Daniel Iliescu, diretor de relações internacionais da União Nacional dos Estudantes (UNE), faz parte de comitiva brasileira no Haiti. É bem recebida proposta da entidade de enviar recém formados em medicina e outras profissões necessárias na reconstrução do país.
Comitiva brasileira formada pelo brigadeiro Araújo, da Aeronáutica, pelo embaixador Sérgio Danese, do Itamaraty, pelos deputados federais Raul Jungmann (PPS/PE), Janete Pietá (PT/SP), Emiliano José (PT/BA), Couber Martins (PMDB/BA), e Cláudio Cajado (DEM/BA), e pelo diretor de Relações Internacionais da UNE, Daniel Iliescu, pousou em Porto Príncipe e pôde sentir de perto o drama do irmão caribenho.
“Em visita ao centro da capital haitiana, em Bel Air (bairro mais afetado pelo terremoto), e em Petit Village, pudemos observar os efeitos destruidores da tragédia. Dos 15 ministérios do país, 13 foram completamente destruídos. O Palácio do Governo, tido como a mais bela construção do país, o Palácio da Justiça, o Hotel Montana, principal hotel, e uma infinidade de prédios públicos, residências, estabelecimentos comerciais foram reduzidos a pó, pedra e ferragens”, conta o diretor da UNE, Daniel Iliescu.
Segundo Iliescu, a visão imediata com que se depara são as enormes filas de haitianos à espera de comida e água, as grandes aglomerações de haitianos em torno das embaixadas e nas ruas, e pessoas caminhando longas distâncias com cestas ou baldes d’água na cabeça.
Encontro com autoridades
Foram apresentadas palestras aos visitantes sobre a ação do Brasil no país, desde 2004, e a situação do Haiti após o terremoto de 12 de janeiro, bem como as operações da engenharia militar e dos Hospitais de Campanha no atendimento à população.
Foram apresentadas palestras aos visitantes sobre a ação do Brasil no país, desde 2004, e a situação do Haiti após o terremoto de 12 de janeiro, bem como as operações da engenharia militar e dos Hospitais de Campanha no atendimento à população.
Logo após, a missão foi à instalação provisória do Legislativo haitiano, aonde se encontrou com deputados, dentre os quais, o presidente da Câmara haitiana. Na sequência a comitiva se reuniu com o presidente do Haiti, René Préval, também em uma sede provisória do governo - uma delegacia de polícia.
“O presidente abriu o encontro falando sobre a situação do povo haitiano pós-terremoto e as condições que o Estado caribenho tem de coordenar o atendimento emergencial à população e de reconstruir o país”, declarou Iliescu. Préval agradeceu o esforço do Brasil na ajuda humanitária e a cooperação da missão de paz da ONU. Em referência à fala da comitiva brasileira de que nossa ajuda estava submetida à coordenação e à soberania do Estado haitiano, Préval respondeu: “Não acho que os Estados Unidos tenham o propósito de ocupar o Haiti e não percebo no Brasil nenhuma ambição imperialista”.
René Préval apresentou e pediu apoio brasileiro a três bandeiras importantes para a reconstrução do Haiti que devem ser abraçadas pela comunidade internacional das Nações Unidas: a. Perdão da dívida externa haitiana; b. Não-taxação pelas nações de qualquer produto haitiano durante um período de 20 anos (citando a fala do ministro brasileiro das Relações Exteriores, Celso Amorim, no Fórum de Davos); c. a criação de um Fundo único de ajuda ao Haiti sob gerência do Estado haitiano (citando proposta de Robert Zoellick, presidente do Banco Mundial).
A UNE propôs, em médio prazo, o envio de estudantes concluintes dos cursos de medicina, enfermagem, engenharia, arquitetura, agronomia, entre outros, para passar períodos de três ou seis meses colaborando na reconstrução do país, além de intercambiar conhecimento com os estudantes haitianos. Várias escolas e universidades do país foram destruídas.
O Presidente Préval, na fala de encerramento do encontro, valorizou o oferecimento dos estudantes brasileiros. “Recebo com muita satisfação a proposta do representante da UNE. Vamos junto ao embaixador Igor pensar formas de desenvolver este projeto”.
Do EstudanteNet
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