Palestras e debates marcam o fim de semana do PCdoB em Minas
O fim de semana foi intenso para os militantes do Partido Comunista do Brasil em Minas. Na sexta-feira (26/02) foi lançado o livro “Ideias e Rumos”, do presidente nacional do Partido, Renato Rabelo, na Câmara Municipal de Belo Horizonte. No sábado(27/02) e domingo (28/02), os militantes participaram de um Seminário de Formação Política e Eleitoral, que aconteceu na Sede do CREA, em Belo Horizonte.
No lançamento do livro, a deputada federal Jô Moraes defendeu a importância de apresentar novos rumos para o país. O representante da Fundação Maurício Grabois em Minas, Zito Vieira fez a apresentação do livro e salientou a busca por uma nação avançada, moderna, justa e mais solidária.
No lançamento do livro, a deputada federal Jô Moraes defendeu a importância de apresentar novos rumos para o país. O representante da Fundação Maurício Grabois em Minas, Zito Vieira fez a apresentação do livro e salientou a busca por uma nação avançada, moderna, justa e mais solidária.
O autor do livro, Renato Rabelo fez uma explanação dos temas de seu livro, e explicou os rumos para conquistar um modelo de Brasil socialista. Renato falou da influência negativa dos EUA em diversas partes do mundo e dos muros impostos por eles. De acordo com ele, muros tão separatistas e tão mais altos que o muro de Berlim estão sendo construídos pelo mundo. O Presidente citou como exemplo, os mais de 7 mil Km de muralha que separa o México, o muro que divide as duas Coreias, e do muro, que segundo ele, é um escárnio que separa Israel da Palestina. Renato afirma que são todos muros construídos pelo imperialismo norte americano, mas que ninguém lembra, somente do de Berlim.
Em seu discurso, o presidente discorreu sobre as dificuldades da criação de um novo sistema, mas deixou bem claro que o capitalismo é um sistema que está historicamente superado como meio de produção, “porém não como forma política-ideológica, pois isso não é feito da noite para o dia”, afirmou. Renato explicou como se dá a mudança e salientou que o esboço do novo projeto começou a surgir no segundo governo de Lula. “Baseado nesse início tem-se a possibilidade de criar um novo projeto, que leva em conta: a soberania nacional; a democratização da sociedade (saúde, educação e moradia de forma universal e de qualidade) e o progresso social (pois investir em direitos é uma forma de modernizar o país).
Para finalizar, Renato Rabelo deixou claro que o Brasil vive um momento político inédito, insólito.“Oito anos é muito pouco tempo se levarmos em consideração as transformações necessárias para o país. Obstáculos ainda são grandes e 2010 é a encruzilhada imediata que o PCdoB vai viver. É preciso, cursos de formação e criação de um projeto com uma linha determinada que deverá predominar por cerca de 10, 20 ou até 30 anos”, afirmou.
O deputado Carlin Moura (PCdoB), o presidente do PT/MG Reginaldo Lopes, o secretário de Assuntos Institucionais da Prefeitura de Belo Horizonte, Mário Assad Júnior, representando o prefeito Márcio Lacerda e o prefeito de Lagoa Santa e presidente da Associação dos Municípios da Região Metropolitana de Belo Horizonte – GRANBEL, Rogério Avelar, estiveram presentes no lançamento.
Seminário “Uma Minas para sua gente”
Promovido pelo Comitê Estadual do PCdoB-MG, o objetivo do seminário foi o de preparar o partido para os desafios políticos e eleitorais para esse ano de 2010. A abertura foi feita pelo presidente do partido, Renato Rabelo, que fez uma análise sobre a conjuntura nacional, o papel de Minas no cenário, os desafios partidários e a plataforma do PCdoB para as eleições.
“A construção da política se dá no dia a dia, com a cooptação de pessoas que compartilham das mesmas ideias em prol do objetivo comum”, em resumo, essa pode ser a frase que norteou as falas dos presentes no seminário.
O presidente nacional do PCdoB contextualizou a crise econômica mundial e o papel do Brasil. Ele explicou a nova luta do socialismo: os desafios do novo projeto de desenvolvimento nacional. Para ele, falta ainda compreender a importância de estatizar para induzir o desenvolvimento acelerado com uma política de distribuição de renda. Questões das novas energias como uma das bandeiras da reforma no país, além da democratização da comunicação e a agroindústria foram citadas por ele.
Renato fez uma retrospectiva da “era FHC” e mostrou como tudo era conduzido pelo mercado. Citou por exemplo a financeirização como fator gerador da crise. E mostrou que a ideia de superação é a luta concreta: a estatização dos meios econômicos. Ele mostrou que o desafio do PCdoB é democratizar o país, com saúde, educação, trabalho e moradia de qualidade para a população. Para ele, não há como ter grande desenvolvimento sem uma indústria de ponta, que só se dará com educação, ciência e tecnologia, “pois um povo instruído se torna autônomo, sem isso não adianta”, ressaltou.
