quinta-feira, 23 de julho de 2009

Os números do Congresso da UNE

Balanço sobre debates, estrutura e programação cultural mostram que este Congresso da UNE foi o mais representativo em 72 anos de história

O maior fórum organizado da juventude brasileira chegou ao fim neste domingo e elegeu o estudante da USP Augusto Chagas presidente. O encontro que reuniu 10 mil estudantes de todos os 26 estados brasileiros e também do Distrito Federal. Os números do 51º Congresso da União Nacional dos Estudantes (UNE) mostram que ele representa, atualmente, um dos principais momentos de reflexão e decisão do movimento social brasileiro.

Debates
O Congresso alterou a rotina da Universidade de Brasília (UnB), com a realização de 25 debates, 13 grupos de discussão, além da inauguração de uma escultura em homenagem a Honestino Guimarães. As mesas aconteceram simultaneamente, provocando um grande fluxo de pessoas no prédio do Instituto Central de Ciências (ICC) da UnB.

No total, foram mais de 50 horas de discussão, com cerca de 100 convidados, entre deputados, senadores, intelectuais, artistas e representantes dos movimentos sociais como o economista e presidente do IPEA, Márcio Pochmann, a senadora (PT/AC) Marina Silva, o deputado federal (PSB/CE) Ciro Gomes, o delegado da Polícia Federal Protógenes Queiroz, o presidente Nacional do PT Ricardo Berzoini, Gustavo Petta, ex-presidente da UNE e Secretário Municipal de Esportes de Campinas (SP), o ministro da Secretaria Especial de Direitos Humanos, Paulo Vannuchi, entre outros.

Estrutura
Para realizar um evento do porte do Congresso da UNE, a organização precisa montar uma verdadeira "estrutura de guerra". Cerca de 50 funcionários, além de diretores da entidade e voluntários trabalharam nesta edição do Congresso. Eles cuidaram do credenciamento, comunicação, sistematização, logística, administração, alojamento, alimentação e transporte.

Os milhares de estudantes ficaram alojados em escolas nas imediações da UnB. Os congressistas tiveram alimentação garantida no Restaurante Universitário da UnB, posteriormente transferida para uma grande tenda em frente ao Ginásio Nilson Nelson onde aconteceram as duas etapas da plenária final. Só para se ter uma idéia, foram servidas cerca de 10 mil refeições, entre café da manhã, almoço e jantar.

Programação Cultural
As atividades culturais do 51º Congresso também não deixaram a desejar. A programação teve 7 shows, com artistas de diferentes estilos incluindo Leci Brandão, Móveis Coloniais de Acaju e Chimarruts, que se apresentaram em três noites. O Congresso também foi marcado por oficinas de grafismo e estêncil e demais atividades organizadas pelo Circuito Universitário de Cultura e Arte (CUCA da UNE) que rolaram durante todo o encontro.

Delegados
O processo para escolha dos delegados desta edição do CONUNE envolveu 92% das Instituições de Ensino Superior de todos os estados brasileiros e no Distrito Federal. Foram 5.200 delegados eleitos em 2 300 eleições diretas, sendo que em Pernambuco, Alagoas, Goiás, Santa Catarina e Amapá todas as universidades e faculdades participaram do processo.



Foto: Marcello Casal JR/ABr


A Estrada vai além do que se vê!

2 comentários:

Luciana Lopes disse...

Mesmo morando na cidade que cediou o Congresso eu não tinha a menor ideia desses números.
No fundo, um pouco da desorganozação do congresso veio por conta do tamanho da estrutura que foi montada.
A única coisa que realmente me deixou muito chateada foi o vandalismo que ocorreu em algumas escolas aqui do DF. Isso acaba pegando mal pra imagem do Movimento Estudatil.

Anônimo disse...

O Ramon,

Só texto copiado... que pena que a análise do movimento estudantil e suas divergências sejam tratadas de forma torpe, sem discutir que todas as mobilizações que ocorrerão no novo movimento estudantil (ocupação das reitorias, mobilização na USP...) passaram por fora da UNE, a UNE passou longe dessas lutas. Tudo em nome de um governismo que propõe agora que o estado burguês financie o movimento estudantil, perdendo sua independência. Isso que é comunismo.

Bom vindo de um aprendiz de stalinista, não poderia se esperar nada além disso mesmo....

Montes Claros vai mudar...