August Friedrich Schmidt
Não entenderás nunca os motivos que me fizeram atravessar
A grande noite, a fria noite e a tua indiferença.
Vim porque a minha hora estava se tornando longa demais;
E o frio já me gelava
Vim porque o escuro estava pesando sobre os meus olhos
E o meu ser estava encolhido, longe da morte e da vida
Longe de tudo!
Vim porque não podia, porque era um condenado
Porque precisava de ti.
Vim porque me prometeste um dia o sossego
e eu acreditei nas tuas palavras.
Vim porque não podia mais!
Sei porém que és pior do que o escuro e o frio
Sei que és mais terrível do que a solidão
Sei que és o meu próprio vazio
E que o teu mundo não é o meu.
Sei o que pensaste quando me viste entrar.
Eras a minha ilusão final
Hoje nem mais meu desespero tu és.
Minhas palavras te são indiferentes
Eu te sou indiferente.
Mas antes de partir quero te dizer adeus!
Quero demorar-me sobre o teu túmulo porque é o meu túmulo
Quero chorar sobre o teu corpo porque é meu corpo
Quero demorar-me um minuto ao teu lado
Porque és eu mesmo, oh! Minha sombra, meu engano e minha dor.
Dica da minha querida amiga Graciele.
A Estrada vai além do que se vê!
Um comentário:
Postar um comentário