segunda-feira, 12 de janeiro de 2009

Dê um grito contra a matança em Gaza!


O massacre de crianças por Israel, no traço de Ênio Lins


Por Adalberto Monteiro*


Corre sangue no rio Jordão

E os sacrificados não são ovelhas,

Mas meninos e meninas

Que agora nos tanques

Já não poderão atirar pedras...


Já não há gaze para tantos

Feridos em Gaza.

Atacada por mar, ar e terra,

Gaza sangra, Gaza geme,

Cercada, mutilada,

Gaza freme.

Gaza não é monte de argamassa,

Gaza é gente...


Mas, Gaza respira,

Gaza ama e resiste,

E lutará,

Até a última oliveira,

Até a última tamareira,

Até o último menino...


Ó povo judeu,

Que terrível crime comete

Vosso Estado!

A que estado caíste!

Vós, vítima dos guetos,

Vós, vítima do holocausto,

Vossos líderes

Tornaram-se de Hitler

Aprendizes.

Alguns já causam inveja ao mestre.


Ó povo judeu,

Liberta-te, pela memória

Dos teus,

Da vergonha de tua estrela

Adquirir a aparência

E a essência da suástica!


Como querer de um povo condenado ao gueto,

De um povo pelo inimigo dividido,

Reagir com a polidez dos diplomatas?

Ah!, amado povo palestino,

Por Arafat, por teus mártires,

Reconstrói tua unidade!


Que a bravura de Gaza,

Não nos acomode à poltrona,

Que a carnificina que a TV não mostra

Não seja apenas um filme que nos arranca lágrimas...

Olha para ti!

Acaso não és um romano

Sentando na torpe arquibancada

Vendo na arena

Os cristãos lutando contra os leões?


Faça alguma coisa por Gaza,

Mande uma carta ao teu político,

Meta a mão no bolso,

Sacuda os ombros de teu amigo,

Vá à tua janela e dê um grito,

Vá ao templo, corra à praça,

Mande um imeio, ou use outro meio,

Só não vale cruzar os braços

Ante essa matança, essa desgraça...



*Adalberto Monteiro, poeta e jornalista, é presidente da Fundação Maurício Grabois


A Estrada vai além do que se vê!

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