terça-feira, 11 de janeiro de 2011

A Bienal está de volta e o Rio de Janeiro continua lindo


Muitos dizem que não há no mundo cidade mais encantadora. Paris, Roma, Madrid, Atenas, Jerusalém, Cairo, Dubai e Nova York guardam suas belezas, suas tradições, suas culturas e suas civilizações. Já a Cidade Maravilhosa, coração do Brasil, 2ª maior cidade do país e 3ª maior da América do Sul guarda, como diz o verso da marchinha, encantos mil.

Com o charme do sol de Ipanema, do mar de Copacabana, da Lagoa Rodrigo de Freitas ou da Mata Atlântica, apresenta-se São Sebastião do Rio de Janeiro ou, para quem quiser, somente Rio de Janeiro ou Rio, sede da 7ª Bienal da União Nacional dos Estudantes (UNE) e do 13º Conselho Nacional de Entidades de Base (CONEB). Acolhe as praias mais famosas do Brasil – e talvez do mundo – abriga florestas, encanta com o Pão de Açúcar e é abraçada pelo Cristo Redentor que, do alto do Corcovado, abençoa a todos sempre de braços abertos.

A cidade, que recebe mais de cinco milhões de visitantes por ano em seu turismo doméstico, abrigará cerca de 10 mil estudantes de outros estados, entre os dias 14 e 23 de janeiro, participando do Coneb e da Bienal. Uma prévia da década de grandes eventos para o Rio de Janeiro, incluindo a Copa de 2014 e as Olimpíadas de 2016.

O encontro com as formas e cores, sons, jeitos e expressões dos jovens brasileiros não é inédito para o Rio. A UNE e a Cidade maravilhosa têm relação de longa data. Em 2001 e 2007, a Bienal foi realizada na capital fluminense e a integração dos estudantes com a cidade foi intensa, ocupando espaços como a tradicional região da Lapa e expandindo-se, a partir do projeto Lado C, para o intercâmbio com comunidades e favelas cariocas de notada produção cultural.

A história da UNE com o Rio de Janeiro, no entanto, data de 1937, quando a entidade foi criada e teve capítulo importante em 1942, quando o presidente Getúlio Vargas concedeu aos estudantes a sede nacional de sua entidade no endereço da Praia do Flamengo, 132. A sede foi invadida e incendiada pela ditadura militar, nos primeiros momentos do golpe de 1964. Posteriormente, o prédio foi demolido e o terreno desapropriado durante as décadas seguintes. Porém os estudantes reocuparam o espaço em uma grande manifestação durante a Bienal de 2007. Atualmente, a UNE prepara ali construção de seu novo prédio, com projeto já desenhado por Oscar Niemeyer.

A 7ª Bienal e o Rio

A edição 2011 da Bienal se reafirmará como atividade inovadora e ímpar na história do movimento estudantil, dando ênfase à inter-relação e ao compartilhamento de conhecimento sobre a juventude e estimulando o debate sobre o samba, um dos mais recentes Patrimônios Culturais do Brasil.

As matrizes desse gênero de música, dança e jeitinho bem cariocas estão no pé do sambista, na mão do pandeirista, no som do cavaco, em cima dos morros e na Marquês de Sapucaí. Sendo assim, se o assunto é samba, nenhum lugar melhor do que o Rio para acolher os milhares de estudantes, interessados também nos debates que vão além do histórico musical desse estilo. Os cenários escolhidos para essa edição são alguns dos mais bonitos cartões postais da cidade do Rio de Janeiro: O Aterro do Flamengo e a Lapa.

O primeiro se encontra no coração do Rio. Próximo ao Centro da cidade, às praias da Zona Sul e ao Aeroporto Santos Dumont, a região dispõe de uma das áreas mais bonitas da cidade com vista ao Pão de Açúcar, Corcovado e Baía de Guanabara. Numa área estimada em 1.200.000 metros quadrados, o Parque Aterro do Flamengo já foi sede de importantes eventos como a ECO 92 e a versão descentralizada do Fórum Social Mundial.

Já a Lapa, que se tornou ao longo dos anos o reduto da velha boêmia da cidade do Rio, agrega variadas manifestações musicais sem ofuscar gêneros e artistas. Palco para o lirismo das letras do samba, os acordes do som do nordeste e a modernidade da música eletrônica e do Rock, todos convivem em perfeita harmonia nos bares espalhados pelas ruas Mem de Sá, Riachuelo e Lavradio. Todo esse cenário contribuirá para os debates desses dois eventos da UNE que prometem esquentar ainda mais a cidade dos quarenta e tantos graus.

