Cerca de três mil estudantes protestaram, hoje (15), pelo fim do vestibular. Ao som de funk e música eletrônica, a passeata organizada pela União Brasileira dos Estudantes Secundaristas (UBES), com o apoio da UNE, saiu do Museu de Arte de São Paulo (Masp), desceu a Consolação, e rumou para a Secretaria Estadual de Educação, no centro de São Paulo. Além do fim do vestibular, os estudantes contestaram a nomeação de Paulo Renato para a pasta de Educação. As ações fazem parte do Abril para a Educação que acontece em todo o país.
Para Ismael Cardoso, presidente da UBES, as mudanças no vestibular propostas pelo Ministério da Educação são “tímidas” e “limitadas”. Segundo ele, que defende o “Enem seriado”, não basta substituir o vestibular tradicional pelo novo Enem. “A ideia é pegar o filme do estudante e não a foto. A melhoria do vestibular tem que estar casada com a melhoria do ensino médio”, afirma Ismael. De acordo com ele, a aplicação do exame de modo seriado também ajudaria a aprimorar o ensino médio.
Para Lúcia Stumpf, presidente da UNE, as mudanças devem estar aliadas à ampliação dos recursos do MEC para a assistência estudantil, uma vez que se acredita que a unificação do vestibular das federais provoque maior mobilidade estudantil no país. Segundo a presidente da UNE, a proposta é que sejam aplicadas provas ao final de cada ano do ensino médio, com um método de avaliação mais voltado à interpretação do que ao acúmulo de conteúdo.
As entidades acreditam que por se tratar de um assunto de extrema relevância não pode estar atrelado à agenda eleitoral. "É preciso uma discussão ampla com a sociedade, principalmente com a comunidade acadêmica. Não pode ser colocada como uma proposta unilateral isolada. O vestibular é apenas um dos pontos para a universalização do ensino", declara Lúcia.
As lideranças citam o Programa de Avaliação Seriada (PAS) da Universidade de Brasília (UnB) como um “modelo” de formato da proposta estudantil. O PAS é como o vestibular, só que dividido em três etapas, uma ao final de cada série do ensino médio. No entanto, a metodologia da avaliação defendida pelos estudantes estaria mais ligada à do Exame Nacional de Ensino Médio (Enem), em que as questões são mais analíticas e interpretativas.
Oportunidade
Esse novo tipo de avaliação daria ao aluno a oportunidade de se aperfeiçoar ao longo do ensino médio e se preparar melhor para ingressar no ensino superior, na avaliação do presidente da UBES, Ismael Cardoso. “[A avaliação em etapas] dá chance para o aluno ver o que ele errou e melhorar.”
O novo Enem, que deverá funcionar como vestibular unificado para as universidades federais, é considerado uma “resposta às demandas” do movimento estudantil, de acordo com Lúcia. Mas ela acredita que essa ainda não é a maneira ideal de permitir o ingresso ao ensino superior. “[O novo Enem] mantém a característica de uma prova única que define toda a vida acadêmica do estudante”, disse.
Além do fim do vestibular, os estudantes se manifestam contra as cotas para cobrança de meia-entrada em eventos culturais, por mais recursos para a educação pela aprovação do Projeto de Lei de Reserva de Vagas nas universidades públicas e contra a nomeação do novo secretário de Educação do Estado de São Paulo, Paulo Renato Souza. Os estudantes dizem que desaprovam a gestão de Renato à frente do Ministério da Educação, no governo Fernando Henrique Cardoso.
Paulo Renato ausente
Quando a passeata chegou à Secretaria, depois de uma caminhada de cerca de uma hora e meia entre a Avenida Paulista e a Praça da República, o prédio estava com os portões fechados e policiais reforçavam a segurança. Eles queriam falar com o secretário Paulo Renato, mas foram recebidos por assessores.
Durante cerca de 20 minutos, os representantes das entidades e da Secretaria conversaram. Os estudantes cobraram medidas para garantir o fim das aulas nos corredores das escolas, mais rigor nos livros didáticos e mais investimentos na infraestrutura das escolas e nas condições de trabalho dos professores. Eles também entregaram um manifesto chamado "Sou mais educação", nome da campanha da Upes (União Paulista dos Estudantes Secundaristas) por mais qualidade de ensino.
Segundo o presidente da Upes, Arthur Herculano, os assessores discordaram dos números apresentados pelas entidades a respeito da situação da educação no estado. “Nós deixamos claro que independente das divergências existem sérias denúncias sobre a qualidade de ensino no Estado. Além disso, exigimos mais democracia nas escolas. Na maioria delas, a atuação dos grêmios e a entrada das entidades estudantis é proibida”, denuncia Arthur ao Portal Vermelho.
