cerimônia foi o representante do Ibase, Cândido Grzybowski, que apresentou questões a Lula sobre o Haiti, sobre a Cop 15 em Copenhagen e sobre o Plano Nacional de Direitos Humanos. A fala do presidente foi antecedida, ainda, por uma intervenção do presidente da CUT, Arthur Henrique, que criticou a grande mídia brasileira e a criminalização dos movimentos sociais que ela promove. Bastou o presidente da CUT citar o nome da ministra Dilma Roussef para que o plenário respondesse em uníssono: "olê, olê, olê, olá, Dilma, Dilma".

Também discursou antes do presidente Lula a uruguaia Lilian Cliberti, da Articulación Feminista Marcosur, que foi diversas vezes aplaudida, ao fazer declarações como "este povo do Fórum Social Mundial é o povo da esperança" e defender que os Estados devem criminalizar "o racismo, a homofobia, o sexismo e a miséria, nunca os movimentos sociais, que lutam pelos direitos".

Lula iniciou sua intervenção dizendo que o motivo de querer chegar ao governo era para mudar a relação com os movimentos sociais. E discorreu sobre a relação democrática do seu governo com o conjunto dos movimentos, citando as diversas conferências realizadas.

Orgulho de ir a Davos
Defendida sua boa relação com os movimentos sociais, o presidente declarou que vai a Davos, para o Fórum Econômico Mundial, e levou deleite ao público constatando que aquele fórum "não tem mais o glamour que eles pensavam que tinha em 2003". Afirmou ainda que vai com orgulho ao Fórum de Davos, e argumentou as razões: ao invés de devedor, agora o Brasil é um credor do Fundo Monetário Internacional (FMI); segundo o presidente, o mundo desconfiava da sua capacidade de conduzir o Brasil, e, no entanto, "foi um torneiro mecânico quem mais fez escolas técnicas e universidades no Brasil"; o país possui a mais consolidada política de inclusão social do planeta; e, por fim, Lula lembrou que foi criticado quando disse que a onda da crise se manifestaria no Brasil como uma "marolinha", e agora "o resultado está aí", provoca Lula, citando os dados de 945 mil empregos com carteira assinada criados no setor produtivo privado neste ano, sem contar os cargos públicos. Por fim, Lula anunciou que irá ao Fórum Social Mundial em Salvador.

Após discorrer sobre a relação de seu governo com os movimentos sociais, coma sociedade, que o próprio Lula caracterizou como o principal legado de sua gestão, o presidente aproveitou para anunciar que em março será lançado um segundo Programa de Aceleração do Crescimento, o PAC 2.

Sobre Conpenhagem, a defesa do presidente é que o Brasil levou uma proposta ousada, mas que o debate terá que ser refeito no próximo encontro, no México, e o compromisso deve ser "cada um limpar sua própria sujeira", referindo-se à pressão feita pelo Brasil e outros países para que os países do centro (Estados Unidos, Inglaterra e outros) assumam metas mais ousadas de redução da emissão de gases e desmatamento.

Visita ao Haiti
Lula aproveitou o epsaço ainda para defender a posição adotada pelo Brasil no Haiti, anunciou que visitará o país no dia 25 de fevereiro, que foram reforçadas as tropas brasileiras no país e ainda fez um apelo, para que o Fórum Social Mundial tire uma resolução: que haja uma constante preocupação para cada participante por um ano, até a próxima edição: dedicação à reconstrução do Haiti.

Mas Lula não apenas de seu governo e relações internacionais. Fez questão de falar sobre o Fórum Social Mundial, dizendo que o FSM deve encontrar uma forma de fazer mais gente participar de suas atividades, e ressaltou que a crise do capitalismo que se abateu sobre o mundo em 2008 abre espaço para o Fórum crescer. Encerrando seu discurso, Lula avaliou que o FSM mantém "a mesma saúde, o mesmo vigor de 2003, mas está mais maduro, mais consciente, mais sabedor do que precisa fazer" e valorizou ainda o papel do Fórum de alimentar utopias.

Luana Bonone, para o Portal Vermelho

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Perspectivas de Integração Regional, o Governo Lula e a criação da UNILA

Clarisse, durante o último Congresso da UEE-MG
Foto: Ramon Fonseca

Por Clarisse Goulart*

*O Contexto Regional
Nos últimos anos, a América Latina sofreu várias transformações que possibilitaram redefini-la como uma área marcada por um novo regionalismo e por disputas sobre um novo modelo de integração regional. A partir de mudanças na conjuntura internacional e local, como relativo declínio hegemônico dos Estados Unidos e a eleição de vários presidentes progressistas no nosso continente, a integração regional passa a ser central na agenda política dos países latino americanos.

A análise do contexto dessas mudanças relaciona-se com o período de neoliberalismo na região. Implementado a partir da crise do Estado de Bem-Estar Social e dominado pela hegemonia norte-americana, o modelo neoliberal não conseguiu criar bases sociais que possibilitassem estabilidade econômica e desenvolvimento social na América Latina. Pelo contrário, acentuou o forte processo de concentração de renda, disseminou valores individualistas e consumistas, precarizou os postos de trabalho, marginalizou grande parte da população e mercantilizou os direitos dos e das trabalhadoras.

A Área de Livre Comércio das Américas (ALCA), arquitetada como principal projeto estratégico dos Estados Unidos para a região e baseada no incentivo ao livre comércio não se concretizou – a estratégia americana no pós Guerra Fria e mais intensamente depois dos ataques terroristas de 11 de Setembro se concentrou na atuação em outras regiões do mundo. O processo de redemocratização da região depois de períodos de ditadura militar e a ascensão, pela via eleitoral, de governos progressistas na região dificultaram o êxito desse projeto. Além disso, a sociedade civil e, principalmente, os movimentos sociais, organizados em torno da crítica à globalização e ao neoliberalismo, tiveram papel de protagonista na construção de uma oposição organizada à ALCA e na inserção do tema da integração regional na agenda dos governos locais.

As tendências integracionistas da região passaram a não incluir a participação dos Estados Unidos e a buscar alternativas ao modelo neoliberal que já se mostrava incapaz de lidar com as contradições da região. Novos modelos de integração e inserção na economia global são, portanto, elaborados. Alguns países como Peru, Chile e Colômbia continuam priorizando as relações econômicas com os Estados Unidos e a União Européia, principalmente através dos Tratados de Livre Comércio (TLC’s), enquanto Venezuela, Bolívia, Equador e os países do MERCOSUL buscam retomar a integração regional com novos projetos como a UNASUL (União Sul-americana) e a ALBA (Alternativa Bolivariana para os Povos da América). Esses projetos surgem com perspectivas e objetivos diversos, mas num contexto comum – a busca por formas alternativas de conduzir as relações entre os países da região.
Para grande parte da esquerda brasileira, a integração regional deve ser coerente com as demandas históricas dos movimentos sociais, deve incentivar laços identitários mais profundos e deve servir como marco para um novo modelo econômico para a região. Deve, portanto, incluir não só políticas econômicas e comerciais, mas também representar avanços políticos, sociais, culturais e identitários.

* Governo Lula e a integração regional
O Partido dos Trabalhadores, perto de encerrar seu segundo mandato consecutivo no governo federal, conseguiu criar novas bases para a política externa brasileira, com iniciativas que alcançam ganhos concretos para o Brasil. Busca aumentar sua influência no âmbito externo, relativizando as desigualdades do sistema internacional, além de estabelecer a arena internacional como espaço contributivo para o alcance do desenvolvimento e justiça social.

