quinta-feira, 24 de abril de 2008

E as arbitrariedades continuam...


Acabo de retornar de entrevista que concedi, junto com o vereador Lipa Xavier (PCdoB) e com o presidente do DCE da Unimontes, Diego de Macedo, ao programa "Acontece" na rádio Expressão FM. Lá tomamos conhecimento de nota fajuta da Prefeitura Municipal tentando justiicar o injustificável. Após ordenar a barbárie impetrada pela Polícia Militar contra os estudantes, agora tentam tirar o corpo fora.

Em meia hora vai se iniciar a Audiência Pública da Câmara Municipal para discutir o projeto de lei do meio-passe, de autoria do vereador Lipa Xavier. Infelizmente a Audiência não poderá contar com a presença do presidente da União Estadual dos Estudantes (UEE-MG), Diogo Santos, do presidente da União Colegial de Minas Gerais (UCMG), Flávio Nascimento, dos diretores da União Brasileira dos Estudantes Secundaristas (UBES), Thiago Mayworn e Luiza Lafetá, do presidente municipal da União da Juventude Socialista (UJS) em Montes Claros, José Lousada Neto, do diretor da UCMG, Lucas Alves, do dirigente estadual da UJS, Danniel Coelho, da dirigente da Central dos Trabalhadores e Trabalhadoras do Brasil (CTB), Celina Areâs, além de um estudante e seu pai. Esses dez cidadãos estão detidos em delegacia da cidade, sem ter nem sequer um Boletim de Ocorrência sido registrado até o momento.

Demonstraremos o nosso repúdio na Audiência que irá se iniciar em breve.


Publicamos abaixo nota da União Popular de Mulheres (UPM), em solidariedade a manifestação dos estudantes:



Em Montes Claros uma nova história já começou...
contra os estudantes!
Contra a liberdade de organização e manifestação!



24 de abril de 2008 ficará registrado na história de Montes Claros como dia do massacre ao direito do cidadão, da cidadã de manifestar-se livremente pela implantação de uma política há anos reclamada pela juventude: meio-passe estudantil no transporte público. Projeto que, mais uma vez, tramita na Câmara Municipal. Direito assegurado em praticamente todas as cidades mineiras!
Os estudantes de Montes Claros, durante manifestação pacífica e democrática, demonstravam a insatisfação das entidades estudantis com a administração municipal, especificamente ao descumprimento do acordo firmado entre os estudantes, a administração pública e o presidente da Transmontes, José da Conceição. Acordo que previa a formação de uma comissão que elaboraria um projeto consensual para ser enviado à câmara municipal, implantando o meio-passe: um benefício para toda a sociedade.
Diante do silêncio do Sr. Prefeito Municipal, Athos Avelino, os estudantes voltaram a manifestar. E foram surpreendidos e recebidos, não pelo prefeito, nem pelo vice Sued Botelho, nem pelo presidente da Transmontes, mas por uma comissão de recepção nada amistosa.
Os estudantes foram recebidos pela polícia truculenta do Sr. Aécio Neves. Governador que vê nas manifestações da sociedade, direito constituído pela democracia, motivo suficiente para colocar sua tropa nas ruas.
A manifestação pacifica de estudantes foi recepcionada, pelos representantes do Sr. Aécio e do Sr. Athos, com uma ação repugnante e impiedosa orquestrada pelo Capitão Nascimento, pelos Tenentes Ovídio e Wellington.
A porta da prefeitura virou palco de guerra: pelotão de choque, cães adestrados, bombas, gás, spray de pimenta, balas de borracha, estudantes feridos e diminuídos no exercício da cidadania.
Foram detidos arbitrariamente vários estudantes. E levados para a delegacia os representantes da UBES – União Brasileira dos Estudantes Secundaristas, Thiago Mayworm; da UEE/MG – União Estadual dos Estudantes de Minas Gerais, Diogo; o presidente da UCMG – União Colegial de Minas Gerais, Flávio ‘Panetone’; além dos representantes locais da UCMG, Luísa Lafetá e Lucas Alves; o presidente da UJS/Montes Claros, José Lousada Neto; a Sra. Celina Padilha Arrêas, diretora do Sinpro Minas – Sindicato dos Professores da Rede Particular de MG e da CTB – Central dos Trabalhadores e Trabalhadoras do Brasil e o sr. Delvanir Dias dos Santos, pai de aluno que acompanhava a manifestação e foi detido por pedir informação aos PMs.
O Sr. Athos Avelino, que tantas vezes solicitou a participação da juventude nas decisões políticas e na construção de uma tal ‘governança solidária’, ficou silencioso em relação ao acordo firmado pela institucionalização do meio-passe nos lotações. E, hoje, com uma verdadeira declaração de insensibilidade aos direitos humanos, se omitiu diante da injustificada, arbitrária e nada saudosa ação policial utilizada para repelir os estudantes.
A UPM – União Popular de Mulheres, núcleo da União Brasileira de Mulheres registra sua indignação enquanto mulheres, mães e cidadãs. E lembram que a revolta diante do ocorrido não silenciará nem as manifestações, nem o nosso apoio à implantação do meio-passe estudantil. Pelo contrário, servirá para lembrar aos srs. Aécio, Athos e seus comparsas que a juventude é herdeira da liberdade e da democracia. E que, a juventude, assim como a UPM, nunca se ausentará do direito de construir uma sociedade que respeite e implemente os direitos e as conquistas de homens e mulheres livres.
E, diante de tal opressão a manifestação por uma causa que beneficiará a todos, direta ou indiretamente, pais, estudantes, professores, diretores, mulheres, todas e todos que reconhecem na educação o caminho de desenvolvimento social, reforçaremos a convocação para ampliar o movimento e para lembrar aos menos desavisados que vivemos numa sociedade democrática que elege seus representantes.
Somos mães e não calaremos diante de nenhuma injustiça!
UPM/núcleo UBM
Por um mundo de igualdade. Contra toda opressão.



A Estrada vai além do que se vê!

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