terça-feira, 14 de outubro de 2008

Jô Moraes declara apoio a Leonardo Quintão em BH

Um emocionante ato selou o apoio de Jô Moraes ao candidato Leonardo Quintão na disputa do segundo turno pela Prefeitura de Belo Horizonte. Participaram além dos militantes do PCdoB, dezenas de apoiadores que estiveram com a candidata comunista no primeiro turno, principalmente representantes do grupo Coerência Petista.

Na manhã desta segunda-feira (13/10), o diretório municipal do PCdoB, juntamente com a comissão política estadual e representantes do Comitê Central aprovaram por unanimidade o apoio ao peemedebista. Ao final da reunião, foi aprovada uma nota (veja a íntegra abaixo) que foi entregue a Leonardo durante o ato de apoio.

A atividade que anunciou o posicionamento aconteceu na sede do PMDB. Jô discursou afirmando que a primeira parte de sua missão foi cumprida com a realização do segundo turno e que agora vai trabalhar pela segunda etapa que é derrotar o candidato Márcio Lacerda e eleger Quintão.

Arranjo eleitoral
Jô relatou como foi a campanha no primeiro turno e a unidade que foi se criando entre todos os candidatos contra o candidato oficial de Aécio e Pimentel. “Nos encontramos em mais de 40 debates pela cidade, principalmente nas escolas e faculdades. Por onde andamos cresceu a certeza de que o grande desafio que BH tem é derrotar este arranjo eleitoral que quer nos empurrar um prefeito goela abaixo”.

Jô Moraes afirmou que a vitória de Leonardo Quintão vai ser a vitória do campo do presidente Lula e das forças democráticas. “Vamos impor mais esta derrota no Aécio, já que ele está amargando derrotas em todos os cantos de Minas”.

A comunista relatou os compromissos programáticos que Leonardo assumiu e que foram suas principais bandeiras de campanha, como a criação do Hospital da Mulher, o meio passe para os estudantes e a isenção de IPTU para as famílias mais pobres.

Petistas
O segundo a discursar foi o ex-deputado e delegado regional do Ministério da Reforma Agrária, o petista Rogério Correia. Ele falou em nome de todos os militantes do PT que estiveram na campanha de Jô Moraes no primeiro turno. Segundo Rogério, Quintão representará mais a continuidade do projeto iniciado por Patrus Ananias do que o candidato laranja indicado por Aécio Neves.

O candidato Leonardo Quintão comemorou o apoio recebido dizendo que ele será essencial para a sua vitória. Quintão prometeu fazer um governo de coalizão, “inclusive nossa administração será dirigida por um Conselho Político, igual ao do presidente Lula, se dá certo para ele, dará para nós também”.

Quanto aos compromissos que incorporou com o apoio de Jô e dos petistas, ele disse ter feito sem nenhuma dificuldade, “a maioria deles já estavam no meu programa de governo, os outros são propostas que eu já estava incorporando ao longo da nossa campanha”.


Veja a íntegra da nota do PCdoB de apoio a Leonardo Quintão

O PCdoB e o segundo turno em Belo Horizonte

As eleições municipais desse ano desafiaram a cidade a escolher a alternativa com a melhor identidade com o projeto progressista, democrático e popular. O PCdoB concorreu com a candidatura da deputada federal Jô Moraes – que participou da construção dessa experiência desde o primeiro momento em 1993. Honrosamente, Jô Moraes teve como vice uma liderança política do PRB, o administrador e pastor Cláudio Sampaio.

A campanha de Jô travou no primeiro turno uma memorável batalha democrática. Alertou Belo Horizonte quanto aos riscos da cidade ser governada por um candidato desconhecido imposto pelo governador e o prefeito. Denunciou a ameaça que o projeto iniciado por Patrus Ananias e Célio de Castro sofria de ser interrompido e substituído por um projeto baseado em choque de gestão e privatizações.

Com sobriedade e coragem política, a campanha de Jô levantou-se contra o abuso do poder econômico e o desrespeito à legislação eleitoral. Alertas que foram confirmadas pelo Ministério Público Estadual e pelo Tribunal Superior Eleitoral.

A campanha de Jô angariou e agradece o apoio sincero e decidido do Vice-presidente José Alencar, dos companheiros de outras legendas partidárias, de lideranças do movimento social e cultural, das universidades e escolas, e, sobretudo do povo de Belo Horizonte. Na essência, nos sentimos vitoriosos do nosso alerta ter sido ouvido por esta cidade rebelde e consciente.

A conduta política altiva e corajosa da deputada federal Jô Moraes foi decisiva para a realização do segundo turno, algo fora dos planos daqueles que se julgavam donos de BH. Somamos ao sentimento expresso nas urnas de que a cidade não aceita imposições, coronelismos, prefeitos biônicos. A maioria dos votos foi um sonoro não aos que querem tirar o nosso direito soberano de escolher nosso destino através do sufrágio.

As condições materiais insuficientes, o limitado tempo de TV e o cerceamento imposto pelas máquinas, não permitiram que a campanha de Jô se expandisse e chegasse ao segundo turno. Mas chegamos aqui com a sensação de dever cumprido.

Cabe agora tomar o melhor posicionamento que contribua para o reforço da base do governo do presidente Lula e da rearticulação de um pólo de centro-esquerda, que reafirme a importância dos partidos e de sua coerência programática.

Esse posicionamento parte da idéia de que a cidade não aceitou uma aliança política entre o PT e o PSDB que se apresentaram no país e no estado com diferenças programáticas entre governo da inclusão social e governo de privatizações e da defesa das elites. Sobretudo, somos chamados a apontar entre a duas candidaturas que se credenciaram para o segundo turno, escolhendo qual delas pode tornar nossa cidade mais humana e realizar uma gestão democrática.