A priorização do eixo sul-sul na política externa do governo, acusada de ideológica – e, portanto, não pragmática – pela oposição, por diplomatas e intelectuais conservadores, se mostra estratégica e acertada, no momento em que a região latino-americana passa por transformações sociais, econômicas e políticas. Se no governo FHC a política externa tinha um caráter bastante “comercialista”, num momento de consolidação da abertura comercial do país, no governo Lula a política externa garante um regionalismo não só baseado no viés comercial e produtivo como também inclui iniciativas de cunho social e identitário. Isso significa, no que concerne as relações na região latino americana, que o Brasil não só alcança metas econômicas favoráveis com esse padrão de política externa (basta ver os números positivos das exportações na região), como também contribui para o reforço de laços identitários, legitimando discurso e prática com base na valorização da região e na necessidade de aproximação não só comercial como política, cultural e social, entre seus vizinhos.

É com essa tônica que o Brasil desenvolve novas perspectivas de integração regional, contribuindo para alcance de mais autonomia dos países da periferia do sistema e construindo alternativas econômicas para a crise do capitalismo central. O Brasil precisa desenvolver alternativas que reforcem a solidariedade entre os países, em detrimento das iniciativas de militarização na América Latina, que, de fato, crie espaço para que os movimentos sociais também incidam nesse processo político e que respeite a liberdade, soberania, cultura e diversidade dos povos da região.

* Unila e a integração regional
A UNILA (Universidade Federal de Integração Latino Americana), sancionada pelo Presidente Lula, em 12 de janeiro de 2010, apresenta-se como mais uma iniciativa de integração da América Latina. Além do seu projeto avançado, propondo cursos voltados para a realidade local, fugindo da lógica de mercado, com projeto-pedagógico rico, bilíngüe e com perspectiva de receber alunos brasileiros e estrangeiros, a UNILA é uma vitória para os que acreditam que a integração regional deva incluir iniciativas sociais, culturais, identitárias e, portanto, que negam a lógica “comercialista”, como muito se viu na América Latina.

Além disso, a UNILA contrapõe-se a outras iniciativas de integração no setor da educação. Desde 1996, na Organização Mundial do Comércio (OMC) a educação superior faz parte do setor de serviços no Acordo Geral sobre Comércio de Serviços (Gats), um de seus tratados de liberalização. Mesmo polêmica e com poucos países favoráveis, a “comercialização” da educação através da OMC representa a perda de soberania dos países sobre a condução das políticas educacionais, a completa submissão das universidades à lógica de mercado e a desvinculação da idéia de educação como um direito de todos e todas, e que deve ser garantida pelo Estado, de modo a ser pública, gratuita e de qualidade.

A UNILA representa um novo marco para a educação na América Latina, uma educação que deve ser libertadora, conter os princípios de solidariedade entre os povos, incentivar a identidade regional e que afaste a concepção de educação como mercadoria. É também um marco para a integração latino-americana. Contrapõe-se à lógica neoliberal, possibilita aproximação entre os países vizinhos, contribuindo para soberania e poder de decisão desses no contexto internacional. Essa iniciativa, se por um lado responde a incapacidade do modelo neoliberal na região, por outro só se torna possível por ser pensada a partir de governos progressistas e de esquerda.

Abrigada no Brasil, a UNILA é recebida com comemoração pelo movimento estudantil brasileiro. Estamos num novo momento por aqui. Momento de mudança, de inclusão social, de incentivo à educação como direito público, de respeito e solidariedade entre os povos.

*Clarisse Goulart é secretaria geral da União Estadual dos Estudantes de Minas Gerais (UEE-MG) e militante da Marcha Mundial das Mulheres




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terça-feira, 26 de janeiro de 2010

O 15º Congresso da UJS já está na rua

Presidente Lula participa do 13º Congresso da UJS em Brasília - DF, em junho de 2006

A União da Juventude Socialista (UJS) fará a convocação de seu 15º Congresso na Plenária Nacional, que se realizará nos dias 8 e 9 de fevereiro. Os debates, porém, já começaram. O centro das discussões políticas será o novo momento do Brasil, que passa a ser visto em todo o mundo como um país em ascensão e que desponta como uma das nações mais prósperas. Além disso, o Congresso vai preparar toda a militância da UJS para entrar de cabeça na batalha eleitoral, evitando retrocessos e lutando pelo aprofundamento das mudanças iniciadas. "Queremos demonstrar que o Brasil tem uma oportunidade para se concretizar como um grande país para todo o nosso povo, a começar pela juventude. Se depender da UJS, as elites não conseguirão atrapalhar e projeto mudancista ganhará novo impulso", diz Marcelo Gavião, presidente da UJS.

O Congresso também cumprirá o papel de reafirmar a perspectiva revolucionária da construção do Socialismo, razão de ser da UJS. "Nossos 25 anos de vida são marcados pela luta por uma nova sociedade. O 15º Congresso vai reafirmar que, para nós, são importantes cada uma das conquistas obtidas, mas nossa luta é bem maior - é a luta por um mundo sem explorados nem exploradores", finaliza.

Plenárias Estaduais
Vários estados já têm plenárias estaduais agendadas para iniciar os debates sobre a pré-tese e definir calendários e metas de filiação. No último final de semana (23 e 24 de janeiro), Ceará, Rio de Janeiro, Minas Gerais e Pará realizaram atividades.

Além disso, estão previstos debates sobre o Congresso nas edições do Fórum Social Mundial de Porto Alegre e de Salvador.

Apresente sua ideia
Nesse contexto de debates, a UJS abre possibilidade para que os militantes deem sugestões sobre o lema do Congresso. Vale dizer que as opiniões que chegarem serão analizadas, mas a iniciativa não será um concurso e a decisão final caberá à Plenária Nacional.




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segunda-feira, 25 de janeiro de 2010

FSM começa hoje

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Movimento Estudantil define sua agenda no FSM 2010

As entidades nacionais do movimento estudantil brasileiro divulgam a sua agenda e as ativiades para as quais irão priorizar sua mobilização durante a ativiades do Fórum Social Mundial em Porto Alegre (RS), que começa na próxima segunda-feira (25/1) e vai até sexta (29/1).

A União Nacional dos Estudantes (UNE), a União Brasileira dos Estudantes Secundaristas (Ubes) e a Associação Nacional dos Pós-Graduandos (ANPG) já defiram sua agenda pioritária durante a etapa do FSM 2010 em Porto Alegre. Além da atividade promovida pelos estudantes em torno da campanha de 50% das verbs do pré-sal para a educação, a agenda prevê participação nas principais atividades do fórum e também presença em debates sobre educação e solidariedade internacional.

O FSM será inaugurado com a esperada marcha de abertura marcada para às 15 horas de segunda-feira (25/1). Nesse momento estarão reunidos movimentos sociais, entidades d diversas naturezas e todos os participantes, que desejam construir um ‘Um Outro Mundo Possível’.

Também está prevista a presença do presidente Luis Inácio Lula da Silva em ato político no dia 26, além de debates no Acampamento Internacional da Juventude. Educação, política e a paz são temas que permearão os encontros. Destaque para o lançamento da Campanha Continental: América Latina é de Paz.


