sexta-feira, 19 de junho de 2009

"Belo Horizonte deveria sediar a abertura da Copa" afirma ministro interino

Wadson Ribeiro, do Ministério do Esporte

Atendendo a um convite das Comissões Participação Popular e de Educação, Ciência, Tecnologia e Informática, o ministro interino do esporte, Wadson Ribeiro, participou nesta terça-feira (16) de uma audiência pública na Assembleia Legislativa de Minas Gerais, onde apresentou uma visão geral do Plano Nacional de Desenvolvimento do Esporte a partir de seus eixos estruturantes: inclusão social através do esporte, qualificação do esporte de rendimento, ampliação da infra-estrutura, promoção de grandes eventos e diversificação do financiamento.

No primeiro momento, o ministro interino falou sobre os objetivos e expôs dados dos programas Segundo Tempo, Esporte e Lazer da Cidade, Pintando a Liberdade e Pintando a Cidadania, detendo-se nas estatísticas de cada um deles no estado mineiro. O Programa Segundo Tempo, por exemplo, atendeu de 2003 até hoje 3,3 milhões de crianças e jovens em todo o país, destes quase 220 mil estão em Minas Gerais. O programa investiu no estado aproximadamente 35 milhões de reais entre 2003 e 2008.

Ribeiro divulgou também dados referentes aos programas de Descoberta do Talento Esportivo, Bolsa Atleta, Núcleos de Esporte de Base e Rede CENESP, apontando o sucesso da parceria entre o Ministério do Esporte e prefeituras, clubes e universidades mineiras.

Copa 2014 e a promoção de grandes eventos
Devido ao grande interesse das comissões, boa parte da intervenção foi dedicada a agenda de grandes eventos esportivos, em especial a Copa 2014, e à explanação do papel do governo federal nestes acontecimentos.

Wadson Ribeiro explicou que o governo federal pode atuar nas reformas dos aeroportos (já previstos no Plano de Aceleração do Crescimento – PAC), bem como investindo em mobilidade urbana e concedendo linhas de crédito especiais do BNDES para investimentos com viabilidade econômica e financeira em estádios, rede hoteleira e obras de infra-estrutura. “A União vai investir seu dinheiro no que for estritamente necessário à Copa” esclareceu.

De acordo com Ribeiro por suas dimensões continentais o Brasil tem vocação para abrigar eventos de grande porte. Ele afirmou que a Copa 2014 é uma oportunidade ímpar para o país, uma vez que ela pode conferir centralidade ao esporte na agenda política nacional, estimular a cadeia produtiva e contribuir com o desenvolvimento econômico e com a inserção brasileira em âmbito internacional.

“Na minha opinião, Belo Horizonte deveria sediar a abertura da Copa”, afirmou o ministro. Na sua avaliação, há um consenso de que a solenidade de encerramento deva ocorrer no Rio de Janeiro, mas os mineiros, por terem apresentado um dos melhores projetos à FIFA e serem “um dos povos que mais gosta de futebol”, credenciam a capital do Estado a abrir a competição.

O secretário estadual de esporte e juventude, Gustavo Corrêa, também participou da mesa. Ele falou sobre o projeto de modernização do Complexo Mineirão-Mineirinho e as intervenções que serão realizadas em Belo Horizonte e municípios vizinhos para a realização da Copa. “Qualquer investimento que o governo estadual tenha que fazer será justificado dada a relevância do evento para Minas Gerais” ressaltou.

Modernização
Gustavo Corrêa explicou aos presentes à reunião que a capacidade atual do Mineirão, limitada pelo Corpo de Bombeiros Militar entre 60 mil e 61 mil pessoas, será ampliada para 69.950 espectadores assentos. Para que todos eles tenham visibilidade, o projeto prevê o rebaixamento do piso do campo em 3,5 metros. Ele lembrou ainda as vagas de estacionamento que atualmente atendem a 4.000 carros, serão ampliadas para 10 mil vagas, sendo 8.200 no Mineirão e 1.800 no Mineirinho.

O secretário destacou ainda que o Mineirão receberá cobertura adicional sobre todas as cadeiras, que se estenderá até o limite fosso, e dois telões localizados acima das tribunas principais, com dimensões de 12 x 6,8 metros, em tecnologia LED SMD de última geração, com alto brilho e alto contraste, que assegura boa visibilidade, mesmo com exposição direta à luz solar.

