Foto: Lula Marques/Folha Imagem
Cerca de 150 manifestantes ocuparam nesta quarta-feira a Câmara Legislativa do Distrito Federal para protestar contra o esquema de corrupção envolvendo o governador José Roberto Arruda (DEM). Entre os manifestantes estão representantes do PSOL e da União da Juventude Socialista (UJS).
Os manifestantes pediram a prisão de Arruda e de seu vice, Paulo Octávio (DEM), e levaram um caixão para a Casa Legislativa com um "sósia" do governador deitado. Eles querem o enterro políticos dos envolvidos no esquema.
Os manifestantes pediram a prisão de Arruda e de seu vice, Paulo Octávio (DEM), e levaram um caixão para a Casa Legislativa com um "sósia" do governador deitado. Eles querem o enterro políticos dos envolvidos no esquema.
Os manifestantes foram ao local participar da entrega de mais um pedido de impeachment contra Arruda. Ontem (2), pela manhã, o PSOL e a ordem dos ministros evangélicos já haviam apresentado pedidos de cassação contra o governador.
Cadeia neles!
Segundo o secretário de organização da UJS, Jean Carmo Barbosa, "o movimento de hoje ocorreu com muita unidade, a juventude se mobilizou e protagonizou o principal fato político do país". Jean lembrou que vêm ocorrendo mobilizações desde segunda-feira (30/11), como as atividades em frente à casa oficial do governador e em frente à Câmara Legislativa. "A repercussão destes atos e das denúncias ajuda a desencadear novas mobilizações, e já há ramificações no país inteiro, pois trata-se de um tema nacional", completou. Para o dirigente da UJS, a população de Brasília "não merece" ser governada por "esta quadrilha de delinquentes". O jovem afirma que os envolvidos são figuras políticas que "criminalizam a juventude" e lembrou que alguns dos acusados são reincidentes em participação em esquemas de corrupação. Jean foi taxativo quanto à sentença que espera: "cadeia neles!"
Segundo o pastor Oséas Rodrigues, a ação foi motivada pelas gravações que mostram deputados distritais orando após receber suposta propina do esquema de corrupção que está sendo investigado no governo Arruda. O pastor disse que representa mais de 200 pastores que ficaram "indignados" com a oração. "É inadmissível tanto o roubo quanto a oração", disse.
Outro ato "Fora Arruda" estava previsto para ocorrer ontem (2), a partir das 17h na rodoviária do Plano Piloto, durante a celebração do Dia Nacional do Samba.
Impeachment
Anteontem, a Câmara recebeu dois pedidos de impeachment contra o governador, apresentados pelos advogados Evilásio Viana dos Santos e Anderson Siqueira. Se forem confirmadas as promessas de partidos, de movimentos sociais e entidades como a Ordem dos Advogados do Brasil (OAB), Arruda pode ser alvo de cinco pedidos de cassação.
Outra ação deve partir da cúpula da OAB no Distrito Federal. Nesse caso, o pedido de impeachment precisa ser votado pelo conselho pleno da OAB nacional antes de ser encaminhado para análise da Câmara Legislativa.
Para o pedido de impeachment ser confirmado, é preciso ser aprovado pela CCJ Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) da Assembleia Legislativa e depois receber o aval de 16 dos 24 deputados distritais. A base do governo, no entanto, tem maioria e acredita que pode derrubar os pedidos de cassação. Já a oposição, espera contar com a pressão da opinião pública para convencer os deputados a aprovarem o impeachment.
"Aqui na Câmara [Legislativa], a minoria não tem voz. Nós somos atropelados. É preciso envolver os movimentos sociais. O dinheiro público que aparece nas imagens é o que está faltando nos hospitais, com gente morrendo nas filas", disse o vice-presidente da Câmara, Cabo Patrício (PT).
O esquema foi gravado pelo ex-secretário de Relações Institucionais Durval Barbosa, que usou escutas para registrar conversas com Arruda e parlamentares aliados. A ação, deflagrada na sexta-feira (27/11), vasculhou a residência oficial do governador, além de gabinetes e casas de secretários e distritais. Ao todo, oitos parlamentares estão envolvidos.
Composição
Na Câmara Legislativa, a oposição a Arruda tem quatro deputados do PT: Cabo Patrício, Chico Leite, Erika Kokay e Paulo Tadeu. O deputado José Antônio Machado Reguffe (PDT) define-se como independente.
A base de apoio a Arruda na Casa é composta pelos deputados Ayton Gomes (PMN), Batista das Cooperativas (PRP), Benício Tavares (PMDB), Benedito Domingos (PP), Bispo Renato Andrade (PR), Cristiano Araújo (PTB), Dr. Charles (PTB), Eurídes Britto (PMDB), Geraldo Naves (DEM), Leonardo Prudente (DEM), Milton Barbosa (PSDB), Raad Massouh (DEM), Raimundo Ribeiro (PSDB), Rôney Nemer (PMDB) e Wilson Lima (PR).
Outros dois parlamentares são ligados ao ex-governador Joaquim Roriz (PSC): Jaqueline Roriz (PMN) e Rubens César Brunelli Júnior (PSC), e dois parlamentares deixaram a base devido à crise no DF: Rogério Ulysses (PSB) e Claudio Abrantes (PPS).
Luana Bonone, para o Portal Vermelho com Folha Online
Luana Bonone, para o Portal Vermelho com Folha Online
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