25/01 segunda-feira

15h00 - Marcha de Abertura – Concentração na Praça Glênio Peres

26/01 terça-feira

9h30 - Movimento Estudantil e a Luta pela Educação Popular – Acampamento Internacional da Juventude / Tenda Dr. Juca
Coordenação: DCE UFSM

18h00 - Ato político com Presidente Lula – Gigantinho

27/01 quarta-feira

10h00 - A participação da juventude na construção de políticas públicas: Legado e Perspectivas - Acampamento Internacional da Juventude/Tenda Dr. Juca

14h00 - O Pré-Sal e o financiamento da Educação no Brasil / Tenda da Paz
Coordenação: Yann Evanovick - UBES
Participações:
Augusto Chagas – UNE
Hugo Valadares – ANPG
Igor Santos – MST
Dep. Maria do Rosário – Comissão de Educação da Câmara
Juçara Dutra – CNTE
Raul Bergmann – AEPET
Ademir Caetano – FUP

19h00 - Avançar nas Mudanças - Programa de desenvolvimento para Brasil/ Armazém do Cais do Porto

28/01 quinta-feira

14h00 - Posse da nova diretoria da UEERS Dr. Juca – Acampamento de Juventude /Tenda Dr. Juca

14h00 - Seminário e lançamento da Campanha Continental: América Latina é de Paz – Tenda da Paz
Coordenação: CEBRAPAZ

29/01 sexta-feira

9h00 - Assembléia dos Movimentos Sociais

Luana Bonone, para o Portal Vermelho


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domingo, 24 de janeiro de 2010

Aniversariante do dia

Lá se vão dois anos!

Naquela manhã de 24 de janeiro do longínquo ano de 2007, surgiu esta criança. Fácil de carregar em alguns momentos, pirracenta em outros, o blog vem, aos trancos e barrancos, servindo ao seu propósito, externar o que penso e noticiar o que me importa.

Agradeço a tod@s leitores e leitoras (já são mais de 48 mil visualizações!) pela imensa paciência e pelas inúmeras colaborações.

Espero que outros outubros venham, outras manhãs plenas de sol e de luz.

Tá valendo!


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sábado, 23 de janeiro de 2010

Centrais convocam Conferência Nacional da Classe Trabalhadora


Em reunião realizada nesta quinta-feira (21) em São Paulo, o Fórum das Centrais Sindicais (composto pela CTB, CUT, FS, UGT, NSCT e CGTB) resolveu convocar para o dia 1º de junho uma nova Conferência Nacional da Classe Trabalhadora. Na opinião do presidente da CTB, Wagner Gomes, a reunião será um marco na história do movimento sindical e terá uma importância política extraordinária para o país.

Os sindicalistas também decidiram realizar uma manifestação unificada dia 2 de fevereiro no Congresso Nacional, em Brasília, em defesa redução da jornada de trabalho sem redução de salários, bandeira histórica do movimento operário, que foi a principal reivindicação da 6ª Marcha da Classe Trabalhadora, realizada no dia 11 de novembro em Brasília.

Maior protagonismo

A CTB já defendia em dezembro de 2007, durante seu congresso de fundação, a realização de uma nova Conferência Nacional da Classe Trabalhadora. Para Wagner Gomes, a iniciativa tomada em conjunto pelas centrais irá unificar o movimento sindical brasileiro, de modo a elevar o protagonismo da classe trabalhadora na vida política nacional, bem como sua influência nas eleições deste ano.

Ao sublinhar o caráter histórico da decisão, o presidente da CTB, Wagner Gomes, esclareceu que “o objetivo da Conferência será debater e expor ao Brasil a visão da classe trabalhadora sobre um novo projeto de desenvolvimento nacional. Vamos elaborar um documento com propostas unificadas que visam o desenvolvimento nacional e a melhoria da qualidade de vida dos trabalhadores e trabalhadoras”.

Valorização do trabalho

“Defendemos um projeto de nação”, acrescentou, “fundado na valorização do trabalho e numa distribuição mais justa da renda nacional, que é produzida pela classe trabalhadora. Estou convencido de que o fato de as seis centrais sindicais redigirem esse documento é um acontecimento histórico, pois por meio dele iremos participar ativamente da disputa eleitoral de 2010, com a classe unida e a opinião dos trabalhadores muito bem definida. Isso é motivo de comemoração, é um grande feito político”.

As centrais pretendem reunir mais de 10 mil lideranças sindicais de todo Brasil na Conferência que vai debater e aprovar o documento unitário das centrais e definir o apoio a um candidato ou candidata à presidência da república que dê continuidade ao projeto político implementado no país desde 2002 e aprofunde o processo de mudanças. “O documento, depois de aprovado, servirá como base para avaliar qual candidato ou candidata à Presidência da República terá condições de implantá-lo e quem merece o apoio da classe trabalhadora. A convocação da nova conferência é um grande acontecimento. Deve ser destacado em letras garrafais pelo movimento sindical brasileiro”, arrematou Wagner Gomes.



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sexta-feira, 22 de janeiro de 2010

Dica de verão

Para quem pergunta qual é o “esquema” de sábado à tarde, a melhor opção dos próximos dois últimos finais de semana (23 e 30) de janeiro é o ESQUEMA DE VERÃO DO TIGRÃO, mais uma iniciativa do Coletivo Plug na cidade, iniciando o ano de 2010 com muitas novidades.


Neste próximo sábado (23) a partir das 17h no bar TIGRÃO, localizado no Jardim São Luiz, acontece o show imperdível da banda “Papo de Butiquim” com muito samba de raiz, MPB, regional dentre outros gêneros de muito bom gosto. A banda se lança na cidade como uma grande promessa de bom entretenimento e satisfação garantida.


Também se apresenta o projeto “PlugDisco” com discotecagem de set’s transitando em várias vertentes dos sucessos POP, Eletrônico, Regional e Independente. Um projeto que vem inserir e complementar as iniciativas do Coletivo Plug e parceiros com músicas novas e também grandes sucessos, além de integrar a cultura musical digital em transição com a instrumental e tradicional.


Segundo Rodrigo de Paula do Coletivo Plug, a iniciativa está ocorrendo graças ao apoio de patrocinadores como a PIZZARIA E CHOPPERIA DEGRAU’S, a LMS SERVIÇOS E SOLUÇÕES WEB, a ELSE SISTEMAS e também ao bar TIGRÃO e ao empresário Leonardo Sidônio. “É muito bacana quando as iniciativas privadas, ou pequenas empresas investem em cultura! Seja qual for à vertente, e tendo o retorno de mídia proposto e bem realizado a parceria é bastante eficaz no trato com a cultura e/ou entretenimento que visem inovação e qualidade!”


Da página do Coletivo Plug


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quinta-feira, 21 de janeiro de 2010

Juventude presente no Fórum Social Mundial

Juventude é pauta no Fórum Social Mundial de Porto Alegre

De volta a Porto Alegre na edição em que comemora seus 10 anos, o Fórum Social Mundial 2010, irá ocorrer entre os dias 25 e 29 de janeiro e tem como foco a avaliação de uma década de encontros. A temática da juventude estará sendo debatida no decorrer do evento por especialistas da área que participam da mesa “A participação da juventude na construção de políticas públicas: um legado histórico”.

Pela primeira vez, o evento se concentrará na discussão de suas perspectivas e estratégias. Além disso, ao final, terá uma agenda e conclusões definidas pelas principais organizações que integram o FSM.

