quarta-feira, 2 de dezembro de 2009

CTB repudia ofensiva reacionária contra UNE

O jornal "O Estado de São Paulo", destacado integrante do chamado PIG (Partido da Imprensa Golpista), dedicou a principal manchete da edição do último domingo (29) a uma denúncia contra a UNE (União Nacional de Estudantes), que segundo a publicação "é suspeita de ter fraudado convênios com Ministério da Cultura". No dia seguinte (30), o diário da família Mesquita voltou à carga contra a entidade, acusando-a de irregularidade num repasse de 7,8 mil reais a uma empresa baiana de segurança.

Em artigo assinado pelo seu presidente, Augusto Chagas, reproduzido na coluna de opinião deste portal, a UNE rechaça a denúncia, esclarecendo que não fez qualquer convênio com as empresas citadas pelo jornal, "apenas fez orçamentos". Ao mesmo tempo, classifica o factoide veiculado com sensacionalismo pelo diário conservador de "mais um capítulo da criminalização dos movimentos sociais" no Brasil.

A CTB (Central dos Trabalhadores e Trabalhadoras do Brasil) repudia o modo espalhafatoso, manipulador e falacioso com que o jornal aborda os fatos, que de resto é evidenciado logo no primeiro parágrafo do factoide publicado na edição de domingo, que considera a UNE uma "aliada do governo". É uma forma de descaracterizar e desmoralizar a entidade, que representa com autonomia os interesses dos estudantes brasileiros e é historicamente vinculada às lutas dos movimentos sociais por um Brasil mais justo e progressista.

O ataque do "Estadão" à UNE se inscreve numa ofensiva mais geral da mídia capitalista contra os movimentos sociais, visando criminalizá-los e desacreditá-los perante a chamada opinião pública. É um movimento orquestrado e de direita, que compreende ainda a CPI armada contra o MST no Senado pela bancada ruralista, a ADIN do DEM (ex-PFL) contra a concessão de parte da contribuição sindical às centrais, a conspiração do silêncio em relação às lutas e manifestações populares (como a Marcha da Classe Trabalhadora em Brasília, que reuniu mais de 40 mil no dia 11 de novembro e foi solenemente ignorada pelo "Estadão"), além de uma infinidade de notícias diárias contra os sindicatos e seus dirigentes, as greves, as ocupações realizadas por sem-terras e outras iniciativas do gênero.

Em resposta às investidas do Partido da Imprensa Golpista é necessário fortalecer a unidade dos movimentos sociais para uma intervenção firme na Conferência Nacional de Comunicação, que será realizada em breve no Distrito Federal, em defesa de uma efetiva democratização da mídia nacional, bem como de um novo projeto nacional de desenvolvimento, com soberania e valorização do trabalho, no qual os movimentos sociais, em vez de marginalizados e criminalizados, terão vez e voto, exercendo um protagonismo crescente.

Wagner Gomes, presidente da CTB (Central dos Trabalhadores e Trabalhadoras do Brasil)


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