segunda-feira, 5 de maio de 2008

Carlin denuncia ação da PM contra estudantes em Montes Claros


No último dia 24 de abril, quando a polícia de Montes Claros reprimiu com violência uma manifestação estudantil em defesa do meio passe no transporte púbico, o deputado estadual Carlin Moura (PCdoB-MG), subiu a tribuna da Assembléia para denunciar o ocorrido.


“Esse fato, Sr. Presidente, muito nos preocupa, pois em Minas Gerais, no ano de 2008, em pleno século XXI, num momento em que o Estado tanto discute a importância de Minas voltar para o poder central do Brasil, os movimentos sociais são tratados como caso de polícia. Isso não é permitido, isso não é admissível”, disse Carlin, em tom de protesto.

O deputado ainda exigiu a liberação de todos os manifestantes que estavam presos naquele momento e pediu providência imediatas do comando da PM e do governo do Estado. Leia o trecho do pronunciamento abaixo


“[...] O segundo comunicado, Sr. Presidente, é que hoje pela manhã recebi uma informação que muito me preocupa. Em Montes Claros, no Norte de Minas, uma simples passeata de jovens estudantes das redes pública e particular da cidade foi tratada como caso de polícia. Estudantes foram agredidos pela polícia do Município. Mais de nove pessoas foram presas, detidas na cidade, jovens estudantes, Diretores e entidades estudantis, Diretores da UCMG, da Ubes, da Umes e de grêmios estudantis.

Esse fato, Sr. Presidente, muito nos preocupa, pois em Minas Gerais, no ano de 2008, em pleno século XXI, num momento em que o Estado tanto discute a importância de Minas voltar para o poder central do Brasil, os movimentos sociais são tratados como caso de polícia. Isso não é permitido, isso não é admissível. Foram-se os tempos em que os movimentos sociais eram criminalizados. Esse período já passou, Sr. Presidente, diga-se de passagem, a ditadura militar já passou, os tempos do governo Fernando Henrique Cardoso, que também tratava os movimentos sociais como caso de polícia, também já passaram, e a polícia do Sr. Aécio Neves insiste em criminalizar os movimentos sociais, insiste em prender estudantes que estão simplesmente defendendo os seus direitos, a melhoria na qualidade do ensino, o passe escolar, a meia entrada, a democratização das escolas estaduais, e isso vira caso de polícia, com estudantes sendo presos, encarcerados. Não podemos permitir isso e exigimos que o governo do Estado se posicione efetivamente, liberando os estudantes que foram presos em Montes Claros.

Ainda ontem, Sr. Presidente, fizemos, com a Comissão de Direitos Humanos, uma visita à UFMG, e lá também a Polícia Militar, sem autorização da Reitoria da universidade, invadiu o “campus”, invadiu a sede do Instituto de Geociências e também agrediu estudantes. Ora, está virando caso corriqueiro a atuação da Polícia Militar em cima dos movimentos sociais.

Essa nossa honrosa Polícia Militar tem muito trabalho a fazer, tem de preocupar-se mais em cercar as nossas fronteiras, em prender bandidos e evitar que a marginalidade cresça, portanto não deve ficar perseguindo politicamente o movimento social.

Estamos em plena democracia, no ano de 2008, em que a Constituição cidadã brasileira de 1988 completa 20 anos, comemorados nas atividades de 21 de abril, mas, infelizmente, ainda assistimos a atos como esse: a polícia prendendo estudantes em Minas Gerais, em 2008. Pasmem! Valha-me, Deus! Isso não pode acontecer.

Apelamos ao Governador Aécio Neves, ao Comando da Polícia Militar, que revejam seus posicionamentos. Com movimento social tem de haver diálogo, conversa, negociação. O movimento social não pode ser tratado como caso de polícia. Muito obrigado, Sr. Presidente.”




A Estrada vai além do que se vê!

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