Pela manhã, a organização do FSM trará grandes nomes já cativos do evento, como Boaventura de Sousa Santos, Immanuel Wallerstein e Leonardo Boff para fazer um balanço dos 10 anos e discutir propostas para futuros fóruns. Para esses seminários foram também convidados chefes de Estado e lideranças políticas.

O fórum 2010 seguirá, no período da tarde, como sempre funcionou: atividades organizadas por entidades de todo o mundo, autogestionadas. Essas atividades irão ocorrer em Porto Alegre e em outras seis cidades da região metropolitana.

Foco nos jovens
Outro ponto curioso é que a mudança de foco nos temas atraiu mais jovens para o Fórum. Essa foi a conclusão da pesquisa lançada pelo Instituto Brasileiro de Análises Sociais e Econômicas (Ibase), a uma semana do evento. O levantamento mostrou que uma nova geração de ativistas procura espaço no evento, que mudou de perfil na última década.

A pesquisadora do Ibase, Marina Ribeiro explicou que o Fórum Social Mundial desse ano apresenta como característica nova uma mudança no perfil dos participantes. Segundo ela, antes ele era representado por grandes movimentos tradicionais como sindicatos, empresas e ONGs e hoje é composto por grupos de jovens ativistas que defendem várias causas sociais.

O levantamento do Ibase entrevistou 2.262 participantes na edição do Fórum de Belém (PA), dos quais 64% têm entre 14 e 34 anos. Do total, 8% têm mestrado ou doutorado, 34% têm formação superior, 39% ainda não concluíram a faculdade, 15% têm entre 9 e 12 anos de estudo e os demais afirmaram ter até 8 anos de escolaridade. A pesquisa também constatou que 76% participavam do evento pela primeira vez, o que, segundo o texto, é “um indicativo de renovação”.

Acampamento da Juventude
Com o tema central “Os Movimentos em Movimento”, o Acampamento Internacional da Juventude (AIJ) desenvolverá três eixos temáticos específicos: Educação, Saúde e Participação Social; Desenvolvimento Sustentável e Democracia Participativa; e Agricultura Familiar e Orgânica.

Eles serão distribuídos em sete espaços temáticos dentro do parque e outros quatro Espaços de Livre Ocupação (ELOs), que serão montados nos bairros Santo Afonso/Liberdade, Boa Saúde, Canudos, Kephas/Roselândia

No último dia, algumas organizações e movimentos com participação histórica no FSM irão definir uma agenda de ação. Depois de Porto Alegre, o FSM segue para Salvador, na Bahia. Outros eventos estão programados para cidades em todo o mundo.

Criado em 2001 como oposição ao fórum econômico de Davos, o encontro se consolidou como o principal ponto de debate dos movimentos sociais e entidades da sociedade civil do mundo.



Juventude é tema de mesa no Fórum Social Temático da Bahia

Em janeiro, Salvador sedia o Fórum Social Temático da Bahia, que terá início no dia (29/01), logo depois do Fórum Social 10 Anos Grande Porto Alegre. A temática da juventude será debatida no decorrer do evento por diversos especialistas da área, como o secretário adjunto da Secretaria Nacional de Juventude, Danilo Moreira.

O secretário participa no dia (29/01) às 9h, na Tenda da Juventude de um debate sobre “A participação da juventude na construção de políticas públicas: Legado e Perspectivas” e também do lançamento do Livro: Quebrando Mitos – Juventude, Participação e Políticas, com presenças de uma das autoras a socióloga, Mary Castro, junto com Miriam Abramovay, traçou um perfil da juventude ativista que participou da 1ª Conferência Nacional de Juventude, em 2008.

Um dos destaques no Fórum Social Mundial Temático da Bahia é a Tenda da Juventude. Trata-se de um espaço localizado no Passeio Público, em Campo Grande, a Tenda da Juventude - Um Diálogo com a diversidade contará com uma programação de debates, intervenções culturais e a posse da nova diretoria União dos Estudantes da Bahia – UEB.

“A Tenda da Juventude é importante para pôr, na agenda do Fórum, as pautas da juventude e, ao mesmo tempo, ser um espaço de articulação e congregação deste seguimento social, através de suas diversas organizações”, destacou o presidente do Conselho Estadual da Juventude – Cejuve, Juremar Oliveira, um dos responsáveis pelo espaço. Movimento estudantil, juventudes ligadas a ONGS e juventudes partidárias estarão reunidas na Tenda, atestando o seu caráter diverso e plural.

Com tema "Diálogos, diversidade cultural e crise civilizatória", durante três dias, a capital baiana reunirá organizações e movimentos sociais, sindicatos, associações, entidades religiosas, representantes do poder público, redes e campanhas do mundo inteiro. O evento busca ser um espaço de troca de experiências, formulação e articulação entre todos esses atores.

Organizada em três dimensões – cultura, diálogos entre sociedade civil e sociedade política, e uma multidisciplinar avaliação das crises do nosso tempo – a programação do evento é baseada em cinco eixos transversais: tolerância, pluralismo, violência e anti-racismo; democracia substantiva, afirmação e empoderamento da sociedade civil; gênero e alternativas à mercantilização e homogeneização; respostas à crise; e descolonização do pensamento.

Entre as atividades programadas estão incluídas 12 mesas gerais, mesas do Grupo Crise e Oportunidade, que debaterão especificamente o tema da crise econômica, além de conferências, seminários e eventos especiais.



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"Nós vamos é pintar o Brasil com a nossa cara, preta, parda, mestiça"

Aliado G fala sobre o III Encontro Nação Hip-Hop


Aliado G, uma das cabeças que estão por trás da organização do III Encontro Nacional da Nação Hip-Hop Brasil, evento que reúne os elementos e a militância do movimento durante os dias 28, 29, 30 e 31 de janeiro, em São Vicente (SP), fala ao CHH. Actitude Maria Marta, da Argentina, Legua York, do Chile, Area 23, da Venezuela, MV Bill, Rappin Hood, Face da Morte, Realidade Cruel, Inquérito, DBS & a Quadrilha, Império ZO, entre outros rappers, estarão no encontro que promove debates, palestras, oficinas e abre espaço para o cinema e literatura.

Central Hip-Hop (CHH): O que são o Rap e o Hip-Hop hoje?

Aliado G: O Hip-Hop hoje é comprovadamente um movimento de caráter universal e reúne o maior número de adeptos do planeta. Caracteriza-se como sociocultural e com recorte etário majoritariamente juvenil. Levando em conta os conceitos geracionais definidos pela sociologia, podemos afirmar estarmos na terceira geração do Hip-Hop no Brasil. Sendo esta uma questão relevante, a sombra da qual devemos refletir. Pois tem impacto determinante sobre nossa organização e o conjunto das manifestações do movimento, que se expressam por meio da música (Rap), dança, vestimenta, literatura e artes plásticas.

CHH: Muitos não dão importância para a militância no Hip-Hop. O III Encontro é uma conquista do Hip-Hop social ? Sem a preocupação com políticas públicas, seria possível levar cultura e entretenimento para a maioria, como caso do Encontro de Hip-Hop?

Aliado G: Sem dúvida, o III Encontro Nacional da Nação Hip-Hop Brasil é uma grande conquista para o conjunto do movimento, não apenas para a Nação. O movimento vive hoje uma grande contradição, alcançamos nosso mais alto patamar do ponto de vista institucional, em contrapartida temos um grande refluxo na produção e difusão cultural. Por exemplo, durante o ano de 2009, não consigo me lembrar de nenhum fato de repercussão Nacional. Como citei anteriormente, o movimento é sociocultural e isso não é privilégio do Hip-Hop.