Gustavo Corrêa revelou também que o Mineirão receberá 44 cabines para 10 a 12 pessoas; que toda a estrutura de imprensa, sala de aquecimento, sala de treinadores e vestiários serão reformadas de acordo com as determinações da FIFA; que os banheiros femininos serão, após as obras, 96, e os masculinos, 192; e que o estádio terá um sistema de vigilância com vídeo digital, com câmeras internas e externas com suporte giratório e alta capacidade de zoom.

Outros investimentos
Gustavo Corrêa lembrou ainda que o Governo de Minas protocolou junto ao Ministério das Cidades a proposta de construção da Linha 3, que ligará a Savassi à Lagoinha, que está investindo também na última etapa das obras de alargamento da avenida Antônio Carlos, e investirá na duplicação da avenida Pedro I e na ligação da Via Expressa à avenida Carlos Luz. Ele destacou também as obras nos 35 quilômetros da Linha Verde, que liga Belo Horizonte ao Aeroporto Internacional Tancredo Neves, em Confins.

Processo
Gustavo Corrêa explicou aos deputados e representantes de federações o processo de contratação das obras de modernização do Complexo Mineirão-Mineirinho. “Já foram entregues ao governo do Estado os resultados dos estudos de viabilidade técnica e o modelo de gestão do Complexo Mineirão-Mineirinho, realizados pela empresa Ernst & Young Assessoria Empresarial Ltda, contratada pela Secretaria de Estado de Esportes e da Juventude (SEEJ)”, destacou o secretário.

Segundo ele, foi entregue ao Comitê Organizador da Copa do Mundo 2014 e à FIFA, em 02 de fevereiro de 2009, o projeto básico de engenharia e arquitetura, elaborado pelo escritório de arquitetura internacional, Gerkan, Makg & Partner (GMP), em parceria com o escritório do arquiteto mineiro Gustavo Penna.

Lei de Incentivo
A última etapa da exposição foi dedicada aos esclarecimentos sobre a Lei de Incentivo ao Esporte. Minas Gerais está entre os vinte e cinco proponentes que mais captaram em 2007 e 2008, ainda assim muitas dúvidas restavam sobre o que é permitido e o que é vetado nos patrocínios e doações para realização de projetos esportivos e paraesportivos.

Ao fim das intervenções da mesa, o público composto por deputados, prefeitos de vários municípios, vereadores, federações e confederações esportivas pôde se dirigir aos palestrantes para questionamentos e sugestões.

Para o deputado Carlin Moura (PCdoB), autor da proposta da audiência, o resultado foi extremamente positivo e a comissão ficou muito satisfeita com a forma como os temas foram abordados, com a oportunidade de esclarecer dúvidas e de atualizar a opinião pública sobre as ações do Ministério do Esporte.

O deputado disse ainda que esse debate é fundamental porque coloca em pauta assuntos de interesse da população, como obras de melhoria do transporte público. "Com a Copa temos oportunidade de agilizar demandas antigas como o metrô de Belo Horizonte que há 20 anos anda a passos lentos e é uma obra absolutamente necessária para melhorar a qualidade de vida das pessoas que moram na capital".
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Abertura em BH
Mais tarde, Wadson Ribeiro se reuniu com o deputado Carlin Moura e com o prefeito de Belo Horizonte, Márcio Lacerda na prefeitura. A visita de cortesia foi para cumprimentar o prefeito por Belo Horizonte ter sido escolhida uma das sedes da Copa.

Márcio Lacerda afirmou que a prefeitura trabalhará de todas as formas para fazer de Belo Horizonte uma cidade digna da Copa. Wadson parabenizou o prefeito e reafirmou que BH tem todas as condições para sediar a abertura, já que terá a modernização do estádio, tem dois aeroportos que ligam ao estádio e um povo extremamente caloroso e apaixonado por futebol. Porém o ministro, que assumiu porque Orlando Silva está na Europa, afirmou que seu apoio é pessoal e não do Ministério.

Do Caderno Vermelho Minas, com informações de Ana Cristina Santos da Ascom – Ministério do Esporte e de Sheila Moreno, com informações da ALMG


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