quinta-feira, 23 de julho de 2009

Minas Gerais é o estado com mais assassinatos de adolescentes no país

Faltam políticas por parte do governo de Minas

Em pesquisa divulgada pelo jornal Hoje em Dia de 22/07, cinco cidades de Minas Gerais estão entre as 20 do país com maior projeção de assassinatos de adolescentes (12 a 18 anos), conforme o Indicador de Homicídios na Adolescência (IHA).

Governador Valadares, na Região Leste, foi considerada a segunda pior do país, com previsão de 8,5 adolescentes óbitos por grupo de 100 mil habitantes, até 2012. O índice registrado em Belo Horizonte foi de 4,02 e a previsão é que ocorram 1.248 assassinatos de pessoas nesta faixa etária, até 2012.

Os índices verificados são alarmantes: mais de 33 mil adolescentes serão assassinados entre 2006 e 2012, em todo o país, o que corresponde a 45% de todas as mortes esperadas de pessoas de 12 a 18 anos, no período.

A cidade com pior avaliação no país foi Foz do Iguaçu (PR), com 9,7 mortes para cada grupo de mil adolescentes. A cidade mineira de Governador Valadares ficou com a segunda colocação. Contagem, na Região Metropolitana de Belo Horizonte, ficou com 5,5, o segundo pior índice do Estado e o 13º do país. Na terceira, quarta e quinta piores colocações de Minas aparecem, respectivamente, Ibirité, Betim e Ribeirão das Neves, também na RMBH. A pesquisa analisou também as regiões metropolitanas de Belém, Brasília, Curitiba, Maceió, Porto Alegre, Recife, Rio de Janeiro, Salvador, São Paulo e Vitória.

Uma das conclusões da pesquisa é que os adolescentes negros têm três vezes mais chances de morrer que os brancos. O trabalho aponta também que a probabilidade de os adolescentes do sexo masculino serem assassinados é quase 12 vezes maior que as do sexo feminino. Além disso, a arma de fogo foi considerada a responsável pela maioria dos homicídios.

Faltam políticas
Coordenadora do Centro de Apoio Operacional às Promotorias da Infância e da Juventude de Minas Gerais, Andrea Carelli diz que não se surpreende com a presença de cinco cidades no Índice de Homicídios na Adolescência (IHA), pesquisa feita pela Unicef que apontou as 20 cidades do Brasil que mais oferecem riscos aos adolescentes.

Segundo a promotora, a conjunção de dois fatores, ausência de punição e falta de políticas públicas voltadas para crianças e adolescentes no Estado, são os principais responsáveis pelo cenário descrito.

“É triste falar isso, mas não me espanta nem um pouco. Essa grande possibilidade desses meninos se tornaram vítimas de crimes violentos mostra como eles estão desprotegidos pelo Estado. Em Minas Gerais, você tem até um início de políticas públicas, mas que atende a uma pequena clientela ”, diz Carelli, utilizando como exemplo o caso do programa Fica Vivo, da Secretaria de Defesa Social, em vigor na cidade de Governador Valadares. “Lá, existem 23 bairros considerados de vulnerabilidade social, mas o programa só atende a três deles”, completou.




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