sexta-feira, 30 de janeiro de 2009

Espetáculo montesclarense representa Minas Gerais na 6ª Bienal da UNE

Samuel Fagundes


O espetáculo Exercício n°1 sobre catrumano, desenvolvido no núcleo do projeto Rede Teia de Montes Claros, foi apresentado na 6ª Bienal da UNE (União Nacional dos Estudantes), cujo tema desse ano foi "Raízes do Brasil: Sentido e Formação do Povo Brasileiro”. A Bienal foi realizada em Salvador de 20 a 25 de janeiro deste ano e teve a participação de diversos grupos de varias áreas da cultura, como literatura, cinema, música, artes cênicas, artes visuais dentre outras. Nos cinco dias de Bienal, se apresentaram grupos de todas as partes do Brasil, sendo o Exercício n°1 sobre catrumano o único representante de Minas Gerais.
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O ESPETÁCULO
De acordo com Tati Teles, que participa do espetáculo, a peça surgiu de experimentações em cima do que seria a verdadeira história da formação de Minas, baseada na tese de doutorado do professor João Batista Costa, “Mineiros e Baianeiros: Englobamento, exclusão e resistência” que foi levado ao legislativo do estado com uma junta de historiadores e antropólogos.

- Depois de várias experimentações de cenas criadas por nós, em torno de experiências individuais e coletivas sobre Montes Claros e região, estudamos a tese de João Batista Costa, o Joba: “Mineiros e Bahianeiros: Englobamento, exclusão e resistência", onde o ele estuda as duas cidades - Mariana e Matias Cardoso - suas peculiaridades culturais e geográficas, históricas. Partindo do pressuposto que Matias Cardoso foi a primeira cidade de Minas e não Mariana, que quando foi descoberto o ouro, a região dos Geraes (de Matias) já estava abastada de gado e plantação. Morria-se muito de fome, nas expedições pelo ouro, e, assim, o Arraial de Morrinhos - hoje Matias Cardoso- abastecia de comida a região de mineração e foi fundamental para o desenvolvimento das Minas e de todo Brasil, sendo assim, o Norte de Minas essencial no desenvolvimento de todo Brasil. Matias Cardoso foi contratado da Coroa para vir apaziguar os índios e quilombos. – Explica Tati.

CATRUMANO

Tati conta que o Norte Mineiro foi chamado de Catrumano por um francês que estava na região por volta de 1600, porque sempre que o norte mineiro ia sair era montado à cavalo, daí surgiu o Catrumano, ou andar à 4 mãos. Segundo ela, Guimarães Rosa usa o termo em Grande Sertão Veredas, mas de uma maneira pejorativa.
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O movimento Catrumano retomou o termo para afirmar seus valores sertanejos e sua cultura forte e bela, com um povo que foi e é de fundamental força para o desenvolvimento, não só de Minas, como do Brasil todo.

A APRESENTAÇÃO

Falando sobre a apresentação na bienal, Tati conta que o espetáculo foi aplaudido de pé, por todos que compareceram ao teatro, que segundo ela estava totalmente lotado. Tati ressalta que bienais como essa possibilitam uma experiência única, que é o contato com a história do Brasil e também com pessoas de diferentes regiões do país, cada qual com sua característica, formando assim o grande universo de raças e etnias que compõe o brasileiro.

- A apresentação foi linda, o teatro estava lotado, fomos aplaudidos de pé, por pessoas de todo Brasil, artistas, estudantes, enfim, caras novas e algumas já conhecidas, alguns amigos de lá e de Moc, foi emocionante. A Bahia expira história, alegrias e energias. O que mais me chamou atenção é que realmente somos todos uma mistura de raças. O Brasil e a Bahia foram formados por isso, é uma coisa que nos une, somos todos vaga-lumes brilhando sozinhos e que juntos formamos um único brilho. Já participei de várias Bienais com gente de todo Brasil, com sotaques e culturas diferentes, mas no fim, somos todos um único povo, o brasileiro, que é negro, índio, paulista, sulista, nordestino, etc. A peça foi sentida assim por todos e isso me emocionou muito. – Diz Tati.

SERVIÇO

O exercício n°1 sobre catrumano será apresentado em Diamantina, nos dias 14 e 15 de fevereiro. Segundo Tati, eles também receberam convites para se apresentar em Belo Horizonte e em outras cidades do Norte de Minas. Para saber mais sobre a Rede Teia acesse http://www.redeteia.blogspot.com/


A Estrada vai além do que se vê!

2 comentários:

Anônimo disse...

Não nos deixe sem atualizações!!! Essa matéria sobre a participação de Moc na Bienal tá muito bacana. Deu vontade de ver a peça. Saudades dos tempos de movimento estudantil... ser gente grande dá um trabalho... Beijos

Anônimo disse...

Falaaaaaaa meu caro Ramo.
Tá de parabéns pelo blog, tá bonito e cheio de info legal.

Fora isso, repito que é uma enorme sastisfação poder estar em contato contigo de novo.

Abração do seu brother aki.
Até...