O especial Caravana da UNE já apresentou aos estudantes brasileiros dois temas que serão discutidos durante os quatro meses de viagem: "Direitos sexuais e reprodutivos" e "Violência no trânsito e Lei seca". Na terceira reportagem da série, a "Saúde e sexualidade - prevenção de AIDS e Doenças Sexualmente Transmissíveis (DST)". Acompanhe.
O combate às DSTs e a Aids
As Doenças Sexualmente Transmitidas (DSTs) são consideradas um grave problema de saúde pública e devem ser levadas a sério, pois suas conseqüências nem sempre são reversíveis. Elas atingem em especial a juventude, fase da vida em que a atividade sexual se desenvolve mais intensamente. Segundo a OMS, estima-se que ocorram, no mundo, 340 milhões de casos de DSTs por ano (excluindo herpes genital e HPV).
No Brasil, estimativas de 2003 do Programa Nacional de DST/Aids indicam cerca de cinco milhões de pessoas infectadas por DSTs. Os números alarmantes evidenciam que grande parte da população ainda não se apoderou do uso das camisinhas masculina e feminina. Sabendo que o conhecimento é a mais eficiente das prevenções, a UNE reivindica que o tema esteja presente nas escolas e universidades e que a distribuição destes métodos preventivos seja gratuita e universal.
No caso das mulheres, a questão das DSTs é ainda mais preocupante, pois, em alguns casos, não é fácil distinguir os sintomas da doença de reações normais do organismo e há pesquisas que relacionam algumas DST’s (como alguns tipos de HPV, por exemplo) ao câncer de colo de útero. É importante lembrar que a consulta periódica ao ginecologista é fundamental em todos os momentos da vida.
Dentre as DSTs, merece atenção especial a Aids. Transmitida pelo HIV (Human Immunodeficiency Vírus), Aids é a sigla em inglês para Síndrome da Imunodeficiência Adquirida, o que significa dizer que ela é, na verdade, uma debilitação do sistema imunológico que, quando não é devidamente tratada, facilita a infecção do organismo por diversas doenças oportunistas. A infecção por outras DSTs facilita o contágio pelo vírus da Aids, já que o HIV tem sua entrada no organismo favorecida por feridas nos órgãos genitais. Entre 1980 e 2007 foram registrados 474.273 casos de infecção no País. Atualmente, a doença atinge 1,5 homens para 1 mulher e, em ambos os sexos, a faixa etária mais atingida é de 25 a 49 anos.
Por ser uma doença "silenciosa", muitos soropositivos só descobrem que têm a doença em situações de emergência, como na doação de sangue ou em internações ou cirurgias hospitalares e acabam ficando sem tratamento por um longo período, prejudicando assim sua saúde. A Aids ainda não tem cura, mas o coquetel traz muitos benefícios aos soropositivos e o Brasil é pioneiro no Programa DST/Aids, com distribuição gratuita de medicamentos para os portadores do vírus. Há pessoas que ficam por anos sem desenvolver a doença. Portanto, faça o teste!
É sempre bom lembrar que a prevenção é simples e precisa estar sempre à mão: a camisinha deve ser usada em todas as relações sexuais. Pesquisa realizada pelo Ministério da Saúde em 2004 mostrou que apenas 57% dos jovens entre 15 e 24 anos utilizaram preservativo em sua última relação sexual.
Informação é a chave
Se é verdade que pessoas com acesso à educação têm tais dados como elementares, a realidade não é bem assim para o conjunto da população brasileira. Há inúmeros casos de pessoas que não sabem como utilizar um preservativo masculino, por exemplo. Entretanto, é mais comum o caso de indivíduos que ignoram os riscos que correm com a prática de sexo sem proteção.
Mesmo nos grandes centros urbanos, onde tais informações circulam independente do grau de escolaridade, há situações que dificultam o uso de preservativos. Em muitos casos, o jovem não possui condições financeiras para adquirir uma camisinha e em diversos outros não há postos de distribuição no bairro. Para as mulheres, uma consulta ginecológica pelo SUS deve ser marcada com meses de antecedência, o que dificulta uma política de orientação e prevenção a partir destes profissionais.
Diante da falta de informação e de acesso a métodos de prevenção, devemos hastear a bandeira em defesa da inclusão de educação sexual no currículo escolar e da distribuição de preservativos masculinos e femininos em espaços como escolas e universidades. Visando combater também a gravidez precoce ou indesejada, igualmente devem ser distribuídas pílulas anticoncepcionais. Além disso, campanhas de incentivo à realização do teste de HIV devem ser realizadas, chamando a atenção da população e, em especial, da juventude, à importância da proteção durante as relações sexuais.
Da Redação do Estudantenet
A Estrada vai além do que se vê!
Um comentário:
Bacana essa propsta da Carava UNE em abordar temas voltados para a sexualidade dos jovens. Acredito que a concientização é um excelente começo para evitar futuros danos, tais como uma DST ou uma gravidez indesejada.
Além dessas medidas, uma outra que solucionaria muitas problemas da juventude, seria levar para os jovens de classes menos favorecidas, informações referentes ao controle familiar.
As escolas e universidades tem que abrir mais espaço para paletras e debates e falo isso pois estudei em uma escola particular e católica, que vetou o professor de Biologia a falar sobre sexo com os alunos.
Esse tipo de orientação deveria ser ampliado para os educadores brasileiros, para poderem ser multiplicadores de boa ideias.
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