Toda expressão cultural tem influência na sociedade, porém nós influenciamos no sentido das transformações, por isso conquistamos respeito do conjunto da sociedade. Penso que o encontro é a materialização destas relações, onde teremos debates, palestras, filmes, oficinas, literatura, exposições e shows com presenças que vão desde Ministros de Estado até os manos que moram em palafitas nas margens do rio Amazonas, dos Bboys das tribos indígenas do Acre, até vereadores eleitos pelo Hip-Hop. Destaco ainda as participações internacionais com membros da Argentina, Chile, Venezuela, Canadá, EUA, Inglaterra, França e Alemanha. Tenho certeza que este grande caldeirão Cultural que será o encontro resultará numa grande retomada do movimento, em outro nível. Tudo isso, na praia e com entrada franca. Será possível por conta das relações institucionais que a Nação Hip-Hop Brasil acumulou ao longo de seus cinco anos de militância.

CHH: Qual a expectativa para esse Encontro? As cenas política e cultural atuais proporcionam um novo olhar para as questões sociais e estéticas?

Aliado G: O Brasil é um país jovem do ponto de vista histórico, acabamos de completar 500 anos. A China, por exemplo, conta histórias milenares, assim como a Europa e a África. Nós surpreendemos o mundo elegendo um operário, retirante nordestino como nosso Presidente da República. Desde então, vivemos um novo ambiente no Brasil e no mundo, a chamada crise econômica mundial é um marco na confirmação de uma nova configuração internacional, onde o Brasil sai da condição de vira-latas e passa a jogar um grande papel. Nenhuma decisão que tenha impacto no planeta é tomada sem levar em conta a opinião brasileira.

Devemos ocupar o quinto lugar como maior economia em breve. Milhões de pessoas ascenderam socialmente, muitos empregos gerados, somando isso, a questão geracional, a qual me referi anteriormente, podemos esperar muito deste encontro, que tem muito a contribuir desde seu tema “Um Mergulho na História”, que pretende desmistificar a imagem de que as coisas são assim mesmo,é o destino, é da vontade de Deus. Compreendendo que tudo que vivemos hoje é fruto de uma construção histórica e, nos apropriando disso, podemos escrever uma nova história. No passado, a juventude pintou a cara para mudar o Brasil, nós vamos é pintar o Brasil com a nossa cara, preta, parda, mestiça.

CHH: Você acha que novas abordagem e novos debates podem resgatar a essência do movimento?

Aliado G: O encontro tem essa proposta.

CHH: O Rap brasileiro precisa se aproximar dos outros elementos do Hip-Hop para fortalecer a cultura de rua em todos os seus aspectos?

Aliado G: Com certeza, penso que o elemento mercado é determinante neste processo de distanciamento. Muitos enxergaram no Rap uma opção para responder a cobrança da sociedade. O que muitos não conseguiram compreender é que existe uma diferença fundamental entre talento e sucesso. Talento todos tem para alguma coisa, agora sucesso é propriedade do mercado e é ele quem escolhe seus abençoados. Quase todo brasileiro tem seu time de futebol, mesmo jogando bola ele paga ingresso para ver seu time, no Rap não. A maioria entende que seu trabalho é o melhor. Os produtores e profissionais não entraram no Hip-Hop, então os manos da quebrada se tornaram produtores, na maioria dos casos, em função de sua inexperiência e baixa condição estrutural, trabalha com o pior espaço, sem higiene, segurança, divulga na comunitária da quebrada e imagina que todo mundo ta sabendo. Tem que abrir espaço para todos os grupos que ele conhece, acabando com a festa e criando um espaço de show, onde grupos cantam para grupos, masculinizando o movimento.

Aqueles que não são de grupo ficam deslocados. Acabam procurando alternativas para se divertir no fim-de-semana. Tudo isso (e muito mais que eu poderia dizer) é parte da confusão que nos trouxe até aqui. Precisamos devolver a alegria ao Hip-Hop, o pertencimento, a festa, a celebração. A aproximação entre os elementos é condição básica para isso. Precisamos combater a visão pós-modernista que tenta nos dividir a partir de nossa diversidade, os caras do bairro A, não colam com o B. O ser humano é único, portanto, é diferente por natureza, temos que construir a partir de nossas semelhanças. Somos todos filhos da classe trabalhadora, formada à base de um povo negro escravizado que habitou nas lavouras e hoje está nas periferias e favelas deste país.




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Os pecados do Haiti

Loteria, de Yordan Dabady

Por Eduardo Galeano, em resistir.info

A democracia haitiana nasceu há um instante. No seu breve tempo de vida, esta criatura faminta e doentia não recebeu senão bofetadas. Era uma recém-nascida, nos dias de festa de 1991, quando foi assassinada pela quartelada do general Raoul Cedras. Três anos mais tarde, ressuscitou.

Depois de haver posto e retirado tantos ditadores militares, os Estados Unidos retiraram e puseram o presidente Jean-Bertrand Aristide, que havia sido o primeiro governante eleito por voto popular em toda a história do Haiti e que tivera a louca ideia de querer um país menos injusto.

O voto e o veto
Para apagar as pegadas da participação estado-unidense na ditadura sangrenta do general Cedras, os fuzileiros navais levaram 160 mil páginas dos arquivos secretos. Aristide regressou acorrentado. Deram-lhe permissão para recuperar o governo, mas proibiram-lhe o poder. O seu sucessor, René Préval, obteve quase 90 por cento dos votos, mas mais poder do que Préval tem qualquer chefete de quarta categoria do Fundo Monetário ou do Banco Mundial, ainda que o povo haitiano não o tenha eleito nem sequer com um voto.

Mais do que o voto, pode o veto. Veto às reformas: cada vez que Préval, ou algum dos seus ministros, pede créditos internacionais para dar pão aos famintos, letras aos analfabetos ou terra aos camponeses, não recebe resposta, ou respondem ordenando-lhe:
– Recite a lição. E como o governo haitiano não acaba de aprender que é preciso desmantelar os poucos serviços públicos que restam, últimos pobres amparos para um dos povos mais desamparados do mundo, os professores dão o exame por perdido.

O álibi demográfico
Em fins do ano passado, quatro deputados alemães visitaram o Haiti. Mal chegaram, a miséria do povo feriu-lhes os olhos. Então o embaixador da Alemanha explicou-lhe, em Port-au-Prince, qual é o problema:
– Este é um país superpovoado, disse ele. A mulher haitiana sempre quer e o homem haitiano sempre pode.

E riu. Os deputados calaram-se. Nessa noite, um deles, Winfried Wolf, consultou os números. E comprovou que o Haiti é, com El Salvador, o país mais superpovoado das Américas, mas está tão superpovoado quanto a Alemanha: tem quase a mesma quantidade de habitantes por quilómetro quadrado.

Durante os seus dias no Haiti, o deputado Wolf não só foi golpeado pela miséria como também foi deslumbrado pela capacidade de beleza dos pintores populares. E chegou à conclusão de que o Haiti está superpovoado... de artistas.

Na realidade, o álibi demográfico é mais ou menos recente. Até há alguns anos, as potências ocidentais falavam mais claro.

