Foto: Márcio Fernandes/AE
Não basta ser jovem, é preciso participar da política
por Ricardo Abreu - Alemão*
Em pesquisas recentes do Instituto Cidadania, da Unesco e do Ibase, a maioria dos jovens brasileiros rejeita a política “como ela é” e os “políticos”. Ao mesmo tempo, consideram a política imprescindível para a conquista de uma vida melhor, e uma grande parte se dispõe a participar da vida política, como ela deve ser.
A política “como ela é” aparece escandalosamente na mídia e os jovens são torpedeados com denúncias de corrupção e de todo o tipo de prática oportunista e carreirista. Em contraste, o mais fascinante da política – a luta de idéias e propostas programáticas, a atividade militante e a participação popular – não aparece no noticiário e nas reportagens. O que se destaca é somente o que há de podre no sistema político. Por que será?
A resposta é simples. As classes dominantes, que controlam os principais meios de comunicação, procuram desestimular a participação política do povo, especialmente das jovens e dos jovens, para que a política seja uma atividade dominada por essas mesmas classes, para que a política continue sendo podre e conservadora. Para isso fazem uma campanha para negar a política, e principalmente a representação parlamentar. Em outras palavras, querem ficar sós cuidando da “podridão” do poder. E o povo fica de fora, sem mandar nada.
Os magnatas do capitalismo contemporâneo fazem uma falsa campanha ideológica contra o Estado, a política e os “políticos”, enquanto na prática só fortalecem o seu poder e o Estado capitalista e procuram enganar a juventude, afastando-a do único caminho que pode garantir mudanças profundas, justamente o caminho da política.
A juventude tem razão. É preciso dizer não à política “como ela é”, e para fazer isso de fato - e não apenas no discurso – é necessário participar efetivamente da política. Não para conservar a política “como ela é”, e sim para mudá-la radicalmente. As jovens e os jovens precisam fazer outra política, uma política verdadeiramente transformadora, revolucionária.
A política revolucionária, para Karl Marx e Friedrich Engels, deve ser feita para acabar com a política alienada da época do Estado burguês, para emancipar verdadeiramente a humanidade e superar a política da “pré-história” capitalista. Os fundadores do marxismo defendem não a “abolição” imediata do Estado (proposta anarquista), o que não seria viável, mas o desaparecimento gradativo do Estado e da política burguesas.
Para Marx e Engels, os trabalhadores precisam fazer política para conquistar o poder político e a partir daí modificar o Estado tornando-o um Estado socialista. O socialismo é a grande transição histórica do capitalismo para a sociedade comunista.
Ou seja, cria-se uma nova política, verdadeiramente democrática e revolucionária, que supera a política que conhecemos hoje e que é rejeitada, com razão, por nossa sábia juventude.
E há muito a ser feito no aqui e agora. Estamos em campanha eleitoral. Além de votar em candidatas e candidatos a prefeita, prefeito, vereadora e vereador de esquerda e democráticos, as jovens e os jovens precisam participar da campanha eleitoral, dos movimentos e das organizações juvenis, e da vida partidária de partidos de esquerda e populares.
Desta maneira a juventude faz a sua parte para acumularmos forças visando o nosso objetivo estratégico: o socialismo com a cara e o jeito do Brasil.
*Ricardo Abreu - Alemão, Economista, Secretário de Juventude e de Movimentos Sociais do Comitê Central do PCdoB.
A Estrada vai além do que se vê!
Um comentário:
Rapaz, acredita que eu selecionei esse texto pra publicar na página de opinião da Tribuna do Cricaré (o diário do norte capixaba!)?
Direto eu pego uns artigos do Vermelho e publico aqui...
Abraço
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