Sobre o Rio de Janeiro

A diversidade deslumbrante do Rio não está somente na formação geonatural de seu “mar e floresta”. O cartão postal do país, lembrado por essas atrações e pelo melhor carnaval do mundo é também um dos mais belos centros urbanos já vistos, configurando a região como metrópole continental, um dos principais centros econômicos e culturais do país.

Fundada em 1565, o Rio foi abençoado pelo nome do mais místico rei de Portugal: D. Sebastião. Os portugueses habitaram este povoado, que foi sede do governo português durante todo o período colonial e a capital brasileira de 1822 a 1960, palco de quase todos importantes momentos políticos, sociais e culturais brasileiros até então.

Em um país de civilização jovem como o Brasil, uma cidade de quatrocentos e quarenta e cinco anos representa um patrimônio que deve ser zelado pelos brasileiros. Por circunstâncias várias, o Rio sempre foi uma região aberta a todos. E é aí que reside a sua principal característica: a alma carioca da cidade, conhecida pelo humor e pela espontaneidade. Ser carioca é um estado de espírito, não uma denominação.

Do Leme ao Pontal, as cores e formas da nossa cultura trazem o peso da cidade maravilhosa. Tom Jobim e Vinícius de Moraes, por exemplo, se serviram dos cenários do Rio para desenhar a bossa nova, um dos gêneros musicais brasileiros consagrados mundialmente e uma referência para várias gerações de artistas. João Cabral, na Praia do Flamengo, Manuel Bandeira, na Glória, e Carlos Drummond de Andrade, em Copacabana fizeram versos e prosas declarando amor e paixão, além de reverência pela capital fluminense. Pancetti e Sylvio Pinto, com suas marinhas, retrataram o litoral da cidade, do cais do porto a Grumari, em um contorno quase feminino de suas praias e morros.

Falar do Rio de Janeiro é falar de multiplicidade. Uma cidade que revive o passado e se reflete no presente com a mesma doçura e ilusão, através de prédios antigos, da Lapa com cara de amores perdidos, de gente comum, artistas renomados, de samba no pé e de copos gelados. Escadarias de azulejos coloridos e poliglotas, conjuntos de pessoas encantadas de todo o mundo, morro e asfalto fazem parte do ecletismo singular e fenomenal que só o Rio sabe bancar.

Confira alguns dados da cidade:

Área: 43.696,1 km2.

Relevo: planície litorânea com morros, lagos, várzeas e dunas e planalto a oeste.

Ponto mais elevado: pico das Agulhas Negras, na serra do Itatiaia (2.789 m).

Rios principais: Paraíba do Sul, Macaé, Muriaé, Piraí, Grande.

Vegetação: mangue no litoral e mata Atlântica, floresta tropical.

Clima: tropical atlântico.

Municípios mais populosos: Rio de Janeiro (6.136.652), São Gonçalo (973.372), Duque de Caxias (855.010), Nova Iguaçu (844.583), Belford Roxo (489.002), Niterói (476.669), São João de Meriti (466.996), Campos dos Goytacazes (429.667), Petrópolis (310.216), Volta Redonda (258.145) – 2006.

Hora local: a mesma de Brasília.

Habitante: fluminense. Apesar de carioca ser o gentílico da cidade do Rio, ultimamente o termo tem sido muito usado para designar também quem é natural do Estado do Rio.

Bandeira: estrela Beta do Cruzeiro do Sul (ß = Mimosa).

O Rio de Janeiro é uma das 27 unidades federativas do Brasil. Situa-se na porção leste da região Sudeste, tendo como limites os estados de Minas Gerais (norte e noroeste), Espírito Santo (nordeste) e São Paulo (sudoeste), como também o Oceano Atlântico (leste e sul). Ocupando uma área um pouco maior que a Dinamarca, muitas cidades destacam-se devido à forte vocação turística: Angra dos Reis, Armação dos Búzios, Arraial do Cabo, Cabo Frio, São Pedro da Aldeia, Nova Friburgo, Penedo (distrito de Itatiaia), Paraty, Petrópolis, Rio das Ostras, Saquarema, Teresópolis, Sumidouro, entre tantas outras.

Patricia Blumberg, para a página da 7ª Bienal da UNE

A Estrada vai além do que se vê!

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