Outro ponto citado por ele foi a Reforma Tributária, que age diretamente sobre a renda (quem ganha menos paga menos impostos) para ajudar a resolver o ciclo da desigualdade social. Em relação a conjuntura eleitoral de 2010, o presidente deixou claro que é uma disputa acirrada. Para ele, a luta da elite irá continuar “a elite não concebe a emancipação social de grande parcela da população”.
Segundo ele, a luta não é só contra a direita, mas também contra a grande mídia. “A mídia por exemplo, não aceitava o segundo mandato de Lula, quanto mais agora a sua sucessão, essa luta é radical”, afirmou. Ele citou Dilma e reafirmou que a candidata escolhida por Lula é a melhor continuação do projeto. “Sua história é de luta pela liberdade; passou pela ditadura, foi presa, hoje tem papel fundamental de sustentação no governo”. De acordo com Renato, o PCdoB está discutindo o projeto de governo da Dilma “estamos negociando nosso projeto. Nós temos condições de vencer, mas temos que ter unidade para combater a direita, que tem a mídia nas mãos. Elegendo Dilma vamos ter mais oito anos e serão 16 anos de busca por mudanças, assim vamos realmente mudar o Brasil”.
Uma nova Minas
A deputada Federal Jô Moraes fez a análise da conjuntura estadual. Ela citou a questão da dívida pública e das privatizações no Estado, o que segundo ela, “é a marca das elites mineiras”. A deputada citou também o sucateamento do aparato organizacional e o descaso que o governo do Estado tem com a questão social.
O deputado Estadual Carlin Moura também fez uma reflexão sobre o Estado. Antes ele fez uma análise nacional e comparativa com Minas. De acordo com ele, a política adotada pelos outros governos antes de Lula sempre foi a de repressão da demanda e aumento da taxa de juros. Ele citou também a política pública de inclusão social adotada pelo atual governo, que fez com que o Brasil subisse 10 pontos no ranking da linha de pobreza. Para o deputado, além do Bolsa Família, da erradicação da mortalidade infantil, das políticas para a mulher, uma grande vitória foi a política de recuperação do salário mínimo. Para o deputado, isso tudo está dando uma boa base para a esquerda na disputa eleitoral de 2010.
Em Minas, a taxa de crescimento que sempre foi maior em relação ao restante do país, na crise também teve também a maior queda. Isso, porque de acordo com o deputado, o estado mantém uma economia extrativista exportadora. “Com a crise houve uma perda de espaço das commodities para o exterior”, afirmou. Ele citou regiões de Minas que mais sofreram com a crise, como a Zona da Mata que já foi vista como grande exemplo para o estado e hoje é esquecida, e chega ao extremo de degradação.
Outro ponto citado por Carlin é a questão da falta de concursos públicos em Minas. Com exceção da Polícia Militar, não houve concursos no estado nos últimos oito anos. “O que há é um aumento de cargos comissionados”, afirma ele. Para o deputado é realmente necessário investimento na segurança, mas de acordo com Carlin esse concurso é puro marketing, pois a segurança ostensiva dá visibilidade, e cria uma pseudo sensação de segurança à população, Carlin afirmou que esse contingente na rua, “dá voto”. “É preciso investir, também, na Polícia Civil, que serve para prevenir crimes e punir culpados. Hoje em Minas tem cerca de 6 mil policiais civis, quase 15 mil a menos do que é necessário para um estado do tamanho de Minas”.
Ele afirmou que não há projeto de inclusão social em Minas, só os do Governo Federal. “O grande desafio é fazer um novo projeto político, a unidade da base de sustentação do governo Lula em Minas. Nas pesquisa de opinião, nosso campo tem 85% das intenções de votos (seja com Pimentel, Patrus ou Hélio Costa).
O secretário executivo do Ministério do Esporte, Wadson Ribeiro fez uma intervenção de incentivo que emocionou os militantes. Ele falou sobre a trajetória do PCdoB nas eleições e de sua história de clandestinidade. “Nessa conjuntura que se consolida o direito civil, sem interrupções, o PCdoB precisa ter presença concreta no parlamento. Fazer política sem querer chegar ao poder não é fazer política”.
Para o secretário, a construção real do socialismo não se faz com a minoria. “ As pessoas precisam acreditar nas ideias, pois o jogo eleitoral sem reforma política está contra nós, pois é o jogo da máquina”, afirmou.
O Seminário contou ainda com palestas sobre a “Tática Eleitoral” do partido, sobre “Planejamento de Campanha”, “Finanças, Prestação de Contas e Legislação eleitoral”, além de “Comunicação e Publicidade Eleitoral”.
Sheila Cristina para o Caderno Vermelho Minas
A Estrada vai além do que se vê!
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