Além de São Paulo, também Salvador e Belo Horizonte realizaram protestos neste mês. Até o final da semana, novos protestos pelo fim do vestibular devem ocorrem em Manaus e Florianópolis. No dia 25, a UBES promete realizar uma blitz nacional nos cinemas pela defesa da meia-entrada.
Fotos: Vanessa Stropp (valeu Vanessa!)
Para Lúcia Stumpf, presidente da UNE, as mudanças devem estar aliadas à ampliação dos recursos do MEC para a assistência estudantil, uma vez que se acredita que a unificação do vestibular das federais provoque maior mobilidade estudantil no país. Segundo a presidente da UNE, a proposta é que sejam aplicadas provas ao final de cada ano do ensino médio, com um método de avaliação mais voltado à interpretação do que ao acúmulo de conteúdo.
As entidades acreditam que por se tratar de um assunto de extrema relevância não pode estar atrelado à agenda eleitoral. "É preciso uma discussão ampla com a sociedade, principalmente com a comunidade acadêmica. Não pode ser colocada como uma proposta unilateral isolada. O vestibular é apenas um dos pontos para a universalização do ensino", declara Lúcia.
As lideranças citam o Programa de Avaliação Seriada (PAS) da Universidade de Brasília (UnB) como um “modelo” de formato da proposta estudantil. O PAS é como o vestibular, só que dividido em três etapas, uma ao final de cada série do ensino médio. No entanto, a metodologia da avaliação defendida pelos estudantes estaria mais ligada à do Exame Nacional de Ensino Médio (Enem), em que as questões são mais analíticas e interpretativas.
Oportunidade
Esse novo tipo de avaliação daria ao aluno a oportunidade de se aperfeiçoar ao longo do ensino médio e se preparar melhor para ingressar no ensino superior, na avaliação do presidente da UBES, Ismael Cardoso. “[A avaliação em etapas] dá chance para o aluno ver o que ele errou e melhorar.”
O novo Enem, que deverá funcionar como vestibular unificado para as universidades federais, é considerado uma “resposta às demandas” do movimento estudantil, de acordo com Lúcia. Mas ela acredita que essa ainda não é a maneira ideal de permitir o ingresso ao ensino superior. “[O novo Enem] mantém a característica de uma prova única que define toda a vida acadêmica do estudante”, disse.
Além do fim do vestibular, os estudantes se manifestam contra as cotas para cobrança de meia-entrada em eventos culturais, por mais recursos para a educação pela aprovação do Projeto de Lei de Reserva de Vagas nas universidades públicas e contra a nomeação do novo secretário de Educação do Estado de São Paulo, Paulo Renato Souza. Os estudantes dizem que desaprovam a gestão de Renato à frente do Ministério da Educação, no governo Fernando Henrique Cardoso.
Paulo Renato ausente
Quando a passeata chegou à Secretaria, depois de uma caminhada de cerca de uma hora e meia entre a Avenida Paulista e a Praça da República, o prédio estava com os portões fechados e policiais reforçavam a segurança. Eles queriam falar com o secretário Paulo Renato, mas foram recebidos por assessores.
Durante cerca de 20 minutos, os representantes das entidades e da Secretaria conversaram. Os estudantes cobraram medidas para garantir o fim das aulas nos corredores das escolas, mais rigor nos livros didáticos e mais investimentos na infraestrutura das escolas e nas condições de trabalho dos professores. Eles também entregaram um manifesto chamado "Sou mais educação", nome da campanha da Upes (União Paulista dos Estudantes Secundaristas) por mais qualidade de ensino.
Segundo o presidente da Upes, Arthur Herculano, os assessores discordaram dos números apresentados pelas entidades a respeito da situação da educação no estado. “Nós deixamos claro que independente das divergências existem sérias denúncias sobre a qualidade de ensino no Estado. Além disso, exigimos mais democracia nas escolas. Na maioria delas, a atuação dos grêmios e a entrada das entidades estudantis é proibida”, denuncia Arthur ao Portal Vermelho.
Além de São Paulo, também Salvador e Belo Horizonte realizaram protestos neste mês. Até o final da semana, novos protestos pelo fim do vestibular devem ocorrem em Manaus e Florianópolis. No dia 25, a UBES promete realizar uma blitz nacional nos cinemas pela defesa da meia-entrada.
Fotos: Vanessa Stropp (valeu Vanessa!)
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A Estrada vai além do que se vê!
Um comentário:
Ola ramon, sou a Mariana tesoureira da UJS Santo André e dir. de cultura da UMES ... adorei seu blog! gostaria de saber se tem como vc estar enviando para nós algumas fotos do ato do dia 15 dos estudantes, eu perdi o email da vanessa do cuca, se vc puder ta passando o email dela pode ser tb. meu email é: morena_um@hotmail.com , obrigada e parabéns pelo blog! :*
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