Hoje publicamos uma entrevista com um grande amigo meu, o palmeirense Gustavo Petta, ex-presidente da União Nacional dos Estudantes (UNE) e diretor nacional da União da Juventude Socialista (UJS), candidato jovem a vereador na cidade de São Paulo.
Boa sorte Petita!!!
Gustavo Petta fala sobre seus projetos para as próximas eleições, sobre sua militância na UJS e perspectivas de ser um “jovem lutando pelos jovens na Câmara”
Por Nadini Lopes, para a página da UJS
N - Primeiro eu gostaria que você me contasse como foi a sua trajetória na política, como conheceu o movimento estudantil... Como se engajou?
G – Conheci, na verdade, a política de duas formas que se juntaram e fizeram com que eu me envolvesse mais. A primeira foi na minha escola onde eu comecei a participar do grêmio, muito atraído com a idéia de organizar atividades culturais e algumas festas. Isso no Colégio Pio XII de Campinas, depois fui da diretoria do Grêmio e fui para a diretoria da UCES (União Campineira dos Estudantes Secundaristas), que promovia passeatas contra o aumento da passagem, pelo meio passe, e acabei me envolvendo nessa luta. Depois fui presidente da UCES. Quando entrei para universidade fui do DCE, depois UJS e UNE.
G – Conheci, na verdade, a política de duas formas que se juntaram e fizeram com que eu me envolvesse mais. A primeira foi na minha escola onde eu comecei a participar do grêmio, muito atraído com a idéia de organizar atividades culturais e algumas festas. Isso no Colégio Pio XII de Campinas, depois fui da diretoria do Grêmio e fui para a diretoria da UCES (União Campineira dos Estudantes Secundaristas), que promovia passeatas contra o aumento da passagem, pelo meio passe, e acabei me envolvendo nessa luta. Depois fui presidente da UCES. Quando entrei para universidade fui do DCE, depois UJS e UNE.
Mas, além disso, uma coisa importante foi a referência que eu tive na minha própria casa, pois o meu pai foi do Movimento Estudantil na década de 60. Chegou a ser preso no Congresso da UNE realizado em Ibiúna, então eu sempre vi isso como uma referência, a participação política que ele teve no movimento estudantil e que ele continuou tendo no movimento de professores. Certamente tive a influência dele, da minha mãe e de outras pessoas da família que atuam no Movimento Social.
N – Quais são as suas expectativas com relação à Campanha para as eleições de 2008?
G – Eu vejo as eleições de 2008 como uma etapa muito importante do processo político que está acontecendo no Brasil. Nós fazemos parte de uma frente política que vem promovendo diversas mudanças no Governo Lula, mudanças na educação, nas outras áreas sociais, enfim, mudanças importantes para a construção de uma nação mais independente, soberana e com menos injustiça social. Este é o projeto que está em curso.
As eleições de 2008 é uma etapa decisiva para a continuidade desse processo e até para o aprofundamento das mudanças que estão em curso neste projeto. É uma etapa importante para as eleições de 2010 que nos levarão à continuidade disso. A gente sabe que as eleições municipais acabam influenciando muito a nacional.
O PT e o PCdoB tiveram uma vitória muito importante em 2000 e isso acabou levando à vitória de 2002. Agora é um momento importante, pois em 2010 teremos uma eleição sem a presença do Lula, nós precisamos constituir uma nova liderança, em 2008 temos uma etapa decisiva.
A partir disso tudo, enxergo essas eleições, a princípio, dessa forma, em como ela pode contribuir para a continuidade do processo de mudanças no Brasil. Porém uma eleição municipal tem as suas particularidades que são as discussões sobre o município, sobre as questões da cidade.
Estou muito envolvido na eleição de São Paulo e aqui também acaba sendo polarizado pela disputa nacional, de um lado as forças mais identificadas com a direita, com a elite da cidade divididas em duas candidaturas (Kassab e Alckmin), e do outro as forças progressistas em torno da candidatura da Marta tendo como vice o Aldo, que é do nosso partido.
Vai ser uma batalha muito dura, muito difícil, mas eu estou muito otimista, acho que a gente pode sair com uma grande vitória para voltar a administrar a cidade de São Paulo tendo um olhar principal para as pessoas que mais precisam da Prefeitura e do poder público.
Um olhar especial para preferir a periferia, as pessoas mais pobres e as pessoas que mais precisam do serviço público, com acesso a uma educação pública de qualidade, saúde pública, a equipamentos esportivos e culturais. Tudo isso.
