quinta-feira, 10 de março de 2011

Coletivo Jovem da CTB/RS planeja Encontro Estadual

Lideranças da juventude trabalhadora ligadas a educação, cultura, sapateiros, comerciários e trabalhadores rurais, se reuniram no dia 25 de fevereiro na sede da FECOSUL em Porto Alegre/RS para discutir as ações da Central dos Trabalhadores e Trabalhadoras do Brasil (CTB) no Rio Grande do Sul, na área da juventude para o ano de 2011. A reunião do Coletivo da Juventude Trabalhadora da CTB gaúcha teve a presença do dirigente estadual da CTB, Henrique, e dos dirigentes nacionais Vicente Selistre e Vitor Espinoza, presidente do Sindicomerciários de Taquari.

O Coletivo de Juventude Trabalhadora da CTB/RS aceitou o desafio estratégico que está colocado para a CTB no próximo período: atrair a juventude gaúcha para o movimento sindical. Para isso, faz-se necessária a tarefa de organizar um expressivo II Encontro Estadual da Juventude Trabalhadora da CTB, que possa definir as principais bandeiras da juventude trabalhadora gaúcha e definir um programa unificado de luta da juventude da CTB no estado.

Trabalho, educação, cultura e lazer são direitos da juventude

Tal encontro, que deve ser propositivo para o II Encontro Nacional da Juventude Trabalhadora da CTB e para a II Conferência Nacional de Juventude, precisará discutir e propor políticas que possam garantir os direitos da juventude trabalhadora do campo e da cidade. Trabalho, educação, cultura e lazer são as principais preocupações dos jovens hoje, segundo institutos como o IBGE, o IBASE e o IPEA. Conciliar trabalho e educação com acesso a produção e consumo do lazer e da cultura é uma dificuldade que se apresenta a juventude brasileira.

Como trabalhar e estudar ao mesmo tempo? Para o trabalhador estudante do campo, a dificuldade de responder a essa pergunta está na insuficiente oferta de educação no meio rural, bem como de crédito, assistência técnica e demais políticas de incentivo a permanência do jovem no campo. Tal carência de políticas acaba criando um cenário que dificulta a permanência do jovem no meio rural e a continuidade da agricultura familiar. Intensifica-se, com isso, a urbanização desordenada dos grandes centros.

Os jovens do meio urbano também encontram desafios. Conseguir um emprego acaba sendo o objetivo maior, mas deixar os estudos de lado é a senha para não conseguir melhores remunerações futuras. As longas jornadas de trabalho muitas vezes desestimulam o jovem a continuar estudando, produzindo altos níveis de evasão escolar desde o nível fundamental até a pós-graduação, mesmo que os últimos anos tenham sido marcados pelo aumento de vagas nos três níveis, em especial no nível superior. Tanto para os jovens que conseguem aliar trabalho e estudo, quanto para os que só estudam ou só trabalham, o acesso a cultura e lazer é dificultado, seja por falta de tempo, seja por falta de dinheiro.

Por tudo isso, é preciso formular um programa que unifique os trabalhadores do campo e da cidade, da agricultura, indústria, comércio e serviços, em torno das especificidades do que é ser jovem hoje. O trabalhador e estudante precisa de políticas de garantia da conciliação dessas duas atividades, coibindo os abusos patronais, como o trabalho aos domingos, ampliando a assistência para a mãe trabalhadora, ampliando políticas de estímulo a permanência do jovem no campo.

Vale-cultura: uma conquista que deve ser garantida

Como diz a canção dos Titãs, “a gente não quer só comida, a gente quer bebida diversão e arte”. Graças a luta dos trabalhadores e trabalhadoras, obteve-se o vale-cultura, que é um vale de R$50 para trabalhadores com rendimento de até cinco salários mínimos, que poderá ser gasto em cinemas, teatros, shows, eventos esportivos, livrarias, etc. No entanto, para implementar a medida, os empresários precisam aderir ao benefício. É hora de colocar como pauta de negociação nas convenções coletivas a adesão ao vale-cultura tanto no serviço público como no privado.

Não são poucas as demandas da juventude trabalhadora. A conquista de seus direitos contribui diretamente para o desenvolvimento do Rio Grande do Sul e do Brasil. Intensificar a mobilização e as lutas é o único caminho para construir um projeto de desenvolvimento que valorize os jovens trabalhadores, que na maioria das vezes estudam, e que não pode abrir mão de acessar e produzir cultura. O desafio do Coletivo da Juventude trabalhadora da CTB/RS está colocado. É hora de pisar no acelerador e fazer um 2011 cheio de lutas e realizações.


Do blog Igor de Fato

A Estrada vai além do que se vê!

Nenhum comentário: