terça-feira, 24 de março de 2009

Mesa de Buteco com Daniel Dias

Nas eleições do DCE Unimontes ocorrida em novembro do ano passado, a chapa “DCE com a Nossa Cara – Estudantes em Movimento’ foi eleita com 62 % dos votos. Empossada no último dia 9 de fevereiro, a gestão já começa a mostrar trabalho. Para apresentar as propostas e ideias da nova diretoria, o Mesa de Buteco traz um bate papo com o presidente do DCE Unimontes, Daniel Dias, acadêmico de Ciências Sociais.

Ramon: Qual o plano de trabalho da nova diretoria do DCE?

Daniel: A diretoria do DCE tem uma série de atividades para desenvolver no ano de 2009. É um grande desafio e todos os diretores e acadêmicos comprometidos com o movimento estudantil o abraçam com todo o carinho. De início, estamos planejando a gestão, elaborando o calendário para este ano, arrumando o DCE para ficar com a nossa cara. Internamente estamos organizando o campeonato de futebol, a programação cultural e preparando um grande seminário de educação. Por fim, um grande esforço está sendo feito no sentido dar o pontapé inicial rumo ao projeto do Restaurante Universitário (RU).


Ramon: Quais são as principais reivindicações dos acadêmicos da Unimontes?

Daniel: A Unimontes é muito eclética, tanto em sua oferta de cursos quanto em sua comunidade acadêmica. Isto faz com que várias demandas dos estudantes cheguem até o DCE. Podemos dividir as demandas em estruturais, pedagógicas e curriculares. Entre as estruturais, além do RU, há uma grande procura por alojamento para quem vem de fora. Há também as demandas por laboratórios e um acervo melhor na biblioteca, além das acomodações das salas de aulas, muitas vezes sem o devido conforto que o estudante necessita.

No quesito pedagógico, os acadêmicos reivindicam um maior dinamismo nas aulas, e há reclamações localizadas em relação a alguns professores, principalmente na didática aplicada às aulas.

Em relação às reivindicações curriculares, há uma demanda crescente em relação à flexibilização da grade curricular: os estudantes não querem a grade no sentido de se estar preso a algo, e sim no sentido de organização e possibilidade de vivência entre os vários campos do conhecimento existentes na universidade. Seria interessante, por exemplo, poder cursar uma disciplina de Teatro, mesmo sendo matriculado no curso de Direito. Há, também, certa insegurança, em relação às fusões de curso, como no caso do antigo Normal Superior, transformado em Pedagogia.


Ramon:Algumas pessoas da comunidade acadêmica dizem que o movimento estudantil hoje é menos mobilizado do que antes, qual a sua opinião sobre isso?

Daniel: Essa é uma questão que particularmente me incomoda há algum tempo. E vejo nisso um paradoxo: se por um lado há uma menor mobilização, em termos numéricos, é de se notar que em conquistas estamos caminhando bem. Principalmente agora, em que temos no comando do país um Presidente de cunho popular e que respeita os movimentos sociais, sobretudo o estudantil.

Ademais, não podemos comparar a juventude de hoje com aquela dos anos 60,70 ou 80. Eles lutavam, em primeiro lugar, pela liberdade de expressão e de imprensa. E devemos essa liberdade aos muitos camaradas do movimento estudantil dessas décadas, massacrados, torturados, mortos e exilados. Eles tinham um ideal. No entanto, hoje em dia, não vejo essa desmobilização tão grande assim. As pessoas podem não votar e não ir às assembleias, no entanto estão muito mais informados sobre cada ação que diz respeito a eles. Como exemplo disso, cito o último Conselho Nacional de Entidades de Base (CONEB) e a 6ª Bienal de Arte e Cultura da União Nacional dos Estudantes (UNE). Foram mais de seis mil acadêmicos de todo o Brasil nos dois eventos, em Salvador- BA. Da Unimontes foram 46 acadêmicos. Se isso não é mobilização, o que vai ser?

Agora, temos que ver a quem interessa disseminar a idéia de desmobilização. Há muitos interesses. Colocar para o estudante que ele próprio é desorganizado, é jogar um balde de água fria em seus objetivos. Eu acredito na juventude, sobretudo na juventude engajada no movimento estudantil.


Ramon: Para finalizar qual será a marca da gestão DCE com a Nossa Cara?

Daniel: Acredito que a principal marca da nossa gestão, além da democracia de ouvir os estudantes e incorporar suas reivindicações, será a movimentação cultural. Estamos fazendo uma excelente programação cultural, com shows às sextas-feiras em frente ao DCE, apresentações teatrais, entre outros. Se tudo der certo, no segundo semestre pretendemos fazer um grande festival de cultura e arte universitária, nos moldes do antigo FUCAP, onde as bandas independentes e os grupos universitários terão espaço para se apresentar. Temos potencial, e iremos oportunizá-lo. Como disse antes, é um grande desafio. Mas eu acredito em tempos melhores. Acredito que dias melhores virão!


A Estrada vai além do que se vê!

Um comentário:

Zéder disse...

Muito legalll a entrevista/

Parabéns à grande gestão do DCE da nossa querida Unimontes na pessoa do nosso grande amigo e colega Daniel Dias e parabéns ao blog pela iniciativa!!!!! Grande abraço, amigos/