E mais especificamente em relação a minha candidatura, a candidatura da nossa juventude, identificar que é preciso ter na Câmara Municipal um vereador identificado com as causas, com as bandeiras juvenis, que possa ter este olhar mais particular para os jovens. A juventude precisa de políticas específicas.
Aqui em São Paulo nós vemos milhares de jovens sem nenhum tipo de perspectiva, acesso a uma educação que não tem qualidade. Na maioria dos bairros da cidade você não tem equipamentos culturais e esportivos para que o jovem tenha alguma perspectiva diferente um outro caminho a seguir.
Muitas vezes a juventude acaba sendo seqüestrada pelo crime organizado porque é este crime que oferece uma perspectiva fácil de mudança para a vida das pessoas, lógico que nós sabemos que isso é uma ilusão, pois os jovens que entram para o crime vivem até 25 ou 26 anos, mas o sistema vende que para a pessoa ter sucesso ela precisa ter um tênis importado, um carro e uma moto. Este mesmo sistema não oferece perspectivas de um trabalho digno para ela obter este sucesso. E quem oferece isso é o mundo paralelo. O estado paralelo.
Uma prefeitura como a de São Paulo precisa oferecer essa perspectiva e para isso precisa ter centros de referências para a juventude, programas específicos, equipamentos esportivos, culturais, educação de qualidade. Então a nossa luta na Câmara vai ser essa. E a gente está bem confiante de que este nosso recado, as nossas propostas vão ser aceitas não só pelos jovens, mas pelo conjunto da população e a gente vai poder contribuir neste processo assumindo uma vaga na Câmara.
N – Além de ajudar nas eleições de 2010, você acha que o fato de termos Marta prefeita e Aldo vice, ambos com ideais de esquerda, juntamente com um vereador que seja do mesmo partido (PCdoB), ajudará na construção dos projetos em São Paulo?
G – Com certeza. Por exemplo, a Marta, quando foi prefeita de São Paulo, criou uma Coordenadoria de Juventude que era vinculada diretamente ao gabinete dela. Essa Coordenadoria promoveu várias atividades importantes, construiu um mapa da juventude da cidade em que eram identificados os locais de presença dos jovens, sua atuação, os movimentos juvenis, onde existiam ou não os equipamentos culturais, esportivos e educacionais.
Fez um diagnóstico para proporcionar a criação de Políticas Públicas de Juventude, e isso quando o Serra e o Kassab assumiram foi esquecido. E a Coordenadoria perdeu muita força. E hoje você não tem uma política organizada para os jovens na cidade, até existem algumas iniciativas de movimentos e até de secretarias, mas isso não é articulado em torno de uma política única.
A Marta, se eleita, vai trazer de volta tudo o que ela já construiu no seu mandato. Ainda mais com Aldo vice, que é uma pessoa totalmente identificada com a juventude, foi presidente da UNE, e tem uma sensibilidade grande para essa questão.
Tenho absoluta certeza que a eleição da Marta é importante para um projeto nacional de mudanças que vai contribuir com a continuidade do projeto encabeçado pelo Lula hoje. Mas o principal não isso, mas sim a contribuição que ela vai dar para a vida das pessoas na cidade de São Paulo, tendo um olhar especial para as pessoas que mais precisam e também para a juventude.
N - Como você enxerga o seu papel como militante da UJS com relação e seus projetos na Câmara?
G - Como militante da UJS e do partido (PCdoB) nós sempre olhamos o processo político para defender e nos identificamos com o processo coletivo da nossa organização. Eu sou uma das peças deste “exército” que nós temos para enfrentar essa batalha, é bom que todas as frentes da UJS e do Partido estão envolvidos nessa luta, que nem é uma luta somente da UJS, mas sim da juventude de São Paulo que deve ter um representante na Câmara, já que hoje nós não temos.
Temos a Soninha, que é muito identificada com a juventude, mas é uma vereadora com diversas outras bandeiras sendo que uma delas é a juventude, mas ela foi eleita com uma base mais ampla. Nós, se ocuparmos a vaga nos preocuparemos com a cidade, mas o olhar principal será em relação ao jovem.
Eu me identifico como militante da UJS neste processo. A UJS vem crescendo no Brasil todo e pode ter uma vitória significativa. Em outras cidades, como por exemplo, a Manuela que, quando foi eleita vereadora em Porto Alegre, impulsionou o trabalho da UJS ou Fernando Gusmão, que quando foi eleito vereador no Rio de Janeiro foi importante para o crescimento da organização. Ocupar um espaço destes é importante para a juventude como um todo, mas também para a nossa organização que terá mais visibilidade.
N – Sabemos que a sua atuação será voltada para a juventude, mas você tem algum projeto já estabelecido, elaborado para a sua atuação.