A tradição racista
Os Estados Unidos invadiram o Haiti em 1915 e governaram o país até 1934. Retiraram-se quando conseguiram os seus dois objectivos: cobrar as dívidas do City Bank e abolir o artigo constitucional que proibia vender plantações aos estrangeiros. Então Robert Lansing, secretário de Estado, justificou a longa e feroz ocupação militar explicando que a raça negra é incapaz de governar-se a si própria, que tem "uma tendência inerente à vida selvagem e uma incapacidade física de civilização". Um dos responsáveis da invasão, William Philips, havia incubado tempos antes a ideia sagaz: "Este é um povo inferior, incapaz de conservar a civilização que haviam deixado os franceses".

O Haiti fora a pérola da coroa, a colónia mais rica da França: uma grande plantação de açúcar, com mão-de-obra escrava. No Espírito das leis, Montesquieu havia explicado sem papas na língua: "O açúcar seria demasiado caro se os escravos não trabalhassem na sua produção. Os referidos escravos são negros desde os pés até à cabeça e têm o nariz tão achatado que é quase impossível deles ter pena. Torna-se impensável que Deus, que é um ser muito sábio, tenha posto uma alma, e sobretudo uma alma boa, num corpo inteiramente negro".

Em contrapartida, Deus havia posto um açoite na mão do capataz. Os escravos não se distinguiam pela sua vontade de trabalhar. Os negros eram escravos por natureza e vagos também por natureza, e a natureza, cúmplice da ordem social, era obra de Deus: o escravo devia servir o amo e o amo devia castigar o escravo, que não mostrava o menor entusiasmo na hora de cumprir com o desígnio divino.

Karl von Linneo, contemporâneo de Montesquieu, havia retratado o negro com precisão científica: "Vagabundo, preguiçoso, negligente, indolente e de costumes dissolutos". Mais generosamente, outro contemporâneo, David Hume, havia comprovado que o negro "pode desenvolver certas habilidades humanas, tal como o papagaio que fala algumas palavras".

A humilhação imperdoável
Em 1803 os negros do Haiti deram uma tremenda sova nas tropas de Napoleão Bonaparte e a Europa jamais perdoou esta humilhação infligida à raça branca. O Haiti foi o primeiro país livre das Américas. Os Estados Unidos haviam conquistado antes a sua independência, mas tinha meio milhão de escravos a trabalhar nas plantações de algodão e de tabaco. Jefferson, que era dono de escravos, dizia que todos os homens são iguais, mas também dizia que os negros foram, são e serão inferiores.

A bandeira dos homens livres levantou-se sobre as ruínas. A terra haitiana fora devastada pela monocultura do açúcar e arrasada pelas calamidades da guerra contra a França, e um terço da população havia caído no combate. Então começou o bloqueio. A nação recém nascida foi condenada à solidão. Ninguém lhe comprava, ninguém lhe vendia, ninguém a reconhecia.

O delito da dignidade
Nem sequer Simón Bolíver, que tão valente soube ser, teve a coragem de firmar o reconhecimento diplomático do país negro. Bolívar havia podido reiniciar a sua luta pela independência americana, quando a Espanha já o havia derrotado, graças ao apoio do Haiti.

O governo haitiano havia-lhe entregue sete naves e muitas armas e soldados, com a única condição de que Bolívar libertasse os escravos, uma ideia que não havia ocorrido ao Libertador. Bolívar cumpriu com este compromisso, mas depois da sua vitória, quando já governava a Grande Colômbia, deu as costas ao país que o havia salvo. E quando convocou as nações americanas à reunião do Panamá, não convidou o Haiti mas convidou a Inglaterra.

Os Estados Unidos reconheceram o Haiti apenas sessenta anos depois do fim da guerra de independência, enquanto Etienne Serres, um génio francês da anatomia, descobria em Paris que os negros são primitivos porque têm pouca distância entre o umbigo e o pénis.

Por essa altura, o Haiti já estava em mãos de ditaduras militares carniceiras, que destinavam os famélicos recursos do país ao pagamento da dívida francesa. A Europa havia imposto ao Haiti a obrigação de pagar à França uma indemnização gigantesca, a modo de perdão por haver cometido o delito da dignidade.

A história do assédio contra o Haiti, que nos nossos dias tem dimensões de tragédia, é também uma história do racismo na civilização ocidental.


O original encontra-se em www.resumenlatinoamericano.org , Nº 2146


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A casa tá caindo!

Charge do Bessinha para A Charge Online

TRE-RS cassa mandato de deputado do PSDB, que relatou CPI contra Yeda

Por unanimidade, o TRE-RS (Tribunal Regional Eleitoral) decretou nesta quarta-feira a perda do mandato do deputado estadual Coffy Rodrigues (PSDB) por infidelidade partidária. O tucano, que trocou o PDT pelo PSDB, foi o relator da CPI da Corrupção na Assembleia Legislativa que investigou irregularidades no governo de Yeda Crusius (PSDB).

Está feia a coisa para o PSDB/DEM é um casssado aqui, é outro cassado lá, é outro com dinheiro na meia, no panetone. É fraude, corrupção no RS, é corrupção do vice em SC. É SP se acabando com as enchentes, com esgoto invadindo casas, contaminação de água da SABESP causando epidemia de diarreia na população. Não é para menos que o Sergio Guerra presidente do PSDB, envolvido no caso do Anões do Orçamento de 1993, está tendo chiliques e mais chiliques. A casa está caindo!
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Dedicado ao Roberto Tross

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quarta-feira, 20 de janeiro de 2010

Wadson anuncia Segundo Tempo e Praça da Juventude em Montes Claros


Anunciadas retomada do Programa Segundo Tempo e Praça da Juventude

O secretário-executivo do Ministério do Esporte, Wadson Ribeiro, veio a Montes Claros, na tarde da última sexta-feira, dia 15. Na oportunidade, visitou a Prefeitura e foi recebido pela prefeita em exercício, Cristina Pereira, secretários municipais e vereadores.

Wadson Ribeiro demonstrou satisfação em visitar Montes Claros, “onde o esporte vem se desenvolvendo sobremaneira e dando bons exemplos para todo o país”. Na ocasião, anunciou a retomada do Programa Segundo Tempo, após esforço da Secretaria da Juventude, Esporte e Lazer, para sanar pendências da administração anterior, em relação ao Governo Federal. A Colônia de Férias Popular fará parte do projeto, através de inclusão de termo aditivo ao convênio já firmado.

O estádio municipal “Antônio Lafetá Rebello”, o popular Mocão, na região do grande Delfino Magalhães, também foi lembrado pelo secretário Wadson Ribeiro, acreditando em esforço coletivo dos governos Federal e Estadual, iniciativa privada e Prefeitura , no sentido de reiniciar e concluir a obra. “É preciso, ainda, trabalho em conjunto das bancadas de deputados estaduais e federais desta região”, afirmou o secretário-executivo do Ministério do Esporte, lembrando que este ano também será viabilizada a construção da Praça da juventude, ao lado do ginásio poliesportivo Presidente Tancredo Neves.

O secretário Municipal de Esporte Juventude e Lazer, Sebastião Pimenta disse estar satisfeito com as parcerias firmadas e citou como exemplo a reforma do ginásio poliesportivo e a criação da equipe de vôlei de Montes claros, destaque na Super Liga. A prefeita em exercício, Cristina Pereira, agradeceu a visita e destacou o apoio que o Governo Federal tem proporcoionado à atual administração. Ressaltou, ainda, que programas como o Segundo Tempo têm função social, uma vez que tira crianças e adolescentes da criminalidade, oferecendo educação e desenvolvimento, além de gerar empregos para profissionais da área de educação física.


