O presidente da UJS com a pré-candidata Dilma Rousseff
Gavião: desafio da UJS é "transformar otimismo em mobilização"
O 15º Congresso da União da Juventude Socialista (UJS) será em Salvador, nos dias 17 a 20 de junho. Em entrevista ao Vermelho, o presidente da entidade, Marcelo Gavião, afirmou que o principal desafio da entidade é “transformar otimismo em mobilização social”, em referência a um crescimento da auto-estima do povo brasileiro observado pela UJS. E, para atingir a juventude, a organização aposta suas fichas na internet, com a criação da sua própria rede social e campanhas no twitter.
Na programação, além dos tradicionais debates e grupos de trabalhos, estão previstas atividades culturais, estruturas de telecentros, torneios esportivos e outros atrativos que visam deixar o congresso da UJS com a cara da juventude brasileira.
Entre as atividades de mobilização, a UJS lançou campanha para ter ao menos 5 mil seguidores do usuário oficial da entidade no twitter até o congresso, o @UJSBrasil. A campanha, simples, tem corrido pelo microblog, para participar basta postar a seguinte mensagem padrão: "#FF Galera, vamos seguir o twitter da @UJSBrasil. #SigaUJS".
Acompanhe a íntegra da entrevista com o presidente da UJS, Marcelo Gavião:
Vermelho: O que a UJS quer traduzir com a chamada do congresso, "Pra ser Mais Brasil"? Qual o centro político deste próximo congresso?
Marcelo Gavião: Transformar otimismo em mobilização social. Esse é o lema do 15 congresso da UJS. Com a vitória das forças progressistas e avançadas em 2002 e sua confirmação em 2006, o Brasil se desafiou a entrar numa nova fase, uma fase de desenvolvimento, de redução das desigualdades sociais, e tudo isso veio acompanhado de vitórias como as conquistas da Copa do Mundo em 2014, das Olimpíadas de 2016, da descoberta do pré-sal e tantos outros motivos pra serem festejados. São oportunidades que a nossa geração tem a obrigação de aproveitar da melhor forma, o que significa transformar toda essa felicidade em energia para sonhar cada vez mais alto, e assim fazer um Brasil cada vez mais verde e amarelo, cada vez mais orgulhoso de si mesmo.
Vermelho: Como a UJS pretende se apresentar no processo de eleições 2010 e que papel o congresso da UJS joga neste sentido?
Marcelo Gavião: Uma das marcas da nossa organização ao longo de seus 25 anos sempre foi a de encarar as disputas eleitorais como um momento importante pra erguer bem alto as bandeiras e reivindicações da juventude. Estivemos presentes e com grande destaque em todas as campanhas do presidente Lula (89, 94, 98, 2002 e 2006). Agora em 2010, nossa missão é mobilizar a juventude pra barrar a volta da direita neoliberal/conservadora. Nossa missão é continuar trilhando o caminho das transformações e assim melhorar a cada dia a vida dos mais de 50 milhões de jovens brasileiros.
Vermelho: Qual(is) a(s) principal(s) novidade(s) do 15º congresso da UJS?
Marcelo Gavião: A UJS cresceu muito nos últimos anos, somos hoje cerca de 100.000 (cem mil) jovens espalhados por todos os estados. Para esse congresso estamos nos desafiando a estruturar melhor nossa organização e pra isso nossa campanha tem buscado usar melhor espaços como a internet. Nossa mobilização esta centrada em uma ferramenta chamada “Rede UJS”, uma combinação de orkut, facebook e twitter que possibilitará as direções Nacional, Estadual e Municipal acompanhar a vida dos filiados e ampliará em algumas vezes nossa capacidade de comunicação mobilizando mais rápido nosso exército para as mais variadas lutas.