O PCdoB e sua deputada federal Jô Moraes indicam ao eleitorado de BH que votem no candidato do PMDB, Leonardo Quintão. Essa indicação de voto se dá com base em compromissos programáticos firmados pela candidatura do PMDB, vinculados aos direitos do povo e à uma gestão democrática.

Quando optamos por caminhar junto com o PMDB, fazemos isso com a certeza de quem já esteve junto em várias outras ocasiões. Inclusive em eleições recentes, quando sustentamos a campanha de Lula e Nilmário, enquanto outros já caminhavam com aqueles que fazem oposição ao presidente Lula.

Fazemos isso também por entendermos a importância dos partidos políticos e de suas direções, de valorizar aqueles que respeitam e reconhecem nos partidos um sustentáculo fundamental da nossa democracia. Não concordamos e nos opomos aos que submetem os partidos aos seus meros interesses pessoais e menores.

Este rico debate de idéias que a cidade promoveu neste primeiro turno apontou questões fundamentais para a nossa cidade. Muitas delas se tornaram propostas basilares do nosso programa de governo. Nossa decisão de caminhar daqui para a frente com Leonardo Quintão se sustenta também no compromisso de que juntos poderemos implementar estas políticas. O compromisso de governar com base no princípio do estado laico, na valorização concreta dos servidores municipais, com amplo diálogo com suas entidades sindicais e no respeito aos direitos de cidadania de todos os segmentos da sociedade.

A administração de Leonardo Quintão deve ser uma gestão de participação popular, garantindo suas instâncias como o Orçamento Participativo, que deve ser valorizado, e instrumentos que assegure a democracia, como o Conselho e a Conferência da Cidade.

Enfrentar o grave problema do ensino, viabilizando o Pacto pela Educação que garanta acesso, permanência na escola e qualidade do aprendizado. Que a juventude da nossa cidade, que nos deu aulas de cidadania nas dezenas de debates que organizou nas escolas e universidades, tenha o direito ao meio-passe escolar, uma dívida que BH tem com os estudantes, já que é uma das únicas capitais do país sem este benefício.

Que a população mais pobre da cidade tenha a garantia da regularização fundiária, tendo acesso às sonhadas escrituras e os proprietários de imóveis no valor venal de até 50 mil reais sejam isentos do pagamento do IPTU.

Que no governo de Leonardo Quintão mais mulheres estejam a frente de secretarias e órgãos da administração. Que sejam triplicadas as vagas das creches e das escolas de educação infantil. Que a nova administração assuma o pacto para a redução da mortalidade materna e crie o Hospital da Mulher, uma unidade de referência e de atenção integral a saúde da mulher.
Que na cidade seja fortalecida a atenção primária com as equipes de saúde ampliadas e completas, em uma perspectiva de cuidado integral.

O compromisso principal que um governo de coalizão deve assumir é governar com um Conselho Político composto das legendas dos partidos comprometidos em manter a cidade no rumo de uma gestão democrática. Construir a Belo Horizonte de amanhã, que exige um projeto com planejamento, integração da região metropolitana e humanização dos serviços. Colocar as pessoas em primeiro lugar, principalmente os mais humildes, garantindo saúde, educação, segurança e qualidade no transporte público, sendo orientador de um novo ciclo de desenvolvimento para a cidade, em permanente diálogo com a população de Belo Horizonte.


Belo Horizonte, 13 de outubro de 2008.



A Estrada vai além do que se vê!

3 comentários:

Chico Cardoso disse...

Caros,
Pelo que conhecemos do PMDB mineiro e suas lideranças, uma possível gestão municipal do Leonardo Quintão seria um desmonte das políticas públicas duramente construídas nos últimos 16 anos. Conheço, pela minha experiência profissional como sanitarista, a situação da gestao das capitais da maioria dos estados. Se BH não é nenhum paraíso, pelo menos coloca-se hoje num patamar exemplar para a maioria delas.
Acho que o PCdoB e a ala dissidente do PT estão totalmente equivocados neste apoio.
Espero ainda que ele não ganhará a eleição.
VOTAR NOS QUINTÃO NÃO!

Francisco Carlos Cardoso de Campos "Chico Poté"

Anônimo disse...

Somos de bh e por isso mesmo não nos deixamos levar por imposições, pela força dos poderosos, por aqueles que se julgam senhores de nossos destinos e de nossa vontade. É hora de
reagir. è hora demostrar que não somos marionetes, que o coronelismo já acabou e que a democracia não é feita por aqueles que impõem suas vontades e se julgam deuses. Vamos acabar com isso. A hora é agora. LEONARDO QUINTÃO PARA PREFEITO.

Anônimo disse...

No primeiro turno votei na canditada Jô Morais, com um firme pensamento dentre todos os candidatos ela era a única que tinha uma sólida história de vida política para BH. No segundo turno sou obrigado a decidir entre o candidato da Aliança - Márcio Lacerda e o populismo, o sentimentalismo, as propostas vazias, chavões, a arte de falar em público e o falso sotaque do interior de um candidato que estudou 8 anos no EUA, sim ele mesmo Leonardo Quintao.
Não fique de birrinha com a Aliança e vote em Quintão, por que quando o circo pegar fogo não tera mais salvação.
Muito me admira o pc do b se misturando a um homem do tipo de quintao so para contrapor ao aecio e ao pimentel....creio q nossos valorosos defensores da democracia e da sociedade durante a ditadura militar já estão caducando.