Wadson com o jornalista Hélio Machado

Em tempo: Wadson também esteve reunido com a Direção Municipal do PCdoB, com o superintendente da Codevasf, Anderson Chaves, e concedeu entrevistas à Rádio Terra e ao programa Na Corda Bamba da TV Geraes.


Fotos: Ramon Fonseca e Farley Sindeaux
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Update: também publicado no Caderno Vermelho Minas

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Mais doze escolas técnicas federais em Minas

Unimontes assina convênio com MEC para implantar doze escolas técnicas em Minas Gerais
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A Universidade Estadual de Montes Claros (Unimontes) firmou convênio ontem (19) com o Fundo Nacional de Desenvolvimento da Educação (FNDE), do Ministério da Educação, para a construção e implantação de doze escolas técnicas em Minas Gerais, beneficiando os municípios de Bocaiuva, Brasília de Minas, Espinosa, Monte Azul, Janaúba, Joaíma, Taiobeiras, Manga, Grão Mogol, Pompéu, Ibirité e Lagoa Santa. Em solenidade presidida pelo presidente da República, Luiz Inácio Lula da Silva, em Araçuaí, o convênio foi assinado pelo reitor da Unimontes, professor Paulo César Gonçalves de Almeida, pelo ministro em exercício da Educação, José Henrique Paim, e pelo secretário de Estado de Ciência, Tecnologia e Ensino Superior de Minas Gerais, Alberto Duque Portugal.

A criação dos centros atende ao plano de desenvolvimento da educação com a expansão das redes de ensino técnico nas áreas de atuação da Universidade. A previsão é de atender cerca de 1,2 mil alunos em cada cidade, com aulas semipresenciais. Serão priorizados quatro eixos: práticas pedagógicas, desenvolvimento de gestão, formação de professores e infraestrutura.

A elaboração dos projetos político-pedagógicos é de responsabilidade da Pró-Reitoria de Ensino da Unimontes contemplando as seguintes áreas: Técnicos em Comércio, Recursos Humanos e Finanças, Manutenção e Suporte em Informática, Biblioteconomia, Edificações, Carpintaria, Eletrotécnica, Panificação, Hidrologia, Florestas, Agropecuária, Zootecnia, Gerência em Saúde, Mecânica, Móveis e Agentes Comunitários em Saúde.

As escolas a serem implantadas integram o programa Brasil Profissionalizado, do Ministério da Educação. As ações serão desenvolvidas em parceria com o Governo de Minas, por intermédio da Secretaria de Estado de Ciência, Tecnologia e Ensino Superior (Sectes). O projeto prevê a construção de prédios de 5,5 mil metros quadrados de dois pavimentos – já adaptado à Lei de Acessibilidade – com salas de aula (12), laboratórios (8), biblioteca (1), refeitório (1), auditório (1), quadra (1) e área de vivência.

SAIBA MAIS - Criado em 2007, o programa Brasil Profissionalizado possibilita a modernização e a expansão das redes públicas de ensino médio integradas à educação profissional, uma das metas do Plano de Desenvolvimento da Educação (PDE). O objetivo é integrar o conhecimento do ensino médio à prática. O Programa leva em consideração o desenvolvimento da educação básica na rede local de ensino e faz uma projeção dos resultados para a melhoria da aprendizagem. Um diagnóstico do ensino médio contém a descrição dos trabalhos político-pedagógicos, orçamento detalhado e cronograma das atividades. O incremento de matrículas e os indicadores sociais da região, como analfabetismo, escolaridade, desemprego, violência e criminalidade de jovens entre 18 e 29 anos também são analisados.

Da página da Unimontes

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UNE e UBES no Planalto


Nesta segunda-feira, 18 de janeiro, os principais representantes do movimento estudantil tiveram a oportunidade de apresentar pessoalmente ao Presidente da República, Luiz Inácio Lula da Silva, a proposta que pleiteia 50% do Fundo do Pré-sal para a Educação.

Augusto Chagas, presidente da União Nacional dos Estudantes (UNE) e Yann Evanovick, presidente da União Brasileira dos Estudantes Secundaristas (UBES) defenderam que os recursos do Fundo Social do Pré-sal sejam investidos em educação e em projetos que aumentem o tempo de permanência dos brasileiros na escola – um montante que poderia chegar a R$ 2 bilhões. “O salário dos nossos professores ainda é muito defasado e o Brasil tem apenas 13,9% de jovens, de 18 a 24 anos, com acesso à universidade. Isso tudo demonstra a necessidade de se aplicar melhor os recursos em educação, principalmente, em aumentar o aporte de recursos na área”, alertou Augusto Chagas. “A educação tem ser prioridade”, concordou Yann Evanovick.

Chagas afirmou que, apesar das políticas educacionais nos últimos anos terem apresentado melhorias na qualidade do ensino do país, é preciso ampliar os investimentos no setor. Segundo ele, a média de permanência do brasileiro adulto na escola é de sete anos e que não chega a 30% o percentual de escolas públicas que têm uma quadra de esportes. Na pauta de reivindicações dos estudantes a aprovação do Projeto de Lei de Reforma Universitária da UNE, em tramitação na Câmara.

Também presentes na audiência, o secretário geral da UNE, Antonio da Silva, e o vice-presidente da entidade Tiago Ventura. “Durante a audiência valorizamos a experiência da Conferência Nacional de Educação (Conae – de 28 de março a 1º de abril), como um espaço inédito na formulação da política educacional brasileira por meio do diálogo entre sociedade civil organizada e governo”, declarou Ventura. Além disso, propuseram a criação de um ente público que fique responsável pela aplicação do Exame Nacional do Ensino Médio (Enem), pavimentando o caminho para o fim do vestibular. A reunião contou com a participação do secretário geral da Presidência da República, Luiz Dulci; do ministro das Relações Institucionais, Alexandre Padilha, e assessores.

Livro aponta entraves e avanços em políticas para jovens

O diretor de Estudos e Polícas Sociais do Ipea, Jorge Abrahão de Castro, divulga o livro Juventude e Políticas Sociais no Brasil
Foto: Fabio Rodrigues Pozzebom/ABr

Juventude e Políticas Públicas no Brasil aborda desafios em temas como educação e gravidez precoce

O Ipea lançou nesta terça-feira, 19, o livro Juventude e Políticas Sociais no Brasil. A obra traz em suas 317 páginas uma apresentação e profunda análise das políticas públicas voltadas para os jovens. Durante o evento de divulgação da obra, no auditório do Ipea em Brasília, o diretor de Estudos e Políticas Sociais (Disoc) do Instituto, Jorge Abrahão de Castro, falou sobre problemas que ainda acometem essa parcela da população.

"O comportamento de risco leva à situação de risco. Podemos citar drogas, violência, más companhias, iniciação sexual precoce, prática sexual desprotegida, evasão escolar e inatividade como problemas", afirmou Abrahão. Por jovem, entende-se a população entre 15 e 29 anos. Especialista em educação, o diretor do Ipea disse que, nessa área, os resultados não são bons. "Por exemplo, na faixa de 15 a 17 anos, apenas 48% frequentam o ensino médio, sendo que todos deveriam estar no colégio. Na faixa de 18 a 24 anos, só 13% estão no ensino superior."

