quinta-feira, 8 de janeiro de 2009

Adeus!


August Friedrich Schmidt


Não entenderás nunca os motivos que me fizeram atravessar

A grande noite, a fria noite e a tua indiferença.

Vim porque a minha hora estava se tornando longa demais;

E o frio já me gelava

Vim porque o escuro estava pesando sobre os meus olhos

E o meu ser estava encolhido, longe da morte e da vida

Longe de tudo!

Vim porque não podia, porque era um condenado

Porque precisava de ti.

Vim porque me prometeste um dia o sossego

e eu acreditei nas tuas palavras.

Vim porque não podia mais!




Sei porém que és pior do que o escuro e o frio

Sei que és mais terrível do que a solidão

Sei que és o meu próprio vazio

E que o teu mundo não é o meu.

Sei o que pensaste quando me viste entrar.

Eras a minha ilusão final

Hoje nem mais meu desespero tu és.

Minhas palavras te são indiferentes

Eu te sou indiferente.

Mas antes de partir quero te dizer adeus!



Quero demorar-me sobre o teu túmulo porque é o meu túmulo

Quero chorar sobre o teu corpo porque é meu corpo

Quero demorar-me um minuto ao teu lado

Porque és eu mesmo, oh! Minha sombra, meu engano e minha dor.



Dica da minha querida amiga Graciele.



A Estrada vai além do que se vê!

Um comentário:

Sumayra Oliveira disse...
Este comentário foi removido pelo autor.