Antenados ainda com os anseios e o próprio comportamento da juventude, ligados na importância que as novas tecnologias têm ao debate da democratização da comunicação, temos ainda como uma importante bandeira da UJS a defesa da universalização da Banda Larga, para que todos estes recursos e acesso a informações não se restrinjam a uma parcela da juventude, mas que possa ser desfrutada e apropriada pela ampla maioria dos jovens brasileiros, pois essa turma tem um grande potencial para desenvolver formas criativas de se comunicar, debater, mobilizar, etc.
Vermelho: A tendência é haver muita renovação na diretoria da organização?
Marcelo Gavião: Todo congresso tem algum nível de renovação na direção e nesse não será diferente. Nos próximos dias teremos uma reunião da Direção Nacional que debaterá uma proposta de próximo time e aprovará nomes que serão levados ao congresso. Tenho certeza que com grande unidade elegeremos um time que saberá guiar essa entidade nas lutas futuras.
Uma das coisas boas da UJS é que a militância dela é sempre vista como uma fase da vida, uma fase importante por ser um período de formação muito intensa, mas apenas uma fase. Chega uma hora em que devemos nos envolver com outros projetos, outros desafios. Quem faz a opção de se filiar e militar na UJS a faz por acreditar nas idéias do socialismo e essa é uma opção pra toda vida. Temos orgulho de ser uma escola que forma bons combatentes pra essa luta.
Vermelho: O que fica como conquistas importantes do último período e que se apresentam como os principais desafios da UJS para os próximos anos (e gerações)?
Marcelo Gavião: São várias as conquistas, acho que a principal foi a determinação e a maturidade que a UJS demonstrou em um momento decisivo da luta política no Brasil que foi em 2005. Naquele momento fomos guerreiros, corajosos e nossa ousadia foi premiada com a construção de uma grande vitória. Sem a passeata que realizamos no dia 16 de agosto daquele ano, em Brasília, onde nos colocamos contra o golpe que a direita vinha arquitetando, de defender o impeachment do presidente Lula, o Brasil poderia ter tomado um outro rumo e o lema do nosso congresso poderia ser outro.
Vermelho: Quais os principais em termos de PPJ no último período? Qual o histórico da UJS em relação ao tema?
Marcelo Gavião: Podemos classificar como avanço o próprio trato das Políticas Públicas de Juventude como algo importante. O governo Lula inaugurou esse trato qualificado à questão, tendo tomado iniciativas que elevaram a capacidade de entender os anseios da juventude. Exemplos disso são o Conselho Nacional de Juventude, a realização da 1ª Conferência Nacional de Juventude em 2008 e até mesmo o intenso debate que vem sendo desenvolvido pela aprovação do Plano Nacional da Juventude e da PEC da Juventude. Essas iniciativas do governo federal têm fomentado a formação de conselhos e planos de juventude estaduais e municipais por todo o país. Isso é o que deve ser mais valorizado, o impacto que essas iniciativas têm no próprio trato que as PPJ passam a ter pelos diversos setores da sociedade.
O fato de ter atuação tão intensa no seio da juventude, dá capacidade e autoridade à UJS para tratar do assunto de PPJ. Parte grande das propostas que são pauta em espaço como conselhos e conferências são debatidas por nós há muito tempo. Estes espaços são mecanismos que servem para dar vazão a debates que temos há muito tempo. Nosso papel é investir na elaboração e apresentação de propostas concretas para garantir emprego, acesso a educação, bem estar, combater a violência, etc.
Vermelho: Qual o principal desafio em termos de políticas públicas para a juventude hoje?
Marcelo Gavião: O principal desafio imediato é a aprovação da PEC e do Plano Nacional da Juventude. Sem estes instrumentos, todas as iniciativas citadas, e outras mais, permanecem como políticas de governo, e não políticas de Estado. É importante aprovar uma legislação que reconheça a juventude como sujeito de direitos, que reconheça e estimule o potencial da juventude. A PEC tem este objetivo, por isso ela é o principal desafio atual, junto à aprovação do Plano Nacional de Juventude, que traz as diretrizes para a elaboração e implementação de políticas públicas de juventude no Brasil.
Luana Bonone, para o Portal Vermelho
A Estrada vai além do que se vê!
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