G – Temos alguns projetos:
- Criação da Praça da Juventude
Uma cidade como São Paulo precisa ter centros que possam atrair a juventude levando em conta a sua diversidade. Seria um espaço que teria como elemento a questão do esporte, equipamentos esportivos, pistas de skate, oficinas e equipamentos culturais para que os jovens possam exercitar suas habilidades sobre a cultura, inclusão digital proporcionando acesso à informação, além dos jogos tão procurados nas lan houses e programas de qualificação para os jovens.
A idéia é fazer um Centro de Referência da Juventude. Hoje em São Paulo tempos um, na Cachoeirinha, mas a cidade é muito grande e este não pode ser um privilégio para poucos jovens, mas sim um direito para que todos tenham acesso.
- Programa de Estágios
Outro projeto diz respeito à criação de um grande programa de estágios para os jovens universitários, um programa que envolva tanto a participação dos estagiários nas autarquias municipais e secretarias, com uma forte presença destes estagiários que podem aprender e ajudar na administração pública, tendo uma experiência para entrar no mercado de trabalho com mais facilidade.
Porém, mais do que isso podemos ter programas de estágio que se voltem para o atendimento à população na periferia da cidade como um todo. Quem estuda psicologia pode fazer um atendimento através do estágio promovido pela prefeitura nos bairros mais afastados em que as pessoas não têm este acesso.
Pode ter atendimento jurídico para as pessoas que não conseguem pagar advogado, poderia ter um número maior de pessoas trabalhando nos hospitais públicos nos cursos de saúde, enfim, um programa que pudesse atender milhares de jovens através dos estágios.
O estágio é talvez a principal preocupação dos jovens hoje, pois muita gente entra na faculdade em uma determinada área e não consegue exercitar sua profissão. Se forma conclui o curso e vai trabalhar em outra área.
E a única forma de enfrentar isso é tendo uma experiência durante seu curso para ser mais bem aceito no mercado de trabalho quando conclui o curso. O estágio é importante para isso, para a formação, para facilitar o acesso ao mercado de trabalho depois para o pagamento de custos que a pessoa tem durante a faculdade, combatendo também a inadimplência, dando formação, experiência e atendendo a população carente.
Levei esta proposta para o Aldo e para a Marta e eles aceitaram muito bem, acharam excelente e deve entrar no programa de projetos da Marta e nós defenderemos como uma grande proposta se assumirmos a vaga na Câmara.
- Ponto de Cultura Municipal
Temos outras propostas como, por exemplo, o Ponto de Cultura Municipal que seria uma forma da Prefeitura ajudar com iniciativas culturais, assim como o Governo Federal ajuda nos dias atuais.
Estas são as propostas mais ligadas à juventude, mas temos muitas outras também.
N – Um dos grandes problemas com os jovens universitários na hora do estágio é a exploração das empresas que o colocam para a vaga de um profissional, tornando-se assim, mão de obra barata. E quanto a isso?
G - Tem que ter regras claras que impeçam que o estagiário substituía o profissional da área, pois ele acaba virando uma forma de precarizar o trabalho do empregador, acaba sendo um meio deste empregador fugir das suas regras trabalhistas e dos seus compromissos.
Na Prefeitura isso seria mais tranqüilo mas, ao mesmo tempo, temos que estabelecer a carga horária para que o estágio não prejudique a formação do estudante na faculdade e sem haver a substituição do profissional.
A idéia do programa é proporcionar um complemento ao atendimento público, que seja na área de formação do estagiário, supervisionado, e seja também uma experiência semiprofissional. E não para carregar o “piano” do profissional formado.
N – E quais são as frentes que estão juntas nessa luta pela presença de um militante da UJS na Câmara?
G – Sem contar a UJS, temos como parceiros a juventude do PSB, PDT, Federação Brasileira de Skate e o pessoal que organiza os jogos universitários da capital. Além disso, temos uma atuação em bairros com líderes comunitários, associações de moradores, militantes entre outros.
N – Por ter sido Presidente da UNE, você tem facilidade para dialogar com diversas frentes. Este é um ponto que facilitará a campanha no geral?
G – Certamente. A idéia de dialogar com várias frentes como hip hop, jovens mulheres, LGBT, iniciou na UNE em um momento em que procuramos diversificar a nossa atuação. Essa foi uma das grandes marcas da nossa presença, nós ampliamos, fugimos de nos envolvermos somente com o movimento estudantil.
Na campanha procurarmos trabalhar estas diversidades, pois muitos jovens se organizam em diferentes frentes.
A Estrada vai além do que se vê!
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