Marcio Pochmann, presidente do Ipea, participou da mesa de divulgação do livro ao lado de Abrahão, do secretário nacional de Juventude, Beto Cury, e da coordenadora do Observatório da Juventude do Distrito Federal e Entorno, Leila Chalub Martins. "As políticas públicas para a juventude chegaram tarde no Brasil. Com a chegada da sociedade urbana e industrial é que a temática ganhou dimensão", declarou Pochmann. "Com essa publicação e com a experiência brasileira, neste momento temos condição de oferecer ao jovem brasileiro oportunidades muito melhores que no passado."

Ao comentar a relevância do livro do Ipea, o secretário nacional de Juventude falou sobre medidas adotadas pelo governo para melhorar a qualidade e o alcance da educação para a parcela jovem da população. "Temos tentado fazer uma combinação de políticas públicas estruturantes com programas específicos, se complementando. Por exemplo, ao mesmo tempo em que o governo investe fortemente na ampliação de universidades públicas, mantém o ProUni, que dá bolsa pública em universidades particulares. Dos 600 mil bolsistas, 506 mil são jovens até 29 anos", explicou.

Leila Chalub ressaltou a importância de que a educação voltada para a juventude seja modernizada. "A faixa de idade da juventude é a mais afeita ao momento tecnológico. No entanto, o processo educacional se nega profundamente a adaptar-se a isso, num conflito de gerações interessante. Essa geração mais antiga se nega ao aprendizado do novo", destacou a professora da Faculdade de Educação da Universidade de Brasília (UnB).

Beto Cury também agradeceu ao Ipea pela ajuda na formulação de políticas públicas. "Evidentemente que publicações como essa do Ipea, que apontam imprecisões, avanços e desafios a serem superados, servem de referência para nós que hoje estamos gestores públicos e para aqueles que virão", afirmou o secretário. O evento de divulgação do livro - organizado por Abrahão, Luseni Maria C. de Aquino e Carla Coelho de Andrade - ocorreu no auditório do Instituto (SBS, Qd. 1, Ed. BNDES, Brasília) e teve transmissão on-line pelos sites http://www.blogger.com/ e http://www.agencia.ipea.gov.br/.





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Menos da metade dos jovens de 15 a 17 anos está no ensino médio

O secretário nacional de Juventude, Beto Cury, o presidente do Ipea, Marcio Pochmann, e a professora da Faculdade de Educação da Universidade de Brasília (UnB) Leila Chalub Martins divulgam o livro Juventude e Políticas Sociais no Brasil
Foto: Fabio Rodrigues Pozzebom/ABr

Amanda Cieglinski*

Menos da metade dos jovens de 15 a 17 anos está cursando o ensino médio, etapa de ensino adequada para esta faixa etária, e apenas 13% dos jovens de 18 a 24 anos frequentavam o ensino superior em 2007. Esses são alguns destaques da pesquisa Juventude e Políticas Sociais no Brasil, lançado hoje (19) pelo Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea).

O estudo aponta que houve avanços no acesso de jovens à educação. Em 2007, 82% dos jovens de 15 a 17 anos frequentavam a escola. O problema está no atraso para concluir os estudos: apenas 48% estava no ensino médio.

Para o diretor de estudos e políticas sociais do instituto, Jorge Abrahão, a educação é vista pelos jovens como uma força positiva. “Os jovens entendem a educação como um caminho para melhorar a vida. Mas o jovem enfrenta no processo de escolarização problemas de desigualdades de oportunidades”, aponta.

A cor, o nível de renda e o local onde mora o jovem interfere nas oportunidades de acesso. Em 2007, 57% dos brasileiros de 15 a 17 anos que residiam em áreas metropolitanas frequentavam o ensino médio, contra pouco menos de 31% no meio rural.

Abrahão destaca que o jovem ainda se divide entre os estudos e o mercado de trabalho e aqueles que conseguem frequentar a escola precisam lidar ainda com o problema da baixa qualidade do ensino. “A escola ainda está fundamentada em uma estrutura antiquada, o que torna para o jovem pouco atraente aquele período em que ele se mantém na escola”, diz.

No ensino superior, entre 1996 e 2007, a taxa de frequência líquida cresceu 123%. Mas o percentual de jovens na faixa etária dos 18 aos 24 anos que têm acesso à etapa ainda é apenas de 13% - muito abaixo da meta de 30% estipulada para 2011 no Plano Nacional de Educação (PNE). A renda é fator determinante para o acesso do brasileiro à universidade: a taxa de frequência daqueles que têm renda mensal per capita de cinco salários mínimos ou mais (55%) é dez vezes maior do que entre a população que ganha até meio salário mínimo (5%).

O estudo do Ipea destaca que o Brasil ainda tem 1,5 milhão de jovens analfabetos (15 a 29 anos). Segundo a pesquisa, “a manutenção do número de analfabetos no país em patamar elevado está relacionada à baixa efetividade do ensino fundamental”. De acordo com dados da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios (Pnad/IBGE) de 2007, 44,8% das pessoas analfabetas com 15 anos ou mais já haviam frequentado a escola.

*Repórter da Agência Brasil


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terça-feira, 19 de janeiro de 2010

Juventude e Políticas Sociais no Brasil

Políticas sociais voltadas à juventude são tema de livro

Ipea lança nesta terça-feira em seu auditório, com transmissão pela internet, a publicação Juventude e Políticas Sociais no Brasil

O Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea), por meio de sua Diretoria de Estudos e Políticas Sociais (Disoc), lança nesta terça-feira, dia 19, às 14h, o livro Juventude e Políticas Sociais no Brasil, que aborda a inserção da temática juventude no âmbito das políticas sociais brasileiras.

Estarão presentes ao lançamento o secretário nacional de Juventude, Beto Cury, a doutora Leila Chalub Martins (professora da Faculdade de Educação da Universidade de Brasília e coordenadora do Observatório da Juventude do Distrito Federal e Entorno da UnB), além do presidente do Ipea, Marcio Pochmann, e do diretor de Estudos e Políticas Sociais do Instituto, Jorge Abrahão de Castro.

O livro Juventude e Políticas Sociais no Brasil parte de uma série de análises já conduzidas pelo Ipea e que foram atualizadas e aprofundadas para essa publicação. Sua introdução apresenta uma abordagem ampla sobre a questão, recuperando os conceitos de juventude que têm servido como balizas operacionais para a atuação de governo e propondo a identificação das principais questões que afetam a juventude brasileira na atualidade.

O primeiro capítulo apresenta uma análise dos avanços e das dificuldades da recente Política Nacional de Juventude, implementada no Brasil a partir de 2004. O segundo capítulo analisa algumas características demográficas dos jovens brasileiros. Os dez capítulos seguintes apresentam análises sobre as ações voltadas para a juventude que o governo federal executa nas várias áreas de corte social (como educação, trabalho, saúde, assistência social, cultura, segurança pública, etc.), colocando em perspectiva a adequação entre os temas que interessam à juventude e a forma como as políticas sociais têm lidado com o público jovem em suas estratégias de atuação.

A apresentação do livro e a entrevista coletiva com Marcio Pochmann e Jorge Abrahão será no auditório do Ipea em Brasília (SBS, Quadra 1, Edifício BNDES, subsolo). O evento será transmitido on-line pelos sítios http://www.ipea.gov.br/ e http://www.agencia.ipea.gov.br/. Jornalistas poderão participar enviando perguntas para o e-mail coletiva@ipea.gov.br. É necessário cadastro antecipado pelo mesmo e-mail, e a mensagem deve conter o nome do jornalista, o veículo no qual trabalha e telefone de contato.



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